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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Equações
diferenciais de
movimento de
fluidos
Prof. Fábio Bicalho Cano

Descrição

A interpretação matemática do escoamento de fluidos estruturada nas


equações diferenciais da continuidade e de Navier-Stokes.

Propósito

Ter o entendimento das equações da continuidade e de Navier-Stokes,


que se aplicam a todos os pontos no campo de escoamento dos fluidos,
é fundamental na formação do engenheiro, principalmente quando a
complexidade matemática exige a aplicação de um código de dinâmica
dos fluidos computacional. Assim, a descrição do escoamento é
conseguida com a solução dessas equações acopladas às condições
de contorno ou iniciais.

Preparação

Antes de iniciar o seu estudo, certifique-se de ter acesso à calculadora


científica e faça o download do Solucionário.

Objetivos

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Módulo 1

Equações de Navier-Stokes

Reconhecer as equações diferenciais da continuidade e da


quantidade de movimento.

Módulo 2

Soluções para escoamento laminar


Aplicar a equação da quantidade de movimento ao escoamento
laminar.

Módulo 3

Introdução à dinâmica de fluidos


computacional
Identificar os fundamentos da dinâmica dos fluidos computacional
(DFC).

meeting_room
Introdução
Confira agora a analise dos conceitos que serão desenvolvidos
neste conteúdo: equação diferencial da continuidade; equações
de Navier-Stokes; e conceitos iniciais relacionados com a DFC.

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1 - Equações de Navier-stokes
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as equações diferenciais da
continuidade e da quantidade de movimento.

Vamos começar!

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Equações diferenciais da
continuidade e da quantidade de
movimento
Confira agora o desenvolvimento matemático que permite traduzir o
princípio de conservação de massa através da equação diferencial da

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continuidade e o princípio da conservação da quantidade de movimento


através das equações de Navier-Stokes.

Equação diferencial da lei de


conservação de massa
As formas diferenciais das leis básicas de conservação permitem
determinar as quantidades integrais. Uma metodologia para a obtenção
das formas diferenciais das leis de conservação consiste em identificar
um elemento infinitesimal no espaço e aplicar sobre ele as leis de
conservação.

A conservação da massa, aplicada a um elemento infinitesimal, permite


a obtenção da equação de continuidade, que relaciona os campos de
massa específica ρ = ρ(x, y, z, t) e de velocidade V = V (x, y, z, t) .

A denominação campo se deve ao fato de a propriedade


dependente, no caso ρ ou V , ser função de mais de uma
variável independente.

Para a determinação da equação da continuidade, vamos considerar a


imagem a seguir, na qual os componentes do fluxo mássico no centro
do elemento de volume de controle infinitesimal, nas direções x, y e z,
respectivamente, são iguais a: ρu, ρv e ρw. O balanço de massa para
esse volume infinitesimal (um diminuto volume de controle, VC)
estabelece que o fluxo mássico líquido no volume é igual à variação de
massa no volume, ou seja:


ṁ entra − ṁ sai = mV C
∂t

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Onde:

ṁ entra ó fluxo de massa que entra.

ṁ sai ó o fluxo de massa que sai.

mV C é a massa do volume de controle.

Assim, considerando a notação da imagem a seguir, temos para o


balanço de massa em coordenadas cartesianas, quando consideramos
a variação do fluxo mássico do centro do volume para uma das faces
afastada de uma distância dx/2, ou dy/2, ou dz/2, dependendo da
direção escolhida. Veja:

Volume de controle infinitesimal em coordenadas cartesianas.

Matematicamente, podemos escrever o balanço em massa, como:

∂(ρu) dx ∂(ρu) dx
[ρu − ]dydz − [ρu + ]dydz+
∂x 2 ∂x 2

∂(ρv) dy ∂(ρv) dy
+ [ρv − ]dxdz − [ρv + ]dxdz+
∂y 2 ∂y 2

∂(ρw) dz ∂(ρw) dz ∂
+ [ρw − ]dxdy − [ρw + ]dxdy =
∂z 2 ∂z 2 ∂t

Dividindo toda a expressão acima por dxdydz, podemos escrever:

∂ρ ∂(ρu) ∂(ρv) ∂(ρw)


+ + + = 0
∂t ∂x ∂y ∂z

Aplicando a regra de diferenciação para o produto de duas variáveis,


temos:

∂ρ ∂ρ ∂ρ ∂ρ ∂u ∂v ∂w
+ u + v + w + ρ( + + ) = 0
∂t ∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z

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A derivada substancial ou derivada material leva em consideração uma


variação temporal local da propriedade e uma variação devido ao
transporte convectivo, traduzida pelo operador:

D ∂ ∂ ∂ ∂
= + u + v + w
Dt ∂t ∂x ∂y ∂z

Assim, temos para o balanço de massa:

Dρ ∂u ∂v ∂w
+ ρ( + + ) = 0
Dt ∂x ∂y ∂z

Essa é a equação diferencial da continuidade que expressa o princípio


da conservação da massa.

Considerando o operador gradiente ou "del" e os vetores unitários →


ı, →

ȷ e k

, nas direções x, y e z, respectivamente, temos:


∇ =

→ı +

→ȷ +


k
∂x ∂y ∂z

Podemos, então, escrever a equação diferencial da continuidade como:



+ ρ∇ ⋅ V = 0

Dt

→ ⋅ V→ é denominado divergente da velocidade.


Em que ∇

Para um fluido com massa específica constante ao longo de uma linha


de corrente, a equação da continuidade é escrita conforme a expressão:

→ →
∇ ⋅ V = 0

Equação diferencial da quantidade de


movimento
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A Segunda Lei de Newton, aplicada a um elemento de volume


infinitesimal, irá gerar três equações diferenciais denominadas
equações de Navier-Stokes, que relacionam os campos de velocidade,
pressão e massa específica, além de levar em consideração as forças
viscosas e a força de campo gravitacional.

Muitos problemas de engenharia estão relacionados


com escoamentos isotérmicos e incompressíveis, nos
quais a temperatura não tem influência. Para esses
escoamentos, as três equações de Navier-Stokes e a
equação da continuidade representam quatro
equações diferenciais, que permitem a obtenção dos
campos de velocidade e de pressão.

Para tanto, as equações diferenciais parciais necessitam da


especificação de valores para as variáveis independentes, de modo que
as variáveis dependentes sejam quantificadas. Nesse contexto, se a
variável independente é o tempo, as condições são chamadas de
condições iniciais, e, se a variável independente é uma coordenada
espacial, as condições são denominadas de condições de contorno.

Na mecânica dos fluidos, as condições de contorno fundamentam-se


em:

Condições de não escorregamento para um escoamento viscoso,


em que o fluido em contato íntimo com a superfície apresenta a
mesma velocidade da superfície.

