122418 1) Iniciada a instrução, quando da inquirição das testemunhas, a magistrada de primeiro grau, depois de qualificar a primeira testemunha, passou a fazer perguntas relacionadas aos fatos. Por outro lado, o ministério público absteve-se de perguntar às testemunhas, vítima e réu. Ao final, o réu foi condenado. Como advogado do réu, qual a tese preliminar a ser argumentada?
A condenação do réu é inválida, pois houve uma clara violação do
princípio do contraditório e da ampla defesa. A falta de perguntas por parte do Ministério Público às testemunhas, à vítima e ao réu prejudicou a possibilidade de apresentar uma versão dos fatos favorável à defesa, tornando o processo desequilibrado e comprometendo a justiça.
2) Com relação ao art. 226 do CPP. Suas formalidades são de observância
obrigatória? É possível a realização de reconhecimento fotográfico?
Segundo o artigo 226 do CPP, o reconhecimento de pessoas pode ser
feito por fotografia, se o reconhecido não estiver presente no momento da diligência. No entanto, é importante destacar que o reconhecimento fotográfico deve ser realizado de acordo com as formalidades previstas no artigo, como a apresentação de várias fotografias sem qualquer indicação do suspeito, a garantia do sigilo e a inexistência de qualquer tipo de sugestão ou influência por parte dos policiais ou agentes envolvidos.
Portanto, embora seja possível realizar o reconhecimento fotográfico
conforme o artigo 226 do CPP, é fundamental observar as formalidades estabelecidas para garantir a validade e a confiabilidade do procedimento. Caso as formalidades não sejam cumpridas adequadamente, o reconhecimento fotográfico pode ser questionado pela defesa e considerado inválido, afetando a sua utilização como prova no processo.