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“A partir de 1916, Campos é o poeta do abatimento, da atonia, da aridez interior, do

descontentamento de si e dos outros”.


Jacinto do Prado Coelho

Num texto expositivo, de 100 a 250 palavras, desenvolve a afirmação anterior, tendo
presente o estudo da poesia de Álvaro de Campos e a evolução da mesma. Não te esqueças de
fazer referência aos poemas estudados nas aulas.

De todos os heterónimos pessoanos, Álvaro de Campos é aquele que, claramente,


apresenta uma linha evolutiva a marcar a sua produção poética, passando por três fases
distintas.
Assim, da primeira fase, Decadentista, este heterónimo evolui para uma segunda fase,
onde se observa a exaltação sensacionista da civilização moderna, da máquina, percetível em
poemas futuristas como, por exemplo, na “Ode Triunfal”. Nesta etapa da lírica de Campos,
surge um ser no auge de uma histeria associada à vida moderna que grita e despeja, de forma
torrencial, as suas sensações eufóricas (“Eu podia morrer triturado por um motor”).
A esta onda febril e agitada, sucede-se uma fase abúlica/ intimista, de tédio existencial,
na qual este heterónimo se volta sobre si próprio e se apresenta como alguém dominado pela
angústia (“Esta velha angústia que trago há séculos em mim”). Nesta última fase, à qual Jacinto
do Prado Coelho se refere explicitamente, verifica-se, ainda, o isolamento do poeta e o desejo
da recuperação da infância (“No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,/ Eu era feliz e
ninguém estava morto”), encarada, tal como no ortónimo, como paraíso perdido.
Em suma, Campos é, indubitavelmente, o heterónimo mais complexo de Pessoa,
atravessando, de forma evolutiva, etapas poéticas distintas.
204 palavras

OU
Álvaro de Campos, um dos mais conhecidos heterónimos pessoanos, sofreu uma
evolução na sua escrita e forma de pensar, passando por três fases distintas.
Na sua segunda fase, Futurista e Sensacionista, este heterónimo transmite um excesso
violento de sensações, ligadas a emoções espontâneas, querendo experimentar tudo, de
forma extrema. Nesta fase, Campos demonstra também uma admiração pela civilização
industrial, vendo nas máquinas um novo tipo de beleza, como é possível observar em poemas
como “Ode Triunfal”, onde exalta as invenções da modernidade.
Em oposição, na terceira fase – abúlica/ intimista – o heterónimo trocou a euforia por
uma angústia existencial, tédio e cansaço aos quais a única fuga é a recordação da sua infância,
como é visto no poema “Aniversário”, onde relembra as antigas celebrações do seu
nascimento.
Em jeito de conclusão, Álvaro de Campos apresenta uma diferença e evolução nas suas
fases que alteram a sua forma de pensar e de escrever.
151 palavras

Pedro Luzia, 12º ITM, 8 fev de 2022

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