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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DE ARAPOTI


TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA
LUIS GUSTAVO DA COSTA DE MATOS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II

ARAPOTI-PR
2023
2

LUIS GUSTAVO DA COSTA DE MATOS

BOVINOCULTURA DE LEITE

Relatório apresentado ao Curso de Técnico


em Agropecuária do Centro Estadual de
Educação Profissional de Arapoti, como
requisito parcial para a obtenção de nota na
disciplina de Estágio Supervisionado II.

Orientador: Luiz Henrique Pereira

ARAPOTI-PR
2023
3

AGRADECIMENTOS

Á todos os professores pela amizade, paciência e colaboração, aos meus


familiares, que sempre estiveram me apoiando, minhas e ao que sempre estiveram
ao meu lado e me ajudando, aos meus amigos que estiveram ao meu lado nesta
grande jornada.
A instituição Centro Estadual de Educação Profissional de Arapoti que abriu
esta oportunidade de curso técnico em agropecuária e conseguiu recursos para
oferecer um ensino de qualidade, apesar das dificuldades. Aos diretores, até aos
mais humildes trabalhadores pelo carinho e dedicação.
A empresa Fazenda Água Verde, que colaborou cedendo à oportunidade de
realizar o estágio e colaborou com seu conhecimento repassando para nós.
Á DEUS por me guiar e me dar força nos momentos mais difíceis.
4

RESUMO

Este relatório descreve uma experiência de estágio em leiteria localizada no


município de Arapoti na Rua Sh Rincão. A empresa realiza somente bovinocultura
de leite. O trabalho consistiu na elaboração de gado leiteiro, especificando como é o
procedimento das vacas leiteiras e os equipamentos utilizados para esse
procedimento. Descrevendo também como são feitas as boas práticas de manejo..
Palavras-chaves: Leite, ordenha, vacinação e inseminação.
5

LISTA DE FIGURAS, TABELAS, QUADROS, ETC.

Figura 1 – Propriedade...............................................................................................11

Figura 2 – Sala de Espera..........................................................................................13

Figura 3 – Bezerril......................................................................................................14

Figura 4 – Pré-Parto...................................................................................................26

Figura 5 – Bezerras....................................................................................................28

Figura 6 – Ordenha....................................................................................................32

Figura 7 – Transporte.................................................................................................37

Figura 8 – Identificação Sanitária...............................................................................39

Figura 9 – Teste da Raquete......................................................................................40


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SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO......................................................................................................9
2.0 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................10
2.1 IMPORTÂNCIAS DA ATIVIDADE LEITEIRA.......................................................10
2.2 DESCRIÇÕES DA PROPRIEDADE.....................................................................10
2.3 INSTALAÇÃO E EQUIPAMENTOS.....................................................................11
2.3.1 Instalações.......................................................................................................12
2.3.1.1 Barracões e Piquetes.....................................................................................12
2.3.1.2 Sala de espera...............................................................................................12
2.3.1.3 Sala de ordenha.............................................................................................13
2.3.1.4 Sala do Leite (Casa de máquinas).................................................................13
2.3.1.5 Bezerril...........................................................................................................14
2.3.1.6 Fabrica de Ração...........................................................................................14
2.3.1.7 Silos para armazenamento de silagem..........................................................15
2.3.1.8 Galpão de armazenamento de feno...............................................................15
2.3.2 Equipamentos..................................................................................................16
2.3.2.1 Resfriador.......................................................................................................16
2.4 SISTEMA DE CRIAÇÃO......................................................................................16
2.4.1 Sistema Intensivo............................................................................................16
2.4.2 Extensivo..........................................................................................................17
2.5 RAÇAS.................................................................................................................17
2.5.1 Raça Holandesa...............................................................................................17
2.5.2 Jersey...............................................................................................................17
2.5.3 Girolando..........................................................................................................18
2.5.4 Pardo Suiço......................................................................................................18
2.6 MANEJO NUTRICIONAIS....................................................................................19
2.6.1 Bezerras...........................................................................................................19
2.6.2 Novilhas............................................................................................................19
2.6.3 Vacas em lactação...........................................................................................20
2.6.4 Vacas Secas.....................................................................................................20
2.7 MANEJOS REPRODUTIVOS..............................................................................21
2.7.1 Detecção do cio...............................................................................................21
2.7.2 Inseminação Artificial.....................................................................................22
2.7.3 IATF (Inseminação Artificial em tempo fixo).................................................22
7

2.7.4 Monta Natural...................................................................................................23


2.7.5 Verificação de Prenhez...................................................................................24
2.7.5.1 Palpação Retal...............................................................................................24
2.7.5.2 Ultrassonografia.............................................................................................25
2.7.6 Pré-parto...........................................................................................................26
2.7.7 Parto.................................................................................................................27
2.7.8 Pós-Parto..........................................................................................................27
2.8 MANEJOS DE NEONATOS.................................................................................27
2.8.1 Ingestão de colostro.......................................................................................27
2.8.2 Cura do Umbigo...............................................................................................28
2.9 MANEJO DAS BEZERRAS..................................................................................28
2.9.1 Identificação.....................................................................................................29
2.9.2 Descorna..........................................................................................................30
2.10 MANEJOS DAS NOVILHAS...............................................................................30
2.11 MANEJOS DAS VACAS SECAS.......................................................................31
2.12 ORDENHA..........................................................................................................31
2.12.1 Linha de entrada para ordenha....................................................................32
2.12.2 Limpeza dos tetos.........................................................................................33
2.12.3 Pré-dipping.....................................................................................................33
2.12.4 Separação do leite e Colostro......................................................................34
2.12.5 Pós-dipping....................................................................................................34
2.12.6 Cuidado pós ordenha....................................................................................34
2.13 ARMAZENAMENTO DO LEITE E TRANSPORTE............................................35
2.13.1 Armazenamento do leite...............................................................................35
2.13.2 Transporte......................................................................................................36
2.14 HIGIENIZAÇÃO DAS SALAS E UTENSÍLIOS...................................................37
2.14.1 Sala de ordenha e sala de espera................................................................38
2.14.2 Utensílios.......................................................................................................38
2.15 MANEJOS SANITÁRIOS...................................................................................39
2.15.1 Mastite............................................................................................................39
2.15.2 Tristeza Parasitária Bovina...........................................................................40
2.15.3 Diarreia...........................................................................................................41
2.15.4 Pneumonia.....................................................................................................41
8

