Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Programa de Pós-graduação em Geografia

Linha de Pesquisa: Ensino de Geografia
Ateliê de Pesquisa em Geografia e Educação

● Sugestões e observações que fiz a partir do projeto do aluno Michelle Rossi

O texto a seguir será estruturado em formato de tabela e irei colocar sugestões

direcionais indicando a página que faz referência àquele comentário.

Número da página Sugestão

pg. 01 Aqui no título não seria “da Clô”?

(haha)

Brincadeiras a parte, eu gostei do título,

só sugeriria você reler uma parte do
primeiro texto da disciplina “Carta de
uma orientadora o primeiro projeto de
pesquisa”, este texto me deu muitas
luzes diferentes e uma é sobre o título, a
autora sugere que o nosso título diga o
máximo de coisas possíveis em no
máximo 13 palavras. O seu título pode
ser expandido para coisas que você já
deseja entender da “vivência” destes
estudantes.

pg. 01 No problema de pesquisa, entendo que

pode te ajudar se você narrar um pouco
mais sobre as suas percepções já
imediatas sobre o processo de relação
dos seus estudantes com o lugar e narrar
sobre as suas hipóteses mais imediatas,
descrevendo um pouco do que é o
parque Harmonia, quem são estes jovens
e por qual motivo você entende que seja
importante construir uma via de
observação destes estudantes em relação
as suas “vivência afetivas”. Vou colocar
perguntas para te ajudar.

- O que você entende como

vivências afetivas?
- Os seus estudantes produzem
estas vivências? como? de que
 maneira você conseguiu
enxergar isso?
- Existe uma relação direta entre
estudantes de uma determinada
escola e o bairro em que ela está
inserida? como você compreende
essa relação? é suficiente para
você essa percepção imediata ou
você pretende esmiuçar melhor
essa relação? de que maneira
você pretende fazer isso?

São perguntas que se você for

respondendo em formato de texto
ou de pensamentos soltos vai
ajudando a compor a parte
inicial do texto que é a sua
“venda” da sua ideia.

pg. 01 No objetivo geral e específico podemos

trabalhar também, primeiramente
pensando do objetivo geral, destaco dois
conceitos que você levanta, Afetividade
e Territorialidade, eles me parecem
centrais na sua investigação. Neste
sentido, sugiro que os objetivos
específicos orbitem ao redor desta sua
hipótese maior que é… (interpretação
minha) Existem Afetividade na relação
entre estudantes, escola e bairro e essas
relações complexas produzem noções de
territorialidades.

Na identificação da forma como os

alunos ocupam os espaços públicos do
bairro que você trás como objetivo
específico, eu adorei demais esse
objetivo, é uma grande proposta de
investigação que carrega conceitos
potentes como bairro, espaço público,
cidadania e cidade e por ai vai.

pg. 02
A tua revisão teórica está muito boa,
gostei da construção que vem fazendo
sobre a importância de perceber uma
geografia que vai além do cartesiano,
porém, senti falta da autoria do conceito
 de “cartografia afetiva”, eu adoraria
melhor sobre ela.

Me parece que a cartografia é bem

central ao seu trabalho, inclusive com
uma grande chance de ser a sua
metodologia de pesquisa.

A relação Estudante - Professor -

Ambiente escolar é bastante potente e
você evoca o conceito de memória e
experiências subjetivas, isso vai dando
pistas sobre qual a abordagem
epistemológica que você está se
referindo, seria um fenomenológica ou
mesmo um pós-crítica? Enfim, te dando
chaves para abrir portas no futuro. hehe

Deixo a sugestão de leitura sobre a

pesquisadora Marlucy Paraiso, ela
pesquisa sobre cartografias como
metodologia de pesquisa no campo da
educação, mas ela lê a cartografia bem
em uma perspectiva mais subjetiva.

deixo aqui esse brinde para você ler e se

divertir também. -
https://www.scielo.br/j/pp/a/6YjGVFn6
qZpqdGcPVtWFbWn/?format=pdf&lan
g=pt

pg. 02 e 03
Aqui eu acredito que foi um exercício
interessante que você fez, pois você se
esforça para colocar em texto a
importância do ensino de geografia, é
importante a gente ter certezas sobre
aquilo que estamos defendendo, porém,
nos faltou conceitos… olha o chato…
acredito que territorialidade é um
conceito importante, mas sobre quais
outros “chinelos” conceituais você
defende a educação geográfica? vi o
Lugar em um momento, vi o conceito
de vivências, também enxerguei o
conceito de comunidade … enfim,
provocando para a gente chegar mais
 longe.

Em um dado momento do texto você

evoca o “meio ambiente” e também é
citado a relação com o parque
Harmonia… será que ai possui uma
outra relação entre estudante e cidade,
que é a preservação e valorização destes
espaços verdes? é uma relação
interessante e complexa que não é
imediata, quando pensamos em cidades
não vem a imagem mental de um lugar
verde, deixo a dica para você olhar com
mais carinho para essa relação.

pg 04
Não entendi com nitidez a relação da
Fernandes com o resto do texto, tenho
certeza que você tem uma boa razão
para a Fernandes (2016) estar aqui, mas
precisamos afinar essa relação.

Minha querida, um grande prazer ver a evolução que você apresentou, desde
as suas primeiras dúvidas e anseios que dividiu conosco até o dado momento você
com certeza fez voos muito altos e bem assistidos pelo companheiro Bruno e pelas
professoras, vejo completo sentido e pertinência em seu tema de pesquisa e posso
perceber o esforço que você está fazendo para trazer toda essa gama de conceitos que
são da geografia para a sua pesquisa, sobre isso, só tenho como te congratular, pois é
nítida a sua eficácia em fazer esse movimento.
Sobre as partes que Bruno sugeriu, concordo plenamente com ele e sugiro que
você cole nesse moço pois a pesquisa dele dialoga fortemente com a sua pesquisa,
talvez por isso o universo tenha juntado vocês. Da minha parte, eu escolhi te dar um
aporte mais conceitual e trazer a minha experiência como pesquisador de ensino de
geografia, portanto, faço perguntas mais pontuais sobre como você enxerga tudo que
fala sobre a potencialidade da geografia no ensino.
Te desejo muitas coisas boas e que a sua pesquisa seja amplamente satisfatória
para você e para a escola em que atua e deseja desenvolver esta pesquisa, me coloco a
disposição para trocar e ajudar você a compreender qualquer questão ou comentário
que eu escrevi. Obrigado por confiar o seu projeto aos meus cuidados e espero ter
escrito algo que te sirva, caso contrário, desconsidere tudo que disse, pois ninguém
sabe mais da sua pesquisa que você mesma. Um grande abraço fraterno.