Existência única da componente normal da velocidade, em que os


efeitos viscosos são desprezíveis.

Conhecimento da pressão na interface de um escoamento que


envolve uma superfície livre.

Conhecimento da temperatura ou de seu gradiente no contorno de


uma superfície.

Na determinação da equação da conservação da quantidade de


movimento para um elemento de partícula de fluido infinitesimal, vamos
considerar que as tensões que atuam sobre o elemento de fluido, em
coordenadas cartesianas, seguem a notação da imagem a seguir.

Observe a notação para as tensões normais σ (geradas por forças


normais) e tensões de cisalhamento τ (geradas por forças tangentes)
no elemento de fluido, em que o primeiro subscrito representa o plano, e
o segundo a direção da força distribuída aplicada.

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Notação para as tensões normais σ e tensões de cisalhamento τ .

Vamos considerar agora a notação da imagem a seguir, que apresenta


as forças que atuam sobre a partícula infinitesimal de fluido, com força
de campo gravitacional em uma direção arbitrária.

Podemos escrever para a orientação espacial x e, de forma equivalente,


para as demais orientações, quando consideramos as tensões na
direção x no centro das faces, afastadas de uma distância dx/2, ou
dy/2 , ou dz/2, dependendo da face, e que as componentes do fluxo
mássico no centro do volume infinitesimal de fluido, nas direções x, y e
z, são, respectivamente, iguais a ρu, ρv e ρw.

Forças de superfície, de campo e de contato, que atuam sobre uma partícula infinitesimal de fluido.

Para o balanço do momento, temos:


Taxa de
⎞ ⎛
Taxa de
⎞ ⎛
ó
Somat rio das

momento − momento + ç
f or as que atuam =
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
que entra que sai no sistema

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Assim, podemos escrever para a orientação espacial:

→ →
[ρuV −
→ ∂(ρuV ) dx
]dydz − [ρuV +
→ ∂(ρuV ) dx
]dydz+
∂x 2 ∂x 2

∂σ xx dx ∂σ xx dx
[σ xx + ]dydz − [σ xx − ]dydz+
∂x 2 ∂x 2

∂τ yx dy ∂τ yx dy
[τ yx + ]dxdz − [τ yx − ]dxdz+
∂y 2 ∂y 2

∂τ zx dz ∂τ zx dz
[τ zx + ]dxdy − [τ zx − ]dxdy+
∂z 2 ∂z 2


+ ρg x dxdydz = (ρu)dxdydz
∂t

De forma equivalente para direção y:

→ →

[ρvV −
∂(ρvV ) dy
]dxdz − [ρvV +
→ ∂(ρvV ) dy
]dxdz+
∂y 2 ∂y 2

∂σ yy dy ∂σ yy dy
[σ yy + ]dxdz − [σ yy − ]dxdz+
∂y 2 ∂y 2

∂τ xy dx ∂τ xy dx
[τ xy + ]dydz − [τ xy − ]dydz+
∂x 2 ∂x 2

∂τ zy dz ∂τ zy dz
[τ zy + ]dxdy − [τ zy − ]dxdy+
∂z 2 ∂z 2


+ ρg y dxdydz = (ρv)dxdydz
∂t

Para a direção z:

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→ →
[ρwV −
→ ∂(ρwV ) dz
]dxdy − [ρwV +
→ ∂(ρwV ) dz
]dxdy+
∂z 2 ∂z 2

∂σ zz dz ∂σ zz dz
[σ zz + ]dxdy − [σ zz − ]dxdy+
∂z 2 ∂z 2

∂τ xz dx ∂τ xz dx
[τ xz + ]dydz − [τ xz − ]dydz+
∂x 2 ∂x 2

∂τ yz dy ∂τ yz dy
[τ yz + ]dxdz − [τ yz − ]dxdz+
∂y 2 ∂y 2


+ ρg z dxdydz = (ρw)dxdydz
∂t

Dividindo todos os termos da equação acima por dxdydz, obtemos:

∂σ xx ∂σ yy ∂σ zz ∂τ yx ∂τ zx ∂τ xy ∂τ zy ∂
+ + + + + + +
∂x ∂y ∂z ∂y ∂z ∂x ∂z

∂ ∂ ∂ ∂(ρuV

+ ρ (g x + g y + g z ) = (ρu) + (ρv) + (ρw) +
∂t ∂t ∂t ∂x

A pressão é gerada por forças normais compressivas, portanto:


p = −σ ii . Considerando a derivada substancial e sabendo que, para o
elemento de fluido infinitesimal τ yx ,
= τ xy τ zx = τ xz e τ zy = τ yz ,
temos a seguinte expressão vetorial para a equação acima:

→ → →

(ρu) +

(ρv) +

(ρw) +
∂(ρuV )
+
∂(ρvV )
+
∂(ρwV )
= −∇

∂t ∂t ∂t ∂x ∂y ∂z

O termo do lado esquerdo da equação acima, assume a seguinte forma


vetorial:



(ρV ) +

(ρuV ) +
→ ∂
(ρvV ) +
→ ∂
(ρwV )

∂t ∂x ∂y ∂z

Aplicando as regras de diferenciação, temos:

→ → →
ρ
∂V
+ V
→ ∂ρ
+ ρu
∂V
+ V
→ ∂(ρu)
+ ρv
∂V
+ V
→ ∂(ρv)
+ ρ
∂t ∂t ∂x ∂x ∂y ∂y

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Reagrupando, temos:

→ ∂ρ ∂(ρu) ∂(ρv) ∂(ρw) →


∂V

∂V

∂V ∂
V [ + + + ] + ρ( + u + v + w
∂t ∂x ∂y ∂z ∂t ∂x ∂y ∂

Ou seja:

→ → → →

V [
∂ρ
→ →
+ ∇ ⋅ (ρV )] + ρ (
∂V
+ u
∂V
+ v
∂V
+ w
∂V
)
∂t ∂t ∂x ∂y ∂z

O termo entre colchetes é a equação diferencial da continuidade, sendo


igual a zero. Assim, temos, para a equação diferencial da quantidade de
movimento, com base na derivada substancial:

→ → → →
ρ
DV

Dt
= −∇p + ∇ ⋅ τ ij + ρg →

Na equação acima, quando os efeitos viscosos são desprezíveis, temos


a equação de Euler:

→ →
ρ
DV

Dt
= −∇p + ρg →

Os fluidos newtonianos obedecem às seguintes relações:

σ xx = −2μ
∂u
+
2

μ(∇ ⋅ V )

∂x 3

σ yy = −2μ
∂v
+
2

μ(∇ ⋅ V )

∂y 3

σ zz = −2μ
∂w
+
2

μ(∇ ⋅ V )

∂z 3

∂u ∂v
τ xy = τ yx = −μ ( + )
∂y ∂x

∂v ∂w
τ yz = τ zy = −μ ( + )
∂z ∂y

∂w ∂u
τ zx = τ xz = −μ ( + )
∂x ∂z

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Para a situação de fluido newtoniano, isotrópico (apresenta


propriedades independentes da direção), homogêneo (as propriedades
dos fluidos são independentes da posição) e incompressível, as
equações diferenciais da quantidade de movimento passam a ser
denominadas de equações de Navier-Stokes, assumindo a seguinte
forma vetorial:


ρ
DV
→ →
= −∇p + ρg + μ∇ V
→ → 2

Dt

Em que o operador laplaciano é definido por:

−→ 2 2 2
∂ ∂ ∂
2
∇ = + +
2 2 2
∂x ∂y ∂z

→ 2 V→ é denominado laplaciano da velocidade.