2.15.5 Tuberculose...................................................................................................42
2.15.6 Brucelose.......................................................................................................42
2.15.7 Protocolo de vacinação................................................................................43
2.16 MELHORAMENTO GENÉTICO.........................................................................44
2.16.1 Taxa de reposição.........................................................................................44
2.16.2 Métodos utilizados para descarte................................................................45
2.17 CASCO...............................................................................................................45
2.18 MANEJOS DOS DEJETOS................................................................................46
2.19 PRODUÇÃO DE SILAGEM E FENO E/OU PRÉ-SECADO...............................47
2.19.1 Silagem...........................................................................................................47
2.19.1.1 Area cultivada em hectares..........................................................................47
2.19.1.2 Produção em toneladas por hectares...........................................................48
2.19.2 Feno e/ou Pré-secado...................................................................................48
2.19.2.1 Area cultivada em hectares..........................................................................49
2.19.2.2 Produção em toneladas por hectares...........................................................49
2.20 COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.............................................................49
2.20.1 Venda do Leite...............................................................................................49
2.20.2 Venda de Bezerras e Novilhas.....................................................................50
2.20.3 Venda dos descartes.....................................................................................51
3.0 CONCLUSÃO......................................................................................................52
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................53
9

1.0 INTRODUÇÃO

A evolução do setor leiteiro nacional nas últimas cinco décadas, mas


começando pela história do leite no Brasil nos primórdios do descobrimento. O
primeiro registro oficial da produção de leite nacional é da FAO, em 1961, com 5,2
milhões de toneladas. Em 1974, inicia-se a série histórica do IBGE, estendendo-se
até hoje, com estimativa de 35 milhões de toneladas de leite em 2015 – crescimento
sete vezes superior ao do início da série, sendo a produtividade um dos principais
protagonistas do desempenho. A produção nacional não é suficiente para o
consumo interno e para exportar. Na verdade, está distante disso quando se consi-
Considera-se o consumo recomendado pela OMS, de 220 litros por habitante por
ano. Dados mostram que o País é importador líquido, com esporádicas exceções em
2004–2008, mas com participação ainda tímida no mercado internacional
(KLAUCK,2009).
A vocação dos preços é de significante e persistente queda, indicando que
ganhos de produtividade refletem positivamente na redução dos custos e no
aumento da competitividade. O papel do governo foi relevante para o setor, sendo o
fim do controle de preços um forte aliado da modernização, incentivada também pela
estabilidade da economia nacional. A abertura comercial e a estabilidade de preços
criam um novo cenário em que o preço do leite passa a ser definido pela interação
entre oferta e demanda. Assim, as imperfeições do mercado obrigam o produtor a se
ajustar às oscilações de preços. Para explicar o comportamento do preço do leite ao
produtor nas últimas cinco décadas, levantam-se hipóteses que explicam sua queda
ao longo do tempo, bem como as responsáveis por sua alta nos últimos dez anos.
Analisam-se as tendências, desafios e possíveis estratégias para incrementar a
produtividade e a rentabilidade do setor (ROCHA et al, 2018).
A bovinocultura de leite no Brasil iniciou no ano de 1532 quando a
colonizadora de Martim Afonso de Souza trouxe da Europa para a então colônia
portuguesa os primeiros bois e vacas (PEREIRA,2013).
10

2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1 IMPORTÂNCIAS DA ATIVIDADE LEITEIRA

O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da


agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionais como café
beneficiado e arroz. O Agronegócio do Leite e seus derivados desempenham um
papel relevante no suprimento de alimentos. O leite e seus derivados representam
uma das principais fontes de proteína e cálcio na dieta da população brasileira,
especialmente para as classes de menor poder aquisitivo. Além disso, a atividade
leiteira caracteriza-se por ser grande geradora de emprego, renda e tributos (YANK,
2010).
O leite tem uma significativa importância na cadeia produtiva, tanto como
ótica econômica e social,pois, o leite é o mais nobre dos alimentos pela sua
composição, rica em proteínas, gorduras, carboidratos, sais minerais e vitaminas
(AGGIO et al, 2012).

