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NO 247 | Ano 21 | abril2017

Três Novas Confira detalhes


da Rebel 7i, da 77
D
e da mirrorless M6,
que acabaram

Canon 8 fotos de modelos


de ser lançadas

esquemas de luz para Especialista


ensina a usar
apenas um ou
dois flashes

Os dois brasileiros premiados


no World Press Photo 2017

Fotógrafo paulista documenta


os patrimônios de Portugal

Confira dicas para fazer


um autorretrato criativo
A criação de cenários de
INCLUI
Hollywood
para fotografia social
Quais são os tipos de cortes
possíveis para editar um filme Fotógrafa investe em ummega
estúdio no interior de São Paulo
EU SOU A DIFERENÇA

Descubra novas perspectivas e transforme cenas do dia a dia em imagens


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lançamentos, dicas sobre fotografia e vídeos, acessórios e tudo o que você
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CONTEÚDO
Ano 21 Edição 247
• •

Abril de 2017
Fotos de capa:
Brasilio Wille,
Correio
Dúvidas e comentários dos leitores 6 Lidi Lopez,
e divulgação

Grande Angular
Notícias e novidades 8
Revele-se
Fotos dos leitores em destaque 16 Portugal
à brasileira
e
lli

o
W
il
Patrimônios
i
a
s
r
mundiais pelo
B
olhar de Edu Lima

46 Eduardo Lima

Um megaestúdio para fotografia social


Fotógrafa Lidi Lopes
ousa em tempos de
crise 54

26 60
Um olhar
Ensaio sutil para a memória
da jovem Maria Isabel Oliveira

FOTOJORNALISMO
Dois brasileiros são
8 esquemas de luz simples destaques no prêmio
Soluções para fotos de modelos World Press Photo

o
a
g
l
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ç
66 Lalo de Almeida/Folha de S.Paulo

76
u
iv
D FilmMaker
Como definir os cortes na hora da edição

38 84
Lição de casa
Dicas para autorretratos criativos

Raio X
As fotos dos leitores comentadas 92
Lançamentos
Canon apresenta três câmeras de uma vez
Fique por dentro
Exposições, concursos e cursos 98
Abril 2017 •3
CARTA AO LEITOR
C
Diretores:
omemoramos 20 anos em setembro passado e queremos que essas
Aydano Roriz duas décadas de publicação mensal ininterruptas possam ser-celebra
Luiz Siqueira
Tânia Roriz
das com você, leitor, razão da existência de revistas segmentadas - e es
pecializadas como a que fazemos – com muito carinho, ética,- transpi
ração e inspiração. Mesmo em meio à crise econômica geral do Brasil
Editor e Diretor Responsável:
Aydano Roriz e aos problemas que atingem os mercados editoriale de fotograa como um
Diretor Executivo:
Luiz Siqueira
Diretor Editorial e Jornalista Responsável: todo, não podemos car apenas nos lamentando.
Roberto Araújo – MTb.10.766araujo@europanet.com.br
– Por isso, prepare-se. Uma das ideias que estão sendo trabalhadas - é poder
mos ficar mais próximos do nosso leitor mais fiel em um evento que batizamos
REDAÇÃO de Vivência com Fotografe . O projeto prevê palestras em dois dias (datas- a se
Diretor de Redação:Sérgio Brancobranco@europanet.com.br
( ) rem definidas em breve), em São Paulo (SP). Delas participarão alguns - fotógra
Editor-contribuinte:
Mário Fittipaldi fos brasileiros de renome, de várias especialidades. A equipe de redação fará a
Repórteres:Livia Capeli e Brenda Zacharias (estagiária)
Editora de arte:
Izabel Donaire coordenação do evento e estará disponível para um “olho no olho”- com os lei
Revisão de texto:Denise Camargo tores participantes, que poderão aprender com os palestrantes e tirar dúvidas.
Colaborador especial:Diego Meneghetti
Colaboraram nesta edição: Guilherme Mota e Laurent Guerinaud Acho muito positivo e graticante o contato que tenho com leitores - da re
PUBLICIDADE(publicidade@europanet.com.br )
vista geralmente em programações como o Festival Paraty em Foco-ou o Fes
Diretor Comercial:
Mauricio Dias (11) 3038-5093 tival de Fotograa de Tiradentes. Mas nunca há tempo suciente para - conver

São Paulo sarmos mais, trocarmos ideias sobre a revista e ouvir críticas e sugestões. Por
Equipe de Publicidade:
Angela Taddeo, Alessandro Donadio, isso, a iniciativa de criarmos nosso próprio evento tem como um dos objetivos
Elisangela Xavier
, Ligia Caetano, Renato Perón
e RobertaBarricelli
essa oportunidade de leitores e redação poderem se encontrar e conversar.
Tráfego:Adriano Severo Nomes como Marcio Scavone, Jonne Roriz, Luiz Garrido, Newton Medei -

Outras Regiões ros, Marcos Hermes e Brasílio Wille estão entre os que pretendemos- convi
Bahia e Sergipe:
Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 dar. A sugestão éque eles não selimitem apenas a palestras convencionais,
Brasília:New Business – (61) 3326-0205
Paraná:GRP Mídia – (41) 3023-8238 mas que possam fazer performances fotográcas ligadas às suas especiali -
Rio Grande do Sul:
Semente Associados – (51) 8146-1010 dades, de forma que o leitor os veja em ação e possa ententer a técnica - usa
Santa Catarina:
MC Representações – (48) 9983-2515
Outros estados:
Mauricio Dias – (11) 3038-5093 da por eles. Um desao, claro, para a organização e os palestrantes, mas
Publicidade – EUA e Canadá:
Global Media, +1 (650) 306-0880 uma novidade em iniciativas do gênero no Brasil.
CIRCULAÇÃO E LIVRARIAS Para melhor organizarmos essa primeira Vivência com Fotografe, o even-
Equipe:Henrique Guerche, Paula Hanne e Luís Aleff to deverá ser apenas para assinantes. Alguns leitores
ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR éis que compram a revista nas bancas vão -recla
Gerente:Fabiana Lopesfabiana@europanet.com.br
( ) mar, eu sei. Mas só via assinantes é que poderemos
Coordenadora:Tamar Biffitamar@europanet.com.br
( )
ter o controle do número de participantes para- reser
Equipe:Carla Dias, Josi Montanari, Camila Brogio, Regiane Rocha, varmos o auditório adequado, já que a ideia é que as
Gabriela Silva, Bruna Fernandes, Bia Moreira
Alef
e Lira
palestras sejam gratuitas. Isso mesmo, na faixa para
EUROPA DIGITAL quem for assinante de
Fotografe. Portanto, que liga
-
Gerente:Marco Clivatimarco.clivati@europanet.com.br
( )
Equipe:Anderson Cleiton, Anderson Ribeiro e Karine Ferreira do. Em breve, daremos mais informações.
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PRODUÇÃO E EVENTOS e
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Gerente:Aida Lima aida@europanet.com.br
( ) e
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Sérgio Branco
Equipe:Beth Macedo (produção) e Denise Sodré (propaganda) E
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Diretor de Redação
LOGÍSTICA u
J branco@europanet.com.br
Coordenação:Liliam Lemosliliam@europanet.com.br
( )
Equipe:Paulo Lobato
ADMINISTRAÇÃO
Gerente:Renata Kurosaki
Equipe:Paula Orlandini, Vinícius Serpa e William Costa
SE FOR O CASO, RECLAME.
DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL
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Tânia Roriz e Elisangela Harumi
Correspondência Atendimento: 0800-8888-508e
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Telefone:0800-8888-508 (ligação gratuita) e CEP 05510-900 – São Paulo – SP Das 8h às 20h
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(ISSN 1413-7232). A Editora Europa não se responsabiliza pelo
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4 • Fotografe Melhor n
o
247
CORREIO
dúvidas e comentários dos leitores

DICAS DE ESTÚDIO EM CASA -


modelo), uma ideia na cabeça e tempo dispo
Fotogra- nível pode-se fotografarem qualquer lugardo
Mais uma vez gostaria de elogiar
fe. A edição 246, de março, está excelente,-tra mundo. Até mesmo dentro de casa é possível
zendo novidades praticamente em todas asfotografar muita coisa. Fotografia também se
seções. Gostei muito dos trabalhos de Wanderfaz nas ruas, nos estúdios, nos parques, nas
Rocha e de Pol Kurucz. As dicas para a mon - festas, nos campos, nas cachoeiras, nas -gru
tagem de estúdio na casa do cliente é uma- óti tas, no mar, nas ilhas, nos vulcões, no ar,- en
ma ideia, bem como as sugestões e os respec- fim, a Fotografia é generosa demais. Basta se
tivos valores dos equipamentos fotográficos,apaixonar perdidamente por ela. É muito bom
que vão do básico ao avançado. Recentemen - saber por meio
soas estão deFotografe
fotografando, que muitas
criando, pes- e
inventando
te cheguei a uma feliz conclusão: a Fotografia
(com “f” maiúsculo) é uma arte muito genero- se renovando na Fotografia.
sa, já que com uma câmera na mão (qualquer Alberto Ramos, via e-mail

POL KURUCZ
Vocês não imaginam como a reporta -
gem com o fotógrafo Pol Kurucz, na- edi
ção 246, me inspirou. Não apenas- pe
las fotos, que achei fantásticas, mas- pe
la história dele. Também resolvi apostar
na fotografia há quase um ano, num-mo
mento muito ruim no mercado. Mas- es
tou conseguindo me virar e, como Pol,
aprendi quase tudo sozinho, lendo Foto-
grafe e livros de fotografia que vocês- edi
tam. Ao que
Branco, ler fala
o editorial dohistórias
de outras editor Sérgio
-de vi
radas na vida pela fotografia, fiquei ainda
mais animado. Escolhi ser fotógrafo- de
pois de anos sofrendo como advogado.
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Quem sabe, um dia, terei um espaço- co
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mo o dado ao ótimo Pol Kurucz.
o
P Gilberto Lima,
Uma das produções ousadas do fotógrafo franco-húngaro que vive no Rio via e-mail

6 • Fotografe Melhor on247


na edição 246. Tenho um Phanton dado será para ajudar a manter -crian
mais antigo, comprado de segunda ças carentes no Nordeste. Se a crise
mão, que já me rendeu altas fotos e está brava no Sudeste do Brasil,- ima
filmagens. Meu sonho de consumo gine no Norte e Nordeste? Por isso, a
agora é o Phantom 4 Pro, que vocês quem estiver interessado em ajudar,
mostraram na reportagem. O pro - estou vendendo uma Nikon mode -
blema é que ele chega muito caro lo Coolpix P520, na embalagem -srci
- nal, por R$ 1.400. E outra Nikon- mo
no Brasil, cerca de R$ 9 mil, quan
do lá fora é vendido por US$ 1.450 delo Coolpix P600, também na emba-
o
Gustavo Santos, via e-mail lagem srcinal, por R$ 2.100. As duas
d
a
n estão impecáveis. Meu telefone para
y
e
P
o VENDA DE CÂMERAS contato: (11) 98774-4440.
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c
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e
Gostaria de vender duas câmeras Cristina Carvalho,
H
-
fotográficas Nikon. O dinheiro arreca via e-mail
REVISTA NÚMERO 1
Chega um momento na vida que
é melhor aplicarmos o desapego Desafio Fotografe
para limpar a área e deixar espaço.
oi realizada, entre os dias 24 de
Ilha, faz esse movimento há cerca
Acreditamos que não devemos nos
-
apegar a vida inteira a tudo. Come F fevereiro e 9 de março de 2017,de três anos. Então, ele confirmou
çamos com coisas que adornam a mais uma etapa do Desafio Foto- se Lemos estava fazendo o movi -
-
nossa casa, nossa cristaleira, nos grafecom o tema “Carnaval”.-A fomento na primeira cabine (sem - fo
sos armários... Não é apagaro tem- leitor Ricardo- Al tografar) para focar somente- ne
to escolhida é a do
po, é deixar espaço para coisas -no meida, do Rio de Janeiro (RJ). Ela le na segunda e pegar o momento
vas. Foi assim com a revistaFoto- teve 514 curtidas e 77 comparti - exato. “Foi um momento de -extre
grafe: decidimos doar para nossos - ma felicidade”, admite.
lhamentos, totalizando 591 intera
alunos edições antigas. Só que nos ções. A descrição que ele fez -da fo O equipamento usado foi uma
deparamos com uma quantidade to foi “Uma fração de segundo, - anNikonD4 comlente zoo m Nikkor
imensa e encontramos a número tes de
rem os pés do mestre-sala -tocade
o chão”. 70-200 mm f/2.8.
f/4, 1/500s e ISOOs1.600.
ajustes foram
- con
Para
1, ano 1,de setembrode 1996. Im-
possível se desfazer dela, é a nossa Ricardo é profissional há 14gelar o momento, Ricardo Almeida
vida. Ela antecedeu o nosso curso anos e há 12 anos cobre o Carnaval usou modo sequencial, tendo feito
de fotografia, que, na época, era um na Marquês de Sapucaí, sendo que seis disparos.
sonho. Agora, são 14 anos dedica - sete deles como fotógrafo- ofi
dos à área fotográfica em um curso cial das revistas da Liesa, a Liga
na cidade do Rio de Janeiro muito Independente das Escolas de
conceituado, e sempre tivemos as Samba. O dia que fez a foto,- co
dicas e as matérias da revista nos -
mo todos na Sapucaí, foi frené
orientando e guiando. Depois vie - tico, conta ele. “Não é pra -qual
ram outras revistas da área eFoa- quer um, acreditem. Para -foto
tografesobreviveu ao tempo. Deci - -
grafar os casais de mestre-sa
dimos dividir com vocês esse tro - la e porta-bandeira, temos, em
féu, que ficará guardado para sem- média, um minuto e meio, que
pre e do qual não iremos nos desa- é o tempo de apresentação- de
pegar, pois foi uma mola propulso- les em cada cabine de jurados.
ra para o nosso sucesso. Sentimo- Tudo é muito rápido”, explica.
Ricardo tem por costume
-nos
da honrados
edição emum
número ser detentores
Fotografe
da . estudar os movimentos dos
Malu Ravagnani e casais, e o mestre-sala da - fo
Helcio Peynado, via e-mail to, Phelipe Lemos, da União da
a
DRONES Com samba no pé: leitor
id
e
lm
Como fotógrafo e filmmaker, fotografou mestre-sala da o
A
d
gostei muito da matéria com os escola União da Ilha, no Rio r
a
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três novos drones da DJI, que saiu R

Abril 2017 •7
GRANDE ANGULAR
notícias e novidades

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A fusão entre homem e natureza é uma das temáticas de Kusterle e será mostrada no Brasil pela primeira vez

Roberto Kusterle, primeira atração internacional


do Paraty em Foco 2017
Festival Internacional de Fotografia Para-

O ty em Foco, programado para ocorrer de


13 a 17 de setembro de 2017, anunciou o
tema da edição 2017: “Fotografia: Documento e
Ficção”. E o primeiro convidado internacional a
confirmar presença é o italiano Roberto Kusterle,
com uma abordagem que o coloca no polo da fic-
ção. Ele usa a fotografia para criar um novo uni-
verso visual, no qual homem e natureza apare-
cem em permanente processo de fusão.
Kusterle nasceu em Gorizia, onde ainda hoje
mora e trabalha. A cidade está si
tuada no extre-
mo nordeste da Itália e faz fronteira com a Es-
lovênia. O fotógrafo de 69 anos diz que explo-
ra um caráter autobiográfico de seu trabalho.
“A
observação da natureza me ajuda a determinar
a relação constante de diálogo e de investigação
entre os vários elementos, plantas, minerais,
animais e o corpo humano. A infância passada
entre os avós, o trabalho no campo e o conta-
to próximo com os animais certamente tiveram
um impacto sobre as temáticas representadas
em minhas imagens”, explica.
Kusterle começou a produzir na década de

8 • Fotografe Melhor on247


Ao lado, uma das fotos
do ensaio que Damm fez
sobre prostitutas na Bahia,
em 1966, para o livro
Mulher Dama , em parceria
com Jorge Amado

Aberta a convocatória
m
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de portfólios do Paraty
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emConvocatória Portfólio
Foco é uma das
principais atividades do festival
1970 e sua primeira grande realização rante o festival, incluindo uma parte de fotografia realizado na
em fotografia foi o ciclo Ritos do Corpo, prática realizada onde ocorrem as ati- cidade histórica fluminense.
A chamada foi aberta no dia
em que cria metamorfoses e seres híbri- vidades do Bloco da Lama, tradicional 15 de março e vai até 31 de
dos, rememorando e reencenando tradi- evento do carnaval de Paraty. Kuster- julho de 2017. Fotógrafos que
ções ritualísticas ancestrais. Os corpos le ficou fascinado pelas imagens que queiram se inscrever poderão
são recobertos de argila e ganham próte-viu e pela inevitável conexão com seu participar das categorias
ses emprestadas de outros animais. processo criativo. Ensaio e Foto Única com
Entre 2004 e 2006, o fotógrafo italia- temática livre.
no produziu o ciclo Anakronos, saindo do HOMENAGEM A categoria Ensaio é
ambiente do estúdio em direção à natu- O homenageado do ano é o vete- voltada a conjuntos coesos
reza para criar paisagens surreais. Na rano Flávio Damm, 89 anos, que fez compostos de 6 a 10
mesma época, passou a trabalhar com parte da equipe da lendária revista O fotografias. A categoria Foto
vídeo, em parceria com Ferruccio Goia,Cruzeiro, na década de 1950, e tem Única avalia a capacidade
transpondo suas pesquisas para o cam- uma impressionante trajetória de de conceber uma imagem
po da imagem em movimento. quase 70 anos na fotografia. Inspirado sintética e expressiva, sendo
É a primeira vez que ele vemao Brasil no instante decisivo do francês Hen- permitidas até quatro imagens
e diz que pretende dar um workshop du- ri Cartier-Bresson, Damm captou ce- enviadas em cada inscrição.
nas de enorme naturalida- Os publicados
serão trabalhos selecionados
na página
de, sempre atento ao movi- da Convocatória do Paraty em
mento do mundo. Foco e na internet à medida
Também está confir- que forem avaliados. Após o
mada a presença do pro- encerramento das inscrições,
fessor e pesquisador Boris a comissão julgadora se
Kossoy por sua contribui- reunirá para escolher os
ção como historiador para ganhadores a partir dos
a reflexão sobre as realida- trabalhos selecionados
des e ficções na trama fo- previamente.
tográfica. Ele irá comparti- Os 10 primeiros colocados
lhar com o público sua fa- das categorias Ensaio e Foto
ceta de fotógrafo. Única farão parte de uma
Kossoy é o responsável exposição de destaque na
pela comprovação de que programação do festival.
o francês Hércules Floren- Serão apontados primeiro,
ce criou um processo foto- segundo e terceiro colocados
gráfico em Campinas (SP), em cada categoria. Como
em 1833, praticamente qua- prêmio, os seis vencedores
se na mesma época que seu serão convidados a participar
compatriota Joseph Niépce, do festival
todas em Paraty
as despesas de com
estada
mas que ficou desconhecido e alimentação cobertas pela
durante 140 anos. organização do evento.
O regulamento, a
página de inscrição e outras
Cena de rua captada informações estão no site
na Alemanha por Boris do Paraty em Foco:
Kossoy, que estará no www.pefparatyemfoco.com.br .
Paraty em Foco 2017
Boris Kossoy