Ee∇

As equações de Navier-Stokes, em relação às coordenadas x, y e z,


considerando as suas respectivas componentes de velocidade nessas
direções, u, v, w, são escritas como:

2 2 2
Du ∂p ∂ u ∂ u ∂ u
ρ = − + ρg x + μ ( + + )
2 2 2
Dt ∂x ∂x ∂y ∂z

2 2 2
Dv ∂p ∂ v ∂ v ∂ v
ρ = − + ρg y + μ ( + + )
2 2 2
Dt ∂y ∂x ∂y ∂z

2 2 2
Dw ∂p ∂ w ∂ w ∂ w
ρ = − + ρg z + μ ( + + )
2 2 2
Dt ∂z ∂x ∂y ∂z

Equação de Navier-Stokes: exemplos


práticos
Agora é hora de vermos alguns exemplos a partir da equação de Navier-
Stokes. Vamos lá?

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Exemplo 1
A integração da equação de Euler ao longo de uma linha de corrente
permite a obtenção da equação de Bernoulli, aplicada ao escoamento
em regime permanente de fluidos invíscidos e incompressíveis.
Considere a representação a seguir de uma linha de corrente genérica,
em que n̂ é o vetor unitário perpendicular à linha de corrente, s
^ é o vetor

unitário tangente à linha de corrente, ˆ


k é o vetor unitário na direção

vertical z e V é a velocidade genérica tangente à linha de corrente.


Diante dessas informações, a partir da equação de NavierStokes,
obtenha a equação de Bernoulli.

Linha de corrente genérica para obtenção da equação de Bernoulli.

Solução
Equação de Navier-Stokes:

→ → → →
ρ
DV

Dt
= −∇p + ∇ ⋅ τ ij + ρg →

Desprezando os efeitos viscosos, temos a equação de Euler:

→ →
ρ
DV

Dt
= −∇p + ρg →

Para a representação no plano, vamos considerar as orientações


espaciais tangente e normal à linha de corrente. Então, temos para a
velocidade:


V = Vs
^ + Vn n
^

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Para uma linha de corrente, todas as partículas de fluido seguem essa


linha com velocidade tangente, e não se considera movimento em outra
direção, ou seja, só existem variações das propriedades na direção do
vetor unitário s
^. Assim, temos:


V = Vs
^

DV
→ ∂(V s
^) ∂(V s
^) ∂(V s
^) ^
∂s ∂V
= + V = + V (V ^
+ s )
Dt ∂t ∂s ∂t ∂s ∂s

O termo ∂ s
^/∂s representa a variação na direção do vetor unitário

tangente à linha de corrente em relação à direção normal, ou seja, uma


variação que deve ser desconsiderada. Logo:


DV ∂(V s
^) ∂V ∂(V s
^) ∂V
= ^
+ Vs = + V
Dt ∂t ∂s ∂t ∂s

O termo ∂ s
^/∂s representa a variação na direção do vetor unitário

tangente à linha de corrente em relação à direção normal, ou seja, uma


variação que deve ser desconsiderada. Logo:


DV ^)
∂(V s ∂V ^)
∂(V s ∂V
= + Vs
^ = + V
Dt ∂t ∂s ∂t ∂s

Para a variação da pressão ao longo da linha de corrente:


∇p =
∂p
^+
s
∂p
^ =
n
∂p
^ =
s
∂p

∂s ∂n ∂s ∂s

Então, temos para a equação de Euler:

∂(V s
^) ∂V ∂p ∂z
ρ[ + V ] = − − ρg
∂t ∂s ∂s ∂s

Conforme a representação acima, devemos observar:

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^ ^ ^
k s = k cos(90 − θ) = k sen θ

g s = −g sen θ

dz
sen θ =
ds

Portanto:

dz

ρg = −ρg s = −ρg
ds

Para o escoamento em regime permanente, não existe variação


temporal, assim:

∂V ∂p dz
ρV + + ρg = 0
∂s ∂s ds

Para uma mesma diferencial em relação a s, considerando a massa


específica constante, temos:

2
d ρV
( + p + ρgz) = 0
ds 2

A análise matemática da expressão acima define:

2
ρV
+ p + ρgz = constante
2

Ou seja, ao longo de uma linha de corrente para um escoamento em


regime permanente de um fluido incompressível e invíscido, estabelece-
se que a soma das pressões dinâmica, estática e de coluna é constante,
definindo-se a equação anterior, chamada de equação de Bernoulli.

Exemplo 2
Verifique se o escoamento descrito pelo campo de velocidade a seguir é
incompressível.

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→ →
V = −ytı + xtȷ →

Solução
Considerando o perfil de velocidades fornecido e os vetores unitários na
direção x e y iguais a →
ı e→
ȷ, respectivamente, temos:

u = −yt

v = xt

A equação da continuidade para um fluido incompressível estabelece


que:

→ →
∇ ⋅ V = 0

∂u ∂v
+ = 0
∂x ∂y

∂(−yt)
= 0
∂x

∂(xt)
= 0
∂y

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Dimensão do operador gradiente

Módulo 1 - Vem que eu te explico!

Sentido físico do termo: divergente da


velocidade

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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Assinale a opção que contém a equação da continuidade para um


fluido incompressível.

A
∂ρ

= −∇ ⋅ (ρV )

∂t

B


= −∇ ⋅ (ρV )

Dt

C

= −ρ(∇ ⋅ V )

Dt

D → →
∇ ⋅ V = 0

E →
V = constante

Responder

Questão 2

A formulação da equação de Navier-Stokes apresentada a seguir,


aplica-se a que tipo de fluido?

→ → → →
ρ
DV

Dt

= −∇p + ρg + μ∇ V
2

A Qualquer fluido viscoso.

B Pseudoplático.

C Newtoniano.

D Dilatante.

E Bingham.