2.2 DESCRIÇÕES DA PROPRIEDADE

A empresa Fazenda Água Verde localiza-se no município de Arapoti na rua


Sh Rincão. Que atua na produção de leite a anos. Com a sua área total de 19
Hectares.
Na propriedade atua-se com 8 funcionários que atuam em turnos diferentes,
tendo como trabalho 150 animais, dentre eles: 80 Vacas em lactação, bezerras,
Novilhas, machos, e vacas Secas. Assim produzindo em média 3150 litros por dia.
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Figura 1 – Propriedade.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.3 INSTALAÇÃO E EQUIPAMENTOS

Os equipamentos que devem se ter em uma leiteria são eles: as


ordenhadeiras onde é colocado nos tetos para que assim possa ser feito a retirada
do leite de uma maneira mecânica (sem o uso manual das pessoas), as teteiras, a
tubulação que leva o leite para o próximo equipamento (refrigerador), que armazena
o leite em uma temperatura de exatos 4°C para que a cada dois dias se possa ser
feita a retirada da matéria-prima pela empresa.
Os tratores, ajudam no dia a dia de uma leiteria, sendo eles o: revolvedor de
cama e o vagão forrageiro (tratadeira) que mistura toda a silagem com os outros
suplementos dados para os animais e distribuem estes alimentos no coxo.
Facilitando muito a vida do produtor no campo com estes equipamentos, deixando
assim o manejo mais moderno.
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2.3.1 Instalações

2.3.1.1 Barracões e Piquetes

Na propriedade ao todo a 6 Barracões contando com 2 deles Piquetes,


portanto devem ser bem arejadas e amplas, de fácil higienização e voltadas para o
maior conforto dos animais.
Que devem atender às legislações federal, estadual e municipal. Que o
sistema seja eficiente na movimentação, alimentação, e manejo dos dejetos, que
simultaneamente seja saudável para os animais, tendo condições de trabalho
favorável para os funcionários e seja economicamente viável (MELLO, 2009).

2.3.1.2 Sala de espera

Sala de espera é um lugar onde os animais ficam antes de entrarem para a


sala de ordenha. Na propriedade esta sala tem capacidade máxima para 40 vacas.
Um dos fatores que influenciam a produção, mais especificamente para a
liberação do leite produzido, momento que antecede a ordenha, onde ocorre a
liberação de ocitocina, que irá realizar a compreensão dos alvéolos a fim de liberar
todo o leite produzido, resultando numa maior produção dos animais como na saúde
para úbere com a diminuição do risco de mastite. A liberação de ocitocina depende
de fatores como o manejo realizado na condução dos animais até a sala de espera,
que quando malexecutada pode expressar o animal e sim promover a liberação de
adrenalina no animal, hormônio que corta o efeito da ocitocina. A presença
conhecida do ordenador, o barulho da ordenha são muito importantes, pois os
bovinos leiteiros gostam de rotina. E quanto mais a vontade o animal estiver mais
produção de ocitocina o animal a liberar (OLIVEIRA, 2019).
13

Figura 2 – Sala de Espera.


Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.3.1.3 Sala de ordenha

Na propriedade a sala de ordenha tinha capacidade de 20 vacas, 10 em cada


lado com formato de "espinha de peixe". Retirando primeiro o leite de um lado, e
depois do outro. Contendo 10 ordenhadeiras, com 2 ordenhadeiras separadas para
ser feito a retirada apenas vacas com mastite ou colostro, de vacas com antibiótico.
As vacas que estavam com o colostro tiravam o leite separadamente num galão.
O tipo de espinha-de-peixe conduz mais eficiência na mão de obra do
operador. Diminuindo a distância entre os úberes dos animais (CAMPOS, 2021).

2.3.1.4 Sala do Leite (Casa de máquinas)

A sala do leite na propriedade continha piso antiderrapante com 3


resfriadores, com lugar bem arejado e limpo todos os dias para ter uma boa
higienização sanitária. Porque a sala do leite é muito importante pois é onde todo o
leite da propriedade é armazenado para transporte e venda. Sendo assim a sala do
leite tem que ser o mais próximo da sala de ordenha.
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2.3.1.5 Bezerril

O Bezerril é onde as bezerras recém nascidas ganham seus primeiros


cuidados, como receber o colostro nas primeiras horas após o nascimento. A
propriedade conta com um barracão de Bezerril com capacidade máxima para 16
bezerras, cada uma em um piquetes separado para não ocorrer transmissão de
doenças entre elas. Com troca de cama todos os dias, deixando o ambiente dos
animais sempre limpo e bem arejado. O bezerril tem muita importância pois com
uma boa estrutura, pode se ter um ótimo manejo com os animais, e facilitando a vida
do operador que for realizar esse trabalho. Contando sempre com uma farmácia por
perto com remédios e vacinas para os animais.

Figura 3 –Bezerril.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.3.1.6 Fabrica de Ração

A propriedade conta com 3 Silos de ração sendo uma sala para rações
ensacadas como rações para crescimento Master, suplementos como leite em pó
para as bezerras e concentrados. Os silos da propriedade eram de alumínio aço
galvanizado com capacidade de 30 toneladas, Localizada entre a sala de ordenha e
o bezerril, Facilitando o condutor a não precisar carregar muito longe a ração.
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2.3.1.7 Silos para armazenamento de silagem

Os silos são estruturas para o armazenamento e conservação de forragem.


Eles objetivam a conservação de forragem sob a forma de silagem, imprescindível
para superar os efeitos negativos da época seca sobre o desempenho dos animais,
principalmente sobre a reprodução e produção de leite. Cinco tipos de silos podem
ser construídos em propriedades rurais, e são denominados: aéreo, de encosta,
cisterna, trincheira e de superfície. Na propriedade era o tipo trincheira. A escolha do
tipo de silo a ser construído depende, principalmente, da quantidade de silagem a
ser armazenada, da topografia, máquinas e equipamentos disponíveis, custo de
cada unidade e a preferência do produtor. Sempre que possível, deve-se dar
preferência ao silo tipo trincheira, por ser mais econômico e mais fácil de ser
construído. Cada tipo de silo apresenta uma série de vantagens e desvantagens.
Geralmente, os silos devem ficar próximos ao local de trato dos animais para maior
facilidade na distribuição da silagem e economia no transporte. Entretanto, em
situações especiais, os silos poderão ser construídos próximos ao local de produção
da forragem a ser ensilada para que haja maior rapidez no enchimento e
fechamento, práticas essenciais à produção de silagem de boa qualidade (ALOÍSIO,
2021).

