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Cadernos Sistematizados - Crimes Ambientais
Cadernos Sistematizados - Crimes Ambientais
APRESENTAÇÃO .......................................................................................................................... 3
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 4
CRÍTICA DE MIGUEL REALE JÚNIOR ............................................................................ 4
TERMINOLOGIAS ............................................................................................................ 4
2. CONCURSO DE PESSOAS E OMISSÃO AMBIENTALMENTE RELEVANTE ........................ 5
3. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA (PJ) NA CF/88.................................. 6
NATUREZA JURÍDICA DA PJ .......................................................................................... 6
3.1.1. Teoria da Ficção Jurídica (Savigny) ........................................................................... 7
3.1.2. Teoria da Realidade ou Organicista (Otto Gierke) ..................................................... 7
RESPONSABILIDADE PENAL DA PJ .............................................................................. 7
3.2.1. Contras e prós da responsabilidade penal da PJ ....................................................... 8
RESPONSABILIDADE PENAL DA PJ DE DIREITO PÚBLICO ...................................... 10
DENÚNCIA GERAL VS PROCESSO PENAL KAFKIANO (CRIPTOIMPUTAÇÃO) ........ 10
4. ENCERRAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO AMBIENTAL ........................ 12
5. REQUISITOS LEGAIS PARA RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DA PJ .................................. 13
6. SISTEMA DA DUPLA IMPUTAÇÃO OU DAS IMPUTAÇÕES PARALELAS .......................... 14
7. CRITÉRIOS PARA DOSIMETRIA DA PENA ......................................................................... 15
CRITÉRIOS EXTRAÍDOS DO DISPOSITIVO LEGAL..................................................... 16
CARÁTER AUTÔNOMO E SUBSTITUTIVO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
16
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS APLICÁVEIS ÀS PESSOAS FÍSICAS ................ 17
7.3.1. Prestação de serviços à comunidade ...................................................................... 17
7.3.2. Interdição temporária de direitos .............................................................................. 18
7.3.3. Suspensão das atividades da pessoa física............................................................. 18
7.3.4. Prestação pecuniária ............................................................................................... 19
7.3.5. Recolhimento domiciliar ........................................................................................... 19
8. CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES ...................................................................................... 20
9. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES ...................................................................................... 21
10. PENAS APLICÁVEIS ÀS PJ’S ........................................................................................... 24
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE ............................................................ 24
RESTRITIVA DE DIREITOS ........................................................................................... 24
MULTA ........................................................................................................................... 24
10.3.1. Critério para aplicação e critério para triplicar .......................................................... 25
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS DA PESSOA JURÍDICA ..................................... 25
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE PELA PESSOA JURÍDICA ................. 26
LIQUIDAÇÃO FORÇADA ............................................................................................... 26
11. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA LCA ................................... 27
12. SURSIS SIMPLES NOS CRIMES AMBIENTAIS ................................................................ 27
13. SURSIS ESPECIAL (REPARAÇÃO DO DANO) NOS CRIMES AMBIENTAIS ................... 27
14. SURSIS ETÁRIO E HUMANITÁRIO NOS CRIMES AMBIENTAIS E TRANSAÇÃO PENAL
28
15. SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO NOS CRIMES AMBIENTAIS .................. 29
16. APREENSÃO E VENDA DE INSTRUMENTOS DA INFRAÇÃO ........................................ 30
17. NATUREZA DA AÇÃO NA LCA ......................................................................................... 30
18. POSSIBILIDADE DE HABEAS CORPUS (HC) .................................................................. 31
19. COMPATIBILIDADE COM O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA ...................................... 31
20. INTERROGATÓRIO DA PJ ................................................................................................ 31
21. COMPETÊNCIA ................................................................................................................. 32
REGRA ........................................................................................................................... 32
Olá!
O Caderno Legislação Penal Especial – Crimes de Ambientais possui como base as aulas
do professor Vinícius Marçal, do Curso G7 Jurídico.
Dois livros foram utilizados para complementar nosso CS de Legislação Penal Especial: a)
Legislação Criminal para Concursos (Fábio Roque, Nestor Távora e Rosmar Rodrigues Alencar),
ano 2017 e b) Legislação Criminal Comentada (Renato Brasileiro), ano 2018, ambos da Editora
Juspodivm.