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Responder

2 - Soluções para escoamento laminar


Ao final deste módulo, você será capaz de aplicar a equação da quantidade de movimento ao
escoamento laminar.

Vamos começar!

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Como aplicar a equação da
quantidade de movimento ao
escoamento laminar?
Confira agora como resolver um exemplo prático de escoamento
laminar através da aplicação da equação de conservação da quantidade
de movimento.

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Escoamento laminar em tubos


Um escoamento totalmente desenvolvido é aquele em que o perfil de
velocidades não se altera na direção do escoamento.

Para o equacionamento de um escoamento laminar, caracterizado por


número de Reynolds relativamente baixo, as grandezas físicas, como
velocidade, pressão, temperatura etc., que caracterizam o escoamento,
são invariantes no tempo, uma vez que qualquer perturbação ao
escoamento será imediatamente amortecida pelos efeitos viscosos.

Dessa forma, vamos considerar o volume elementar de fluido


representado na imagem a seguir, que considera um escoamento
laminar totalmente desenvolvido no interior de um tubo.

Escoamento totalmente desenvolvido em duto de seção reta circular.

O balanço de forças sobre o volume elementar de fluido fornece:

∑F = 0

Isso porque o perfil de velocidades não se altera, mantendo constante a


quantidade de movimento e permitindo estabelecer que a força
resultante é zero.

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Assim, com base na representação do elemento de volume de fluido da


imagem anterior, temos para a força resultante:

2 2 2
pπr − (p + dp)πr − τ (2πr)dx + γπr dx sen θ = 0

Considerando a direção x ao longo do eixo de simetria do tubo inclinado


e a direção h perpendicular à base que define um ângulo de inclinação θ
para o tubo, podemos observar a seguinte relação trigonométrica:

−dh
sen θ =
dx

Portanto, temos:

dh
2 2 2
pπr − (p + dp)πr − τ (2πr)dx − γπr dx = 0
dx
2 2
⇒ τ (2πr)dx = −πr dp − γπr dh

r d
⇒ τ = − (p + γh)
2 dx

Considerando que, para o escoamento laminar, vale a equação de fluido


newtoniano:

τ = −μdu/dr

Nesse caso, o sinal "negativo" faz com que a tensão de cisalhamento


seja numericamente positiva, satisfazendo o balanço de forças, que, na
formulação apresentada, considera essa tensão em módulo. Nessa
análise, devemos observar que du/dr < 0 . Logo:

du r d
−μ = − (p + γh)
dr 2 dx

Integrando a equação anterior:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

u(r) r
r d
∫ du = ∫ (p + γh)dr
u=o r=r 0
2μ dx

1 d
2 2
u(r) = (p + γh) (r − r0 )
4μ dx

Esse perfil de velocidades é parabólico, e esse tipo de escoamento é


denominado escoamento de Poiseuille.

Para o cálculo da velocidade média, temos:

r0
Q ∫ vdA ∫ u(r)2πrdr
0
v̄ = = =
2
A SR A SR πr
0

Substituindo o valor de u(r) :

r0
2 1 d
2 2
v̄ = ∫ (p + γh) (r − r )rdr
2 0
r 0
4μ dx
0

r0 r0
1 d 1 d
3 2
v̄ = (p + γh) [∫ r dr − ∫ r rdr] = (
2 0 2
2r μ dx 0 0 2r μ dx
0 0

2
r d
0
v̄ = − (p + γh)
8μ dx

Para o escoamento totalmente desenvolvido, dp/dx é constante e, para


um tubo na horizontal, h = 0 . Assim, para um tubo horizontal de
comprimento total L, à medida que aumentamos o comprimento do
tubo, aumentamos a queda de pressão. Já para o fluido em
escoamento, à medida que aumentamos x, reduzimos a pressão p do
escoamento. Ou seja:

Δp dp 8μv̄
= − =
2
L dx r
0

A velocidade é máxima quando r = 0 . Assim, temos:

1 d 2
u ma ́ x = − (p + γh)r = 2v̄
4μ dx 0

Para a tensão de cisalhamento de um fluido newtoniano, temos:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

du r d
τ = −μ = − (p + γh)
dr 2 dx

Considerando um tubo horizontal de comprimento L e chamando de τ 0


a tensão de cisalhamento na parede. Veja:

r0 dp r 0 Δp
τ0 = − =
2 dx 2 L

Ou seja, a queda de pressão na tubulação será determinada por:

2τ 0 L
Δp =
r0

Vamos considerar, agora, um parâmetro adimensional, que representa


uma tensão de cisalhamento adimensional na parede do duto,
conhecida como fator de atrito f , definido pela expressão:

τ0
f ≡
2
1/8ρv̄

Em que ρv̄ 2 é a pressão dinâmica. Então, podemos escrever para a


queda de pressão na tubulação:

2
2τ 0 L 2L f ρv̄
Δp = =
r0 r0 8

Como o diâmetro do tubo D é o dobro do raio r 0 , e o peso específico do


fluido, no SI (Sistema Internacional de Unidades), é determinado por
γ = ρg , temos, para a queda de pressão na tubulação:

2 2 2
L f ρv̄ 2L f γv̄ L v̄
Δp = = = f γ
r0 4 D 4g D 2g

Definindo a perda de carga h L , temos:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

2
Δp L v̄
hL ≡ = f
γ D 2g

A equação acima é chamada de equação de Darcy-Weisbach.

Para o escoamento laminar, f = 64/Re , o que permite escrever:

2 2
L v̄ 64 L v̄ 32μLv̄
hL = f = =
2
D 2g ρv̄D/μ D 2g γD

Escoamento laminar entre placas


paralelas
Considere o elemento de volume de um fluido incompressível
representado na imagem a seguir, de comprimento unitário na direção z,
ortogonal ao plano da imagem, pertencente a um escoamento
totalmente desenvolvido entre placas planas paralelas, em regime
permanente, em que a placa superior tem velocidade constante U e a
inferior é estacionária.

Escoamento totalmente desenvolvido entre placas planas paralelas.

Como o perfil de velocidades é constante, não existe variação de


quantidade de movimento para o elemento de volume na direção x, o
que permite estabelecer que o ∑ F→x = 0 . Assim:

pdy − (p + dp)dy − τ dx + (τ + dτ )dx + γ(dxdy) sen θ = 0

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Para um pequeno espaçamento entre placas a, podemos considerar que


a pressão é dependente somente da direção x. Dividindo a expressão
anterior por dxdy, que representa o volume do elemento de fluido, uma
vez que dz = 1 , temos:

dτ dp
= − γ sen θ
dy dx

Da relação trigonométrica para o ângulo de inclinação das placas:


sen θ = −dh/dx , considerando τ = μdu/dy e a viscosidade
constante, temos:

2
d u dp dh
μ = + γ
2
dy dx dx

Ou seja:

2
d u 1 d
= (p + γh)
2
dy μ dx

Para a solução dessa equação, devemos observar que o lado esquerdo


da equação é função somente de y, e que o lado direito é função
somente de x. Assim, essa igualdade só tem sentido matemático se as
derivadas igualadas representarem uma constante. Logo, para a
determinação do perfil de velocidades, podemos associar o seguinte
processo de integração:

2
y d
u(y) = (p + γh) + C 1 y + C 2
2μ dx

Em que C 1 e C 2 são as constantes de integração.