2.3.1.8 Galpão de armazenamento de feno

O feno deve ser armazenado preferencialmente em galpões arejados e


protegidos da umidade, nas formas de fardos ou a granel.
A densidade do feno varia com o tipo de forragem e com a percentagem de
umidade residual, de 100 a 300 g/m3, em fardos, de 80 a 150 kg/m3, quando a
granel. Portanto, deve-se prever uma capacidade de armazenamento de 4 a 12
m3/tonelada de feno, dependendo da forma. Os fardos devem ser dispostos em
pilhas sobre estrados de madeira, evitando o contato com o solo.
Em fenos com mais de 25% de umidade, pode ocorrer o aparecimento de
mofos, e o aquecimento. Para prevenir isso, as pilhas devem ser arranjadas de
forma a manter espaços entre os fardos, para possibilitar maior arejamento e
remoção de excessos de umidade. Nesse caso, se a temperatura atingir mais de
16

40ºC, as medas devem ser desfeitas (abertas), para maior arejamento


(HUMBERTO, 2021).

2.3.2 Equipamentos

2.3.2.1 Resfriador

Na propriedade havia 3 resfriadores de 4.000 litros, que resfriam o ar


comprimido que sai dos compressores. A temperatura ideal para resfriar o leite deve
estar entre 3ºC e 6ºC para que não perca a qualidade em razão da proliferação de
bactérias, a temperatura elevada pode causar aumento de bactérias no leite. Por
isso, o resfriamento é indispensável para fazer com que a temperatura ideal seja
atingida para que não ocorra a perda do leite.

2.4 SISTEMA DE CRIAÇÃO

2.4.1 Sistema Intensivo

Na propriedade era usado o sistema Intensivo aquele em que as vacas


leiteiras são mantidas confinadas em estábulos de ordenha galpões (depende do
tipo de instalação adotada) e alimentadas no cocho com forragens conservadas,
como silagens e fenos. Que também se resume a investimento em tecnologia,
produção em escala, alta produção por lactação, suplementação dos animais
(volumoso ou concentrado), maximiza potencial genético dos animais e alta gestão (
econômica e zootécnica).
O benefício deste sistema é o aumento da produtividade e a ocupação de
pequenos espaços (ROGE, 2012).
17

2.4.2 Extensivo

O sistema Extensivo se constitui de baixo investimento tecnológico, não


suplementação (volumoso e concentrado), produção de leite sazonal, baixa
qualidade do leite e baixa rentabilidade.
Os animais também são colocados em piquetes rotacionados com irrigação
para garantir que dê tempo para que as pastagens sejam reformadas. Já em relação
às instalações são relativamente simples e limitam-se a um curral, no qual as vacas
são ordenhadas (MARCELLI, 2019).

2.5 RAÇAS

2.5.1 Raça Holandesa

Na propriedade havia vacas da raça Holandesa. Em todo o mundo, a raça


Holandesa é predominante para a produção de leite, sendo também a mais utilizada
no Brasil, como raça pura e em cruzamentos. Vacas holandesas, por exemplo,
chegam a 26 litros por dia. raça mais comum ea mais escolhida pelos produtores.
Pela sua alta produção de leite, é um gado pesado, de grande porte e com uma
ampla caixa óssea. A raça é caracterizada por sua docilidade e facilidade de
manejo. As vacas têm um peso médio de 550 kg a 600 kg.
As fêmeas da raça Holandesa são cobertas pela primeira vez aos 16 a 18
meses de idade, pesando acima de 460 Kg. Úbere simétrico, bem desenvolvido,
com irrigação sanguínea abundante e coberto por pele macia. As tetas são
separadas e de bom tamanho (JULIANO, 2016).

2.5.2 Jersey

Com alta produção a Jersey produz cerca de 18 a 20 litros de leite por dia em
média. Tem grande tolerância ao calor. A raça Jersey apresenta boa adaptabilidade
a todos os tipos de manejo e , produzem bem em qualquer tipo de clima, se
18

adaptam com outras raças facilmente e assim como a raça Girolando, são animais
dóceis e de fácil manejo. E também muita conhecida por ter alto teor de gordura no
leite.
A raça apresenta animais de porte pequeno, com peso médio de 350 kg para
as vacas e 500 kg para os touros. Sua pelagem apresenta a cor parda, variando do
amarelo-claro ao pardo-escuro. O focinho e a língua têm coloração preta escura, sua
cabeça é pequena e os chifres são curtos. Como boa produtora de leite, apresenta
úbere com boa conformação e proporcional ao tamanho do corpo (LUKE, 2010).

2.5.3 Girolando

A Girolando é uma raça sintética, resultante de cruzamento da raça europeia


Holandesa com a raça zebuína Gir e possui grande aptidão para produção de leite.
Os primeiros relatos sobre a raça Girolando surgiram entre as décadas de 1940 e
1950, no Vale do Paraíba, estado de São Paulo.
A produção de leite média de vacas Girolando no período médio de lactação
de 305 dias, foi de 5.041 litros. Girolando possuem características fisiológicas e
morfológicas perfeitas para a produção nos trópicos, como a capacidade e suporte
de úbere, tamanho de tetas, conversão alimentar, eficiência reprodutiva,
pigmentação, capacidade termorreguladora (MATIAS, 2012).