Como você pode perceber, reunimos em um único material diversas fontes (aulas + doutrina
+ informativos + súmulas + lei seca + questões) tudo para otimizar o seu tempo e garantir que você
faça uma boa prova.
Por fim, como forma de complementar o seu estudo, não esqueça de fazer questões. É muito
importante!! As bancas costumam repetir certos temas.
Quando a Lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais – LCA) surgiu, Miguel Reale Júnior
escreveu um artigo intitulado de “A Hedionda Lei dos Crimes Ambientais”, porque entendeu que o
dispositivo transformou comportamentos irrelevantes em crimes.
TERMINOLOGIAS
Para saber no que consiste “floresta de conservação permanente” deve-se atentar ao Código
Florestal que, além de conceituar o termo, estabelece uma hipótese em que a área de preservação
permanente (APP) será assim considerada, após declaração de interesse social por parte do Chefe
do Poder Executivo.
Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos
nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua
culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e
de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa
jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a
sua prática, quando podia agir para evitá-la
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade
O restante do artigo prescreve que o omitente responde pelo resultado em razão do nexo
de evitação ou de não impedimento. Os demais sujeitos (mandatário, gerente, preposto) somente
responderão se os requisitos estiverem presentes.
Reforça-se que os agentes poderão responder tanto pela ação, quanto pela omissão
ambientalmente relevante (semelhante ao art. 13, §2º do CP).
Art. 13 (...)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia
agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
A grande maioria da doutrina é contra a extensão dessa responsabilidade penal para outras
hipóteses, inclusive, nos crimes ambientais. ENTRETANTO, o projeto do Novo Código Penal (NCP)
trata da responsabilidade penal da PJ em outras hipóteses (crimes contra a administração pública).
Note que, no projeto, está claro que somente responderão as pessoas jurídicas de direito
privado.
NATUREZA JURÍDICA DA PJ
Tem como eixo algumas premissas, sendo que a principal é a de que “a pessoa jurídica não
tem existência real”, portanto, não tem vontade própria e não pratica conduta.
É oposta à anterior.
Para seus seguidores, a PJ é ente autônomo, real e distinto das pessoas físicas que a
administram. Tem vontade própria institucional. É capaz de direitos e obrigações na vida civil e
justamente por esses atributos é que pode cometer crimes.
RESPONSABILIDADE PENAL DA PJ
A CF/88 não criou a responsabilidade penal da PJ, por isso, o artigo 3º da LCA é
inconstitucional.
Para essa corrente, o art. 225, §3º da CF/88 deve ser lido de modo diverso.
Por outro modo, atividades e sanções administrativas dizem menção às pessoas jurídicas.
Parte da premissa da Teoria da Ficção Jurídica. Se a PJ não é ente próprio, não pratica
conduta e não detém vontade, logo, não pode praticar crimes.
A LCA instituiu, na verdade, um direito judicial sancionador, porque é aplicado pelo juiz e o
principal efeito estigmatizador típico das sanções penais (prisão) não está presente.
Há necessidade de uma Lei de Adaptação como a que existe na França. A CF/88 previu a
responsabilidade penal da PJ, contudo, carece duma teoria do crime e de normas processuais
compatíveis com a natureza fictícia das PJ’s.
Fundada na Teoria da Realidade, conclui que a PJ pode cometer crimes, tal como previsto
na CF/88 (leitura tradicional do artigo 225, §3º da CF/88).
Contras
• Desde o Direito Romano a sociedade não pode delinquir (societas delinquere non
potest);
Prós:
• É óbvio que o estatuto social de uma PJ não prevê a prática de crimes como uma de
suas finalidades. Da mesma forma, não contém em seu bojo a realização de atos
ilícitos, o que não os impede de serem realizados (inadimplência, por exemplo);
• O direito penal não se limita à pena de prisão: conforme visto no artigo 28 da Lei de
Drogas e artigo 4º, §2º, da Lei nº 7.716.
• Punir apenas a pessoa física é criar um escudo para proteger aquele que mais se
beneficia do crime ambiental: a PJ violadora das normas ambientais.