A condição de contorno: u = 0 quando y = 0 , permite a determinação:


C2 = 0 .

Temos ainda: u = U quando y = a . Portanto:

2
a d U a d
U = (p + γh) + C 1 a ⇒ C 1 = − (p + γh)
2μ dx a 2μ dx

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Dessa forma, o perfil de velocidades tem como expressão:

1 d U
2
u(y) = (p + γh) (y − ya) + y
2μ dx a

Essa expressão representa um perfil de velocidades parabólico e, se


esse escoamento for originado somente pelo movimento da placa
superior, ele será denominado de escoamento de Couette. .

Vamos considerar, agora, que a placa superior também é estacionária,


ou seja, U = 0. Assim, o perfil de velocidades será dado por:

1 d
2
u(y) = (p + γh) (y − ya)
2μ dx

Para uma profundidade de placa unitária dA = 1 ⋅ dy , a vazão Q entre


placas será quantificada como:

y=a 3
1 d a
2
Q = ∫ udA = ∫ (p + γh) (y − ya)dy = −
y=0
2μ dx 12μ

Para a velocidade média, temos:

2
Q a d
v̄ = = − (p + γh)
a × 1 12μ dx

Para as placas na horizontal, supondo um comprimento L, temos para o


escoamento entre placas, a seguinte queda de pressão:

Δp dp 12μv̄
= − =
2
L dx a

A velocidade máxima ocorre quando y = a/2 , ou seja:

2 2
1 dp a a a dp 3
u ma ́ x = ( − a) = − = v̄
2μ dx 4 2 8μ dx 2

Para a tensão de cisalhamento, podemos escrever:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

du
τ = μ
dy

Como:

1 dp
2
u(y) = (y − ya)
2μ dx

Então:

1 dp
τ = (2y − a)
2 dx

A tensão de cisalhamento na parede τ 0 será quantificada em y = 0 :

a dp a Δp
τ0 = − =
2 dx 2 L

Considera-se o fator de atrito adimensional definido por:

τ0
f =
2
1/8ρv̄

Assim, podemos escrever para a perda de carga h L no escoamento


entre placas planas paralelas com profundidade unitária:

2
Δp L v̄
hL = = f
γ 2a 2g

Assim, temos para o fator de atrito em um escoamento laminar entre


placas paralelas estacionárias:

8τ 0 8 a dp 8 a 12μv̄ 48μ
f = = (− ) = ( )( ) = =
2 2 2 2
ρv̄ ρv̄ 2 dx ρv̄ 2 a ρv̄a

Portanto, temos para a perda de carga:

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2
48μ L v̄ 12μv̄L
hL = ( ) =
2
ρv̄a 2a 2g γa

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Simplificação da equação diferencial da


continuidade para escoamento laminar

Módulo 2 - Vem que eu te explico!

Simplificação da equação de Navier-Stokes


para escoamento laminar

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emoji_events

Falta pouco para


atingir seus
objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Para o escoamento laminar de fluido newtoniano em regime


permanente entre duas placas planas paralelas infinitas e estáticas,
o perfil de velocidades é igual a:

∂p
A V =
1

2μ ∂x
(z − h)

∂p
B V =
1

2μ ∂x
(z
2 2
− h )

∂p
C V =
1

8μ ∂x
(z − h)

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

1 ∂p
D V =
32μ ∂y
(z
2
− h )
2

1 ∂p
E V =
32μ ∂y
(z − h)

Responder

Questão 2

(IE/EA Exame de Admissão ao Estágio de Adaptação de Oficiais


Engenheiros da Aeronáutica (EAOEAR) - 2009) Em um escoamento
laminar completamente desenvolvido de um fluido incompressível
entre placas paralelas, cuja distância entre as placas é a, conforme
dτ yx ∂p
a imagem a seguir, a equação do momento é dada por: dy
=
∂x
′ ,
onde τ yx é a tensão de cisalhamento e p é a pressão.

Sabe-se que a tensão de cisalhamento varia conforme a expressão:


τ yx = μ
du

dy
, onde μ é a viscosidade do fluido e u representa a
velocidade na direção x.

Dito isso, assinale a opção que apresenta a expressão correta para


a velocidade máxima entre as placas, que ocorre na posição
equidistante.

1 ∂p
A
2
u max = − ( )a
8μ ∂x

∂p
B u max = −
1


(
∂x
)a
4

∂p
C
1 4
u max = − ( )a
32μ ∂x

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

1 ∂p
D
2
u max = − ( )a
32μ ∂x

∂p
E u max = −
1

16μ
(
∂x
)a
3

Responder

3 - Introdução à dinâmica de fluidos computacional


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os fundamentos da dinâmica dos fluidos
computacional (DFC).

Vamos começar!

video_library
Fundamentos da dinâmica dos fluidos
computacional
Assista agora a uma introdução à dinâmica dos fluidos computacional
(DFC), seus elementos definidores, a geração de malha e a discretização
das equações diferenciais.

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Visão geral da dinâmica dos fluidos


computacional (DFC)
As equações diferenciais da continuidade e de Navier-Stokes,
associadas às condições de contorno ou iniciais, descrevem o
escoamento dos fluidos. Em função da complexidade matemática
dessas equações, somente para alguns casos envolvendo escoamento
laminar, as soluções são analíticas. No entanto, a integração das
equações diferenciais por cálculo numérico computacional não
apresenta restrições à análise de qualquer tipo de escoamento de fluido.

Os métodos numéricos de cálculos, voltados para a descrição do


escoamento dos fluidos, formam a base da dinâmica dos fluidos
computacional (DFC) ou, conforme a sigla em inglês, CFD
(computational fluid dynamics) que, de forma geral, descreve o
escoamento através de uma malha estruturada cartesiana no espaço
bidimensional.

Como os computadores só realizam operações


algébricas, ou seja, operações de adição, subtração,
multiplicação e divisão, faz-se necessária a
discretização das equações diferenciais da
continuidade e de Navier-Stokes. Geralmente, essa
discretização é realizada pelo método dos volumes de
controle (MVC), ou método dos volumes finitos (MVF),
que transformam as equações diferenciais em
equações algébricas.