Abril 2017 • 9
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GRANDE ANGULAR
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Brasileiros são finalistas no


concurso mundial da Sony
E ntre cerca de 227 mil imagens,- eno mineiro Caio Vita,
viadas por fotógrafos de 183 países,em Fotografia Stre
quatro brasileiros estão entre os finalis
-
-
et; o goiano Franklin
tas do 10O Sony World Photography Awar
- Neto, em Arquitetu -
ds, um dos mais populares concursos - fora; e o carioca Gil Jos
-
tográficos do mundo. Na competição-pa quin, em Manipula -

ra Profissionais, em queJoão
são avaliadas- so ção. Os ganhadores
mente séries, o carioca San
icou
f en - da competição Aber -
tre os dezmelhores colocad os na catego- ta seriam anuncia -
ria Conceitual, em um trabalho que brin- dos no dia 28 de mar
-
ca com os elementos do jogo pedra, papelço, após o fechamen -
e tesoura (joquempô). to desta edição, enquanto os da ProfissionalUma das imagens
Os outros três selecionados concorrem ficaram para o dia 20 de abril de 2017. -Confi que compõem
as - ra os demais trabalhos finalistas no site
na competição Aberta, que julgamelho - ofi o trabalho do
res imagens únicas feitas por aficionados: cial do concurso:
www.worldphoto.org . carioca João San

FRANCÊS VENCE CONC


URSO
DE IMAGENS SUBAQUÁTICAS
E m um passeio pela belíssi-inscrições de fotógrafos espe-
ma Ilha Mayotte, no Oceano
cializados em fotografia suba-
Índico, próxima à costa de Mo-
quática. Barathieu informa que
çambique, o francês Gabriel Ba-
usou uma lente grande angular
t
t
rathieu aproveitou a inspiração
de14 mm para se aproximar do
e
n
Nadador sênior do ecenário para sacar adas
câme-
molusco com tentáculoseeadar
im-a
r
registrado por u
B ra registrar algumas be-
sensação de grandeza
David Burnett id
v
a
las espécies da região. Uma de-
pressão de mais profundidade
D
las, de um polvo, garantiu a ele
da água, que no dia não chegava
o primeiro lugar do Underwatera 30 cm. Veja toda a galeria de
David Burnett recebe Photographer of the Year. A pre-
imagens ganhadoras em www.
prêmio de US$ 30 mil miação inglesa recebeu, na suaunderwaterphotographerof
terceira edição, cerca de 4.500
theyear.com.
A proposta de registrar atletas sêniores e discu-
u
tir as relações entre o envelhecimento e a ati- ie
h
t
vidade esportiva, além da carreira de quase 50 anos, a
r
a
levou o fotojornalista americano David Burnett a ga- B
l
ei
nhar a bolada de US$ 30 mil do Prêmio Greenfield r
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a
G
de 2017. O fotógrafo tem passagens pelas revistas
Life , Time e People , além de uma vasta experiência
com a cobertura dos Jogos Olímpicos, acompanhan-
do a competição desde 1984, e da política dos EUA.
O prêmio é oferecido desde 2009 pela Funda-
ção Greenfield, que financia projetos ligados à quali-
dade de vida e cultura, e a Hermitage Artist Retreat,
instituição sem fins lucrativos que promove residên-
cias artísticas na Flórida (EUA). A cerimônia de pre-
miação está prevista para 22 de abril de 2017, em
Sarasota (EUA). Enquanto isso, o trabalho de Burnett
com fotografia de esportes pode ser visto no Brasil
em uma exposição aberta na Leica Gallery, em São
Paulo (SP), que vai até 18 de abril de 2017. Mais
informações: http://migre.me/wdcFD.
A imagem do polvo feita com uma grande angular de 14 mm

10 • Fotografe Melhor on247


GRANDE ANGULAR

Abertas inscrições para


bolsa W. Eugene Smith z
ic
coertura e retos humanos é -ne iiwek
A cessra como nstrumento e -e elni
núnca ou e vecuao e oas ncat - M
a
vas. Teno em vsta o traaho essencastyn
os fotojornastas, a Funao W. Euge - u
J
ne Smth, craa em 1978 com a morte o
fotógrafo amercano, est com nscrões var um portfóo e, no mxmo, 40 -ma Uma das
aertas para o prêmo anua. O prêmo e gens e uma reve ografa aém e qua imagens do
US$ 35 m é ao somente a um fotógra - é a proposta e seu traaho. O concur - documentário
fo, cujo traaho é ecao à ocumenta - so ana aceta nscrões para a osa- Ho da polonesa
o humana. No ano passao, a venceo - war Chapnck e US$ 5 m, como susío Mielnikiewicz,
ewcz, que e estuos e eucaores ou pesqusao
ra fo a poonesa Justyna Menk - que trata da
-
fotografa a reaae as ferentes cutu res o ensno superor. As nscrões -poe pluralidade
ras que formavam a antga Uno Sovétca.ro ser fetas até 31 e mao e 2017 no ste cultural na
antiga URSS
Para partcpar, o fotógrafo eve- en www.smithfund.org/eugene-smith-grant .

REVISTA NATUREZA LANÇAE mcrioucomemoração ao seu 30aniversário, Revista


a Natureza
o concurso Fotografe a Natureza, aberto tanto a fotó-
o

CONCURSO FOTOGRÁFICO grafos amadores quanto profissionais. O tema é “A mais bela fo-
to de flor” e, para participar, basta enviar até três fotos de flores.
Ao todo, serão 30 premiados, sendo que o primeiro lugar ganha
uma viagem de sete dias a um resort cinco estrelas na Ilha de Co-
mandatuba (BA), uma coleçãoOrquídeas da Natureza – Rubi
, com
dez volumes, um livro
Um jardim para Teresa, de Roberto Araújo,
e um ano de assinatura Revista
da Naturezaou de qualquer outra
revista da Editora Europa. O prazo para o envio das fotos termina
no dia 15 de maio de 2017, e o resultado do concurso será divul-
gado na edição 354 (julho) da revista. Para se inscrever, acesse o
n sitewww.revistanatureza.com.br/concurso .
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R “A mais bela flor” é o tema
o
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do concurso da revista,
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V que completou 30 anos

COMPETiçãO dE FOTOS PUbliCiTáRiAS dESTACA bRASilEiROS


Hausser. Ee é fotógrafo h -cer ers
U ma seeo as mehores
-
magens fetas peo mer
-
cao puctro: esta é a pre
ca e 20 anos, teno traaha - uas
o com as maores agêncas -pu uHs
mssa o concurso One Eye - - rac
ctras o País, como as pau
an. Funcona mas ou me - stas dM9ddb e Pucs bra - M
-
nos como um jogo: os fotógra s. As magens envaas fcaram
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mínmo, uas fotos. Caa ma - -
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gem recee uma cassfcao -
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nenhum, nas categoras que-fo Etora e Guerras e Conftos.
ram caastraas, e para con - Em seguno ugar gera, fcou
correr ao prêmo prncpa o-fo o ranês Vncent dxon e, em
tógrafo eve conqustar, no -mí tercero, o pernamucano Jack -
nmo, 22 pontos. son Carvaho. Toas as magens
Com 58 pontos, o Fotógrafo seeconaas no concurso -es
-
o Ano, na qunta eo o con to sponíves na pgna ofca: Marcus Hausser foi eleito o Fotógrafo do Ano no
curso, fo o paustano Marcus www.oneeyland.com . concurso One Eyeland com trabalho publicitário

12 • Fotografe Mehor on247


GRANDE ANGULAR

Concurso Syngenta
premia brasileira com o terceiro lugar
D iscutir os limites do consumo ex
cessivo e suas implicações no
meio ambiente e em gerações futu
-

-
Uma das imagens
da série premiada
de Yan Wan Preston
ras estava inserida no tema Cultivar-
-Conservar da terceira edição do Syn - árvores em cidades, ex-
genta Photography Award. A carioca plorando a relação en -
Claudia Jaguaribe conquistou o lu0
3 - tre a urbanização chine
-
gar entre os Profissionais com a-sé sa e a destruição de flo - Yan Wan Preston
rie Biblioteca. O trabalho alerta para restas locais. Além do prêmio de US$ a mineração, paraempresas maiores.
a necessidade de preservar as flores - 15 mil em dinheiro, ela receberá mais O concurso é aberto a fotógrafos - pro
tas brasileiras como ambientes aindaUS$ 25 mil para custear o restante da fissionais ou amadores que já concluíram
inexplorados, mas muito valiosos-pa série. Em segundo lugar, ficou o ame- as suas séries, e o ganhador dessa - cate
ra a biodiversidade e sustentabilidade.ricano Lucas Foglia, que documentou goria foi o irlandês Kenneth O’Halloran,
O ensaio vencedor foi o dafotógra- as zonas rurais dos Estados Unidos e que documentou a produç ão de arroz no
fa britânico-chinesa Yan Wang Pres - a migração forçada dos habitantes por Togo. Confira os trabalhos premiados
ton, que acompanhou o replantio de perderem a principal fonte de renda, em www.syngentaphoto.com .

FAVELAGRAFIAESTAMPA
COLEÇÃO DE CAMISETAS
O Favelagrafia teve início ema beleza das favelas, inclusive
janeiro de 2016, quando
moradores de nove favelas ca-
para pessoas de maior poder
aquisitivo: “Não é porque so-
riocas foram selecionados pa-mos da favela que nosso traba-
ra clicar cenas de seu cotidiano,
lho precisa estar restrito a um
publicadas no Instagram (@fa-preço barato. O Favelagrafia
o
velagrafia), que hoje conta comnasceu com o objetivo de que-
ã
ç
a cerca de 24 mil seguidores.brar estereótipos”, conta. Ca-
g
l
u
v
i
Agora, os fotógrafos estampamda camiseta é vendida por R$
D
também a própria coleção de129, e parte daarrecadação se-
camisetas, lançada em conjun-rá revertida para os fotógrafos.
Museu da Fotograia to com a grife carioca Reserva.Todas as estampas podem ser
Segundo Camilo Coelho, daencontradas em unidades físi-
é inaugurado em Fortaleza agência publicitária NBS, idea-cas da loja da marca ou podem
Fortaleza (CE) acaba de inaugurar um novo centro lizadora do Favelagrafia, a pro-ser compradas on-lineno site
posta da coleção foi mostrarwww.usereserva.com .
cultural, o Museu da Fotografia Fortaleza (MFF),
que abriu as portas no dia 11 demarço de 2017, ofere- o
ã
ç
cendo ao público uma exposição de cerca de 400 ima- a
g
l
u
gens, dispostas no prédio de 2.500m2. A iniciativa par- v
i
D

tiu dos colecionadores Paula e Silvio Frota.


O museu está dividido em cinco grandes temas:
Um imaginário de cidades, que mostra Fortaleza em
registros históricos e documentos topográficos; So-
bre crianças, que retratam crianças ou que remetem ao
imaginário infantil; Jogos de olhares, que explora a pro-
dução moderna e contemporânea da fotografia; O Nor-
te e o Nordeste, com imagens da documentação das
duas regiões brasileiras; e É tudo verdade, sala dedica-
da ao fotógrafo cearense Chico Albuquerque. A cura-
doria é do historiador de arte Ivo Mesquita. O museu
fica na Rua Frederico Borges, 545, em Varjota. Para
mais informações: (85) 3017-3661.
Uma das camisetas com imagens do grupo Favelagrafia

14 • Fotografe Melhor on247


Novo Compact LED45

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de forma ainda mais f cil!
REVELE SE
fotos dos leitores em destaque

:: Autor: Lívio Campos


:: Cidade: Niterói (RJ)
::
:: Objetiva: Canon
Câmera: Sigma EOS 7D mm
70-200
:: Exposição: f/8, 1/500s e ISO 1.600

REVOADA AO REDOR DA LUA


Quando chega o verão em Macaé, - ci na. Ao lançar mão do zoom e de alta -velo
dade do litoral norte fluminense, a lua cidade do obturador, Lívio conseguiu -captu
cheia ilumina o céu e parece balizar a- alerar o satélite com boa definição e tamanho,
gre algazarra dos tesourões, aves -mari criando com as aves uma imagem equili-
nhas também conhecidas como fragatas. O brada e de rara beleza gráfica. Na hora do
fotógrafo Lívio Campos, deNiterói (RJ), não clique, a fragata exatamente sobre a lua
desperdiçou o momento e registrou- a ce deu o charme extra à foto.

16 • Fotografe Melhor on247


:: Autor: Luiz Beto Farias
:: Cidade: Piracicaba (SP)
:: Câmera: Canon EOS 6D
:: Objetiva: Canon 70-200 mm

:: Exposição: f/5.6, 1/4000s e ISO 100

GOTAS DE OURO SOBRE A CIDADE


Quando abriu suas janelas ao ama- ridos contrastando com o céu azul já são
nhecer em Piracicaba (SP), o fo - um belo espetáculo, mas Luiz conseguiu
tógrafo Luiz Beto Farias teve uma sur- capturá-los ainda com a luz do nascer do
presa: estava acontecendo a 29edição
a
-
sol. A contraluz deu contornos alaranja
do Campeonato Brasileiro de Balonis - dos ao skyline da cidade e transformou
mo, realizada entre 9 e 14 de setembro os artefatos voadores em singelas gotas
-
de 2016. Por si só, os balões multicolo de ouro no céu da cidade.

Abril 2017 •17


REVELE SE

:: Autor: Leoncio Junio Alves


:: Cidade: Arcos (MG)
:: Canon EOS 60D
:: Câmera:
Objetiva: Canon 50 mm
:: Exposição: f/2.2, 8s e ISO 100

LUZ E MOVIMENTO
Quando a noite cai na pequena-ci fazer experiências com imagens captura -
dade de Arcos, na Zona do Alto São das em longa exposição. Na foto acima,
Francisco, região centro-oeste do Esta- durante os 8 segundos em que o obtura -
do de Minas, o que o fotógrafo Leoncio- Al dor foi mantido aberto, um ciclista preen
-
ves mais gosta de fazer é observar a vidacheu de movimento a cena de luz âmbar
passar do terraço da sua casa. Aprovei- e tons ambíguos, resultando em uma-ce
tando o ambiente de pouca luz, resolveuna dinâmica e abstrata.

o
18 • Fotografe Melhor n 247
:: Autor: César Bahia Duarte
:: Cidade: Pedro Leopoldo (MG)
:: Câmera: Canon EOS 70D
:: Objetiva: Canon 70-200 mm

:: Exposição: f/7.1, 1/200s e ISO 400

UM JEITINHO MINEIRO
- do pôr do sol, com um peão e seu cava
A Serra do Cipó (MG), área protegi -
da por Parque Nacional a cerca de lo trotando calmamente em estrada de
apenas 100 Km a norte de Belo Horizon- chão. Filtrada pela poeira levantada pelo
te, é um local de rara beleza natural. Emtrote do animal, a intensa contraluz deu
uma visita à região, o fotógrafo mineirocontornos dourados à cena tipicamente
César Bahia Duarte contou com um pou - mineira, esmaecendo-se no fundo e dan -
co de sorte ao topar, justamente na horado contornos bem definidos ao cavaleiro.

Abril 2017 •19


REVELE SE

:: Autor: Priscila Durão Ferraz


:: Cidade: Londrina (PR)
:: Canon EOS Rebel T3i
:: Câmera:
Objetiva: Canon 18-135 mm
:: Exposição: f/6.3, 1/320s e ISO 100

PRINCESA DO MAR
Enquanto relaxava com a família na que decorava o bangalô do lugar onde-es
belíssima praia de Porto de Gali- tavam. Quando a garota se “enrolou” na
nhas, no município de Ipojuca (PE), a- fo cortina, Priscila foi rápida: sacou a câme
-
tógrafa paranaense Priscila Durão Fer - ra e clicou a filha. Entre as imagens, esta
raz estava sempre atenta às peripéciasacima conseguiu capturar, em uma com -
da filha Beatriz, de 3 anos, que brincava,posição perfeita, um olhar enigmático e
encantada, com uma cortina de conchasintrigante por entre as conchas.

20 • Fotografe Melhor on247


BRINCADEIRA DE CRIANÇA
Talvez não haja local onde as Para conseguir a cena, Fugimoto :: Autor: Roberto M. Fugimoto
crianças demonstrem mais- na ficou de prontidão, observando a- mo:: Cidade: São Paulo (SP)
turalidade do que em uma piscina de vimentação do garoto pelo visor- óti:: Câmera: Nikon D90
bolinhas. E foi justamente essa - co de sua câmera.cionou
espon A - :: Objetiva: Sigma 17-70 mm
odispara
taneidade que o fotógrafo Roberto M.dor no momento em que a composi- :: Exposição: f/8, 1/60s e ISO 200
ção lhe agradou. O colorido das- boli
Fugimoto, de São Paulo (SP), capturou
quando clicou o filho de seu primo em
nhas dá um charme extra à expressão
meio àsesferasmulticoloridas. curiosa do menino.

