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EDIÇ ÃO
Redação
André Mendes
Isadora Oliveira
Julio Fernandes de Jesus
Luiz Scola
Editoria e Design
Equipe Fisio em Ortopedia
ARTIGO 1
Os benefícios de adicionar terapia
manual a exercícios para melhorar
a dor e a função em pacientes com
osteoartrose de joelho ou quadril
Uma revisão sistemática com meta-análise
Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2023
VISÃO GERAL
Desta forma, o artigo que discutiremos hoje, conduziu uma revisão sistemática para avaliar
se havia um benefício adicional da combinação de terapia manual e exercícios sobre a utilização
de exercícios isoladamente na dor e função em pacientes com osteoartrite de quadril ou joelho.
METODOLOGIA
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Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2023
RESULTADOS
O estudo que estamos discutindo hoje tem vários pontos fortes, sendo o principal deles
ter protocolo pré-definido que foi registrado no PROSPERO e a utilização do manual Cochrane
para análises e conclusões. Além disso, foram utilizados critérios de inclusão mais rigorosos para
intervenções adjuntas e realizadas análises de sensibilidade para aumentar a confiança nos achados.
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ARTIGO 2
A eficácia das palmilhas
no tratamento da osteoartrite
medial do joelho
Uma revisão sistemática
Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2023
VISÃO GERAL
METODOLOGIA
Para verificar quais são as características das palmilhas e dos calçados que os tornam eficazes
no tratamento da OA de joelho, os autores realizaram uma revisão sistemática que incluiu estudos
de coorte e estudos clínicos com desfechos biomecânicos e/ou clínicos.
RESULTADOS
Os dados encontrados nessa revisão mostraram que as características que apresentam
o efeito mais benéfico nos resultados biomecânicos, funcionais ou de dor foram a personalização,
o comprimento total - algumas palmilhas podem ser feitas somente até a metade do comprimento
do pé, elevação de 5° da borda lateral da palmilha para uma dose ideal de correção, utilização
de material para absorção de impacto e suporte do arco. Nos calçados, as solas que permitem mais
liberdade de movimento parecem ter efeitos biomecânicos mais favoráveis.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
Os recursos passivos devem ser utilizados para facilitar uma atividade e incentivar
a participação social dos pacientes,como as palmilhas ou em outros tipos de órteses. Vale ressaltar
que a modulação da dor vai depender do mecanismo doloroso, do tempo em que essa dor está
incomodando e da interação entre os recursos terapêuticos.
Ao dizer que uma palmilha funciona ou não, é necessário lembrar que existem desfechos
diferentes que podem ser afetados por características diferentes. Para as OA de joelho, palmilhas
de comprimento total, com personalizações de acordo com a morfologia dos pés, confeccionadas
com material para absorção de impacto, com elevação de 5 graus da borda lateral e suporte de
arco moldado sem carga parecem mais eficazes para os desfechos dor, função e posição do joelho.
Mas essa revisão mostra que outras características podem ou não ter os mesmos efeitos.
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ARTIGO 3
VISÃO GERAL
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi investigar se um mesmo exercício de reabilitação
aplicado com dois ajustes distintos de cargas (carga moderada e pesada) tem influência a curto
e longo prazo em características clínicas, funcionais e estruturais de indivíduos com tendinopatia
patelar.
METODOLOGIA
Este foi um ensaio clínico, aleatorizado, com cegamento do avaliador. Foram recrutados
44 indivíduos, 20 a 45 anos, com tendinopatia patelar crônica (diagnosticada clinicamente e por
intermédio de exame de imagem). Esses indivíduos foram distribuídos igualmente em dois grupos:
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Carga moderada (CM): Carga pesada (CP):
55% de 1RM 90% de 1RM
Ambos os grupos foram submetidos a realização de exercícios com valorização das fases
concêntrica e excêntrica – sendo executados com tempo de duração controlado: três segundos
para cada fase (com tempo total de execução de seis segundos). Além disso, foram implementados
os exercícios de leg press bilateral – realizado da extensão total (0°) até 90° de flexão dos joelhos –
e a cadeira extensora unilateral (quadríceps em cadeia cinética aberta) – realizado de 100° até 40°
de flexão do joelho.
Os exercícios foram realizados por doze semanas, as séries e o volume foram similares para
ambos os grupos, porém a imposição das cargas não. Além disso, sempre foram realizadas três
sessões por semana.