Existem, no mercado, diversos softwares comerciais, como Fluent,


Ansys e Flow-3D. Porém, apesar de apresentarem uma interface gráfica
amigável e um elevado poder de processamento de dados, a adequada
utilização desses pacotes de DFC exige do usuário o conhecimento dos

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

modelos físicos e numéricos aplicados, além de uma experiência na


utilização do software.

Qualquer código de DFC é composto, basicamente, por três partes: a


entrada de dados, o programa de execução de cálculos e a saída de
dados. Vamos conferi-los?

Entrada de dados
Na entrada de dados, o usuário deve entrar com os valores das
propriedades físicas do fluido, selecionar o regime de escoamento e
identificar a geometria de contorno para o escoamento. Geralmente, os
pacotes de DFC possuem bibliotecas contendo dados de propriedades
físicas, como massa específica, viscosidade etc., para diversos fluidos.
Quaisquer outras informações, necessárias ao estudo em questão, além
daquelas contidas nas bibliotecas, devem ser fornecidas.

Os pacotes de DFC possuem também modelos físicos


que descrevem o tipo de escoamento. Nesse
momento, a experiência do usuário é fundamental na
seleção do modelo mais adequado ao estudo em
questão. Com o apoio dos pacotes de DFC, é possível
resolver com facilidade, problemas de escoamento
laminar, mas a obtenção de uma solução aceitável para
um problema envolvendo escoamento turbulento, só
ocorrerá se houver a seleção adequada do modelo de
turbulência. Os modelos de turbulência padrão
existentes nos pacotes de DFC fornecem resultados
razoáveis para diversos problemas práticos de
engenharia.

A geometria física em torno do escoamento é definida com a criação de


um sistema de malha ou grade. Os pacotes de DFC permitem a seleção
de diversos tipos de geometrias de contorno, em que a mais adequada,
indiscutivelmente, melhora a velocidade dos cálculos e a exatidão dos
resultados.

Programa de execução de cálculos


Muitos usuários dos pacotes de DFC desconhecem os algoritmos e as
técnicas numéricas utilizadas nos cálculos. O programa de execução de
cálculos é composto, basicamente, por duas partes: uma que converte

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

as equações diferenciais parciais em um grupo de equações algébricas,


e outra que, em um procedimento iterativo, emprega essas equações
para encontrar a solução convergente que satisfaz às condições iniciais
e de contorno.

Entre as técnicas numéricas, são utilizados os seguintes métodos:

check_circle Método das diferenças finitas

Método aplicado em escoamentos transitórios, e


que utiliza uma malha espacial e temporal, a qual
determina as condições em um ponto particular e
em um passo de tempo futuro, com base em
condições vigentes nos pontos adjacentes.

check_circle Método dos elementos finitos

Método em que o fluido é dividido em pequenas


porções (“elementos finitos”), nas quais as
equações que descrevem o escoamento dentro de
cada elemento são aplicadas de forma a satisfazer
às condições de contorno nos cantos ou nós dos
elementos adjacentes. Nele as malhas apresentam
forma irregular, permitindo adequação a qualquer
tipo de contorno. O método dos elementos finitos é
mais complexo que o método das diferenças
finitas, porém, apresenta maior acurácia.

check_circle Método dos volumes finitos

Método que combina o que tem de melhor no


método das diferenças finitas e no dos elementos
finitos. Nele cada um dos diminutos volumes de
controle considera a taxa temporal de variação
local dentro do volume de controle e o fluxo
convectivo através da superfície de controle para a
variável de escoamento. A variação local e o fluxo
convectivo são convertidos em um conjunto de
equações algébricas, as quais são resolvidas por
método numérico iterativo.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 34/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Saída de dados
A apresentação dos resultados se dá de forma gráfica com a exibição
da geometria e da malha ou grade utilizada. O usuário pode decidir,
ainda, pela exibição das linhas de corrente ou de trajetória.

Fundamentos de solução – malha


Para o escoamento laminar em regime permanente de um fluido
newtoniano e incompressível, temos as seguintes equações básicas do
movimento:

→ ⋅ V→
Equação da continuidade: ∇ = 0

Equação de Navier-Stokes: (V→ → →


⋅ ∇)V = −
1

ρ

∇p + v∇ V
→ →
2

Para a resolução numérica das equações apresentadas, precisamos


selecionar um domínio computacional, que é a região no plano (2-D) ou
no espaço (3-D), na qual as equações serão resolvidas pela DFC.

Uma célula é um subconjunto do domínio computacional, conforme


podemos observar na representação da imagem a seguir:

Domínio computacional bidimensional (2-D) e a representação de uma célula.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 35/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

A malha, também denominada de grade, é gerada dividindo-se o


domínio computacional em muitas células, em que cada célula pode ser
considerada como um diminuto volume de controle, no qual versões
discretas das equações do movimento serão resolvidas. Devemos
observar que a qualidade de uma solução em DFC é diretamente
dependente da qualidade da malha.

Para um escoamento 2-D, as condições de contorno são


especificadas em cada aresta do domínio computacional.

Os valores iniciais de todas as variáveis do campo de escoamento


devem ser especificados para cada célula; sendo corretos ou não, são
necessários como ponto de partida para a sequência do processo
iterativo. Convém destacar que, para processos transientes, as
condições iniciais, obrigatoriamente, devem estar corretas.

Com as condições iniciais definidas, as formas discretas das equações


da continuidade e de Navier-Stokes passam a ser resolvidas
iterativamente, em geral, para o centro de cada célula.

report_problem

Atenção!

A etapa mais importante de uma solução de


DFC é a geração da malha, que é definida em
todo o domínio computacional, em que a
pressão, a velocidade, ou qualquer outra
propriedade de interesse do escoamento
serão calculadas em cada célula.

Os pacotes de DFC possuem rotinas geradoras de malhas, que podem


ser estruturadas ou não estruturadas. A imagem a seguir apresenta um
exemplo de malha estruturada. Vamos conferir!

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 36/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Malha estruturada 2-D.

Podemos observar, na imagem anterior, que cada célula da malha 2-D é


numerada conforme os índices i e j. Nesse exemplo, para construir a
malha estruturada, nove nós foram especificados nas arestas superior e
inferior, gerando intervalos correspondentes a i = 1 até i = 8 e, cinco
nós foram especificados nas arestas à esquerda e à direita, gerando
intervalos de j = 1 até j = 4 . Dessa forma, em uma malha estruturada
2-D cada célula é especificada ou identificada por um único par (i, j). A
célula sombreada corresponde a i = 4 ej = 3 . Alguns pacotes de DFC,
ao invés de numerar os intervalos, numeram os nós.