Em suma: “a responsabilidade penal desta, à evidência, não poderá ser entendida na forma
tradicional baseada na culpa, na responsabilidade individual subjetiva, propugnada pela Escola
Clássica, mas deve ser entendida à luz der uma nova responsabilidade, classificada como social”.
1ª corrente: É possível, pois a CF/88 não fez discrição entre pessoa jurídica de Direito
Público e de Direito Privado.
2ª corrente: Não é possível, pois o Estado não se pode autopunir. A pena terminaria por
prejudicar a própria coletividade, seja em face da lesão ao patrimônio público (multa, por exemplo);
seja ainda com a suspensão ou interdição temporária de atividades (em franco juízo ao princípio da
continuidade dos serviços públicos).
Resp 564.960/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, 5ª T.STJ, DJ 13/06/2005, obter dictum:
A denúncia geral, aquela que imputa um fato preciso a mais de uma pessoa, é absolutamente
plausível no ordenamento jurídico, sobretudo, nos crimes de autoria coletiva.
Já a denúncia genérica que, ao contrário da denúncia geral, não detém fato precioso e realiza
a imputação criptografada, não é admitida pelo STJ.
Na obra “O Processo”, Frank Kafka conta a história de “Joseph K”, que foi preso
arbitrariamente sem qualquer explicação. Resumidamente, quando Joseph K. indaga o porquê está
detido, tem como resposta que não lhe cabiam explicar isso, que deveria ele retornar aos aposentos
e ali o esperar enquanto o inquérito, já em curso, corria. Durante todo o romance, Joseph K. insiste
em saber pelo que está sendo acusado. O estilo kafkiano de ser processo é oriundo dessa história
e reflete a situação em que são tolhidos os preceitos jurídicos. No decorrer do processo do
personagem, são verificados obstáculo
os injustos e desumanos, de modo que não lhe era dado acesso aos autos, justamente para
que não soubesse nada esclarecedor e que servisse de subsídios para elaboração de defesa.
Nesse contexto, alude o autor: “De modo que os expedientes da justiça e, especialmente, o escrito
de acusação eram inacessíveis para o acusado e o seu defensor, o que fazia com que não se
soubesse em geral ou ao menos com precisão a quem devia se dirigir a demanda”.
É comum o erro do Ministério Público (MP), ao identificar um crime ambiental praticado por
uma PJ, denunciar não só a PJ, como também seu sócio-diretor. Note que ser sócio ou gerente não
é crime. Quem recebe uma denúncia simplesmente porque gerencia uma empresa está sendo
acusado de um nada, de um fato genérico, através de uma denúncia criptografada.
A denúncia geral (ao contrário da genérica) se adequada aos princípios da ampla defesa e
do contraditório.
Repercussão na LCA
SV 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art.
1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
“2. No caso dos autos, muito embora os crimes ambientais pelos quais o
paciente foi acusado (artigos 39 e 40 da Lei 9.605/1998) sejam materiais,
dependendo da ocorrência de dano para que possam se caracterizar, não há
dúvidas de que o Ministério Público não precisa aguardar a conclusão do
processo administrativo instaurado junto ao IBAMA para deflagrar a
respectiva ação penal. 3. Isso porque as esferas administrativa e penal são
independentes, razão pela qual o Parquet, dispondo de elementos mínimos
para oferecer a denúncia, pode fazê-lo, prescindindo-se da apuração dos
Se um funcionário de uma empresa, que trabalha com motosserra, resolve, por sua conta,
avançar em APP e cortar árvores nesse local proibido; ausente o primeiro requisito, qual seja:
infração ser cometida por decisão de representante ou órgão colegiado.
Se o gerente de uma empresa autoriza o corte de árvores em uma APP, contra os interesses
da empresa, causando-lhe inclusive prejuízos enormes (perda de incentivos fiscais, perda de
contratos com a desmoralização pública); ainda que presente o primeiro requisito, o fato não
foi praticado em interesse ou benefício da empresa (segundo requisito).
*CESPE: “Na hipótese de o diretor de uma empresa determinar a seus empregados que utilizem
veículos e instrumentos a ela pertencentes, em horário normal de expediente, para extraírem e
transportarem madeira de lei, sem autorização do órgão ambiental competente, destinada a
construção particular daquele dirigente, fica caracterizada a responsabilidade penal da pessoa
jurídica e da pessoa física.” – FALSO!