Mande fotos e ganhe uma bolsa para equipamento fotográfico


Os autores das fotos selecionadas Paulo (SP), CEP: 05510-900, ou para o
para publicação na revista receberão uma e-mail fotografe@europanet.com.br .
bolsa modelo Fancier, da Greika, para Especifique no e-mail: nome, endereço,
equipamento fotográfico. Para participar telefone, ficha da foto (equipamento,
do “Revele-se”, envie até três fotos, no dados técnicos...) e um breve relato
máximo, em arquivo digital (formato (local, data...). Os arquivos devem ter, no
JPEG), para: Redação de Fotografe mínimo, 13 x 18 cm com resolução de 200
Melhor, Rua MMDC, 121 – Butantã – São a 300 ppi. Evite arquivos muito pesados.
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EF 35mm
f/2 IS USM

Conheça os recursos desta grande-angular de abertura f/2, que oferece

qualidade de imagem, sistema de foco veloz e estabilização de imagem.


esmo com o desenvolvi- te passou por uma completa re- para melhorar a nitidez e reduzir

M mento das lentes zoom,


a EF 35mm f/2 tem se
mantido bastante popular no
engenharia para fazer frente aos
avanços tecnólogicos das novas
câmeras digitais da Canon. Assim,
distorções das imagens. O con-
ceituado sistema de estabilização
de imagem da Canon foi incorpo-
segmento das lentes grande an- surgiu a EF 35mm f/2 IS USM, com rado para maior desempenho em
gulares. Recentemente, essa len- um design ótico reconfigurado, situações de baixa luminosidade,
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Paisagem urbana registrada


com câmera EOS 5D Mark III, f/ 4,
1/1.000s e ISO 100

diminuindo a probabilidade de fias e em todas as aberturas de


fotos tremidas. E, por fim, o mo- diafragma. Seu design ótico, com
derno Ultrasonic Motor (USM), foi 10 elementos divididos em 8 gru-
adicionado para tornar o autofo- pos, inclui um elemento ótico
co mais preciso e silencioso. Com asférico especial (GMo) que re-
esse upgrade, a EF 35mm f/2 IS duz sensivelmente as aberrações
USM se transformou em uma cromáticas e distorções geomé-
lente moderna e adequada tanto tricas – em especial, a curvatura
para os aprendizes de fotografia, das linhas nas extremidades do
que tem em mãos uma lente de enquadramento (efeito barril).
alta perfomrnace a um ótimo cus- Além disso, a melhoria de quali-
to-benefício, quanto para os pro- dade dos cristais a tornaram mais
fissionais que buscam qualidade resistente a incidência de flare e
de imagem e a grande luminosi- ghosting, e como consequência,
dade das lentes fixas. maior contraste de cenas capta-
A EF 35 mm f/2 IS USM registra das em contra-luz.
imagens com nitidez excepcional
do centro às bordas das fotogra- nonOgarante
avançado sistema ISde
estabilização daima-
Ca-
gem em até 4 f-stops. Tal recurso,
somado à abertura máxima de
diafragma f/2, faz dessa grande
angular uma das lentes de me-
lhor performance para uso em
situações de baixa luminosida-

A alta luminosidade e qualida-


de de imagem são os pontos
fortes da EF 35mm f/2 IS USM

Ficha Técnica

Distância Focal:35mm
Abertura máxima: f/2
Abertura mínima: f/22
Elementos: 10 elementos em 8 grupos
Diâmetro de filtro: 67mm
Distância mínima de foco:0,24m
Peso: 640g
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A abertura máxima f/2 garante fundos desfocados muito atraentes e,


graças ao diafragma de oito lâminas, com belos pontos de luzes circulares

Estabilização de Imagem de. Com o IS ativado é possível


fotografar mesmo ao crepúsculo
A grande abertura máxima f/2 aliado ao recurso de Image Stabilizer (IS) da Canon, que garante ou em ambientes internos sem a
estabilização de até 4 f-stops, permite fotografar com a câmeras nas mãos mesmo em situações críticas
de luminosidade, como nesta cena n oturna, registrada com 1/2s de velocidade, abertura f/2 e ISO 100. necesssidade de usar tripé para
conseguir imagens nítidas e per-
feitamente em foco. Para um fo-
tógrafo de mãos firmes é possível
usar até 1/4s de velocidade com
excelentes resultados.
O recurso IS também torna a
lente mais cômoda para ser uti-
lizada por quem faz vídeos sem
ComoISativado ComoISdesativado uso de tripé. Os videomakers
também usufruem do sistema de

Sistema de foco avançado

O motor USM (Ultrasonic Motor) da EF 35mm f/2 IS USM garante foco automático rápido, preciso e silencioso, eficaz mesmo com ass untos em
movimentos – e oferece a função foco manual full time, para permitir ajustes manuais no foco mesmo se a lente está ajustada para modo AF.
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foco rápido e silencioso, garanti- dos ambientes internos ilumina- ra f/2 possibilita captar a luz de
do pelo recente Ultrasonic Motor, dos com lâmpadas fluorescentes fundo, deixando a imagem com
eficaz até quando o assunto está (escritórios, restaurantes, salões efeito mais natural, além de redu-
em movimento. A função de ajus- de baile, fábricas, entre outros). zir o consumo de bateria do flash
te manual do anel de foco perma- Mesmo nesses lugares e com as- e seu tempo de reciclagem. Para
nece ativa a todo momento caso suntos em movimento, a abertura eventos sociais sem uso de tripé,
o fotógrafo queira fazer alguma f/2 permite usar, com ISOs baixos, poucas lentes oferecem tanta
alteração durante a focagem velocidades seguras de obtura- utilidade quanto a EF 35 mm f/2
(foco manual full time). dor, como 1/60 ou 1/30, quando IS USM. Para mais informações:
a garantia adicional do sistema de www.canon.com.br/lentes,
Uso prático estabilização de imagem. www.canon.com.br/lentes-l,
A fixa 35 mm é uma lente po- Com o uso do flash a abertu- www.college.canon.com.br
pular entre fotógrafos das mais
diversas especialidades, mas com Raio-X: EF 35mm f/2 IS USM
especial interesse entre os profis-
sionais de casamentos e eventos A EF 35mm f/2 IS USM passou por uma reconfiguração de seu design ótico para melhorar a qualidade
das imagens. É construída com 10 elementos dividos em 8 grupos, incluindo um cristal asférico (GMo),
sociais (festas, formaturas, pre- que reduz distorções e aberrações cromáticas.
miações, etc). Para eles, a lente é
Lente Asférica GMo
uma ótima opção para fazer fotos
de grupos de 3 a 5 pessoas ou
de uma pessoa de corpo intei-
ro inserida num cenário (como
uma paisagem, no escritório, na
rua…). Permite fazer retratos mais
próximos sem distorcer tanto o
rosto da pessoa, e, com sua dis-

tância focal em
um recorte 35mm,
muito oferecee
valorizado
recomendado por fotógrafo mais
experientes.
Quando usada com câmeras
de sensor APS-C, oferece equiva-
lência de uma 56 mm, que tem
campo de visão próximo ao de
uma objetiva padrão (em tor-
no de 46º). Isso torna a lente um
pouco limitada para imagens pa-
norâmicas em geral (internas ou
externas) mas muito mais atraen-
te para retratos e closes, tendo a
possibilidade dos belíssimos fun-
dos desfocados proporcionados
pela abertura máxima f/2.
Essa grande luminosidade ofe-
rece diversas outras vantagens. A
primeira delas é a possibilidade de Loja Oficial da Canon
fotografar em condições de pou- Confira os preços e a disponibilidade dos produtos Canon em w ww.loja.canon.com.br. Além dos
ca luz, com em um dia nublado descontos, a loja virtual oficial da marca oferece diversas vantagens, como o pagamento parcelado em
ou ao final de tarde e na maioria até 12 vezes sem juros, dois anos de garantia e entrega do produto grátis para todo o Brasil.
ESTÚDIO PRÁTICO

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B

Um softbox voltado para a garota e


um refletor com barndoor dirigido
para o fundo: Brasilio Wille ensina
como fotografar modelos em
receitas simples

26 • Fotografe Melhor on247


8 esquemas
coM
luzuMa
paraou duasModelos
clicar Fontes de
POR LIVIA CAPELI

O especialista Brasilio Wille mostra como fazer trabalhos


profissionais usando um ou dois flashes e alguns acessórios

Q
uem está começando na profis- improvisando muitas vezes modificado-
são e não tem recursos financei- res de luz econseguindo result
ados cria-
ros para investir na compra de tivos e diferenciados com inventividade.
um estúdio completo não preci- Para mostrar isso na prática, ele pre-
sa se desesperar. Mesmo fotó- parou especialmente para Fotografeoi-
grafos renomados concordam to exemplos de esquemas de iluminação

que usando
dos bons trabalhos podem
apenas uma ou, ser realiza- para
no máximo, em que utiliza imagens
produzir apenas um
queouenvolvem
dois flashes
te-
duas fontes de luz aliadas a acessórios mas como moda, beleza e sensualidade.
simples, na maioria das vezes. Acompanhe as dicas de Brasiliove- e
O especialista Brasilio Wille é um ja como extrair o máximo dos recursos
desses fotógrafos que gosta de trabalhar simples disponíveis no mercado de for-
com esquemas de iluminação simples, ma criativa e profissional.

AGRADECIMENTOS

À m i lm, F lm,


M B  d c 
à mq a Gg

ab 2017 • 27
ESTÚDIO PRÁTICO

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entre a luz e a Otextura


Uma boa maneira de inovar en- experiente Brasilio Wille é en- do de voal transparente e tem a aju-
saios para book pessoal ou edi- genhoso quando o assunto é varia- da de uma assistente para mantê-lo
toriais de moda é pensar livre das ção. A imagem acima, por exem- posicionado para trás. Além disso, o
amarras convencionais, tais como plo, mostra como um simples teci- fotógrafo usou um ventilador turbo
achar que apenas o fundo branco é do entre a modelo e a luz pode criar profissional para impulsionar ainda
certo ou a iluminação de uma foto um diferencial atraente na imagem. mais o tecido nosentido escolhido.
não pode ter sombra. A modelo é envolvida pelo teci- O esquema de iluminação foi
criado a partir de um softbox com
SOFTBOX COM COLMEIA STRIPLIGHT colmeia posicionado diante da mo-
O acessório concentrou e Usado para iluminar delo. O flash foi usado em baixa po-
direcionou a luz frontal o fundo da cena tência apenas para dar uma ilumi-
nação muito suave à cena. No lado
oposto, foi acrescentado um stripli-
ght para jogar luz sobre o fundo.
VENTILADOR
O modelo turbo
profissional
ajudou a FICHA TÉCNICA
direcionar o
tecido para trás :: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
:: Objetiva: Canon 28-200 mm

:: Exposição: abertura f/10, 1/100s

e ISO 100
:: Iluminação: softbox com colmeia
e striplight

28 • Foogf Mho o247


uM Fundo
deGradê
E feitos de fundo são fáceis de
fazer e ficam muito atraen-
tes em qualquer foto. Um sim-
ples softbox, voltado para a parte
traseira da cena, cria um degra-
dê muito agradável no resultado
final. No exemplo ao lado, o fun-
do foi feito com um tecido preto.
Para iluminar a modelo, Bra-
silio usou um softbox no alto, em
ângulo de 60 graus, em posição
frontal à modelo, conforme mos-
trado no making of. Note como a
iluminação próxima da modelo,
embora seja proveniente de um
modificador de luz suave, cria
um efeito marcante e pontual no
rosto da garota. E a produçãopode
ser complementada com um ventila-
dor turbo profissional colocado dian-
te da modelo para criar o efeito de
cabelos esvoaçantes – algo que po-
de ser controlado conforme o dese-
jo do fotógrafo.

SOFTBOX SOFTBOX
Colocado no alto, diante da modelo, Posicionado atrás da cena
para criar uma luz marcante no rosto para gerar um degradê no fundo

FICHA TÉCNICA

:: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll


:: Objetiva: Canon 28-200 mm
:: Exposição: abertura f/11, 1/100s

e ISO 100
:: Iluminação: dois softboxes

abil 2017 •29


ESTÚDIO PRÁTICO

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SOMBRINHA SOFT DIFUSORA


Para proporcionar iluminação solução siMples para retrato
A
difusa e suave e sombras amenas
sombrinha é um acessório de da modelo. A luz foi distribuída uni-
luz barato e que gera efeitos formemente no rosto da garota, ge-
bem interessantes nasotos.
f É en- rando luz muito suave.
contrada no mercado em diversos Fora isso, ele colocou dois re-
modelos, como rebatedora, difu- batedores laterais para concentrar
sora, branca, prata, dourada, mis- mais a luz e preencher as sombras.
ta, gigante, além das modalidades Um fundo feito com tecido sim-
mais recentes: sombrinha soft e ples, listrado de preto e branco, de-
sombrinha soft difusora. vidamente esticado sobre um pai-
A sombrinha difusora lembra nel de madeira, ajudou a dar o
um softbox (daí o nome). É usada de charme da imagem.
forma diferente de uma sombrinha
convencional, ou seja, invertida.
O acessório
sombras amenascostuma
na cena eprovocar
ilumina- FICHA TÉCNICA
ção difusa suave. Ao aproveitar es- :: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
se efeito, Brasilio fez uma experiên- :: Objetiva: Canon 28-200 mm
cia com o modificador usando-o pa- :: Exposição: abertura f/2.8, 1/40s
ra produzir um retrato simples, mas e ISO 100
com um resultado agradável. :: Iluminação: sombrinha soft
Ele colocou a sombrinha no al- difusora
to, com a ajuda de uma grua, diante

30 • Fgf Mh n247


acrescente charMe À produção
U m resultado fácil e que acres-zou com um softbox colocado no al-grafo optou por usar um refletor
centa muito glamour às fotos to, em ângulo de 60 graus, na late-com um barndoor acoplado. O flash
de modelo pode ser obtido simples- ral da cena. Ele explica que a luz dofoi colocado em uma grua e posi-
mente com duas luzes: uma para a softbox é uniforme e envolve toda acionado no alto, para não entrar no
modelo e outra para o fundo. modelo de uma maneira muito suaveenquadramento.
A luz principal é a voltada para ae agradável, com sombras amenas. O fotógrafo improvisou uma ca-
modelo. Brasilio Wille a esquemati- Para iluminar o fundo, o fotó- ma sobre uma mesa que tem no
estúdio. Com isso, é possível va-
REFLETOR COM BARNDOOR SOFTBOX riar bastante as poses com a mode-
O acessório foi usado Em ângulo de 60 graus, o lo deitada, tendo o ros
to dela enqua-
para iluminar o fundo modificador é a luz principal drado em primeiro plano.
Para completar, o fundo da cena
foi feito com uma chapa de compen-
sado pintada de branco.

FUNDO
Feito com FICHA TÉCNICA
uma chapa de
compensado
:: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
:: Objetiva: Canon 28-200 mm
pintada de
branco :: Exposição: abertura f/4, 1/125s

e ISO 100
:: Iluminação: softbox e refletor
com barndoor

abil 2017 • 31
ESTÚDIO PRÁTICO

uMa luz
clássica
F otos com fundo em tom de
cinza suave e uma luz dire-
cionada para a modelo são uma
forma clássica para resolver pro-
duções de editoriais de moda ou
books de modelos.
Brasilio explica que é possível
conseguir um bom resultado usan-
do um softbox grande diante da ce-
na, no alto, em ângulo de 45 graus.
Essa luz de beleza voltada direta-
mente para a modelo gera som-
bras amenas, mas que acrescen-
tam volume ao corpo da garota.
Na lateral da cena, o fotógrafo
acrescentou um softbox pequeno
com colmeia. Isso ajudou a “que-
brar” um pouco das sombras pro-
vocadas pela iluminação dianteira.
Como não existe uma luz diri-
gida para o fundo, os flashes usa-
dos para iluminar a modelo che-
gam na parte de trás da cena com
e
lli menos potência, tornando-a cin-
W
liio za – o que é perfeito para enfa-
s
ra tizar o desenho marmorizado do
B
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fundo escolhido pelo fotógrafo.
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F

SOFTBOX COM COLMEIA SOFTBOX GRANDE


Na lateral, ajuda a preencher as sombras Colocado diante da modelo,
provocadas pelo softbox dianteiro é usado como luz principal

FICHA TÉCNICA
:: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
:: Objetiva: Canon 28-200 mm

:: Exposição: abertura f/2.5, 1/80s

e ISO 100
::Iluminação: softbox grande e
softbox com colmeia

32 • Fotogrfe Mehor n
o 247
iluMinação
DE RECORTE

P ara o esquema de luz da fo-


to ao lado, um softbox gran-
de com colmeia foi usado no alto,
em ângulo de 60 graus, na lateral
esquerda, voltado para a modelo,
com a intenção de criar uma ilu-
minação de recorte no corpo da
garota. Um bloqueador posicionado
do lado oposto ao softbox serviu pa-
ra preencher as sombras.
O fotógrafo escolheu um
striplight para colocar no lado
oposto, mais para o fundo, em
ângulo de 45 graus, como segun-
da fonte de luz. Isso ajudou a pre-
encher ainda mais as sombras
provocadas pela luz principal.
O fundo 100% preto foi fei-
to com um tecido de sarja, que,
além de não refletir a luz, blo-
queia a passagem dela por ter
tramas bem fechadas.

STRIPLIGHT COM COLMEIA


REBATEDOR
Ajudou a criar mais volume no corpo Usado para amenizar as sombras
da modelo e amenizar sombras provocadas pela luz principal

SOFTBOX COM COLMEIA


Usado com a ideia de criar
recorte no corpo da modelo

FICHA TÉCNICA
:: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
:: Objetiva: Canon 28-200 mm

:: Exposição: abertura f/3.5, 1/10s

e ISO 100
::Iluminação: striplight com colmeia,
softbox com colmeia e rebatedor

abr 2017 •33


ESTÚDIO PRÁTICO

SOFTBOX GRANDE
Provocou luz suave e
homogênea, proporcionando
sombras acentuadas

REFLETOR PARABÓLICO
Usado em uma grua, serviu
para gerar luz de cabelo

PISCA-PISCA
O ornamento natalino
acrescentou um efeito
atraente à produção

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FICHA TÉCNICA

iluMinação criativa ::

::
Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
Objetiva: Canon 28-200 mm

N ão são apenas de flash, fres-


nel, led e luz contínua que
os ensaios de moda em um estú-
optou por um fundo cinza – que
resultou em preto, já que nenhu-
ma luz foi direcionada para ele.
:: Exposição: abertura f/3.2,

1/160s e ISO 100


:: Iluminação: softbox grande,
dio profissional são feitos. Exis- Para iluminar a modelo, que refletor parabólico e pisca-piscas
te muita iluminação interessante se envolveu entre os pisca-pis-

nas feiras
em lojas de comércio
livres. popular e
Os pisca-piscas cas, oparabólico
fletor fotógrafo colocou um
no alto da re-
cena,
natalinos podem ser uma delas, preso a uma grua, para criar uma gênea, com sombras acentuadas.
assim como as espadas de led e iluminação de cabelo. Vale lembrar que softboxes maio-
pulseiras neon, entre outros. Na lateral do set, ele posicio- res oferecem iluminação mais en-
Brasilio Wille aproveitou o or- nou um softbox, inclinado em ân- volvente, dando uma cobertura
namento natalino nesta produção gulo de 60 graus. A ideia de Brasi- maior da cena. São considerados
pendurando uma boa quantidade lio era envolver a modelo com uma ideais para fotos de meio-corpo ou
deles em um suporte. Mais atrás, iluminação suave, porém homo- de corpo inteiro. 4

34 • Fgfe Meh 247


estúdioprático

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apenas uM stripl
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A foto acima é resultado de um
esquema de luz em que ape-
nas um striplight foi colocado pró-
vo de provocar uma iluminação di-
fusa, embora concentrada devido
à proximidade da modelo e à ca-
do bem próximo ao tema. Quando
se acrescenta uma colmeia diante
dele, a tendência é que a luz fique
ximo à modelo, acima da cena, racterística de luz que o modifica- ainda mais concentrada.
com a ajuda de uma grua. dor oferece: intensa e uniforme, Como não existe uma ilumi-
Brasilio Wille usou esse aces- com sombras bem definidas, prin- nação voltada para o fundo cin-
sório de iluminação com o objeti- cipalmente quando é posiciona- za, ele acabou ficando preto. Já o
cubo de MDF no qual a modelo se
STRIPLIGHT COM COLMEIA apoiou, ganhou tonalidade cinza-
Colocado acima da cena, gerou luz -escuro na foto final – veja que no
concentrada, intensa e uniforme making of ele é branco. E o cubo,
por ser branco, serviu ainda co-
mo rebatedor para amenizar as
sombras no rosto da garota.