Já uma malha 2-D não estruturada é composta por células na forma de


triângulos ou de quadriláteros, conforme a representação da imagem a
seguir, em que não é possível localizar ou identificar todas as células por
um único par (i, j).

Malhas não estruturadas: (a) célula triangular e (b) célula quadrilátera.

Comparando as imagens anteriores, a da malha estruturada 2-D com as


das malhas não estruturadas, podemos verificar que o número de nós e

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 37/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

suas posições nas arestas são correspondentes. Geralmente, os


pacotes de DFC processam malhas estruturadas e não estruturadas.
Pela equivalência dos nós nas imagens, podemos inferir que uma malha
estruturada gera menos células que a malha não estruturada: na
imagem da malha estruturada 2-D temos 32 células, enquanto na
imagem das malhas não estruturadas temos 76 células em (a) e 38 em
(b).

Agora, independentemente do tipo de malha


(estruturada e não estruturada), o fator mais crítico na
obtenção da solução numérica é a qualidade da malha.
Células muito inclinadas, como a célula sombreada no
canto superior direito da imagem das malhas não
estruturadas (a), podem causar dificuldades de
convergência e imprecisão na solução numérica.
Outros fatores como variações bruscas no tamanho
das células e razão de aspecto (razão: largura/altura
da célula) muito grande, reduzem a qualidade da
malha. Devemos observar que uma malha não
estruturada de alta qualidade é melhor que uma malha
estruturada de baixa qualidade.

De modo geral, a malha estruturada é preferível. Essa malha permite,


ainda, a sua divisão em blocos, cujos nós nas arestas comuns entre
blocos devem ser, obrigatoriamente, coincidentes.

A imagem a seguir apresenta exemplos de malhas estruturada em


blocos:

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 38/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Malhas estruturadas em blocos: (a) com superfície plana; (b) com superfície curva.

Uma malha híbrida combina blocos de malha estruturada com blocos de


malha não estruturada, conforme o exemplo apresentado na imagem a
seguir:

Malha híbrida 2-D.

De modo geral, a geração de uma boa malha é um processo lento e


tedioso. Quando a malha é boa, os resultados da DFC são mais
confiáveis e apresentam convergência mais rápida, enquanto uma
malha de baixa qualidade pode levar a uma solução incorreta. Um
procedimento usual para testar a independência da malha é aumentar a
resolução de, pelo menos, um fator de 20% em todas as direções e,

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04389/index.html# 39/50
11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

repetir a simulação. Caso os resultados não se alterem de forma


significativa, isso é um forte indicativo de que a malha original está
adequada.

Fundamentos de solução –
discretização
Como exemplo de discretizacão, vamos considerar a imagem a seguir
que representa um escoamento de um fluido com massa específica ρ e
viscosidade cinemática v, entre placas, sendo uma placa estacionária e
outra móvel.

Escoamento em regime permanente entre placas planas, a superior estacionária e a inferior móvel,
com velocidade constante.

O domínio espacial é definido por 0 ≤ y ≤ H , em que H é o


espaçamento entre placas. Esse domínio pode ser discretizado, por
exemplo, por pontos de malha ou de grade fixos igualmente distribuídos,
tal que:

y j = (j − 1)Δy, j = 1, 2, 3, … , J L

Onde J L = H .

Para o domínio do tempo, vamos considerar o intervalo de tempo até


que o escoamento alcance o estado estacionário, onde t = T . Assim, o
domínio temporal será definido por 0 ≤ t ≤ T , que pode ser
discretizado, por exemplo, por níveis temporais n igualmente
espaçados, tal que:

n
t = nΔt, n = 0, 1, 2, …

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A discretização espacial e temporal, descritas para o escoamento


observado na imagem anterior, segue a representação da imagem a
seguir, em que o eixo espacial y está posicionado na horizontal. Veja:

Sistema de malhas e níveis temporais para o escoamento entre placas representado na imagem
anterior.

Nessa imagem, cada ponto no domínio discretizado tem coordenadas


(y j , t
n
. Devemos observar, ainda, que Δy é a distância entre dois
)

pontos adjacentes da malha, e Δt é o tamanho do passo temporal.

Assim, a solução da equação de Navier-Stokes é:

2
∂u ∂ u
= v
2
∂t ∂y

Em que u é a velocidade na direção x e deve apresentar resultados


u = u(y, t) somente nos pontos de malha e nos níveis temporais.

A solução discretizada será representada por:

n n
u = u (y j , t )
j

Como as rotinas computacionais só realizam operações aritméticas de


soma, subtração, multiplicação e divisão, podemos considerar o
seguinte teorema:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

Se uma função e suas derivadas são contínuas, então


o valor dessa função, em qualquer ponto, pode ser
escrito em termos de e suas derivadas em qualquer
outro ponto utilizando, para isso, uma expansão em
séries de Taylor, desde que o outro ponto esteja dentro
do raio de convergência da série.

Assim, podemos escrever as seguintes séries de Taylor:

2 2 3 3
∂u ∂ u Δy ∂ u Δy
u j+1 = u j + ( ) Δy + ( ) + ( ) +
2 3
∂y ∂y 2! ∂y 3!
j j j

2 2 3 3
∂u ∂ u Δy ∂ u Δy
u j−1 = u j − ( ) Δy + ( ) − ( ) +
2 3
∂y ∂y 2! ∂y 3!
j j j

Os operadores de diferenças, apresentados a seguir, são obtidos através


de operações diretas das séries de Taylor acima:

∂u u j+1 − u j
( ) = + O(Δy
∂y Δy
j

∂u u j − u j−1
( ) = + O(Δy
∂y Δy
j

∂u
u j+1 − u j−1 = u j − u j + 2( ) Δy
∂y
j

Assim:

∂u u j+1 −u j−1 2
( ) = + 0 (Δy )
∂y 2Δy
j

2
∂ u ∂u 2
( 2
) = [u j+1 − u j − ( ) Δy] 2
∂y ∂y Δy
j j

Porém:

2 2
∂u ∂ u Δy
−( ) Δy = u j−1 − u j − ( )
2
∂y ∂y 2
j j

Portanto:

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

2 2 2
∂ u ∂ u Δy 2
( ) = [u j+1 − u j + u j−1 − u j − ( ) ]
2 2 2
∂y ∂y 2 Δy
j j

Ou seja:

2
∂ u u j+1 − 2u j + u j−1
2
( ) = + 0 (Δy )
2 2
∂y Δy
j

Nos operadores apresentados, os termos O(Δy) e O (Δy 2 )


representam os erros de truncamento na série de Taylor, que recebem as
seguintes denominações: precisão de primeira ordem para os
operadores que apresentam erro de truncamento O(Δy) e precisão de
segunda ordem para os operadores que apresentam erro de
truncamento O (Δy 2 ).