2.5.4 Pardo Suíço

A raça Pardo-Suíça possui característica ímpar, já que apresenta as aptidões


para a produção de leite e de carne. Desta forma, de acordo com o melhoramento
dos aspectos produtivos da raça, definiram-se duas linhagens distintas: uma
denominada Pardo-Suíça de Leite ou simplesmente Pardo-Suíça, no exterior
conhecida como Brown Swiss (Estados Unidos), e a outra denominada Pardo-Suíça
de Corte, no exterior conhecida como Braunvieh. Essas duas linhagens, apesar de
pertencerem à mesma raça, apresentam comportamento produtivo e propósitos de
exploração totalmente diferenciados (RENNÓ, 2001).
19

2.6 MANEJO NUTRICIONAIS

2.6.1 Bezerras

A criação de bezerras e novilhas é considerada uma das atividades mais


importantes de um sistema de produção de leite e exige boas práticas de manejo e
muita atenção a detalhes. Um bom sistema de criação de bezerras garante não
apenas sua saúde, mas também a lucratividade e a sustentabilidade de todo o
sistema de produção de leite. Durante essa fase, cada propriedade deve ter metas
claras que devem ser cumpridas, e os custos devem ser monitorados em busca de
oportunidades que aumentem a eficiência do sistema. Boas práticas de criação
devem ser aplicadas por serem eficazes na redução em mais de 70% da
mortalidade de bezerras. Existem dois sistemas de criação, o primeiro é o sistema
de criação coletivo e o outro individualmente. A principal vantagem dos sistemas
coletivos é a redução de mão de obra. E já no sistema individual uma das vantagens
é a disseminação de doenças pelo contato é o principal motivo para adotar a criação
de bezerras de forma individualizada durante a fase de aleitamento. Doenças como
a diarreia, tão comum nessa fase, são a principal causa de morte de bezerros, e sua
transmissão é oral-fecal, o que agrava a situação quando os animais ficam
agrupados (PARANHOS, 2014).

2.6.2 Novilhas

As novilhas requerem fornecimento de concentrado independente da idade,


da qualidade do alimento volumoso utilizado e do plano de alimentação adotado. Em
geral, até os seis meses é necessário o fornecimento de 1 a 2 kg de concentrado
com 12% de proteína bruta e 61% de nutrientes digestíveis totais. No sistema de
recria em confinamento, os alimentos são levados às novilhas que permanecem
confinadas o tempo todo, sem acesso à pastagem. Elas podem receber, no cocho,
forragem verde picada e/ou silagem e/ou feno. Uma mistura mineral deverá estar
sempre à disposição, em cochos separados, independentemente do volume
20

utilizado. Ao se fornecer dietas à base de silagem de milho para novilhas, deve-se


observar a necessidade de suplementação proteica, se não foi utilizada a uréia ou
outra fonte de nitrogênio não-protéico no momento da ensilagem. Às vezes, é
necessário limitar o consumo da silagem para evitar que as novilhas fiquem obesas.
Um feno de excelente qualidade é, sem dúvida, o melhor alimento para as novilhas
mantidas sob confinamento. Ele pode constituir-se no único alimento para esta
categoria animal. A mistura em partes iguais (na base da matéria seca) de feno e
silagem de milho pode ser considerada como o melhor alimento para esta categoria
animal, quando em confinamento (MARCIA, 2011).

2.6.3 Vacas em lactação

Logo pós o parto, a vaca produz leite com objetivo de alimentar o bezerro.
Portanto, o período de lactação exige cuidados especiais. Normalmente, o período
médio de lactação dos rebanhos especializados é de 305 dias, isto é, cerca de 10
meses. Nos rebanhos em que não há oferta de alimentos concentrados, com gado
mestiço, cruzado ou muita proporção de sêmen zebuíno, a lactação é menor, ou
seja, dura de 6 a 8 meses. No período de lactação, os animais passam por
condições corporais diferenciadas, o que demanda um tratamento especial tanto às
vacas quanto às novilhas (KLAUS, 2012).

2.6.4 Vacas Secas

A categoria vaca seca corresponde a todas as fêmeas não lactantes do


rebanho. No entanto, quando se está no campo, é comum escutarmos o termo
“vacas solteiras”. Normalmente essa expressão refere-se às vacas que, por algum
motivo, não estão em lactação, por exemplo, vacas que ficaram prenhas muito
tempo depois do parto, vacas com baixa persistência de lactação e as vacas vazias.
Além dessas, há outro grupo de vacas que são aquelas que tiveram a lactação.
Interrompida de forma proposital, com o objetivo de preparar a vaca para a próxima
lactação. Basicamente existem dois critérios a serem utilizados para escolher o
momento de secar a vaca. O primeiro critério é baseado na provável data do parto.
21

Nesse caso, a vaca deve ser seca 60 dias antes da provável data de parto. O
segundo critério refere - se à produção de leite da vaca, ou seja, deve-se
interromper a lactação a partir de um determinado valor de produção de leite. O
principal motivo para a secagem da vaca é o fato de permitir que ela tenha um
período de descanso, a fim de recuperar os tecidos secretores da glândula mamária.
Esse manejo tem dois objetivos principais: o primeiro é melhorar a produção da vaca
na lactação subsequente, e o segundo, e não menos importante, é a produção de
colostro de melhor qualidade, o qual, consequentemente, tornará as bezerras (filhas
dessas vacas) mais fortes e com maior potencial produtivo (RIBEIRO, 2010).