FICHA TÉCNICA
:: Câmera: Canon EOS 5D Mark lll
:: Objetiva: Canon 28-200 mm

:: Exposição: abertura f/3.5,

1/100s e ISO 100


:: Iluminação: striplight com

colmeia

36 • Ff M 
 247
LANÇAMENTOS

A EOS 77D tem monitor


articuladotouchscreen
e autofoco
que funciona com o Dual Pixel
AF; mais abaixo, o novo controle
remoto BR-E1, primeiro da
Canon a funcionar via Bluetooth

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CHEGAM AO MERCADO
três novas Canon
Os modelos Rebel T7i, EOS 77D e EOS M6 vêm com sensor APS-C de 24 MP, filmam
em full HD, têm Wi-Fi com NFC e Bluetooth compatíve
l com um novo controle sem fio

POR DIEGO MENEGHETTI

A
nunciadas conjuntamente no fi- los, contudo, é que definem qual é o uso
nal de fevereiro de 2017, as trêsmais indicado para cada
tipo de fotógrafo.
novas câmeras da Canon, EOS Entre as DSLRs, a T7i chega para ocu-
Rebel T7i, EOS 77D e EOS M6, par o topo da linha Rebel (de câmeras re-
compartilham
(como o sensoralguns recursos
APS-C de flex mais acessíveis),
24 MP posicionada enquanto
logo abaixo da EOSa80D,
EOS 77D,
tem
e o processador Digic 7), têm preços pa-especificações mais avançadas (na práti-
recidos e concorrem na mesma faixa de ca, pode ser considerada uma substitu-
mercado: a do fotógrafo entusiasta. Sãota da Rebel T6s). Jámirrorless
a EOS M6
câmeras mais sofisticadas que as de en-tem um perfil bem mais compacto que as
trada, com recursos e qualidade de ima- duas anteriores (já que não tem espelho
gem satisfatórios para a maioria dos fãse deixou de usarviewfinder
o da EOS M5).
da marca. As peculiaridades dos mode-No entanto, oferece a mesma qualidade
A T7i atualiza a linha
Rebel como uma câmera
acessível e de ótimo
custo-benefício

Abaixo, a EOS M6, que


ficou mais compacta
que a antecessora ao
omitir o visor eletrônico

de imagem das outras. No exterior,


a T7i custa US$ 749; a EOS 77D, US$
899; e a EOS M6, US$ 779 – os valores
são apenas do corpo.
As duas reflex têm recursos bas-
tante similares. Ambas têm o cor-
po construído em plástico de alta re-
sistência, com empunhadura com-
pacta e dimensões idênticas (131
x 100 x 76 mm). Elas usam o mes-
mo tipo de bateria, LP-E17 (que ren-
de cerca de 600 disparos), contam
com entrada para um cartão de me-
mória no padrão SD, portas late-
rais USB 2.0, HDMI e microfone, e
conexões embutidas de Wi-Fi (com
NFC) e Bluetooth LE. O monitor de
3 polegadasdelas tambémé idênti-
co, articulado,
touchscreene com de-

finição
do de 1tipo,
mesmo MP.feito
O visor
comde ambas é
pentaespe-
lho com 95% de cobertura. Acoplado
ao prisma fica o pequeno flash
popup,
com número-guia 12 (ISO 100).
Como usual nessa categoria de
câmera, a T7i e a 77D contam com
obturador que opera em até 1/4.000s,
têm disparo contínuo de 6 imagens

abril 2017 • 39
LANÇAMENTOS

A EOS 77D é o modelo


mais avançado, com
painel LCD superior e
mais botões de atalho

por segundo e possibilitam ajus- estéreo a partir da câmera.


te de sensibilidade ISO máxima de O que há de diferente entre elas
25.600 (expansível até 51.200). O para adicionar US$ 150 no preço dalar para desligar o monitor quando o
autofoco também é o mesmo, com 77D? Pouca coisa. Em relação aosfotógrafo aproxima o rosto.layout O
45 pontos e compatível com a tec- recursos, apenas a EOS 77D oferecedos botões difere um pouco entre as
nologia Dual Pixel AF do sensor, intervalômetro, alguns ajustes adi-duas reflex, mas as funções seguem
disponível para foto e vídeo. No mo- cionais de personalização do me-as mesmas.
do de filmagem, as especificações nu e um sensor de fotometria mais No mesmo pacote de lançamen-
são idênticas, com opção de vídeo preciso (7.650 pixel RGB+IR). Fisica-tos, a Canon apresentou a nova versão
em full HD com até 60 fps e áudio mente, são mais diferentes. A exclu- da lente zoom EF-S 18-55 mm f/4-5.6
sividade da EOS 77D: o botão AF-ON,IS STM, que traz um desenho mais
geralmente presente em câmerascompacto que a versão anterior (EF-S
mais sofisticadas; o painel LCD supe-18-55 mm f/3.5-5.6 IS STM), além de
rior (que exibe informações da expo- ser 1/3 de ponto mais escura. A nova
sição); e um sensor próximo da ocu- zoom básica custa US$ 249.

A T7i segue o
layout
simples da linha Rebel,
sem o LCD superior

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40 • Fotografe Melhor on247


Vendido à parte, o visor
eletrônico EVF-DC2 é um
acessório da EOS M6

Acima, nova zoom 18-55 mm, mais


compacta e com aberturas f/4-5.6

MIRRORLESS
A nova EOS M6 dá sequência à li-
nha sem espelho da Canon, man-
tendo o perfil intermediário do cor-
po – nitidamente a família EOS M
não é mais para o público entusiasta,
mas ainda não oferece recursos mui-
to avançados como a linha
mirrorless
profissional da Sony, por exemplo.
Em relação à antecessora, a prin-
cipal mudança da EOS M6aéausên-
cia do visor eletrônico, que agora é
uma peça opcional, vendida à parte
(modelo EVF-DC2, US$ 210). A mu-
dança física deixou a EOS M6 menor
e mais leve que a EOS M5. O monitor
do novo modelo continua com 3 po-
legadas, inclinável e vem com tecno-
logiatouchscreen.Teve a definição re-
duzida, de 1,6 MP para 1 MP. Essas
alterações reduziram o preço da câ-
mera em 20% (o que, na prática, é
quase o mesmo valor do visor exter-
no). De resto, a M6 tem as mesmas A linha EOS M segue com sensor
especificaçõe
s que a celebrada M5. APS-C de 24 MP, indicando o perfil
O sensor damirrorlessCanon se- bateria LP-E17 (uma carga dura em da mirrorless
da Canon
gue com a tecnologia Dual Pixel comtorno de 295 disparos).
49 pontos, e oferece ajuste de sensi- Para acompanhar as novas câ-
bilidade ISO entre
estabilização para 100 e 25.600,
vídeo comseu
– a câme- meras, a Canon
primeiro também
controle anunciou
remoto a fun-
ra filmaemfull HD com 60 fps, com cionar via Bluetooth, modelo BR-E1
compactação de 35 Mbps. (custa US$ 50, no exterior). Sua única
A EOS M6 oferece disparo contí-função é disparar a câmera sem usar
nuo de 9 imagens por segundo, co-fios, com a vantagem de não precisar
nexões embutidas de Wi-Fi comter uma linha de visão entre câmera
NFC e Bluetooth, entrada para 1 e controle, como ocorre nos contro-
cartão de memória no padrão SD eles viainfravermelh o.

abril 2017 • 41
LANÇAMENTOS

A Fuji X-T20 é uma versão mais compacta e acessível


que a X-T2, nos moldes da antecessora X-T10

A X100F segue as
mesmas linhas da
série, com poucas
mudanças
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Fujifilm amplia linha X


X100F e X-T20 chegam
ao mercado com sensor
X-Trans de 24 MP
posicionado próximo ao monitor, que posição a mais no disco de compen-
possibilita selecionar o ponto de focosação de exposição (C, para +/- 5EV)
ativo. Outra novidade é um charmo-e uma posição exclusiva para vídeos,
so disco de seleção para sensibilida-no disco de modo de operação.
de ISO, montado sob o disco de velo- A nova Fuji X-T20 está disponível

D
esde o primeiro modelo dacidades. O disparo contínuo tambémno exterior em versões prata ou pre-
série X100, a Fujifilm tem foi melhorado, e agora o modelo su- ta, por US$ 1 mil (em kit com a len-
aprimorado o corpo, adicio- porta 8 imagens por segundo. te 16-50 mm). Kits com outras lentes
nado recursos e mantido o preço, o A lente 23 mm f/2 continua inalte- estão disponíveis a preços variados.
que tem agradado bastante aos fotó- rada, assim como o restante dos re-
grafos. Esse é o caminho no qual sur-cursos (inclusive o obturador eletrôni-
ge a X100F, a quarta versão da popu- co que chega a 1/32.000s). A X100F es-
lar rangefinder.A principal novidade tá disponível em versões prata ou pre-
é o sensor APS-C X-Trans CMOS III, ta, ao preço de US$ 1,3 mil no exterior
que agora tem 24 MP (o sensor das(e sem previsão de chegada ao Brasil).
versões anteriores é de 16 MP), não Outro lançamento da Fuji mir- éa
trazaté
de o filtro passa-baixa
12.800. O sistemae de
oferece rorless
ISO
vel queX-T20,
foco au- a X-T2 modelo mais acessí-
e que substitui Acima, visor
a X-T10. rangefinderda X100F;
abaixo, visor eletrônico da X-T20
tomático também foi aprimorado, eA principal novidade do modelo é o
conta 91 pontos, que podem ser seg- sensor APS-C X-Trans CMOS III de
mentados em até 325 pontos. 24 MP, além de um novo processador
A X100F recebeu mudanças no que deixou a câmera mais ligeira pa-
designdo corpo que melhoraram seura ligar e processar imagens. A sen-
manuseio. Talvez a adição mais sen- sibilidade ISO foi aprimorada e, fisica-
sível seja o controle do tipojoystick mente, as poucas novidades são uma

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A novarangefindertem corpo mais fino e leve e um disco de


seleção exclusivo para sensibilidade ISO posicionado à esquerda Pentax KP
é novidade
Mantendo o ritmo de apenas um
ou dois lançamentos por ano, a Pentax
estreou sua linha 2017 com a Pentax
KP, reflex digital que utiliza sensor
APS-C de 24 MP, com sensibilidade
ISO de até 819.200. Outra novidade do
modelo é o recurso de estabilização de
imagem com 5 eixos no próprio corpo
(denominado pela fabricante de Shake
Reduction II – por isso a sigla SR na
frente do corpo).
O sistema de foco automático
da KP utiliza 27 pontos, dos quais

Leica volta
srcens comàsa M10
25 são do tipo cruzado. Como em
modelos anteriores, a nova Pentax
apresenta um visor de pentaprisma
com cobertura de 100% (magnificação
de 0,95x). O monitor inclinável de 3
Nova rangefinder digital 2 GB de buffer, que suporta 30 ar- polegadas é sensível ao toque.
quivos RAW ou 100 JPEG sequen- A KP tem disparo contínuo de até 7
traz sensor full frame de ciais, com disparo contínuo de 5
imagens por segundo, possibilita gravar
vídeosfullHD (em 60i ou 30p) e oferece
24 MP, no corpo mais leve imagens por segundo. conexão Wi-Fi embutida. A bateria tem
Fisicamente, a novidade é a au- carga estimada em 390 disparos. No
já lançado pela fabricante sência de conexões (como USB ou exterior, a nova câmera custa em torno
de US$ 1 mil, apenas o corpo.
HDMI), o que ajudou na melhor veda-

A
Leica retomou a sua clás- ção do corpo – para compensar a au-
sica nomenclatura da sé- sência de portas, ela tem Wi-Fi em-
rie M com o lançamento da butido. A M10 é tambémrangefin-
a
M10, modelofull frame de 24 MP der mais leve (660g) e fina da famí-
focado em fotografia – como mo-lia M digital já lançada, comparável à
delos anteriores, ela não gravaLeica M4, de filme.
vídeos. Em compensação, o novo A câmera traz monitor fixo de 3
sensor possibilita
dinâmico melhor
e maior faixa alcancetouchscreen
polegadas ),(definição
de sensibili- visor com de 1 MP, de
cobertura sem
dade ISO, com até ISO 50.000, sele-100% (magnificação de 0,73x), obtu-
cionável por um novo disco dedica-rador de 8s a 1/4.000s e entrada pa-
do, na parte esquerda do corpo. ra cartão SD/SDHC/SDXC. A bateria,
A M10 também teve melhorias modelo BP-SCL5, tem carga útil pa- O corpo cheio de botões
no processamento e mudanças na ra 210 disparos. O que não mudou na de atalho traz um monitor
conectividade. O novo processa- nova Leica foi o preço alto. No exte-inclinável etouchscreen
dor de imagens Maestro II oferece rior, custa US$ 6,6 mil, só o corpo.

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VIDA DEFOTÓGRAFO

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Ao fundo, aorre
T deBelém,em Lisboa,
declarada Patrimônio Mundial da
Humanidad e em 1983; napág. ao lado,
parede de azulejos no centro histórico do
Porto, patrimômio mundial desde 1996

Nonono nonono nonono nono nonononon onononono nonono no nonono


nono nonononon onononono nonono no nonono nononono

A descoberta
de Portugal
POR UM BRASILEIRO
Sucesso na web, Eduardo Lima quer transformar em livro projeto que reúne imagens
de lugares e monumentos portugueses que são patrimônios mundiais pela Unesco
POR MÁRIO FITTIPALDI
ela arquitetura, imponência
e descobrir as possíveis conexões
Coimbra ou de cidades históricas

P
ou beleza,
gares de monumentos e lu-
Portugal declara- desses Olocais
Brasil. com éao história
resultado Por- dotrimônios
projeto como Elvas e Évora,como
naturais, ou ainda os pa-
a Floresta
dos pela Unesco (a organiza- tugal – Patrimônios da Humanidade, Laurissilva da Ilha da Madeira – to-
ção das Nações Unidas para sucesso na internet e que deverádos, é claro, recheados de boas his-
a educação, ciência e cultura)ser publicado em livro. tórias que, de alguma maneira, re-
como patrimônio mundial já ofere- O trabalho reúne imagens demetem ao Brasil. São ao todo quin-
cem farto material para registro fo-
monumentos como a Torre de Be-ze locações espalhadas pelo terri-
tográfico. Mas o fotógrafo e jorna-lém e o Mosteiro dos Jerónimos, tório português, incluindo os arqui-
lista Eduardo Lima resolveu ir alémem Lisboa, da Universidade depélagos da Madeira e dos Açores.

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VIDA DEFOTÓGRAFO

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Acima, interior do Enquanto o livro não chega, é possívelRELAÇÃO COM O BRASIL


Mosteiro dos Jerónimos, acompanhar o trabalho de produção pela Lima encontrou muitas correlações dos
em Lisboa, patrimônio
mundial desde 1983 patrimônios mundiais que visitou em Por-
internet. E até dar “pitacos” na edição de
imagens: Lima mantém um blog no qualtugal com o Brasil. Algumas não tão ób-
compartilha suas experiências de viagemvias, como a da Torre de Belém, inaugura-
e que, desde fevereiro de 2017, permiteda em 1519 para celebrar as grandes nave-
aos seguidores comentar e indicar as ima-gações portuguesas, em especial a de Vas-
gens preferidas de cada capítulo. co da Gama, descobridor do caminho para
“Essa decisão foi meio intempestiva,as Índias, em 1498 – ele, por sinal, está se-
nem pensei direito se poderia atrapalhar pultado
a na Igreja Santa Maria Belém, nos
edição que,
tando do livro
comoou jánão”, diz ele, acrescen-
compartilha Jerónimos.
materialbrimento doAqui, a relação
Brasil, é com
pois Pedro o desco-
Alvares Ca-
fotográfico e histórias no blog, não haveria bral chegou até o litoral da Bahia em 1500
motivo para não compartilhar a edição. “O ao desviar-se da rota para as Índias.
projeto só existe porque as pessoas gos- Mas há muitasoutras histórias interes -
tam de ver as fotos no blog e nas redes so- santes e inusitadas. Ele conta que uma de-
ciais. E por esses meios alcanço um públi- las diz respeito a Évora, no Alentejo, cujo
co muito maior do que atingiria com qual-centro histórico foi declarado patrimônio
quer livro que venha a publicar”, avalia. mundial em 1986. A época de ouro da ci-

48 • Fotografe Melhor on247


Acima, uma parte do imenso Mosteiro de Santa Maria da Vitória, de
na vila
Batalha, distrit
o de Leiria, se tornou patrimônio mundial també
m em 1983

dade foi no século 15, quando se tor- Universidade Federal Fluminense,equivalente a cerca de 50% do total
nou residência dos reis de Portugal –no livroHistória do Brasil para Ocupa-da verba. Condenado e suspenso de
inclusive de Manuel I, o rei que auto-dos (Leya/Casa da Palavra, 2012). Fi-funções públicas, foi nomeado ouvi-
rizou as grandes navegações. A pre- gueiredo escreveu que, em 1548, pa- dor-mor do Brasil apenas um ano e
sença de reis e suas cortes na cida-ra garantir a defesa de terras brasi-meio depois, e pelo mesmo rei. “É o
de resultou em grandes investimen- leiras e também a cobrança de im-que chamei de arqueologia da cor-
tos, quando ali se criou um estilo ar-postos, D. João III instaurou no Bra-rupção”, diverte-se.
quitetônico suntuoso e que foi repli- sil um governo-geral. E designou pa-
cado nas colônias. “Há um pouco dera ouvidor-mor o homem responsá-OBSESSÃO
Évora em becos de Salvador”, asse- vel por garantir o cumprimento das Não é de agora que Eduardo Li-
gura
O Eduardo
fotógrafoLima.
lembra ainda que,leis,“Acontece
o desembargador
que o caraPero
era Borges.ma acalenta
o maiorcom imagensa dos
ideiapatrimônios
de criar ummun-
livro
na cidade fortificada de Elvas, tam-ficha-suja”, informa Lima. Ele foidiais portugueses. A ideia surgiu em
bém no Alentejo, tornada patrimôniocorregedor em Elvas em 1543 e en-2009, quando fez a primeira viagem
mundial em 2012, encontrou até in- carregado de supervisionar a cons-ao país e fotografou seis localidades.
dícios do que podem ser os primór- trução do aqueduto da Amoreira,Mas a semente foi plantada muito
dios da corrupção endêmica que vi- destinado a fornecer água para a ci-antes. “Tudo começou quando per-
vemos hoje. Quem contaoéhistoria- dade fortificada. E desviou muito di-corri o mundo de mochila nas costas,
dor Luciano Figueiredo, professor danheiro – 114.064 reais (da época), ocoisa que fiz durante cinco anos, en-