Finalmente, temos a equação de Navier-Stokes discretizada:


n
2
∂u ∂ u
( + v )
2
∂t ∂y
t

Em que n ≤ n

≤ n + 1

Nessa equação, vamos considerar que a solução no tempo t n é


conhecida e que a solução no tempo t n+1 é procurada.

A solução dessa equação pode ser obtida por método explícito, onde
n

= n , ou seja, todas as derivadas espaciais serão calculadas no
tempo t n , o nível de tempo anterior no qual a solução é conhecida.
Assim, com o operador (∂u/∂y) j de tempo à frente e para o operador
(∂
2
u/∂y )
2

j
, temos:

n+1 n n n n
u − u u − 2u + u
j j j+1 j j−1 2
= v + O (Δt, Δy )
2
Δt Δy

Sendo assim, com precisão temporal de primeira ordem e precisão


espacial de segunda ordem.

Como a incógnita procurada é u n+1


j
, a expressão acima pode ser
reescrita como:

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Δt
n+1 n n n
u = βu + (1 − 2β)u + βu , β = v
j j−1 j j+1
2
Δy

As condições de contorno são:

n n+1
u = u = V0
1 1

n n+1
u = u = 0
JL JL

Outro método de solução é o método implícito, onde n ′ = n + 1 , ou


seja, todas as derivadas espaciais serão calculadas em t n+1
, o novo
nível de tempo no qual a solução é desconhecida.

Assim, temos:

n+1 n n+1 n+1 n+1


u − u u − 2u + u
j j j+1 j j−1
2
= v + 0 (Δt, Δy )
2
Δt Δy

A equação acima pode ser reescrita isolando-se u n


j
. Assim, temos:

n+1 n n+1 n+1 n+1


u − u u − 2u + u
j j j+1 j j−1 2
= v + O (Δt, Δy )
2
Δt Δy

A equação acima pode ser reescrita isolando-se u n


j
. Assim, temos:

Δt
n n+1 n+1 n+1
u = −βu + (1 − 2β)u − βu , β = v
j j−1 j j+1 2
Δy

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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo
que você acabou de estudar.

Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Simulação de turbina hidráulica em DFC

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Módulo 3 - Vem que eu te explico!

Malha de diferenças finitas bidimensional


retangular

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Falta pouco para


atingir seus
objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Para as representações abaixo de (a) até (d), as malhas


processadas pela dinâmica dos fluidos computacional são,
respectivamente, do tipo:

A Híbrida, estruturada, não estruturada, híbrida.

B Estruturada, não estruturada, não estruturada, híbrida.

Não estruturada, estruturada, não estruturada,


C
estruturada.

D Estruturada, híbrida, estrutura, não estruturada.

E Não estruturada, não estruturada, estruturada, híbrida.

Responder

Questão 2

As equações diferenciais parciais na dinâmica dos fluidos


computacional (DFC), em função do processo de discretizaccão,
exigem o truncamento das séries de potência para gerar os
operadores de diferenças. Assim, para a equação de Navier-Stokes
discretizada,

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n
2
∂u ∂ u
( + v 2
)
∂t ∂y
t

O método explícito de solução permite escrever:

n+1 n n n n
u −u u −2u +u
j j j+1 j j−1 2
= v 2
+ O (Δt, Δy )
Δt Δy

Dito isso, o que representa o termo O (Δt, Δy 2 ) ?

Erros de truncamento, sendo linear no tempo e


A
quadrado no espaço.

Incremento de passos, sendo a precisão de primeira


B
ordem no tempo, e a de segunda ordem no espaço.

Erros de truncamento, sendo a precisão de primeira


C
ordem no tempo, e a de segunda ordem no espaço.

Erros de truncamento, sendo a precisão de terceira


D
ordem no tempo e no espaço.

Incremento de passos, sendo linear no tempo e


E
quadrado no espaço.

Responder

Considerações finais
Vimos as equações de continuidade de fluidos e como podemos
determinar o volume de controle através da variação do volume máximo
e da derivada parcial em relação ao tempo.

Compreendemos que, para uma análise completa sobre fluidos, é


necessário compreender a taxa em função do tempo e em função do

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espaço.

Vimos como é possível deduzir a equação de Bernoulli da equação de


continuidade, e como se destacam as equações diferenciais das
equações de continuidade e de Navier-Stokes. Além disso, fizemos uma
breve introdução à dinâmica dos fluidos computacional.

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Para encerrar, ouça mais sobre alguns conceitos importantes
associados ao equacionamento do movimento dos fluidos.

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Leia o artigo Uma interface de controle para a fluidodinâmica


computacional, escrito por Fernandes e Moreira em 2019, e publicado
no volume 41 da Revista Brasileira de Ensino de Física, que apresenta
uma proposta para a utilização da dinâmica de fluidos computacional
sob uma perspectiva educacional.

Pesquise sobre a expansão das equações da continuidade e de Navier-


Stokes em coordenadas cilíndricas. É importante ter conhecimento de
que as equações diferenciais da continuidade e de Navier-Stokes podem
ser escritas, por conveniência do problema sobre investigação, em
coordenadas cilíndricas.

Como sugestão, você pode ler o capítulo 9 da obra Mecânica dos


fluidos: Fundamentos e aplicações, edição de 2015, dos autores Çengel
e Cimbala, especificamente os trechos das páginas 439 a 445 e 468 a
470.

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11/09/2023, 20:23 Equações diferenciais de movimento de fluidos

O capítulo 5 da obra Introdução à Mecânica dos Fluidos, edição de


2018, de Fox e outros autores, também aborda o tema sob essa mesma
perspectiva, especificamente nos seguintes intervalos de páginas: 154-
162, 166-167, 183-185, 201-202.

Referências
ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: Fundamentos e
aplicações. 3 ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.

COELHO, J. C. M. Energia e Fluidos: Mecânica dos Fluidos. v. 2. São


Paulo: Blucher, 2016. Cap. 5, 8 e 11.

ELGER, D. F. Mecânica dos Fluidos para Engenharia. 11 ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2019.

FOX, R. W.; MCDONALD, A. T.; PRITCHARD, P. J.; MICHTELL, J. W.


Introdução à Mecânica dos Fluidos. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018.
Cap. 5 e 6.

HIBBELER, R. C. Mecânica dos Fluidos. São Paulo: Pearson Education


do Brasil, 2016.

OLIVEIRA, L. A.; LOPES, A. G. Mecânica dos Fluidos. 3. ed. Lisboa: Lidel


Edições Técnicas, 2010.

POTTER, M. C.; WIGGERT, D. C.; RAMADAN, B. H. Mecânica dos Fluídos.


São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014.

WHITE, F. M. Mecânica dos Fluidos. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2018.

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