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Tribunal de Justiça de Pernambuco

PJe - Processo Judicial Eletrônico

26/05/2022

Número: 0009963-81.2022.8.17.9000
Classe: HABEAS CORPUS CRIMINAL
Órgão julgador colegiado: 4ª Câmara Criminal - Recife
Órgão julgador: Gabinete do Des. Carlos Frederico Gonçalves de Moraes
Última distribuição : 26/05/2022
Valor da causa: R$ 100,00
Assuntos: Prisão Preventiva, Habeas Corpus - Cabimento
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
RONALD BERNARDO DE LIMA ARAUJO (PACIENTE) ROBERTA LEONI DE MAGALHAES NASCIMENTO
(ADVOGADO(A))
1º Promotor de Justiça Criminal da Comarca de Abreu e
Lima (AUTORIDADE COATORA)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
21210 26/05/2022 02:35 Petição Inicial para Peça Inaugural Petição Inicial para Peça Inaugural
322
Relata os agentes policiais que Ronald, portava supostamente drogas
ilícitas, tidas por Cannabis popularmente conhecida por “maconha”, além de crak
em formato sólido. Ocorre que o acusado e usuário de drogas e não traficante,
pode-se confirmar pela quantidade de supostas drogas apreendidas.

Não sabendo relatar nada sobre as drogas apreendidas que foi


encontrada. Ainda assim, a prisão em flagrante foi feita de forma ilegal.

Em sede de audiência de custodia e posteriormente perante a Vara


competente, pugnou-se pela concessão de liberdade provisória do paciente,
sendo tal pedido indeferido, sob o fundamento de estarem presentes os motivos
ensejadores da decretação de sua prisão preventiva, tendo como motivação,
basicamente, a garantia da ordem pública e reincidência. Decisão esta que se
pretende combater por meio do presente writ.

Após Rolnald ser solto de processo anterior qual ainda aguarda o trânsito
em julgado, que tramita sob número de processo 0001828-25.2020.8.17.0990,
começou a sofrer represália por parte da polícia, onde o mesmo era espancado
todas as vezes que se deparava com os policiais e começou a sofrer perseguição
policial.

Ressaltasse que o réu tem uma filha de 1 ano de idade, cujo nome e Maria
Laura, que depende do mesmo para seu sustento. O réu sempre trabalhou
fazendo trabalhos autônomos como pintor de paredes, ajudante de pedreiro,
capinando matos, etc. O requerente é tecnicamente primário e de bons
antecedentes e possui residência fixa na cidade de Abreu e Lima-PE.

II – DO MÉRITO

II.1 – AUSÊNCIA DE REQUISITOS AUTORIZADORES DA PRISÃO


PREVENTIVA

Ressalta-se de início que, o paciente é TECNICAMENTE


PRIMÁRIO e de BONS ANTECEDENTES, não ostentando qualquer anotação
de antecedentes criminais.

Possui emprego licito, fazendo trabalhos autônomos como pintor


de paredes, ajudante de pedreiro, capinando matos, etc.

Está com Ensino médio completo e frequentou devidamente e


matriculado em instituição de ensino profissionalizante, com intuito de fazer
cursos para se inserir no mercado de trabalho. (comprovante em anexo, ‘’fixa
19’’).

Assinado eletronicamente por: ROBERTA LEONI DE MAGALHAES NASCIMENTO - 26/05/2022 02:33:47 Num. 21210322 - Pág. 2
https://pje.tjpe.jus.br:443/2g/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=22052602334649100000020862054
Número do documento: 22052602334649100000020862054
Ressalta-se ainda que, diferentemente do que informa que com
o paciente não teria sido encontrada grande quantidade de entorpecente, aliás,
com ele nada foi encontrado. Mas ainda que assim não fosse, e, supostamente,
a droga em comento, realmente fosse encontrada com ele, ainda assim essa
quantidade não pode ser considerada grande. Incorrendo até mesmo, em caso
de condenação, nas causas de diminuição de pena previstas no §4°, do art. 33,
da Lei 11.343/06, já que preenchido todos os requisitos.

Ademais, com o advento da Lei nº 12.403/11, a prisão


cautelar, durante o transcurso do processo, tornou-se exceção, devendo ser
decretada somente em situações extremas, quando as circunstâncias do caso
indicarem a sua real necessidade e adequação. Assim, não basta apenas a
presença dos requisitos previstos nos artigos 312 e 313 do CPP para a
manutenção da prisão preventiva de qualquer agente, mas é necessário que seja
observado o disposto no art. 282 do CPP.

Isto posto, considerando as novas diretrizes impostas pela Lei


nº 12.403/11, as condições pessoais do paciente e as peculiaridades do caso
concreto, temos que, in casu, a aplicação de medidas cautelares diversas da
prisão é suficiente para a persecução penal.

Ressalta-se finalmente que, o que aqui se analisa, neste


momento, é apenas a necessidade da prisão preventiva do paciente, não se
questionando a importância da apuração da prática do delito que lhe é imputado
ou sua eventual punição, caso constatadas provas suficientes de sua
materialidade e autoria no processamento da ação penal.

IV – DOS PEDIDOS

I- Pede-se liminarmente, a concessão da ordem de Habeas Corpus, para


substituir a prisão preventiva do paciente pelas medidas cautelares constantes
do art. 319 do CPP ou a prisão domiciliar, conforme o entendimento de Vossas
Excelências, determinando-se a expedição de alvará de soltura em favor de
Ronald Bernardo De Lima.
II- Em sede de meritória, pede-se que seja declarada a ilegalidade e nulidade
do ato processual que negou a liberdade provisória ao paciente, confirmando
dos pedidos acima formulados, acaso deferidos, e consequente nulidade da
decretação de prisão expedida em seu nome.

V – DOS REQUERIMENTOS

I- Notificação da autoridade coatora;

Assinado eletronicamente por: ROBERTA LEONI DE MAGALHAES NASCIMENTO - 26/05/2022 02:33:47 Num. 21210322 - Pág. 4
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