Art. 19 (...)
Art. 3º (...)
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das
pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato.
Durante muitos anos, o STJ entendeu que o Sistema da Dupla Imputação ou das Imputações
Paralelas era obrigatório, isto é, haveria de existir concurso necessário entre pessoas físicas e
jurídicas para processamento, sem isso, seria a denúncia inepta.
De acordo com Luís Flávio Gomes: “O sistema de imputações paralelas, também chamado
de sistema da dupla imputação, diz que, nos crimes ambientais, não é possível processar
exclusivamente a pessoa jurídica. É preciso processar a pessoa física com a pessoa jurídica. É
possível punir criminalmente a pessoa física sozinha ou então, em concomitância com a pessoa
jurídica”.
*Pergunta de prova oral: o STF rejeita a dupla imputação nos crimes ambientais? O STF não nega
a dupla imputação, que está expressa na lei. O que ele disse é que não é obrigatória!
A LCA nada versou a respeito da dosimetria de pena. Justamente, por isso que se usa
previsão do artigo 79 da Lei nº 9.605/98:
(1º) Para a fixação da pena base, observa-se primeiramente à previsão do artigo 6º da Lei
nº 9.605/98 e, subsidiariamente, à do artigo 59 do CP;
→ No CP é diferente (artigo 44, inciso I: “aplicada pena privativa de liberdade não superior
a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer
que seja a pena aplicada, se o crime for culposo”).
Embora a LCA não contemple a previsão do artigo 44, inciso II, do CP (As penas restritivas
de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: II – o réu não for
reincidente em crime doloso), o reincidente em crime doloso (ainda que no mesmo crime) terá direito
à substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, conforme entendimento
majoritário.
EM SUMA:
LCA, ART. 8º. AS PENAS RESTRITIVAS CP, ART. 43. AS PENAS RESTRITIVAS
DE DIREITO (APLICÁVEIS ÀS DE DIREITOS SÃO:
PESSOAS FÍSICAS) SÃO:
I – prestação de serviços à comunidade; IV – prestação de serviço à comunidade
ou a entidades públicas;
II – interdição temporária de direitos; V – interdição temporária de direitos;
IV – prestação pecuniária; I – prestação pecuniária;
III – suspensão parcial ou total de II – perda de bens e valores;
atividades;
V – recolhimento domiciliar. III – limitação de fim de semana.
Art. 46 (...)
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade
da pena privativa de liberdade fixada.
A previsão do artigo 46, §4º do CP será também aplicada à LCA, com base na
subsidiariedade prevista no artigo 79 da LCA.
• de frequentar determinados lugares (artigo 43, inciso V, do CP, com incurso no artigo
47, também do CP).
A doutrina critica sobremaneira os prazos previstos pelo artigo 10 da LCA, fundada na ideia
de que a LCA não prevê nenhum crime doloso com pena máxima de 5 anos, tampouco crime
culposo com pena máxima de 3 anos. Portanto, não poderia a pena restritiva de direitos (que tem
caráter substitutivo) ser maior que a pena privativa de liberdade (substituída).
Art. 7º (...)
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo
terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída
Aplica-se, portanto, a regra geral, de modo que a pena restritiva de liberdade tenha a mesma
duração da pena privativa de liberdade.
Segundo Guilherme Nucci, a crítica que se faz ao artigo é que o legislador criou uma
modalidade de prisão travestida de pena restritiva de direitos. Pela leitura do dispositivo, remete-se
às penas de regime aberto.
Artigo 48 do CP:
Nesse sentido, na prática pode haver semelhança entre a pena restritiva de direitos e a figura
da prisão domiciliar, todavia, na previsão legal são institutos diferentes.
“II. Se o caótico sistema prisional estatal não possui meios para que o
paciente cumpra a pena restritiva de direitos em estabelecimento apropriado,
é de se autorizar, excepcionalmente, que a mesma seja cumprida em seu
domicilio.
III. O que é inadmissível, é impor ao paciente o cumprimento da limitação de
fim de semana em presídio, estabelecimento inadequado para tanto.” (HC
146.558/RS, 5ª Turma do STJ, DJe 05/04/2010)
8. CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES
Salienta-se que é absolutamente admitida a analogia in bonam partem, portanto, podem ser
aplicadas as atenuantes previstas no CP à LCA.