2.7 MANEJOS REPRODUTIVOS

2.7.1 Detecção do cio

Os sinais que identificam o cio são: Animais agitados, mugindo ou lambendo


e cheirando outros animais do rebanho leiteiro. Realizam tentativas de monta em
outros animais que podem ou não estar no cio. Perda de pelos próximos da cauda.
O cio bovino, também conhecido como estro, é o período durante o qual a vaca ou
novilha aceita a monta ou cobrição. Este período de receptividade pode durar de 6 a
30 horas e acontece, em média, em intervalos de 21 dias. Mas, este intervalo entre
um cio e outro pode variar normalmente entre 18 e 24 dias. Grande parte dos
insucessos reprodutivos no setor da bovinocultura leiteira são causados por
detecção de cio ineficazes. Identificar o cio em vacas leiteiras é uma das etapas
mais importantes para realizar a inseminação artificial ou a monta de forma efetiva.
Um cio não detectado pode aumentar o intervalo entre partos e a inseminação
fecundante, reduzindo o número de vacas em lactação e de novilhas para reposição.
A ausência do cio além de indicar problemas reprodutivos pode acarretar em
estresse e prejuízos ao bem estar animal (MARCIO, 2018).
22

2.7.2 Inseminação Artificial

Uma das principais etapas do manejo reprodutivo do rebanho é a


inseminação artificial em vacas. Trata-se de um conjunto de técnicas para
melhoramento genético visando aumentar a taxa de reprodução do rebanho e ter
animais com elevado potencial genético.
A inseminação artificial em vacas consiste na deposição do sêmen bovino no
aparelho reprodutor da fêmea. Para tanto, deve-se seguir uma série de protocolos
para alcançar o sucesso ao final, que é uma gestação bem-sucedida e o retorno da
vaca ao serviço no menor tempo possível. Com o crescimento da população bovina
e a necessidades ter uma produção mais eficiente do ponto de vista econômico, a
inseminação possibilita empregar o sêmen de touros de alta performance,
padronizar o rebanho, reduzir o contágio de doenças sexualmente transmissíveis
entre os animais, garantir o controle zootécnico e aumentar a quantidade de
nascimentos. É fundamental que todas as etapas da inseminação artificial em vacas
sejam conduzidas por profissionais especializados na área de reprodução bovina,
visto que a segurança da execução correta e a manutenção do bem-estar animal
serão garantidas com responsabilidade (CESAR, 2022).

2.7.3 IATF (Inseminação Artificial em tempo fixo)

A IATF em bovinos ou Inseminação Artificial em Tempo Fixo é uma estratégia


de manejo que possibilita sincronizar a ovulação das fêmeas bovinas. Desse modo,
o objetivo é que a inseminação aconteça no mesmo dia para todas elas. Fazendo
essa sincronização, o produtor elimina a necessidade de observação do cio das
vacas. Além de diminuir os riscos com falhas de observação, a técnica ajuda a
concentrar a inseminação e os partos na melhor época do ano, de acordo com cada
objetivo. As vantagens do IATF são, eliminar as observações do exato dia em que a
vaca entra no cio e os riscos de identificação incorreta dos animais. A técnica
também permite inseminar um grande número de fêmeas no mesmo dia, o que
ajuda a concentrar as concepções. Com isso, é possível antecipar a concepção dos
lotes e corrigir gradativamente a estação de monta. E ainda, concentrar os
nascimentos e o desmame nas melhores épocas do ano. um dos principais
23

benefícios da IATF é possibilitar a inseminação de 100% dos animais dentro da


estação de monta. Na observação visual essa taxa de serviço é bastante inferior,
fica entre 40% e 50% (BEKER, 2019).

2.7.4 Monta Natural

A técnica de acasalamento mais tradicional é a monta natural (MN), que


consiste no touro mantido com as vacas durante o ano todo ou durante o período da
estação de monta. Esse método de reprodução bovina é conhecido por
aparentemente gerar mínimos custos, além de não haver a necessidade de
detecção de cio e mão-de-obra altamente treinada, porém, essa prática possui
limitações devido à ausência de informações e controle zootécnico. Alguns pontos
fracos dessa técnica podem ser citados, tais como: Aumento de transmissão de
doenças no rebanho, Lesões em vacas devido ao tamanho e o peso dos touros,
Chances de lesionar o touro pela tentativa de monta, Necessidade de manter mais
touros na fazenda para obter uma relação adequada touro-vaca, comumente sendo
utilizado um touro para cada trinta ou quarenta matrizes. Quando consideramos a
monta natural em um sistema sem estação de monta, os pontos fracos da utilização
podem se acentuar: Datas de cobertura e partos desconhecidas, Dificuldades no
manejo de bezerros ao longo do ano, Fertilidade das matrizes prejudicada pela
susceptibilidade à sazonalidade climáticas e de forrageiras. Além desses pontos
levantados, vale destacar que o melhoramento genético nesse cenário se torna lento
e, na maioria das vezes, inexistente pela falta de informação dos cruzamentos e
utilização de animais geneticamente superiores (ROBERTO, 2010).
24

2.7.5 Verificação de Prenhez

A Verificação de Prenhez empresarial oferece uma análise profunda das


principais áreas de gestão de um negócio. Esse diagnóstico gera um relatório que
contém os pontos fracos, as ameaças ao negócio e as oportunidades potenciais e
classifica os problemas de acordo com a gravidade e o nível de urgência para que
sejam solucionados. Com esse entendimento aprofundado, os líderes têm a
possibilidade de atuar em prol de soluções direcionadas, evitando esforços
desnecessários, perda de tempo e dinheiro. Os benefícios do diagnóstico de gestão
empresarial permitem ao empresário entender as áreas que são mais importantes
para o seu negócio e, com isso, torná-lo capaz de criar planos de ação e estratégias.
O gestor também ganha material para fazer um comparativo de desempenho e pode
entender a necessidade de atenção em determinados setores. O diagnóstico
eficiente precisa englobar todos os setores da empresa e identificar o processo
empresarial, enxergando as peculiaridades. Diante disso, é preciso elencar as
diferentes dificuldades enfrentadas, a gravidade da situação e o nível de urgência
para solução (JAIRO, 2021).