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Acima, Coimbra, cuja universidade é patrimônio mundial desde 2013: abaixo, uma
inscrição rupestre do Parque Ecológico do Côa; reconhecido pela Unesco em 1998tre 1990 e 1995”, lembra. Na ocasião,
publicou fotos e matérias em revistas
como a Horizonte Geográfico , Natio-
nal Geographic Brasile a extintaTer-
ra, entre outras. Um pouco mais tar-
de, mudou-se para Londres e apro-
veitou para fazer novas viagens e fo-
tos. “Um dia, resolvi fazer um balanço
das imagens dessas viagens e per-
cebi que, de todo o material, a parte
que mais me interessava eram as fo-
tos de locais declarados patrimônios
mundiais” , afirma.
A partir daí, tornou-se obcecado

por deveria
que patrimônios
criar da
algoUnesco. “Achei
com isso, mas
não sabia ainda o quê”, recorda. Ava-
lia que criar um projeto para foto-
grafar todos seria algo impossível de
executar. “Mesmo se ficasse restri-
to ao Brasil, as localidades são mui-
tas e as distâncias entre elas exigi-
riam muitas viagens e uma logística

50 • Fotografe Melhor on247


Visitantes caminham no Forte de
Santa Luzia, de Elvas, na cidade
emuralhada patrimônio desde 2012

complicada, para não falar no inves-


timento financeiro”, pondera.
Esses fatores acabaram favore-
cendo a escolha por Portugal, um
país pequeno e cujos patrimônios
podem ser visitados em viagens de
poucas horas de carro. “Além disso, a
ligação cultural com o Brasil é muito
forte. Há aqui uma comunidade por-
tuguesa muito grande, que se esta-
beleceu e deixou descendentes, to-
dos muito orgulhosos da terra natal
e que procuram manter laços e me-
mórias de suas srcens”, argumenta.
Ele visitou Portugal pela segunda
vez em 2012, quando teve a oportu-
nidade de voltar a alguns locais, co-
mo Elvas e Évora, no Alentejo, além
da região vinícola do Douro, no nor-
te do país, próxima à cidade do Por-
to, cujo centro também foi declara-
do patrimônio mundial pela Unesco.
“Além de Évora, uma cidade incrível,
me chamou a atenção o Mosteiro da
Graça,
viagem emqueElvas, que, na
fiz, estava primeira
abandonado
e totalmente em ruínas. Passei um
dia inteiro trabalhando lá, me senti-
do em uma construção-fantasma”,
lembra o fotógrafo.
NA INTERNET
Foi a partir das imagens nas via-
gens de 2009 e 2012 que ele decidiu
levar o projeto para a internet, crian-
do um site com o objetivo de divul-
gar o trabalho. A decisão foi acerta-
da: hoje, além do site e do blog, man-
tém uma página dedicada no Face-
book que já reúne mais de 30 li-mil
kes, além de perfis no Twitter e Ins-
tagram, ambos com pouco mais de
cinco mil
posição queseguidores.
as páginas “Graças
dedicadasà al-
ex-
cançaram, consegui a credibilidade
necessária para costurar apoios dos
escritórios regionais de turismo de
Portugal para realizar as viagens,
co-
mo o Turismo Centro Portugal e Visit
Madeira”, comemora.
Assim, em 2014, fez nova expe-Detalhe do Aqueduto da Amoreira, também em Elvas, o maior da Península Ibérica

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VIDA DEFOTÓGRAFO

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Detalhe de um dos fortes da cidade-quartel de Elvas (à esq.), na região do Alentejo, que fica próxima da fronteira com a Espanha;
colunasno interior do Paç
o dos Duquesde Bragança (à dir.), em
Guimarães, cujo centro histórico também
é patrimônio mundial

dição, dessa vez com o suporte dopelo diretor, que lhe deu uma verda-para ver apenas a Torre de Belém e o
Turismo Centro Portugal. Mais im-deira aula sobre ahistória do lugar. Mosteiro dos Jerónimos. Então, aca-
portante do que o apoio logístico, Li- O mesmo aconteceu no Parquebo incluindo outras imagens e dicas,
ma destaca o empenho das agênciasEcológico do Côa, um sítio arqueoló- o que é bom para gerar tráfego e, ao
em proporcionar tudo o que fosse ne-gico com impressionantes exemplos mesmo tempo, é também uma con-
cessário para o projeto como um to-de arte paleolítica em Vila Nova de Foz trapartida à ajuda que recebo para o
do. No Mosteiro da Batalha, na cida-de Coa, nordeste de Portugal, quase projeto”,explica.
de de mesmo nome localizada na Es-na fronteira com a Espanha. “Fui re- Apoios que, segundo ele, serão
tremadura, por exemplo, foi recebidocebido pelo coordenador do comple- fundamentais para a conclusão do
xo, que é um dos caras que mais en- projeto,pois Limaplaneja ainda af -
tendem de pré-história no mundo. zer pelo menos mais uma viagem a
Um privilégio, que enriqueceu não só Portugal. “Também preciso visitar os
o projeto, mas a mim também ”, avalia. Açores, onde ainda não fui e que con-
No ano seguinte, conseguiu ocentra outros dois patrimônios mun-
apoio do escritório de turismo da Ilhadiais, a zona central da cidade de An-
da Madeira para fotografar a Flores-gra do Heroísmo, na Ilha Terceira, e
ta Laurissilva, de características sub-a paisagem cultural da vinha da Ilha
tropicais úmidas e endêmica dos ar-do Pico, com sua espetacular rede de
quipélagos a oeste de Gibraltar –muros de pedra construídos parale-
além da Madeira, onde estão suaslamente à orla marítima para prote-
porções mais características, a flo-ger os vinhedos do vento, uma prá-
resta está presente nos Açores, emtica de agricultura comum no sécu-

CaboLima
rias. Verdelembra
e nas espanholas
que, além deCaná-lo XV”.
mui-você podeE, enquanto
contribuirapara
viagem não sai,
a edição do
to importantes para o projeto, esseslivro de Lima acessando o blogdan- e
apoios acabam alimentando o blog edo seus pitacos.
as redes sociais com outras informa-
ções e imagens, muitas delas volta-
das para o turismo. “Ninguém vai pa- Para saber mais
Blog:portugalpatrimonios.com
ra a Ilha da Madeira para ver somen-Facebook:@ PortugalPatrimonios
te a Floresta Laurissilva ou a LisboaTwitter:@ BoraPraPortugal
O fotógrafo Edu Lima e seu equipamento

52 • Fotografe Melhor on247


negócios & FotograFia

Cenários sob medida com direito à máquina de fumaça e jogos de luzes fazem parte do complexo cenográfico em Vinhedo

uM Mega estúdio coM cara


de Hollywood Por LIVIA CAPELI

Conhecida pelas la é famosa por realizar en- reito em Vinhedo, no interior de São
saios de gestantes, famílias ePaulo, para atender ao público classe
produções cenográficas

E
e figurinos de contos casais com
fábula. uma já
Mesmo atmosfera depecializados
tendo três A e suprir a ausência de estúdios
em ensaios no estilo es-
lú-
estúdios na capital paulista, adico que a consagraram.
de fada a fotógrafa fotógrafa Lidi Lopez, seguin- Em uma analogia com o âmbito
Lidi Lopez abre um do na contramão da crise econômicacinematográfico, o complexo da fo-
estúdio no interior brasileira, acaba de colocar em prá-tógrafa tem jeitão hollywoodiano e
tica mais uma ideia ambiciosa: inau-dá até para lembrar dos antigos es-
de São Paulo que gurou um complexo cenográfico comtúdios da Cia. Cinematográfica Vera
parece de cinema 1.200 m2 e com 9 metros de pé-di- Cruz – produtora brasileira que pro-

54 • Ff Mlh 
 247
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O estúdio hollywoodiano de Lidi Lopez


umaé estratég
ia da fotógrafa e do marido de
expandir os negócios em fotografia:

acima, gestante posa no cenário “túnel de flores”; making


abaixo, of
omostra os bastidores de como a foto foi feita por ela

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negócios & FotograFia

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A fotógrafa contratou um L
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cenógrafo profissional para g
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conceber os cenários k
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duziu mais de 40 filmes (as famo-nobre da cidade, e recebeu um inves- A convite da fotógrafa, a equipe de
sas chanchadas) entre as décadastimento de R$ 350 mil das economiasFotografefoi conhecer o complexo
de 1950 e 1960, em São Bernardo doda fotógrafa para se adequar ao aten-cenográfico, acompanhar o ensaio de
Campo (SP), e que seencontra atual- dimento das clientes, contando comtrês gestantes e saber como é a roti-
mente
Já oàgalpão
esperadedeLidi,
umaque
revitalização.
tem maiscamarim, área para
rinos, recepção, salaacervo de figu-na
de do
para fotografia lugar
todos os que,
dias segundo Lidi,24aten-
da semana, ho-
de 1.200 metros quadrados, fica bemnewborne um pátio com cinco cená- ras, em sessões agendadas.
na entrada de Vinhedo, em uma árearios, com espaço para expansão.
FÁBRICA DE SONHOS
Para conceber os cenários do
complexo, Lidi Lopez contratou um
cenógrafo profissional (ela não quis
revelar o nome) que já trabalhou na
produção desets para novelas da re-
de de televisão SBT. Ele é responsá-
vel por executar as ideias mais
ousa-
das da fotógrafa, como construir des-
de túneis de flores feitos com mate-
riais sintéticos até um cenário com
uma atmosfera campo com neve,
com direito a manta sintética e árvo-
res de natal pintadas de branco e até
jatos de
uma flocos secos
máquina produzidos
para parecer por
neve.
É claro que o resultado aparece
mesmo quando tudo isso é misturado

Os cenáriossão feitos om
c
muitas plantas artificiais,
espumas, isopor e fundos
pintados com aerógrafo

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No galpão-estúdio, Lidi aproveita uma enorme porta com
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um vitral restaurado para criar os ensaios com as grávidas
a um jogo de luzes coloridas, flashesnoir Lucena, administrador e sócio de o deslocamentode um cenário para o
posicionados em contraluz e neblina Lidi, que, além de pretender expandir outro sem a necessidade de a fotógra-
produzida por máquina de fumaça o– faturamento da empresa de fotogra- fa precisar perder tempo montando e
marcas registradas da fotógrafa. Ou- fia, vê no complexo cenográfico uma desmontando um mesmo set.
tra linha famosa da especialista são forma
os de atender a clientes de ma- A escolha por Vinhedo, segundo
figurinos, que esbanjam saias tutusneira
e muito mais ágil e eficiente, com
a fotógrafa, foi baseada em pesqui-
flores artificiais. Mas no complexo de
Vinhedo a produção ganhou nova rou-
pagem. Lidi Lopez contratou a estilis-
ta Camila Amadei e pediu uma linha
exclusiva de vestidos feitos, dessa vez,
com muito tecido voal.
Além dos cenários construídos,
o antigo galpão de fábrica escolhido
pela fotógrafa oferece ainda
setsim-
provisados, como uma enorme por-

ta com um
nógrafo do vitral restaurado
estúdio, pelo su-
ou janelões ce-
periores, que com a entrada do sol,
misturada à neblina da máquina de
fumaça, cria um cenário surrealista.

VISÃO DE NEGÓCIOS
A ideia do estúdio distribuído em
O acervo de figurinos do estúdio de Vinhedo foi feito pela estilista Camila Amadei
um galpão teve apoio do marido, Re-

abril 2017 • 57
negócios & FotograFia

O estúdio pode
ser considerado
o maior do Brasil Pé-direito
para a área de de 9 m
fotografia social

Área de
1.200 m2

sa considerando o poder aquisitivo daem zonas degradadas ou periféricas. Em um momento complicado, de


população local. O diferencial é que Lidi Lopes, que tem aproximada- crise, em que muitos estúdios de fo-
no interior os imóveis como o que elamente 180 mil seguidores nas redes tografia fecharam, a fotógrafa mos-
alugou (não revela o valor do aluguel)sociais, inaugurou o complexo em tra ja- otimismo com a expansão de no-
estão disponíveis em áreas mais no- neiro de 2017 e desde então já atendeuvos negócios e investimentos. “A ideia
bres, diferentemente da capital pau- cerca de 60 clientes, sendo que previatambém é abrir franquias com a mi-
lista, onde a m
aioria dosgalpões fica atender mais 50 até o final de abril. nha marca, porém, enquanto o pro-
No complexo de Vinhedo, ela con- cesso ainda não sai, optamos por ex-
ta com quatro funcionários: um ce-pandir os negócios dessa maneira. O
nógrafo, uma secretária, um encar- interior de São Paulo não é tão pró-
regado da manutenção e uma fotó- ximo dos outros estúdios, mas não
grafa, que cuida dos ensaios quandotão longe que eu não possa ir e voltar
ela não pode atender. com facilidade”
, diz Lidi.

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Entre os cenários criados para o complexo fotográfico de Vinhedo, há um
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L que imita ambiente de neve,om
c direito àmáquina para produzir flocos

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CULTURA

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A foto que deu srcem série:


à a parede azul,roseira,
a a camisola herdada da avópulinho
eo para parecer estar flutuando

Um olhar para
a memória Por BRENDA ZACHARIAS

uando a avó de Maria Isabel passagem na casa de família, mate-


A jovem fotógrafa Oliveira morre
u, em 2008, lidar rializada na primeira foto da série
En-
com a perda não pareceu tãoquanto você não volta , que a fotógrafa
Maria Isabel Oliveira
inspirou-se na

Q
difícil.
na Mase adasaudade
Senira de do-
convivência dedesenvolve
Como emdesde essa Maria
um sonho, época.Isabel
saudade da avó para anos em Diamantina (MG), suaadmirava a roseira, que crescia con-
cidade natal, tornou-se um peso la-tra a parede azul do quintal, planta-
começar uma série tente para a jovem de 26 anos. Nosda poucos meses antes da morte de
que usa peças de primeiros meses de 2015, os sonhosdona Senira. Lembrou-se de uma ca-
com a imagem da avó se tornarammisola herdada da avó, que ainda usa
roupa para conectar constantes, e em julho do mesmocom frequência, e a pendurou no pe-
pessoas e lembranças ano ela pôde notar os sinais de suaqueno varal, com outras peças de

60 • Ftgafe Melh n247


Há sempre uma pessoa que salta atrás da roupa e detalhes do corpo dela são apagados no Photoshop
pela fotógrafa

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CULTURA

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O casaco da mãe do nhas ideias surgem de experiências irmãos e até cômodos de casa. So-
ex-namorado no armário pessoais, como os meus sonhos. En- mente as pernas dos retratados apa-
e as pernas dele: a
xergo uma cena ou imagem, reprodu- recem na foto. Algumas imagens ela
segunda foto produzida
faz sem nenhum retoque no Pho-
zo-a, mas só depois vejo sentido nela”,
conta a fotógrafa. toshop, apenas ajustes de luz e con-
roupas. Programou timer
o da anti- traste. Em outras, ela retira ou inse-
ga Canon EOS 50D, apoiada em umPERNAS PARA O AR re elementos. E, na única tentativa de
tripé, e se posicionou atrás da cami- A série Enquanto você não volta fotografar somente as mãos, teve de
sola, como se fosse a avó, dando pe-explora com peças de roupas as lem-se contorcer em uma prateleira do
quenos pulinhos até acertar a fotobranças mais ternas de pessoas, lu-armário do seu quarto, o que tornaria
em que seus pés pareciam flutuargares e tempos, presos na memó-a ideia inviável. As roupas que pare-
sobre a grama. Assim nasceu a pri-ria, segundo a fotógrafa. Foi somen-cem flutuar são presas em varais ou
meira foto da série. te cerca de um ano depois da primei-cabides, sustentadas por fios de linha
Naquele momento, a imagem ra foto que ela teve esse estalo, quan- de pesca ou por barbantes.
resgatou algumas das lembranças do, em uma tarde na casa do ex-na- A inspiração para criar cenários
mais acolhedoras da infância: o co- morado, reproduziu a ideia. O rapazreais, mas com o toque onírico, vem
sempre foi muito próximo da mãe e,das principais influências artísticas
mentário que corre na família é de que
a Maria Isabel
quisito”, foi um
franzino. bebê uma
Bastou muitotarde
“es-
para representar
prendeu essadela
um casaco conexão,
em uma elapintores
de MariacomoIsabel: o surrealismo
o espanhol de
Salvador
na casa de dona Senira para ela sair prateleira do guarda-roupas. As per-Dalí e o belga René Magritte, e de re-
diferente, gargalhando, uma conexão nas do ex-namorado de Maria Isabeltratos intimistas da americana Fran-
que não se esgotaria na morte da avó.completaram a produção. cesca Woodman. Todas as fotos, ex-
Mas, mesmo feliz com o resultado, ela Maria Isabel passou, então, a co-ceto a primeira no quintal da avó, fo-
mentar a ideia com amigos, que qui-ram feitas com uma Canon EOS 5D
resolveu engavetar a foto, já que ainda
não tinha noção que aquela imagem seram se conectar por meio da foto-Mark III, com lente EF 24-70 mm
daria início a uma série. “Todas as mi-
grafia com os respectivos pais, mães,f/2.8L II USM.

62 • Fotografe Melhor on247


Cabides ou varais são usados para pendurar as roupas com as quais as pessoas se conectam e interagem para as fotos

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CULTURA

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Não sóroupas, mas
tambémlugares, a i
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como este banheiro, são conectados M
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com as lembranças pessoais :


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ETERNO APRENDIZADO brincadeira foi levada a sério, quan-


Maria Isabel Oliveira confessado aos 18 anos se mudou para o Rio
que o trabalho só tomou forma quan-de Janeiro (RJ) para cursar Cinema.
do foi finalista no Portfólio em FocoForam neces sários dois anos até que
de 2016, parte do Festival de Fotogra- admitisse que gostava mesmo era de
fia Paraty em Foco. O estímulo parafotografia, migrando para o curso Po-
enviá-lo veio, inicialmente, de um ve-litécnico de Fotografia na Universida-
lho mentor e amigo, o fotógrafo Eus- de Estácio de Sá, concluído em 2013.
táquio Neves, com quem fez uma re- Continuou a se especializar na área,
sidência artística em Diamantina emcom outros dois cursos na Escola de
2014. Acabou chegando à final comArtes Visuais do Parque Lage, entre
o mínimo de fotos requerido, seis. 2015 e 2016, além de voltar ao Au-
“Nunca achei que chegaria tão longe.diovisual nas Faculdades Integradas
Pensava que devia tentar e, se maisHélio Alonso (FACHA) em 2014.
alguém além de mim gostasse, esta- Contudo, encara a vida de estu-
dante como uma eterna jornada. Ela
ria no lucro”, diz a mineira. Então, ou-
tros amigos começaram a levar o seuse considera incapaz de sequer se
trabalho a sério, o que permitiu quereferir a si mesma como fotógrafa ou
estendesse o portfólio. artista. “Hoje, parece que todo mun-

fia A aproximação
veio aos 13 anos,com a fotogra-
quando do virou
ganhouseja assimfotógrafo, e conseguir
que eu vá não acho que
me
uma máquina Polaroid do pai, queaprimorar”, afirma. Descobrir-se fo-
usava para fotografar os amigos. Atógrafa não é a sua maior preocupa-
ção, ante a diversão de encarar novas
rotinas, em ouvir histórias e se envol-
A jovem fotógrafa mineira ver em novos projetos: “Tenho cer-
Maria Isabel Oliveira, uma teza de que vai dar certo, só não sei
discípula de Eustáquio Neves quando”,avalia.