De acordo com Cléber Masson: “Embora o desconhecimento da lei seja inescusável (CP,
art. 21) e não afaste o caráter criminoso do fato, funciona como atenuante genérica. Suaviza-se, no
campo penal, a regra definida pelo art. 3º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
‘Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece’. ... Justifica-se essa atenuante
elo fato de o ordenamento jurídico brasileiro ser composto por um emaranhado complexo de leis e
atos normativos, constantemente revogados e em contínua modificação, dificultando por parte do
cidadão a exata compreensão de seu significado e do seu alcance.”
*(Advogado do Senado – FGV) Nos crimes previstos na Lei 9.605/98, o baixo grau de instrução ou
escolaridade do agente constitui circunstância que atenua a pena.
ATENÇÃO: essa figura nada tem a ver com delação premiada, já que inexistentes bons prêmios.
9. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
O referido arrolamento é criticado pela doutrina, porque tais previsões, na sua maioria, não
são aplicadas, ora por já constituírem elementares de outros crimes, ora por funcionarem como
causas de aumento de pena.
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
Somente agrava a pena a reincidência ambiental, ainda que não no mesmo delito.
O período depurativo (artigo 64, I, do CP), em razão da previsão do artigo 79 da LCA, é aqui
aplicado.
Se já foi valorado na primeira fase de fixação da pena, não pode incidir o mesmo critério
como agravante (bis in idem).
Os crimes ambientais quase sempre causam danos à propriedade alheia, seja pública ou
privada (bis in idem).
Não se aplica quando se tratar de fauna silvestre (artigo 29, §4º, inciso II da LCA), bem como
no artigo 34 da LCA (que é elementar).
h) em domingos ou feriados;
Mas, cuidado, não se aplica aos crimes contra flora, já que lá é causa de aumento de pena.
i) à noite;
Essa agravante também não se aplica aos crimes contra a flora – artigo 54, §4º, II da LCA.
De igual modo, não será aplicada ao crime do artigo 29, §4º, III da LCA – que é causa de
aumento de pena.
Aplica-se aos crimes contra a fauna, inclusive no crime de abuso e maus tratos de animais
(artigo 32 da LCA), que pode ser exercido com ou sem métodos cruéis.
Inaplicável aos crimes previstos nos artigos 29, caput, e §1º, 55, 63 e 64 da LCA: abuso da
licença como elementar.
Não se aplica aos crimes contra a flora (artigo 53, II, “c” da LCA) e não se aplica aos crimes
do artigo 29, caput e §1º, I a III e §2º, pois o artigo 29, §4º, I já prevê como causa de aumento de
pena a prática de tais infrações contra espécies raras ou ameaçadas de extinção.
Luís Flávio Gomes e Sílvio Maciel entendem que as agravantes dos artigos 61 e 62, ambos
do CP não podem ser aplicados na LCA por não haver previsão e tratar de analogia in malam
partem.
Guilherme de Souza Nucci, por seu turno, entende que podem ser aplicados, desde que não
haja conflito com o disposto no artigo 15 da LCA.
*CESPE: Os crimes contra a fauna praticados durante a noite, aos sábados e aos domingos
aumentam as respectivas penas - FALSO!
- Domingo, feriado e noite (agravantes de qualquer crime ambiental: art. 15, II,h, i)
- Domingo, feriado e noite (nos crimes contra a flora: art. 53, II, e)
*(FGV, Advogado do Senado) Nos crimes previstos na Lei 9.605/98, a prática do crime no domingo
é circunstância que agrava a pena, quando não constitui elementar ou qualifica o crime.
Não está abarcada nas modalidades de penas restritivas de direito, conforme previsto para
as pessoas físicas e na sistemática do Direito Penal.
RESTRITIVA DE DIREITOS
Como têm natureza de penas principais, não substituem as penas privativas de liberdade e
não comportam a marca da conversibilidade.
Com exceção do artigo 22, §3º da LCA, não há estipulação dos limites mínimos e máximos
para fixação dessas penas. Justamente por isso, boa parte dos doutrinadores enxergam-na como
uma mácula à constituição (artigo 5º, XXXIX da CF/88).