2.7.5.1 Palpação Retal

A palpação retal, também conhecida como palpação transretal ou exame de


toque, é o método de diagnóstico reprodutivo em animais mais antigo da história,
para identificar as estruturas internas do animal. O exame, também conhecido como
toque, é realizado por meio da introdução da mão e braço do examinador no reto do
animal. Esse é o procedimento mais utilizado para diagnosticar a gestação tanto em
fêmeas bovinas quanto equinas. A palpação retal em bovinos é essencial para uma
série de biotécnicas reprodutivas. Além de ser crucial para avaliação dos órgãos
internos do animal, a palpação retal em bovinos proporciona diversas vantagens aos
proprietários, como por exemplo: Avaliar a viabilidade fetal, Detectar gestações
gemelares, Diagnosticar as principais patologias da reprodução (útero e ovários).
Através da palpação na reprodução bovina é possível confirmar a existência e idade
do embrião, a partir dos quarenta e cinco dias de monta ou inseminação artificial. As
principais estruturas avaliadas durante o exame são: cérvix (colo), corpo do útero,
25

cornos uterinos e ovários. O colo, ou cérvix, está localizado entre a vagina e o corpo
do útero. A avaliação dessa estrutura é muito importante, já que permite detectar
alterações que podem ser prejudiciais ao animal. Junto com o colo, o corpo e os
cornos são outras estruturas que compõem o útero bovino. Ao se avaliar
características como espessura, consistência e simetria desses órgãos, é possível
obter informações cruciais sobre o animal examinado. Os ovários são responsáveis
pela produção dos óvulos, que, quando luteinizados, dão origem aos corpos lúteos
(CRISTINO, 2022).

2.7.5.2 Ultrassonografia

A ultrassonografia ou ecografia é um método diagnóstico muito recorrente na


medicina moderna que utiliza o eco gerado através de ondas ultrassônicas de alta
frequência para visualizar, em tempo real, as estruturas internas do organismo.
Ultrassonografia tem diversas aplicações como método de diagnóstico em bovinos,
especialmente no exame do aparelho reprodutor de fêmeas, com a vantagem de
não ser uma técnica invasiva. A técnica permite visualizar as estruturas anatômicas
de maneira bem semelhante à imagem real, obtida com um corte. A aplicação da
ultrassonografia ou ecografia em bovinos e equinos iniciou-se na década de 1980 e
foi um dos passos mais importantes para o estudo e a compreensão dos eventos
que ocorrem durante o ciclo estral e a gestação. A ultrassonografia tem diversas
aplicações como método de diagnóstico em bovinos, especialmente no exame do
aparelho reprodutor de fêmeas, com a vantagem de não ser uma técnica invasiva. A
técnica permite visualizar as estruturas anatômicas de maneira bem semelhante à
imagem real, obtida com um corte. É, ademais, um procedimento relativamente
simples e seguro, tanto para o animal quanto para o operador. Seu uso pode,
porém, ser limitado pela falta de qualificação de mão de obra, que precisa ser muito
bem treinada, e pelo custo do equipamento – consequentemente, pela razão custo-
benefício de cada exame. Graças à rápida difusão da técnica entre os profissionais
da área e à boa oferta de aparelhos no mercado, aliadas à disponibilidade de
profissionais aptos a realizar os exames, esse cenário vem mudando, resultando em
crescente adesão ao seu uso nos sistemas de produção (JACKSON, 2016).
26

2.7.6 Pré-parto

No pré-parto, as vacas passam por grandes mudanças que geram alterações


alimentares. A adequação dos nutrientes favorece o sucesso no parto e na lactação.
Cuidar da alimentação das vacas no período pré-parto, assim como em todo o
período de transição, tornou-se prioridade das fazendas leiteiras nos últimos tempos.
Os animais passam por grandes alterações fisiológicas e metabólicas nesta fase, em
preparação para o parto e a lactação. A necessidade da mais nutrientes para o
crescimento do feto, as adaptações hormonais e as mudanças de ambiente geram
estresse e mudanças metabólicas, o que prejudica a ingestão de matéria seca das
vacas. Portanto, neste período, a demanda por energia e proteína aumenta e o
consumo cai, colocando em risco o balanço energético, o desenvolvimento fetal e a
produção de leite futura, sendo extremamente importante controlar a densidade
energética da dieta e acompanhar a condição de ECC dos animais. Na escala de 1 a
5, sugere-se que as vacas cheguem ao parto entre 3 e 3,2. Escore abaixo de 3 pode
prejudicar a produção de leite e a reprodução. Escore maior que 4 também prejudica
a reprodução e aumenta as chances de doenças como a Cetose (fígado gordo) e o
Deslocamento do Abomaso (SANTOS, 2015).