64 • Fotografe Melhor on247


FotojornalisMo

As gêmeas Heloísa
e Heloá, no colo da
mãe, nasceram com
microcef
alia causada
pelo vírus da zika

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Dois brasileiros se DestacaM no

World Press
Photo 2017
O
Lalo de Almeida e Por BRENDA ZACHARIAS
World Press Photo 2017, um como representant e entre os jurados
Felipe Dana são dos principais concursos de fo-na categoria Natureza. O grande ven-
premiados no grande tojornalismo mundial, desta-cedor geral, com a Foto do Ano, foi o
concurso mundial de cou dois profissionais brasilei-turco Burhan Ozbilici com o incrível
ros, o paulistano Lalo de Almei-flagrante do assassinato do embaixa-
fotojornalismo. Veja as da e o carioca Felipe Dana. Fora isso,dor russo na Turquia durante a aber-
melhores fotos do ano o Brasil teve ainda Luciano Candisanitura de uma exposição.

66 • Fgf Mh 247


Lalo de Almeida
acompanhou a rotina de
crianças que nasceram
com microcefalia

deuLalo de Almeida
quando cerca desedezsurpreen-presa
dias an-ga (AM)quando ele estava
produzindo em Tabatin-
outra reportagem. Eledefez
deos todasreportagens,
quatro as imagens que
e ostra-
ví-
tes da divulgação recebeu um e-mail Lalo acumula passagens pelo jor-çaram desde a srcem da doença em
da organização do World Press Pho- nal O Estado de S. Paulo
e revistaVeja, Uganda e Senegal, na África, passan-
to pedindo arquivos em RAW – in-e hoje atua como colaborador dos jor- do pelo tratamento das vítimas em
dicativo de que teria chegado à fi-nais Folha de S.Paulo
e The New York Recife (PE) e Campina Grande (PB), às
nal. A mensagem que anunciava Timeso . PelaFolha, participou em 2016 medidas para o combate do mosquito
segundolugar na categoriaTemas de uma série de reportagens espe- transmissor, o Aedes aegypti. A série
Contemporâneos foi recebida de sur-ciais multimídia sobre o vírus da zika.
premiada é composta por dez fotos.

abril 2017 • 67
FotojornalisMo
Fepe D/ the aced Pe

Carro-bomba armado pelo Foi, contudo, no contato com as famíliasca Latina. Entretanto, foi uma foto depri-
sua
Estado Islâmico explode atingidas pela doença que Lalo pôde se in- meira experiência no Iraque, em meados de
durante avanço das Tropas tegrar da gravidade da situação,
encontran- novembro de 2016, que alcançou o terceiro
Especiais Iraquianas em
Mossul, Iraque
do mães que faziam viagens de 300 km atélugar da categoria Notícias Locais – é a se-
hospitais para levarem seus filhos às ses-
gunda vez que ele se destaca, tendo recebi-
sões de fisioterapia e exames. Desse con-do uma menção honrosa em 2013.
tato mais íntimo, o fotógrafo chama a aten- Dana acompanhava as Forças de Ope-
ção para que elas não sejam
tratadas como rações Especiais Iraquianas, que começa-
vítimas, mas recebam auxílio e atenção das
vam a retomar a cidade de Mossul, ainda
autoridades: “É um discurso de luta, jamais
dominada pelo Estado Islâmico. A viagem
de derrota. Poré
m é aindamais necessário durou cerca de um mês,mas as passagens
não esquecer
sertão dessas
da Paraíba, quecrianças, no meio
vão precisar do
pelaoferecido
de tra-
co cidade eram
aos raras, uma vezera
profissionais que muito
o ris-
tamento para a vida toda”, conta. grande. “Passávamos cerca de 90% do dia
dentro de tanques blindados, só ouvindo as
NA GUERRA DO IRAQUE explosões das armadilhas deixadas pelo
O repórter fotográfico Felipe Dana traba-
caminho”, relembra o fotógrafo.
lha para a agência Associated Press desde Em uma das raras ocasiões que saiu do
2009 e é especializado na cobertura de con- tanque, quando a situação estava aparen-
flitos urbanos do Rio de Janeiro e da Améri-temente normalizada e os soldados já co-

68 • Fgfe Meh 

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À esq.,Fot
como aoimagem vencedora
do Ano; no alto,
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o o policial Mevlût Mert

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Altintas atrás do embaixador
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russo; acima, os visitantes
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aterrorizados, logo após
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F testemunharem o assassinato

meçavam a montar a base de apoio,grafo da Associated Press desde 1996, Locais e levantou o questionamento
um comboio no quarteirão seguinteassumiu riscos de vida, mas foi capaz quanto à ética de umjornalista ou fo-
foi surpreendido por um carro-bom- fotojornalis- tógrafo quando testemunha de uma
de resgatar a essência do
ba abandonado. Mesmo com o susto,ta de se entregar à notícia. situação tão grave e a do concurso
Felipe Dana sacou a câmera e fez al- Em dezembro de 2016, ele parti-em supostamente estimular ações
guns registros da cena, antes de cor-
cipava de uma cerimônia de inaugu- dessa natureza. Ozbilici se posicio-
rer de volta para o tanque. O fotógra-
ração de uma exposição de artistas nou quanto ao caso em uma decla-
fo vê o prêmio como uma boa opor- russos em Ancara, capital turca. An- ração no site da AP: “Mesmo se eu
tunidade de retomar discussões, pordrei Karlov, embaixador da Rússia no me machucar, ou for morto, não dei-
vezes superadas na esfera pública,país, fazia o discurso de abertura xo de ser jornalista. Tenho que fazer
além de ter o trabalho republicadoquando foi brutalmente morto a tiros o meu trabalho. Poderia sair corren-
em diversos veículos. pelo um
tas, policial turco
ataque Mevlüt Mert
incentivado peloAltin-
do alguma…
to
ódio daquela Mas
situação
aí eusem fazeruma
não teria fo-
OUTROS PREMIADOS religioso por causa da participação resposta adequada se aspessoas me
O instinto do jornalismo puro derussa na guerra civil da Síria. “Fize- perguntassem depois: ‘por que você
Burhan Ozbilici foi o que chamou mos a um juramento a Maomé mor- de não fotografou nada?’”.
atenção dos jurados para o prêmio de rer no martírio. É uma vingança pela Outra imagem agressiva conquis-
Foto do Ano. Apesar da disputairra-
ac Síria e por Alepo”, gritou o assassino. tou o prêmio de Imagem Única na
da – cinco votos contra quatro contrá- A série completa ganhou o pri-mesma categoria, feita pelo paquis-
meiro lugar da categoria Notíciastanês Jamal Taraqai, da European
rios –, uma coisa é certa: Ozbilici, fotó-

abril 2017 • 69
FotojornalisMo

Explosão de homem-bomba
deixou cerca de 60 mortos
durante funeral no Paquistão

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aPressphoto Agency.em
tragédia ocorrida O Quetta,
clique mostra
rante
no Pa-
tra a cobertura
a violência de
um protesto
policial con-
em Baton Rou- na Dakota
param por do Norte,
quase dezEUA,
mesesquecontra
acam-a
quistão, durante o velório do advoga-
ge, nos EUA, fotografou a jovem Ieshia construção de um oleoduto região.
na
do Bilal Anwar Kasi, em que um ho- Evans confrontando a polícia, no que Uma mulher segurando o sobri-
mem-bomba acabou vitimando ou-se tornaria uma das imagens símbo- nho atingido por uma bomba em um
tros 60 presentes na ocasião. lo do movimento. Em Série, quem ga- hospital em Kabul, no Afeganistão,
Em Temas Contemporâneos, onhou foi a canadense Amber Bracken, conquistou o primeiro lugar das Ima-
primeiro lugar de Imagem Única fi- que também fotografou um protes-gens Únicas de Cotidiano, e foi feita
cou com o americano Jonathan Ba-to: dessa vez, dos habitantes morado- pela americana Paula Bronstein. Na
chman, da Thomson Reuters, que du- res da reserva Standing Rock Sioux, mesma categoria, ganhou a série do
chileno Tomas Munita, The do New
s
 York Times

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, que acompanhou o cor-
r tejo das cinzas do antigo presidente

n
s cubano Fide l Castro, após a morte
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o dele em novembro de 2016.
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n Para Notícias Gerais, a comissão
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h elegeu a fotografia do belga Laurent
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b Van der Stockt, do Le Monde , como
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 vencedora em Imagens Únicas. Ele
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j acompanhou a penetração do cerco
o

feito pelo Estado Islâmico em Mossul,


no Iraque, em novembro de 2016, jun-

A ativista Ieshia Evans se


oferece para prisão em
protesto contra violência
policial em Baton Rouge, EUA

70 • Fgfe Meh 247


ame bken Pu bone n/tmelghox/PuzeceneFo c repong

À esq., atenda Teepee, típica dos índios norte-americanos, leva mensagens de visitantes solidários
resistência
à em Standing Rock
Sioux, nos EUA; àdir., mulher segura o sobrinho dois
de anos que foiatingido por uma bomba
em Kabul, no Afeganistão
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luen Vn de sok/Gey imge repoge/le Monde

À esq., cidadãos cubanos acompanham o cortejo fúnebre de Fidel Castro em Santa


Clara, Cuba; à dir., crianças observam as Forças Iraquianas em Mossul, Iraque;
to das Forças de Operações Especiais
abaixo, policiais investigam a cena de um assassinato em Manila, nas Filipinas
Iraquianas; na ação, conseguiu regis-
s
trar o medo da garota em ter sua casa
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vasculhada por estranhos. Na mesma k
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categoria, a série do australiano Da-
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niel Beherulak, do
The New York Ti- en
mes, sobre a conturbada guerra às h
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drogas nas Filipinas, foi a ganhadora.
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Em Natureza, o espanhol Francis er
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Pérez
fe, nasmergulhava na costa
Ilhas Canárias, de Teneri-
quando 
se de-
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parou com a tartaruga marinha en-
roscada em uma rede de pesca – uma
das principais causas de morte da es-
pécie – e conquistou o primeiro lugar
em Imagens Únicas. O sul-africano
Brent Stirton, da Getty
Images, em re-
portagem paraNational
a ,
Geographic

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FotojornalisMo

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Denúncias às práticas predatórias ficaram nos primeiros lugares da categoria Natureza, como a tartaruga marinha presa em uma
rede de pesca, na costa de Tenerife, Ilhas Canárias (à esq.), e o rinoceronte, morto em parque ecológico na África do Sul (à dir.)

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O porto Progreso, à esq., recepcionou os imigrantes coreanos no México;


acima, a confusão da queda da amazona Nina Carberry, na Inglaterra

produziu a série vitoriosa da categoria


Iraque, e foi premiado com o primeiro
trou o cotidiano dos jogadores do pri-
ao documentar a maior reserva de ri-lugar de Imagem Única de Pessoas. meiro
O time de rugby de Toronto, Cana-
nocerontes do mundo, na fronteira americano Michael Vince Kim apostoudá, a aceitar jogadores homossexuais.
entre a África do Sul e Moçambique, em trabalho sobre a imigração corea-
constantemente
ça de traficantesameaçada pela ca-
moçambicanos emenaganhou
para o na
México no início
categoria do século 20
Séries. COMO É O59ª edição,
Em sua JULGAMENTO
o concurso re-
busca do chifre, exportado para a Ásia A queda da amazona Nina Carber- cebeu 80.408 imagens, enviadas por
como afrodisíaco depois de transfor- ry durante uma competição em Liver- 5.034 fotógrafos de 125 países. Mes-
mado em pó. pool, na Inglaterra, deu ao inglês Tommo com o volume gigantesco de ins-
O retrato da garota Maha, de 5Jenkins, do jornal The Guardian, o pri- crições, o processo de seleção dos ga-
anos, foi feito pelo sueco Magnus meiro lugar de Imagens Únicas na ca- nhadores é bastante cuidadoso, e ca-
Wennman, do jornal , em tegoria Esportes. Já o italiano Giovan-
Aftonbladet da categoria conta com três jurados
um campo de refugiados em Debaga, ni Capriotti, vencedor em Séries, regis-
especializados no tema. Na edição de

72 • Fgfe Meh 247


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A garota Maha, de cinco anos, descansa no campo


para refugiados em
Debaha, no Iraque, depois de fugir do Estado Islâmico com seus pais

2017, o paulistano Luciano Candisani nos um voto, e da segunda, dois, pas-maravilhoso”, conta. E ainda achou
participou, pela segunda vez, da banca
sando então por um longo processotempo nos intervalos das reuniões
de jurados da categoria Natureza, ao de discussão das preferidas de cadapara encontrar antigos colegas da
lado do fotógrafo alemão Christian Zie-
jurado. Na quarta etapa, os finalis- fotografia e trocar experiências com
gler e da inglesa Helen Gilks, diretora
tas passam por uma comissão de ve-os demais profissionais.
da Nature Picture Library, de Londres.
rificação de autenticidade e, depois, Os trabalhos ganhadores são in-
Todos os jurados se reuniram napor uma comissão geral de jurados,cluídos na exposição itinerante do
sede do World Press Photo em Ams-composta por cinco especialistas econcurso, que deverá passar por 45
terdã, na Holanda, entre os dias 16outros quatro de cada categoria, quepaíses durante o ano. Além disso, ca-
de janeiro e 13 de fevereiro de 2017, cuidam de escolher a Foto do Ano. da fotógrafo é convidado a partici-
quando os ganhadores foram anun- Apesar do trabalho espinhoso de par da cerimônia de premiação, em
ciados. Candisani conta que o trioexaminar tantas imagens, Candisani Amsterdã, e tem o trabalho reunido
analisou cerca de 6.000 imagens en- faz questão de frisar o quanto a ex- no anuário da competição. Todas as
viadas para a categoria, divididas en-periência é valiosa: “Ter a chance deimagens premiadas podem ser con-
tre séries e imagens únicas. O júri es-
poder analisar tudo que é produzi- feridas na página oficial do concurso:
pecializado participa de apenas trêsdo de melhor na minha área é algo www.worldpressphoto.org .
etapas, com a missão de reduzir to-
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das as inscrições para apenas 12 fina- o
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listas, em ordem de preferência caso 
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algum trabalho seja desqualificado. n
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Cada categoria é auxiliada por G
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um secretário e representante do
concurso, tanto na projeção das ima-
gens quanto na leitura de legendas

e eventuaisfoidúvidas.
secretário Em Natureza,
o americano o
David Gri-
ffin. Para o trabalho passar da pri-
meira fase, deve receber pelo me-

O time de rugby Muddy York


RFC – o primeiro de Toronto,
Canadá, a aceitar jogadores
gays – durante jogo nos EUA

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FILMMAKER

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CADA CORTE
NO SEU LUGAR
COMO EDITAR COM INTENÇÃO
Selecionar os cortes não se trata apenas de tempo e sequência,
mas também da intenção de cada escolha. Conheça as principais
formas de realizar uma transição entre imagens em um filme
e veja como elas podem adicionaralor
v à sua produção

76 • Fotografe Melhor on247


Ao lado,
Luke acima etenta
Skywalker abaixo, sequência
usar “a força”do O Retorno
filme
e acaba de Jedi1983),
se frustrando: ( cortesem que o jovem
precisos e planejados

POR GUILHERME MOTA

N
a maior parte das vezes,
quem assiste a um filme
não percebe por que al-
gumas sequências têm e tensão da cena. Como isso é reali- si para agregar mais impacto à sua
tanta influência. O resultado não zado? Com cortes precisos e plane- produção audiovisual e para trans-
vem tanto da fotografia ou dos ele- jados. Enquanto ele ainda acredita mitir ao espectador a exata inten-
mentos na tela, mas da forma como ter o poder da força, o tempo entre ção do filmmaker. O mais básico
as cenas estão encadeadas: os cor- os cortes vai diminuindo progressi- deles é o corte seco, simples, dire-
tes seguem tão naturalmente que vamente até o clímax. Com a decep- to, que permite a edição mais sim-
você nem mesmo pensa no assun- ção de Luke, o tempo volta aaumen- ples que se pode fazer, apenas al-
to enquanto vê o filme. tar também gradualmente. ternando takes – e, muitas vezes, é

no Um exemplo
, sexto filme
de Jedi é oO
claro da Retor-
sagaStar É apenasdeum
montagem umexemplo ide como a ver
filme é nfluencia- umaa boa
maior escolha, pois
parte do pode
filme resol-
com agi-
Wars,na cena emque o jovem Luke da pela sequência de eventos, e pou- lidade e simplicidade.
Skywalker tenta levantar uma nave cos se atentam a como os tipos de No entanto, outras opções tam-
utilizando “a força”.Nessa sequência, corte utilizados podem pesar sobre bém têm vantagens. A seguir, veja
que culmina na frustração de Luke, a o resultado de uma sequência. Tudo uma série de exemplos que ajudam
curva de aprendizado e decepção da em pouco mais de 30segundos. a ilustrar e entender melhor as mais
personagem é caracterizada por um Os cortes clássicos de edição po- utilizadas formas de unir duas ou
aumento crescente na expectativa dem e devem ser combinados entre mais imagens em um filme.

Abril 2017 •77


FILMMAKER / Dicas Técnicas

Sequência deEsquadrão
Suicida (2016) com cortes
na ação na cena em que
a personagem se veste
diante de soldados

Cross cut –Ocorre quando o edi-


tor corta as cenas em um vai e volta
de diferentes locações, e permanece
dessa forma por um tempo. É a clás-
sica edição deconversas ao telefone,
especialmente quando se quer adi-
cionar tensão e suspense à sequên-
cia. Sua aplicação transmite a sensa-
ção de simultaneidade das sequên-
cias, mesmo que isso não seja um fa-
to – o que pode ser usado para “enga-
nar” o espectador propositalmente.
A famosa sequência do coelho
em Atração Fatal (1987) utiliza-se do
Corte na ação – Se você quiser se valer desse corte. O importante é cross cut,alternandotakes do mari-
deixar tudo mais fluido e manter a manter o corte exatamente no mo- do, da mulher e do filho. Esse formato
dinâmica da cena, precisa do “cortemento em que a ação ocorre. Nem também é usado para mostrar o que
na ação”. Nada mais é do que realizar antes nem depois. se passa na cabeça de uma persona-
o corte enquanto a ação se desenro- A grande vantagem desse tipo gem, como na sequência do chuvei-
la na tela: uma personagem entran- de corte é a velocidade de criação e ro no filmeRambo – Programado pa-
do por uma porta, descendo esca- o fato de que ele não precisa ser tão ra Matar(1982), em que ele se recor-
das, cenas de luta, corridas de car- preciso em relação aos movimentos, da de suas memórias de guerra.
ro, o que você estiver editando pode nem mesmo requer cenas intensas.
Qualquer situação,por mais simples
que pareça, ganha força com esse re-
curso, como na cena deEsquadrão
Suicida (2016), em que a persona-
gem está se vestindo.