Como forma de solução, Luís Flávio Gomes e Sílvio Maciel entendem que deve ser aplicada
a pena restritiva de direitos de forma direta (não em substituição de pena de prisão) utilizando como
limite o máximo da pena privativa de liberdade cominada no tipo penal, obedecendo ao critério
trifásico do artigo 68 do CP.
MULTA
Sérgio Salomão Shecaira preconiza que dias-multa não deveria ser o critério para as
pessoas jurídicas que cometem crimes ambientais, uma vez que se corre o risco de revelar-se
LCA CP
Art. 6º. Para a imposição e gradação da Art. 60. Na fixação da pena de multa o juiz
penalidade, a autoridade competente deve atender, principalmente, à situação
observará: econômica do réu.
O prazo de dez anos do §3º é demasiadamente criticado pela doutrina, porquanto as penas
previstas na LCA raramente passam de 03 anos. Há nítida incongruência na estipulação do prazo
de dez anos.
Se o legislador comina uma pena máxima de 03 anos para determinado delito, entendendo
esse patamar como suficiente para a prevenção e reprovação do crime, o que justificaria aplicar,
para a mesma infração, uma pena de 10 anos de restrição de direitos? Nada justificaria.
Assim, Luís Flávio Gomes e Sílvio Maciel creem que, em obediência aos princípios da
proporcionalidade (razoabilidade) e da individualização da pena, esse patamar máximo de 10 anos
deve ser desconsiderado, devendo esta pena restritiva de direitos seguir os limites máximos da
pena privativa de liberdade para a infração.
Por óbvio, essas previsões são diferentes daquelas destinadas às pessoas físicas.
Também não têm limites cominados, assim, utilizam-se como parâmetros os prescritos à
pena privativa de liberdade da infração
Os incisos I, II e IV podem ser fixados em valores a serem pagos de uma só vez, não se
falando, nessas hipóteses, em prazo de cumprimento.
LIQUIDAÇÃO FORÇADA
O Fundo Penitenciário Nacional não guarda relações com os crimes ambientais. Fiquem
atentos, isso costuma ser cobrado em concursos públicos.
Essa pena deve ser aplicada com cautela, apenas quando a PJ se entrega ao crime, apenas
e tão somente.
Não tem caráter de sanção penal ou efeito da condenação, mas consiste num instituto
relacionado ao Direito Civil e Direito Administrativo, conforme entendimento amplamente
majoritário.
Aqui, não se exige abuso de direito. Independe da doação com excesso de poderes, por
parte dos dirigentes, basta, por exemplo, o obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos.
LCA CP
Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a Art. 77 - A execução da pena privativa de
suspensão condicional da pena pode ser liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
aplicada nos casos de condenação a pena poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4
privativa de liberdade não superior a três (quatro) anos, desde que: I - o condenado
anos. não seja reincidente em crime doloso; II -
a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias
autorizem a concessão do benefício; III -
Não seja indicada ou cabível a
substituição prevista no art. 44 deste
Código.
Diferentemente da LCA, as condições do CP não têm viés ambiental e não devem ser
provadas mediante laudo.
A LCA foi silente em relação à aplicação do sursis Etário e Humanitário. Porém, pela
previsão do artigo 79 da LCA entendem-se aplicáveis as disposições do CP aos crimes Ambientais.
Art. 77 (...)
§ 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos,
poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja
maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão
Se o infrator não reparar o dano, será aplicada da transação penal, porque a lei não exigiu
a reparação do dano para haver a transação penal, mas sim a prévia composição do dano que, por
vezes, ocorre num termo de ajustamento de conduta (TAC).