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Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2023
Foi realizada uma avaliação prévia para se coletar a carga condizente com o teste
de uma repetição máxima (1RM) e o resultado foi utilizado para ajustar a imposição dos exercícios,
que ocorreu da seguinte maneira:
CM 55% 1RM 65% 1RM 70% 1RM 75% 1RM 80% 1RM 85% 1RM 90% 1RM
Legenda: CM= carga moderada; CP= carga pesada; sem=semana; RM=repetição máxima;
Rep.=repetições.
RESULTADOS
Embora ambos os grupos tenham demonstrado evolução positiva dos desfechos avaliados,
não foram detectadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos – logo após a
realização das intervenções e ao final do período de avaliações, ou seja; não houveram diferenças/
modulações (positivas e/ou negativas) nas características clínicas, funcionais e estruturais dos
participantes relacionadas com o tipo de carga (moderada ou pesada) imposta nos exercícios de
reabilitação.
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Revista Fisio em Evidência Janeiro | 2023
Além disso, e por conta da natureza da intervenção (exercícios de reabilitação), não foi possível
realizar o cegamento do terapeuta e dos participantes. Entretanto, o avaliador principal poderia ter
sido cegado, mas não foi. Os participantes do presente foram orientados a se manterem ativos
e praticando esportes dentro da sua possibilidade e tolerância (EVA menor do que 5 pontos) e embora
tenha sido coletada a informação se os mesmos estavam ou não praticando, as características dessa
prática esportiva não foram controladas (intensidade, volume, etc.). Por fim, a ausência de um grupo
controle (não realização de exercícios) limita a interpretação dos resultados.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
Embora tenham sido detectadas as limitações metodológicas acima citadas e o objetivo
do estudo não tenha sido atingido na sua totalidade, algumas informações interessantes com relação
a forma de implementação de exercícios de reabilitação para indivíduos com tendinopatia patelar
de característica clínica crônica foram apresentadas: a manutenção da carga ou a implementação
gradativa da mesma, com variação do volume da tarefa; apresentam resultados similares.
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ARTIGO 4
VIS ÃO GERAL
Esportes de elite exigem movimentos repetitivos e que geram altas cargas na coluna, mesmo
em atletas mais novos. Diversos estudos mostram dados que confirmam uma alta prevalência
de dor lombar em diversos esportes individuais e coletivos. A dor lombar é pouco investigada tanto
em atletas quando comparada com outras lesões. Além disso, os estudos de prevalência em dor
lombar raramente utilizam grupos comparativos.
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi de investigar a prevalência de dor lombar
entre atletas femininas de elite de futebol e handebol quando comparadas com um grupo
de mulheres ativas.
METODOLOGIA
Os participantes foram selecionados via um coorte prévio utilizado em um estudo anterior
que procurou reconhecer fatores de risco para lesões de LCA. Foram incluídas mulheres entre
18 e 32 anos de idade. Para fazerem parte do grupo controle (ativo), foi necessário que as mulheres
relatassem a prática de atividade física menos de 5 vezes na semana.
Além disso, foram feitas perguntas específicas a respeito da dor lombar do paciente. Também,
foram feitas perguntas a respeito de como essa dor lombar poderia impactar a prática esportiva
dos pacientes atletas. O grupo controle não respondeu às perguntas específicas relacionadas
à prática esportiva. Este trabalho teve a aprovação do comitê de ética e todos os participantes
assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS
Não houve diferença entre os grupos para o desfecho prevalência de dor lombar. Entre 57
e 60% das pessoas alocadas nos 3 grupos avaliados reportaram terem tido dor lombar no último
ano. Menos de 10% dos atletas reportaram associação entre trauma e o início dos sintomas. Tanto
os goleiros de futebol (71%), quanto os goleiros de handebol (70%) foram os mais afetados pela
dor lombar no coorte de pacientes avaliados. Dor lombar relacionada com à prática esportiva
foi relatada por 39% das jogadoras de futebol e 41% das atletas de handebol.
Este foi um dos primeiros estudos que compararam coortes de pacientes atletas com
pacientes ativos fisicamente. Isto é importante uma vez que, a comparação entre os níveis
de volumes de treinos poderia impactar a prevalência ou incidência de dor lombar nestes pacientes.
RELEVÂNCIA CLÍNICA
Profissionais que trabalham com reabilitação esportiva devem conhecer as principais
patologias que os atletas podem apresentar. Além disso, é importante que os fisioterapeutas
conheçam as principais posições que podem ser afetadas por diferentes patologias ou quadros
ortopédicos. Isto pode levar o fisioterapeuta, ou profissional de reabilitação, a desenvolver melhores
estratégias de tratamento e de prevenção destas disfunções.
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REFE RÊNCIA S