Cutaway –É o corte para um de-


talhe da ação. Pense na inserção de
uma pequena sequência dentro da Takes alternados na mulher, no filho e
outra, que conta um detalhe adicio- no marido no filmeAtração Fatal(1987)
nal, terminando com o retorno à pri-
meira sequência. Geralmente, é usa-
do com um acontecimento que está
no mesmo espaço da primeira e tem
como motivador algo que ocorre na
cena. É usado também para mos-
trar o que ocorre dentro da cabe-
ça de uma personagem enquanto a
açãocomo
dos, se desenrola, comquem
na cena em corteso poli-
rápi-
cial (Brad Pitt) lembra de sua mulher
no filmeSe7en(1995). o
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cabeça da personagem

78 • Fotografe Melhor on247


Em Homem Aranha
(2002), ojump cut é
usado para a cena em que
Peter Parker começa a
explorar seus poderes

Jump cut – É um corte seco da


ação em vários pedaços menores,
suprimindo pequenas partes. É usa-
do com frequência para mostrar in-
tencionalmente a passagem do tem-
po. Esse corte serve também para
adicionar um senso de nervosismo,
ação e urgência, como é possível
ver intensamente em diversos tre-
chos de Mad Max: Estrada da Fúria
(2015). Osjump cuts ainda são usa-
dos para demonstrar um ato repeti-
tivo – em um processo de aprendi-
zagem, por exemplo, como no filme
Homem Aranha(2000), na cena em um macaco arremessa um osso pa- Fade in, fade out e dissolução –
que Peter Parker está começando a ra cima e, em seguida, vê-se a espa- São os formatos de transição clássicos
explorar seus poderes. çonave em órbita da Terra. do cinema. Consistem em um surgi-
O formato é usado principal- mento progressivo da imagem a partir
mente para fazer transições, e eles de uma tela escura, ou, o contrário, ge-
podem se valer também não da ralmente indicando o início ou fim de
imagem, mas do áudio. Isso ocorre uma ação, ou uma mudança de tem-
quando o som de uma cena écom- po e/ou espaço físico. Já a dissolução
plementado pelo som da cena se- é usada quando uma cena se mistu-
guinte – seja num diálogo, com um ra a outra. Esse recurso costuma re-
som ambiente ou ambos –, com a presentar a passagem do tempo ou de
intenção de criar um sentido novo uma sequência de memórias, como
na sequência. na abertura deApocalipse Now (1979).
Cena antológica de2001: Uma Odisseia
no Espaço (1968) com uso de
match cut

Match cut – É o casamento de


imagens esteticamente semelhan-
tes, sequências
até em cortes que envolvem
diferentes, takesque
mas e
se complementam. Nomatch cut,
elas são similares de alguma forma,
seja pela ação presente na cena, pe-
la composição e estética ou por am-
bas. Um dosmatch cutsmais famo-
sos do cinema é a cena de2001: Uma Fade in e fade out são cortes de transição clássicos no cinema, como nesta sequência
Odisseia no Espaço(1968), em que de Apocalipse Now (1979), em que a dissolução é usada para apresentar memórias

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FILMMAKER / Dicas Técnicas

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Em Cães de Aluguel
(1992), osmash cuté usado para cortar de uma cena aparentemente tranquila para outra de ação feita externamente

Smash cut –Apresentauma tran- Screen wipe –Ocorre quando a tina se abrindo, diamantes ou outros
sição abrupta, geralmente represen- transição entre as cenas simula uma formatos muito comuns nas ilhas de
tativa de alguém retornando de um imagem sendo linearmente subs- edição lineares, em um passado re-
pesadelo, que se vale muito do áudio tituída por outra, de cima para bai- cente. Esse tipo de transição se tor-
como complemento de tensão. Po- xo, lateralmente, de maneira circu- nou uma marca registrada do diretor
dem ser usadas também alternando lar ou mesmo na diagonal, revelan- George Lucas nos filmes dafranquia
cenas muito diferentes (de agitação e do a imagem seguinte. Pode ser tam- Star Wars, sendo até hoje aplicado
calmaria, por exemplo), como na ce- bém um efeito que simula uma cor- em suas sequências.
na deCães de Aluguel(1992), em que
uma conversa em um galpão calmo e
silencioso dá lugar a uma intensa ce-
na de fuga pelas ruas.

Iris – Muito usado nos primór-


dios do cinema, era realizado direta-
mente na câmera, como uma forma
de iniciar ou finalizar uma sequên-
cia. Hoje, é uma escolha mais estilís-
tica, feita na ilha de edição, e em ge-
ral pouco utilizada. O objetivo con-
tinua o mesmo: iniciar ou finalizar
uma sequência, como no filmeOs
Infiltrados(2006).

screen wipe
O corte de transição , em que uma imagem vai linearmente sendo substituída
Star Wars
por outra, é muito utilizado pelo diretor George Lucas nos filmes da franquia

Iris é um corte pouco usado, mas ainda


pode ser visto emOs Infiltrados(2006)

80 • Fotografe Melhor on247


PARA IR ALÉM: COMBINAÇÕES CRIATIVAS
O grande segredo do corte está Psicose (1960)- A sequência do trazer à tona memórias da personagem
na liberdade criativa que ele assassinato emPsicoseconcentra 78 cortes principal ao mesmo tempo em que participa
proporciona ao editor, oferecendo em 45 segundos, e não há uma cena sequer de uma luta, em cincodiferentes cortes.
diferentes formas de montar uma cena que realmente mostre nudez – toda a tensão
ou integrá-la ao restante do filme, reside na escolha dos cortes. O segredo são O Poderoso Chefão (1972) -
permitindo variações decisivas na hora os recursos de edição,alternando cort es Entre cortes na ação,cross cutse
de determinar o teor da história. na ação, planos de detalhecutaway
( )e J-cuts, a sequência de batismo em O
Para começar a melhorar seu diferentes ânguloscross
( cut), finalizando Poderoso Chefãoalterna uma tranquila
processo criativo na edição, um caminho com uma dissolução/ match cutentre o ralo cena de batismo com violentas cenas
possível é primeiro montar o filme da banheira e os olhos da vítima. de eliminação de seus inimigos – tudo
utilizando apenas cortes simples, secos, permeado pelo áudio da rpimeira cena.
e, a partir daí, já com a ideia geral da Cidade de Deus (2002) -A
sequência completa, experimentar o que sequência de abertura combina jump, cross, Gladiador (2000) -A morte do
as diferentes possibilidades adicionamà smash, L e J-cuts, todos misturados em soldado Maximus combina a alternância
narrativa. A grande questão ésempre se uma frenética montagem, cuja intensidade de locais/sequênciascross ( cuts) com a
perguntar quando e onde utilizar cada um, cresce à medida que a açãose desenrola similaridade estética entr
e as imagens
para contar a história ainda melhor. na tela, culminando em uma transição (match cuts), passando a mensagem de
Além disso, nãoexiste uma regra memorável que combinamatch cutse que ele de fato está nos dois lugares ao
definitiva para cortes, determinando rotação em torno da personagem principal. mesmo tempo.
qual é ocorte “corre to”: são escolhas do Tudo em apenas 4 minutos.
editor, em conjunto com o diretor do filme.
Em Psicose(1960), o diretor
Essa liberdade criativa abre espaço para Mad Max: A estrada da Fúria Alfred Hitchcock concentrou
inovações e combinações marcantes de (2015) -Com menos de quatro segundos, a 78 cortes em 45 segundos na
cortes. Veja alguns exemplos. combinaçãocutaway/jump cut é usada para cena do crime no chuveiro

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FILMMAKER / Dicas Técnicas

Em Birdman (2016), cortes invisíveis muito bem-feitos dão a impressão de tomadas em


takes únicos, em plano-sequência

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Cortes invisíveis – São usados memente desse recurso foiBird- de na dinâmica de sua produção.
para dar a impressão de umtake man (2016), que simula a realização No J-cut, ocorre o inverso, e o áu-
único, mas na realidade estão “es- de um grande plano-sequência por dio da cena que ainda será apresen-
condidos”. Podem ser encobertos todo o filme. A película também se tada se adianta, introduzindo ao es-
em pontos escuros da cena, por vale em alguns momentos do movi- pectador a atmosfera ou informa-
meio de masking ou outros efeitos mento de whip pan (chicote), uma ções do que está por vir. Os nomes
visuais, para garantir uma sequên- panorâmica rápida que borra as desses recursos vêm do formato ad-
cia imperceptível para quem assis- imagens e abre espaço para um cor- quirido pela sequência natimeline
te ao filmes. É possível disfarçá-los te imperceptível. de edição, com as trilhas de áudio e
também durante a passagem de vídeo desalinhadas, formando um
objetos em frente à câmera, como Cortes com áudio: L-cut e J- “L” ou um “J”.
um trem, um carro ou qualquer ou- -cut – Esses dois formatos existem
tro item que corte oframe, bem co- quando a transição envolve tam- Nota da redação
mo após objetos que deixam a ce- bém o áudio. No L-cut, o som pro- Além dos frames de sequências que
na. Um título que se utilizou enor- veniente da cena anterior ainda ilustram este artigo, para acompanhar tipos
está presente na cena seguinte. O de corte em tempo real, foram selecionados
corte é utilizado com frequência apenas cortes clássicos, recentes ou
No J-cut (menu à esq.), o
áudio da cena é adiantado, no cinema e serve para integrar ce- famosos no universo audiovisual. Assim,
enquanto noL-cut (à dir.), ele nas e diálogos. Seu uso consciente cada sequência pode ser facilmente
é atrasado na transição pode conferir um salto de qualida- encontrada em buscas no YouTube.

82 • Fotografe Melhor on247


LIÇÃO DE CASA
temas ilustrados pelo leitor

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Autorretratos de Vivian Maier, a babá que era fotógrafa nas horas vagas edepois
cult virou de descoberta (veja na edição 216)

DICAS BÁSICAS PARA FAZER UM


bom autorretrato POR LAURENT GUERINAUD

Nada a ver com o selfie: o bom autorretrato é uma prática artística em


que o fotógrafo pode usar a criatividade de várias formas, do simples
retrato a ensaios elaborados. Confira
essência do autorretrato é remete à pintura da Idade Média. contrário, se esconder, mascarando
revelar a percepção que o ar- Como toda prática fotográfica, oo rosto ou fotografando a sua som-
tista tem de si mesmo em autorretrato pode ser abordado de bra. Os mais conceituais até elabo-

A
um determinado
Assim, momento.
um autorretrato várias maneiras.
feitopreferem Alguns
registrar fotógrafos
a própria ramdeseu
ima-
tir autorretrato
objetos pessoaissomente a par-
que os repre-
com criatividade não é ape- gem diretamente, com a câmera nosentam. O que vale é imaginação.
a
nas uma imagem bem focada e “cer- tripé e o uso de um controle remoto Tecnicamente, o mais fácil é se
tinha” do autor: ele deve revelar sen-
ou do temporizador, enquanto outrosfotografar em um espelho ou ou-
timentos, perturbações, personali-a gravam de maneira indireta, foto-tra superfície refletiva. Nesse caso,
dade ou dúvidas... em uma palavra, agrafando seu reflexo em um espe-a imagem é invertida. É importante
alma. É uma prática artística ances-lho, porexemplo. O artista pode que-tomar essa especificidade em con-
tral que, segundo os historiadores,rer se mostrar sem disfarce ou, ao sideração, principalmente se apa-

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O finlândes Arno Rafael Minkkinen produziu um longo trabalho calcado em autorretratos em P&B muito elaborados
e criativos, de inspiração surrealista, nos quais ele se mistura com a paisagem e a natureza (veja mais na edição 228)

recer texto: marcas, inscrição na roupa, pala-


vras em placas ficarão ao contrário. Esse mé-
todo permite produzir autorretratos interessan-
tes desde que o fotógrafo preste muita atenção
à composição da imagem.
Mais complexo, mas permitindo muito mais li-
berdade, é o uso da câmera no tripé. A maior difi-
culdade dessa técnica é a medição do foco, já que
o modelo (o próprio fotógrafo) não está presente
na cena no momento de compor a imagem. Caso
utilize um controle remoto
, o mais simples é ativar
o ponto de foco correspondente à zona aonde vai
se posicionar. Quando disparar, a câmera vai me-
dir o foco automaticamente naquela zona. Contu-
do,
é dependendo
fácil acertar do enquadramento,
exatamente o ponto. nem sempre
Caso seja necessário usar o temporizador, o
jeito é passar para o foco manual e medi-lo no
lugar onde você pretende se posicionar. Já que o
foco é uma medição de distância (todos os pon-
tos à mesma distância da câmera tem o mesmo
nível de foco), é igualmente possível ajustar o
foco em outro ponto situado à mesma distância

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LIÇÃO DE CASA

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O americano Dave Engledow e Esse “diálogo” entre o autorretra- na imagem. Pode se tratar de uma
sua filha Alice: autorretra
tos tado e o cenário pode ser construído ação congelada ao usar uma alta
com humor que viraram por contrastes e semelhanças de li- velocidade do obturador, caso a lu-
sucesso na web (edição 203) minosidade o permita (se não, se-
nhas e formas, densidades ou ain-
da interações cromáticas. Esta últi- rá preciso abrir bastante o diafrag-
da câmera que o fotógrafo-modelo ema opção é a mais impactante: tons ma, aumentar a sensibilidade ISO e/
utilizar o autofoco normalmente. quentes (vermelho, laranja e amare- ou usar o flash). Pulos ou situações
A composição precisa também ser de desequilíbrio podem assim ren-
lo) e frios (azul, verde, rosa) produzem
determinada antes de o “modelo” en- combinações harmoniosas, mais ain- der imagens engraçadas.
no autorretrato, as-da quando são combinadas com cores Ao contrário, o movimento pode
trar na cena, pois,
sim como em qualquer outra área da complementares. Acordos monocro- ser enfatizado pelo uso de um tem-
fotografia, a menos que seja um deta-máticos rendem imagens muito agra- po de exposição maior. Essa técnica
lhe do artista (por exemplo, zoom no dáveis também, mais suaves, elegan- deixa o sujeito em movimento bor-
rado, trazendo um toque onírico ou
olho, mãocondiciona
ambiente ou outra parte do corpo),
o impacto tes
o e misteriosas.
várias
visual. Vale a pena
tentativas, alterando fazer
misterioso ao autorretrato. Quan-
a propor-
ção de cada cor na
Por isso, ele precisa ser escolhido imagem. to maior o tempo de exposição e/ou
com cuidado. E, mesmo sendo um de- a velocidade do próprio movimen-
DESFOQUE
talhe, um fundo estético é primordial. to, maior o borrão. Objetos em mo-
Pode ser interessante construir a ima-Embora a concepção inicial devimento ou membros se mexendo
gem em função das combinações ou um autorretrato seja geralmen-mais rápido podem até chegar a su-
oposições entre o ambiente e o tema, te estática, congelando o momen-mir da imagem. O sucesso de tais
ou seja, o próprio modelo-fotógrafo. to, é possível introduzir movimentoimagens depende do equilíbrio en-

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86 • Fotografe Melhor n 247
A sul-coreana Jee Young
Lee faz autorretratos em
cenários elaborados por
ela (veja na edição 222)

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Acima, autorretratos da garota palestina Nidaa Badwan durante


seu isolamento em casa na Faixa de Gaza (confira na edição
224); abaixo, à esq., o marroquino Achraf Baznani, que produz
autorretratos surrealistas com a ajudado Photoshop

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Acima, o leitor Riedel Pedrosa em um autorretrato feito com a técnica


em que a câmera, sobre o tripé, é ajustada em múltipla exposição e duas
cenas distintas são captadas tapando-se
metade da lente de cada vez

Abril 2017 •87


LIÇÃO DE CASA
no até o fundo, é preciso fechar o dia-
fragma (valor maior de f/) e/ou alterar
o fator de ampliação (se afastando do
tema e/ou reduzindo o zoom).
Uma profundidade de campo am-
pla permite valorizar o ambiente em
que cada detalhe precisa ser escolhi-
do com cuidado, de maneira a evitar o
excesso de elementos, que perturba-
ria a leitura da imagem. Um ambien-
te com poucos elementos deixa a fo-
to legível e valoriza o tema. No oposto,
o tema pode ser valorizado (e isolado
do ambiente) pelo desfoque do fundo,
do qual ele se destaca por sua nitidez.
Esse é o uso mais comum do des-
foque, porém, no autorretrato é possí-
vel ampliar mais ainda a brincadeira,
ç deixando em foco, por exemplo, um
a
ira
F objeto muito vinculado à personalida-
r
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g de da pessoa, e incluindo o fotógrafo
n
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W desfocado em algum lugar da cena.

Tais imagens, com o objeto bem nítido


O leitor Wagner Friaça (acima) em tre as zonas borradas e as nítidas. e a silhueta mais ou menos reconhe-
um autorretrato em que presta
homenagem a Fidel Castro; abaixo, Uma possibilidade muito
interes- cível do fotógrafo no fundo, podem ser
autorretrato enviado pelo leitor sante é combinar uma foto em al- muito impactantes e emocionantes.
Francesco Cittadino Júnior ta velocidade, com tema bem nítido, São algumas dicas que podem ser
e outra foto com movimento borra- usadas, mas cada um pode adaptar
do, utilizando a opção de sobreposi- a técnicaà própriaindividualidade e
ção de imagens disponível na maioriadeixar a criatividade guiar o olhar pa-
das câmeras (ou subrepondo as ima-ra conseguir o autorretrato mais pes-
gens na pós-produção). Já outro tiposoal, singular e srcinal.
de desfoque é relacionado ao próprio Para ilustrar o artigo, separamos
foco: a partir do plano do foco 100%alguns autorretratos criativos já publi-
nítido (todos os pontos à mesma dis-cados em reportagens Fotografe
de ,
tância que o ponto de foco), é possível
alguns que até geraram séries de su-
gerar um desfoque progressivo. cesso na web. Inspire-se.