Se a transação é cumprida, mas o infrator deixa de reparar o dano, o MP não pode oferecer
denúncia, conforme preconiza a Súmula Vinculante 35. Nessa hipótese, a transação foi cumprida,
o que foi descumprida foi a reparação do dano. Se a transação penal foi efetuada significa que o
sujeito aceitou, previamente, a imposição de pena restritiva de direitos e multa. Se aceitar, cumprir
*VUNESP – PC-BA – 2018: No que concerne à aplicação da Lei no 9.099/95 quanto às infrações
penais ambientais previstas na Lei no 9.605/98, é correto afirmar que nos crimes ambientais de
menor potencial ofensivo, a transação penal somente poderá ser formulada desde que tenha havido
a prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de comprovada impossibilidade
2ª corrente (Luís Flávio Gomes e Sílvio Maciel): A regra do artigo 25, §5º, não é absoluta,
e deve observar se a utilização do instrumento é reiterada em crime ambiental e se há
proporcionalidade entre o valor do proveito e do bem. “Os objetos que devem ser confiscados são
apenas aqueles usualmente utilizados na prática de delitos ambientais. Um objeto lícito, que muitas
vezes representa o sustento do agente e de sua família, não pode ser confiscado porque,
esporadicamente, foi utilizado irregularmente e caracterizou a prática de um delito ambiental. É
preciso fazer a distinção, para não haver injustiças e abusos. Motosserras utilizadas por madeireiras
clandestinas, barcos utilizados por pesqueiros ilegais devem, sem dúvida, ser confiscados; mas um
barco de um humilde pescador, que eventualmente pescou peixes além da quantidade permitida,
não tem necessidade de ser confiscado.”
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada
Tecnicamente, não é cabível HC para PJ’s. Em eventual processo deve se valer de Mandado
de Segurança.
20. INTERROGATÓRIO DA PJ
Ada Pellegrini Grinover, inicialmente, entendia que o interrogatório como meio de prova
deveria ser aplicado, por analogia ao disposto no artigo 843, §1º da CLT, ao preposto da empresa,
que tenha conhecimento do fato.
Na hipótese de o gestor também ser réu no processo que apura infração da PJ, serão
realizados dois interrogatórios: um em sua defesa e outro em nome da PJ. Não se pode cogitar um
único interrogatório, por economia processual, tendo em vista que a previsão artigo 191 do CPP:
REGRA
Se o delito atingir apenas interesse genérico e indireto daqueles entes, a competência será
da Justiça Estadual.
CASUÍSTICA
Crime cometido em áreas de patrimônio nacional (artigo 225, §4º da CF/88), a saber, a Mata
Atlântica (STF, RE 299.856, e RE 300.244), a Floresta Amazônica, a Serra do Mar e o Pantanal
Mato-Grossense, que não são considerados patrimônio da União (STJ, REsp 610.015).
Crime cometido em área particular (STJ, CC 30.260), ainda que tenham sido cortadas
árvores ameaçadas de extinção (TRF 4, AC 200672060036627).
Crimes contra a “fauna praticados em rios estaduais é da JE, ainda que com a utilização de
petrechos proibidos em normas federais” (STJ, CC 36594/RS).
Crime ocorrido em terreno de marinha, por se tratar de bem da União (STJ, AGREsp
642.957);
Quando o delito ocorrer em águas de propriedade da União (artigo 20, inciso III e VI da CF),
especificamente: a) em rio interestadual (STJ, CC 35.058); b) em lago de usina hidrelétrica formado
por rios interestaduais (STJ, CC 45.154); c) no mar territorial brasileiro (STJ, CC 33.333);
Quando presente a internacionalidade, como, p. ex: no caso dos delitos dos artigos 30, 31 e
29, inciso III, caracterizando o tráfico internacional de animais (TRF4, AC 200671150010947).
Se o agente possuir a permissão ou autorização e agir dentro dos limites concebidos, não
haverá crime (artigo 23, inciso III do CP).
Objeto material
CUIDADO!!! Os insetos também estão protegidos pela legislação penal, por serem considerados
animais. Possuem o corpo constituído por anéis ou segmentos que os dividem em três partes:
cabeça, tórax e abdome. Entre os insetos estão, p.ex., as borboletas (...), as abelhas (...), os grilos
(...) e as cigarras (...)”. (Vladimir & Gilberto Passos de Freitas)
1ª corrente (Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo Baltazar Júnior): conquanto a
lei faça referências a espécimes, no plural, a intenção do legislador foi estender como típica a morte
ou aprisionamento de um só animal.
Exemplo: animais silvestres tidos como bichos de estimação: papagaio – não ameaçado de
extinção – circunstâncias judiciais favoráveis – perdão judicial.
Atenção: o artigo 29 alcança a fauna silvestre aquática. Exemplos: matar tartarugas marinhas que
estejam na praia (artigo 29, caput); vender ou exportar seus ovos, filhotes ou cascos (artigo 29, §1º,
inciso III).
Já os atos de pesca, esses têm incidência própria, nos artigos 34, 35 e 36 da LCA.
Deve-se tomar cuidado porque, além da previsão do aumento de pena pela metade, há a
possibilidade de aumento até o triplo no caso de caça profissional, conforme prevê o §5º do artigo
29 da LCA
*FCC – Pedro, em estado de necessidade, para saciar sua fome e de sua família, composta por
esposa e cinco filhos, abateu animal da fauna amazônica. Segundo a LCA, tal fato não é
considerado crime.
*CESPE – Com relação aos crimes contra o meio ambiente, a fauna e a flora, se um indivíduo, em
estado de necessidade, abate um animal para saciar sua fome, sua conduta não será considerada
crime.
Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis em bruto,
sem a autorização da autoridade ambiental competente:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
A expressão “em bruto” significa “in natura”, isto é, sem manufatura ou transformação em
produtos.
O tráfico interno não é abrangido pelo crime do artigo 30 da LCA, mas sim pelo artigo 29,
§1º, inciso III da LCA, e será de competência da JUSTIÇA FEDERAL.
Diferenciações relevantes
• Se o agente exporta a pele ou coro de anfíbios e répteis em bruto (in natura) comete
o crime do artigo 30 da LCA.
O mero transporte desse animal dentro do país não enseja esse crime.
“Se o animal exótico não tiver predador no Brasil, poderá ter uma
disseminação exagerada. Poderá também ser um predador voraz e
exterminar espécimes aqui existentes. Por outro lado, a introdução de
animais destinados ao consumo humano, sem fiscalização e parecer das
autoridades competentes, pode comprometer seriamente a saúde da
população. Cite-se, por exemplo, o mal da vaca louca e a gripe aviária, que
acometem alguns animais exóticos.”
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres,
domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
A CF/88 prevê em seu artigo 225, §1º a incumbência do Poder Público de proteger a fauna
e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que submetam os animais a crueldade.
Verifica-se o crime nas seguintes práticas cruéis: farra do boi, rinhas de galo e vaquejadas.
1ª corrente (Victor Eduardo Rios Gonçalves, José Paulo Baltazar Júnior e Lélio Braga
Calhau): Houve revogação do artigo 64 da LCP, pois artigo 32 da LCA tratou da matéria,
posteriormente, e de maneira mais grave.
Luís Flávio Gomes e Sílvio Maciel lecionam que “no caso de animais silvestres, apenas se
aplica a causa de aumento de pena se a morte do animal for culposa (crime preterdoloso).
Se o agente pretende, com os maus tratos ou crueldade, matar o animal, haverá o delito do
artigo 29, caput, com a agravante do artigo 15, inciso II, alínea “m” (emprego de método cruel),
todos da LCA.
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio,
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada
alheia:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa
.
O crime não ocorrerá se forem destruídas plantas ornamentais de sua própria propriedade.
Miguel Reale Júnior: “Para total espanto, admite-se também a forma culposa. Assim,
tropeçar e pisar por imprudência na begônia do jardim do vizinho é crime”.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
§ 2º Se o crime:
I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana;
II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos
à saúde da população;
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do
abastecimento público de água de uma comunidade;
IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;
V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou
detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências
estabelecidas em leis ou regulamentos:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem deixar
de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, medidas de
precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível.
A primeira parte do dispositivo (“causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
resultem ou possam resultar em danos à saúde humana’) trata-se de crime formal e de perigo
abstrato.
Em consequência, se a poluição sonora não for em níveis que possa prejudicar a saúde
humana, haverá contravenção penal do artigo 42 da LCP.
Do mesmo modo, a emissão de gás, fumaça ou vapor que não resulte ou possa resultar em
danos à saúde humana, nem tampouco provoque a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora, redunda em contravenção penal: artigo 38 da LCP.
VUNESP – TJSP – 2017: o princípio da precaução objetiva regular o uso de técnicas sob as quais
não há um domínio seguro de seus efeitos.