PLANO NÍTIDO
A maneira com a qual o desfo-
que se espalhará depende da am- Mande sua foto para a
pliação (representação do objeto no seção Lição de Casa
sensor ou na foto em relação a seu O tema para a próxima edição,
tamanho real) e da abertura do dia- a 248, serásensualidade(não vale
fragma: quanto maior a ampliação selfie). Caso você tenha uma foto
bacana sobre o tema, envie-a para
(utilizando o zoom ou se aproximan- a redação da revista pelo e-mail
do do objeto) e/ou a abertura (me- fotografe@europanet.com.br
até o dia 6 de abril de 2017 e
nor valor
que vai sede f/), mais rápido
espalhando a partiro do pla- coloque
desfo- no assunto .
“Lição de Casa”
Cada leitor pode mandar apenas
r
io
no de foco. Na prática, é traduzido por uma foto. As imagens enviadas
ú
n
J uma profundidade de campo (ampli- serão avaliadas e poderão ser
usadas como exemplos no artigo
o
n i
d
tude da zona que parece nítida) redu- de Laurent Guerinaud. A ideia é
a
t
it
C
zida, ou seja, primeiro plano e fundo que o leitor ilustre as informações
o bem desfocados. passadas pelo especialista.
c
s
e Apenas as fotos selecionadas pela
c
n Ao contrário, para obter uma sen- redação serão publicadas.
ra
F sação de mais nitidez, do primeiro pla-

o
88 • Fotografe Melhor n 247
RAIO X POR LAURENT GUERINAUD
fotos de leitores comentadas

JORGE VASCONCELLOS B. JÚNIOR,


Como participar Rio de Janeiro (RJ)
Eis um exemplo de foto de paisagem mais próximo no primeiro plano. Isso
O objetivo desta seção é dar 1 bem-sucedida. Parabéns! Todas as ajudaria a dar uma noção dadimensão
ao leitor informações e dicas que linhas levam o olhar para o ponto de ouro da cena fotografada.
sirvam para um aprimoramento inferior direito, o que deixa a imagem bem Equipamento:Nikon D90 com objetiva
do ato de fotografar. Ela é aber- dinâmica. A única recomendação que Nikkor 18-55 mm
ta a qualquer tipo de fotógrafo: poderia fazer seria procurar um elemento Exposição:f/14,1/200s e ISO 250
amador,
Antes de enviar ou
expert
suasprofissional.
fotos para
análise, você precisa ler e aceitar
as regras a seguir: 1
• É importante ressaltar que um
comentário é necessariamente
subjetivo. Não é um julgamento,
mas apenas uma apreciação pes-
soal que, portanto, pode ser con-
testada e criticada. Já que o obje-
tivo de uma foto é agradar ao ob-
servador, qualquer crítica, mesmo
que formulada por uma só pes-
soa, aponta um elemento que po-
de ser melhorado ou ao menos
discutido. Assim, a crítica é sem-
pre de caráter construtivo.
• Quem envia as fotos para aná-
lise com a finalidade de comentá-
rios e dicas para melhorar a téc-
nica o faz sabendo disso.
• A publicação das fotos envia-
das não é garantida. As imagens
publicadas serão escolhidas pe-
lo mérito do comentário que per-
mitirem, não por sua qualidade.
Apenas uma foto de cada leitor
será comentada. LUIZ GUILHERME ALBUQUERQUE,
• Alguns comentários poderão Caucaia (CE)
até parecer duros, porque o que
vai ser avaliado é a qualidade téc- Gostei muito do ponto de
nica da imagem (enquadramento,
composição, foco, exposição...),
2 vista srcinal, das cores, 2
do desfoque progressivo e da
sem levar em conta o aspecto diagonal formada pelo galho.
afetivo que pode ter para o au- Só tenho uma dica: a imagem
tor que registrou uma pessoa, um incomoda um pouco porque
momento ou uma cena importan- vai no sentido contrário do que
te e emocionante da sua vida.
seria o natural de leitura. Se a
Como enviar diagonal saísse do canto inferior
Envie até três imagens em esquerdo para o canto superior
formato JPEG e em arquivo de direito, ficaria mais harmonioso.
até 3 MB cada um para o e-mail: Faça a inversão de sentido no
fotografe@europanet.com.br. seu software de pós-produção
Escreva “Raio X” no assunto e in- para ver o resultado.
formemora
onde nomeecompleto,
os dados cidade
da foto Equipamento:Nikon D90 com
(câmera, objetiva, abertura, ve- objetiva Nikkor 18-200 mm
locidade, ISO, filme, se for o ca- Exposição:f/5, 1/30 e ISO 200
so, e a ideia que quis transmitir).
É importante que os dados pedi-
dos sejam informados para aju-
dar na avaliação das fotos e na
elaboração dos textos que as
acompanham.

92 • Fotografe Melhor on247


MARCIO OLIVEIRA, DANIEL KANAOKA, GUILHERME REINALDO
Anápolis (GO) São Paulo (SP) MADER, NASCIMENTO,
Barretos (SP) Rio de Janeiro (RJ)
Gostei bastante da sua foto. Gostei da foto. Contudo,
3 Há um belo fundo verde, 4 observei dois pontos Este pássaro (urutau O ângulo diferente deixou
os galhos não interferem e a que poderiam ter sido 5 ou mãe-da-lua) é difícil 6 a foto mais impactante.
pose do pássaro é atraente. Só melhorados. O primeiro de avistar efotografar
. Contudo, o que incomoda
achei que a cor da ave não ficou é a exposição, um pouco Parabéns pelo registro. A é a iluminação: a sombra
legal. O resultado ficaria melhor escura, com contraste composição é boa, porém na testa e nos olhos não
deixando o pássaro como demasiado. O segundo dois pontos incomodam: valoriza a criança. Duas
silhueta (o que provavelmente é o corte das copas dos primeiro, a sombra que possibilidades: deixar o
não foi possível sem escurecer coqueiros do primeiro forma uma linha vertical ensaio para outro horário
o fundona
branca demais
cabeçadevido
dele).àOutra
parte plano. Como você
uma câmera usou
com lente exatamente na ave;
segundo, a falta de foco (início
quandoouo final da tarde,
sol produz uma
alternativa seria o contrário: fixa, sem zoom, a única no olho. Parece que foi luz mais suave) ou usar um
iluminá-lo com um disparo de maneira de incluí-las medido no rabo da ave, difusor grande (superfície
flash para que ele não ficasse era recuar um pouco. que ficou perfeitamente semitransparente)
entre o claro e o escuro. Sugeri Equipamento:Fujifilm nítido enquanto a posicionado entre o sol e o
também um pequeno corte para X100T com objetiva cabeça não. tema para suavizar a luz.
realçar ainda mais a ave. Fujinon 23 mm Equipamento:Canon EOS Equipamento:Nikon
Equipamento:Canon Exposição:f/11, 1/1100s Rebel T5i com objetiva D5300 com objetiva
EOS Rebel T3i com objetiva e ISO 400 Canon 55-250 mm Nikkor 18-55 mm
Canon 75-300 mm Exposição:f/5.6, 1/50s Exposição:f /5, 1/320s
Exposição:f/5.6, 1/100s e ISO 100 e ISO 100
e ISO 100

3 4

Abril 2017 •93


RAIO X
DOUGLAS ROSSETO, CLARICEDANTAS, ARI PEIXOTO, DANILO ALEXANDRE
Lucélia (SP) São Paulo (SP) Rio de Janeiro (RJ) DOS SANTOS,
São Luís (MA)
Escolhi a melhor das três Embora esteja O que incomoda na
7 fotos que você mandou. 8 acompanhando o olhar 9 imagem é a posição A composição é correta,
Nas duas outras, a postura do macaco (menos mal), a da casa no eixo vertical. 10 tirando a inclinação da
do pássaro adulto não linha formada pelo tronco Já que o céu não linha de horizonte. Contudo,
estava atraente. O registro é no fundo desvia a atenção apresentava nenhum um enquadramento mais
interessante, porém vários do observador da foto. Não interesse, a escolha era aberto (uma distância focal
elementos perturbam a bastou desfocar o fundo fácil: apontar a câmera menor) teria permitido incluir
leitura da foto, notadamente neste caso, pois ainda assim um pouco mais para a ponta da praia à esquerda.
os cabos. O recorte que sugeria linha se destacou. A solução baixo, de maneira a Além disso, três pontinhos
reduz
ideal éaprocurar
poluição outro
visual,ponto
mas de
o seria
pontoter
de procurado
vista, talvezoutro
indo um posicionar a casinha
terço superior no
do quadro no céu e no mar,
demonstram queàoesquerda,
sensor
vista para tentar escapar dos pouco mais para a esquerda, e aproveitar mais as da câmera está sujo.
elementos perturbadores no com o intuito de fugir desse pedras no primeiro plano. Equipamento:Canon
enquadramento. elementoperturbador . Equipamento:Canon EOS EOS Rebel T3 com objetiva
Equipamento:Nikon Equipamento:Canon Rebel XSi com objetiva Canon 24-105 mm
D700 com objetiva EOS Rebel T3 com objetiva Sigma 18-200 mm Exposição:f/13, 1/60s
Nikkor 70-300 mm Canon 55-250 mm Exposição:f/10, 1/200s e ISO 100
Exposição:f/5.6, 1/500s Exposição:f/5.6, 1/200s e ISO 200
(com tripé) e ISO 360 e ISO 800

7 8

9 10

4
4

94 • Fotografe Melhor on247


ELIO SANTOS, RICARDO SOUTO, MANOEL FERREIRA JOYCE ALESSANDRA
Montes Claros (MG) João Pessoa (PB) DE ARAÚJO JR., DE LIMA,
Caruaru (PE) Osasco (SP)
O enquadramento no A foto ficou atraente e
11 formato paisagem 12 poderia até ilustrar um Dificilmente o Gostei das outras duas
(horizontal) deixou os site de turismo, mas existem 13
observador é atraído 14 fotos que você enviou.
canários centralizados, dois itens que incomodam e por uma foto de animal Esta, porém, está mais difícil
com a sensação de que o precisariam ser melhorados. quando os olhos não são de entender. A mensagem
de cima está preso, quase O primeiro, a postura das visíveis. Além disso, outro não ficou clara, deixando o
batendo na borda superior duas pessoas na foto, que elemento perturbador é observador intrigado. Passa
do quadro. Veja como ficou não é a melhor (esperar por a própria coleira do gato, a sensação de estar olhando
melhor e mais dinâmico no uma ação mais interessante que não combina com para uma lembrança de
formato retrato
Além disso, (vertical).
a iluminação seria
pedaçoa opção). O segundo,
do prédio o
que aparece a cena. Geralmente,
recomendável tirá-laé antes viagem da qual
participou. ele não
Tecnicamente,
não valoriza o tema: o na borda esquerda (que de começar a sessão de a bandeira dobrada e as
mesmo canário está entre deveria ter sido cortado no fotos – a menosque seja pernas cortadas incomodam.
sol e sombra, com a cabeça enquadramento). um acessório atraente. Equipamento:Nikon
no escuro e uma zona de Equipamento:Canon Equipamento:Nikon 3100 com objetiva
luz estourada no peito. EOS Rebel T5i com D5200 com objetiva Nikkor 18-55 mm
Equipamento:Nikon objetiva Canon 24 mm Nikkor 55-300 mm Exposição:f/13, 1/250s
D3000 com objetiva Exposição:f/2.8, 1/4000s Exposição:f/4.5, 1/100s e ISO 100
Nikkor 18-300 mm e ISO 100 e ISO 100
Exposição:f/5.6, 1/200s
e ISO 400

11 12

13

14

Abril 2017 •95


RAIO X
ASSUM RICARDO COSTA, NELSON BERNIS, JÚNIOR RÉGIS,
NOGUEIRA, Belo Horizonte (MG) Belo Horizonte (MG) Goiânia (GO)
Goiânia (GO)
A centralização do tema O que incomoda de O pato está
Vários pontos 16 geralmente deixa as fotos 17 primeira na foto, 18 centralizado, de
15 podem ser estáticas, sem dinamismo. Aqui, assim como na outra de costas, fotografa
do em
melhorados nesta foto. você centralizou o pássaro no pôr do sol, é a inclinação ângulo de mergulho (de
Primeiro, a iluminação eixo horizontal e exagerou na da linha de horizonte, que cima para baixo), o que
dura do sol forte do “descentralização” no eixo vertical: não combina com a cena. não rendeu uma imagem
meio-dia não valoriza a cabeça do tema parece que vai Um enquadramento mais atraente para captar o
o tema. Segundo, a bater na borda superior do quadro. aberto, para incluir mais interesse do observador.
centralização do tema Aliás, por que não ter escolhido o chão, também seria Com animais “comuns”,
principal, a flor,
imagem muito deixa a
estática. um formato
combinar retrato
melhor (vertical),
com a formapara desejável.
como vocêTodavia,
estava usando o fotógrafoângulos
procurar precisasrcinais
E o centro da flor do pássaro? Saiba também que um smartphone, não e enquadramentos
ficou escondido, o que não é preciso colocar a data na poderia, provavelmente, diferenciados para se
incomoda. foto, o que aestraga de maneira reduzir a distância focal. destacar. O foco também
Equipamento:Nikon irreversível. Todos os dados, Uma solução era optar por não está bom.
D80 com objetiva Nikkor inclusive a data, estão guardados um enquadramento tipo Equipamento:Nikon
18-105 mm nas propriedades doarquivo retrato (vertical). F90 com objetiva Tokina
Exposição:f/4 , 1/2500s digital da imagem. Equipamento:smartphone 18-200 mm
e ISO 250 Equipamento:Canon SX50 HS Apple iPhone 5s com Exposição:f/5.6, 1/125s
com objetiva equivalente a objetiva equivalente e ISO 200 (filme)
24-1.200 mm a 30 mm
Exposição:f/6.5, 1/160s e ISO 160 Exposição:f/2.2, 1/402s
e ISO 32

15

16

17

18

96 • Fotografe Melhor on247


FIQUE POR DENTRO
exposições, concursos e cursos
Ao lado, obra
da fotógrafa
Giulia Paulinelli;
abaixo, foto do
russo Alexander
Rodchenko, de
1923, da coleção
de Allan Porter

lil
e
n
li
u
a
P
a
il
u
i
G
sp
Museu da Imagem e do Som abre sete
exposições para o Maio de Fotografia
partir do dia 12 de abril de 2017, o públicomado por fotojornalistas que documentam com os

A poderá desfrutar de um mês inteiro dedica-próprios celulares;Passagens da inocência,


do à oitava arte no Museu da Imagem e dolia Paulinelli, como parte do calendário Nova
Som (MIS), em São Paulo, no Maio de Fotografia. O tografia de 2017; eCaçador e construtor
de Giu-
do Fo-
, que traz
programa reúne, em sua sexta edição, sete expo-imagens do acervo do MIS, como obras de Cristia-
sições, e é assinado por André Sturm, ex-diretor- no Mascaro e Gal Oppido.
-executivo do MIS e atual secretário da Cultura da
Prefeitura de São Paulo. r
e
t
r
A exposição principal,Revista Camera – A foto- o
P

reúne 228 imagens da co-


grafia dos séculos 19 e 20, n
a
ll

leção do americano Allan Porter, que editou a re- A

vista suíçaCamera entre 1966 e 1981. A publica-


ção constituiu um marco na veiculação da fotogra-
fia moderna, e, no período, o acervo de Porter che-
gou a somar cerca de três mil negativos e cromos,
com fotos de Henri Cartier-Bresson e Larry Clark.
A programação ainda inclui as seguintes expo-
sições:Refugiados, ensaio que deu ao fotojornalista
paulista Maurício Lima o Prêmio Pulitzer de 2016;
Avessos e paradigmas
veteranos , que traz
como German ensaios
Lorca inéditos
e Nair de
Benedicto
feitos comsmartphones; A arte da observação urba-
na, apresentado pelo coletivo Hiraki Creative, for-

Data: até 28 de maio de 2017


::
Local: Av. Europa, 158 – Jardim Europa, SãoPaulo
::
Informações:(11) 2117-4777
::
www.mis-sp.org.br

o
98 • Fotografe Melhor n 247
Assis Horta: A fotografia se popularizou
no Brasil somente na dé-
cada de 1940, quando um re-
Retratos trato era requerido para a re-
cém-criada carteira de traba-
lho. Cerca de 200 retratos fei-
tos pelo diamantinense Assis
Horta estão em exposição, re-
ferentes ao período em que
atuou como um dos poucos fo-
tógrafos da região mineira.

:: Data: até 5 de maio de 2017


a
:: Local: Espaço Cultural BNDES,
t
r
o Av. Chile, 100 – Centro,
H
is
s
Rio de Janeiro
s
A :: Informações: 0800-702-6337
:
www.bndes.gov.br/
RJ
s
o
t
o
F espacobndes

MATÉRIAESCURA O trabalho do pernambucano


Manoel Veiga foi inspirado
pela técnica pictórica do chiaros-
DÉCADENCE NOIRE
curo, que surgiu na Itália do sé-
culo 15 e se tornou marca de ar-
tistas como Caravaggio. A expo-
sição com 33 imagens explora a
dramaticidade dos contrastes de
luz e sombra.

a
g
i
e
V
:: Data: até 11 de junho de 2017
l
e
o
:: Local: Museu Oscar Niemeyer,
n
a
M
Rua Marechal Hermes, 999 – Centro
Cívico, Curitiba
:: Informações: (41) 3350-4400
www.museuoscarnie
PR meyer.org.br el
in
u
G
e
n

HORROR VACUI
a
it

RJ
s
i
r
h
C

O contraste entre a serenidade da viagem à China. Em 13 composições


arte milenar chinesa e os letrei- fotográficas, a exposição investiga os
ros luminosos das ruas de Pequim extremos estéticos do país oriental, A
mostra da carioca Christiane
Guinle explora os elos entre a
chamou a atenção da fotógrafa ca- intuídos pelo olhar de Claudia Jagua- figura feminina e os ideais de sen-
rioca Claudia Jaguaribe durante uma ribe em sua experiência por lá. sualidade e recato perpetuados na
história. Todas as 15 imagens fo-
e ram feitas com a câmera de um
sp ib
u
r
a smartphonee editadas em aplica-
g
a
J
a
i
tivos do próprio aparelho.
d
u
al :: Data: até 23 de abril de 2017
C
:: Local: Galeria Aliança Francesa,
:: Data: até 6 de maio de 2017 Rua Muniz Barreto, 746 – Botafogo,
:: Local: Casa Nova Arte e Cultura
Rio de Janeiro
Contemporânea, Rua Chabad, 61 – :: Informações: (21) 3299-2000
Jardim Paulista, São Paulo www.christianaguinle.com/
:: Informações: (11) 2305-2427
decadence-noire
www.casanovaarte.com

Abril 2017 •99


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dos na história, além de poderem ex- Artes da Universidade Federal de Minas
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lista. Também está previsto o curso desos: Fotografia Digital; de Obras de Artes;
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Smartphones.
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GUARULHOS (SP) FLORIANÓPOLIS (SC)
O Estúdio Newton Medeiros traz os cur- A Escola de Fotografia Saulo Fortkamp
sos: Fotografia Digital Básica, Lightroompromove em abril de 2017 os cursos Bási-
Intensivo, com limite de quatro alunos, co,
e Intermediário e AvançadoFotograf
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Estúdio Avançado para Books e Moda. Digital, e de Fotografia Dental. Além disso,
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da oferece os cursos de Teoria e Prática
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pecialista
madas duas aulas em que serão apre-em
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tes do Expandida, para
nível intermediário, estudan-
e de Fotografia
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mentos e os acessórios, e como operá-Data: a partir de 11 de abril de 2017
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contrastes de luz e sombra. Local: Rua João Telles, 291 – Bom Fim
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a para a redação de
Fotografe
Melhoraté o dia 1o do mês anterior ao evento, pelo e-mail @europanet.com.br
fotografe

o
100 • Fotografe Melhor n 247
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ROMANCES
O Desbravador
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extraordinária Era dos Descobrimentos e dos primeiros
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FONTE “Fotografia de Gestantes”- Coleção Fotografia Social”
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Romance numa longa travessia de Santos para a
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