Figura 4 – Pré-Parto.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.
27

2.7.7 Parto

Em torno de vinte a trinta dias antes do parto este animal deve ser levado
para a maternidade, a qual deve ser de preferência, um pasto próximo ao curral,
facilitando a observação diária, No caso de confinamento total, deverão ir para uma
baia maternidade. Observar o rebanho duas vezes ao dia é o ideal para que possa
ser realizada assistência antecipada ao parto. O terneiro deve nascer dentro de três
horas depois do rompimento da bolsa, passado este tempo o animal deve ser
examinado. Devemos verificar a posição do terneiro e se a vaca tem força para
expulsar o mesmo. Sobre o manejo do parto tende se a puxar para fora e para baixo
é a maneira que os bezerros naturalmente nascem. A pélvis da vaca (sem
mencionar a gravidade) naturalmente obriga o bezerro a ir para baixo e para fora
enquanto estão sendo expelidos. Puxar dessa maneira reduz a pressão sobre a
pélvis da vaca, e permite que o parto seja mais fácil. Se a vaca estiver de pé durante
o parto, você terá que se sentar atrás dela quando puxar o bezerro (COSTA, 2013).

2.7.8 Pós-Parto

É no período pós - parto que ocorre a maior índice de mortes e descartes


involuntários por questões relacionadas à saúde dos animais. Não podemos nos
esquecer que tudo o ocorrer no período pós - parto é reflexo que acontece no
período do pré - parto e ambas as fases estão positivamente correlacionadas com o
sucesso da próxima lactação (SEBASTIÃO, 2022).

2.8 MANEJOS DE NEONATOS

2.8.1 Ingestão de colostro

O colostro deve ser fornecido de forma integral, sem qualquer diluição,


durante os três primeiros dias de vida, em duas refeições diárias. Nas primeiras 24
horas é importante que o bezerro ingira, pelo menos, de 5 a 6 kg de colostro. Além
28

das imunoglobulinas, o colostro é muito rico em vitaminas e minerais, importantes


para a nutrição da bezerra nos primeiros dias de vida, tendo ainda efeito laxativo,
importante para o funcionamento do intestino dos animais. A ingestão do colostro é
muito importante, pois é a primeira fonte nutricional do bezerro recém-nascido, ajuda
no sistema imunológico protegendo contra doenças iniciais. Deve ser realizada com
muita calma, pois nesse período o bezerro ainda não sabe mamar (CAMPOS, 2021).

2.8.2 Cura do Umbigo

A cura do umbigo do bezerro recém-nascido deve ser feita logo após a


mamada do colostro. Isso é feito porque, logo após o nascimento, a cria fica com
uma porção do umbigo não cicatrizada exposta, onde podem surgir bicheiras ou
infecções. A frequência mínima para a cura é de vezes por dia, até o dia em que o
umbigo seque e se desprenda do abdômen. É usado uma solução de iodo a 70%
(TEIXEIRA, 2019).

2.9 MANEJO DAS BEZERRAS

Após a chegada dos bezerros recém nascidos, eles são pesados para que
assim que atingirem o dobro de seu peso (em média de 6 a 8 meses), serem
passados para o piquete coletivo de desmame, com uma nova dieta, para serem
posteriormente realocados, as novilhas tornando - se vacas, e os machos para o lote
de engorda. A criação de bezerros deve ser considerada uma das principais
atividades em um sistema de produção de leite, pois representa possibilidade de
aumento do rebanho e de melhoramento genético. Apesar de sua importância, a
criação de bezerros é uma etapa muitas vezes esquecida pelos produtores, devido
aos custos elevados de aleitamento e mão de obra e às altas taxas de adoecimento
e mortalidade, tornando - se uma atividade de alto risco financeiro (NUNES et al,
2020).
29

Figura 5 – Bezerras.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.9.1 Identificação

A identificação ajuda a resolver problemas diários, a partir do monitoramento


de diversas informações e da detecção de pontos críticos que demandam controle
por parte do criador. Ainda, a identificação individual dos bovinos contribui
significativamente na organização de todas as informações levantadas
(RODRIGUES, 2020).
A identificação é feita com a utilização de brincos contendo o número do
animal, contendo a sequência total do lote. O posicionamento do brinco na orelha
dos bezerros é importante para a ocorrência de bicheiras no local do furo do brinco,
de modo que, quanto mais próximo à cabeça do animal, maior o risco. Deve-se
evitar aplicar o brinco na extremidade da orelha, pois apesar do baixo risco de
bicheira, há elevado risco de perda devido ao fato da região da orelha ser mais fina
em comparação ao meio, incorrendo em menor resistência física, além do brinco,
ficar mais exposto e mais sujeito a enroscar em cercas ou arbustos (SCHMIDEK et
al, 2006).
30

2.9.2 Descorna

A remoção do chifre pode ser realizada por meio do amochamento ou da


descorna. O amochamento consiste na destruição das células teratogênicas que
ainda não se fundiram ao crânio, portanto, é realizado em animais com até dois
meses. Após essa idade o procedimento é cirúrgico, chamado de descorna, cujo
objetivo é amputar o corno já formado e fundido (BITTAR et al, 2018).
Na propriedade é usada a técnica de amochamento térmico. Seu primeiro
passo é aplicar anestesia nas bases do chifre. Depois disso deve se pressionar o
botão Córneo com um ferro descornador aquecido até chegar na base do chifre, O
"miolo" deve ser queimado e retirado com uma lâmina. É muito importante ter
cuidado para não queimar a pele do animal. Depois do procedimento deve-se aplicar
cicatrizante e antisséptico.

2.10 MANEJOS DAS NOVILHAS

A fase de recria inicia-se após o desmame, estendendo-se até a primeira


cobrição. Ficam em lotes separados e que são de ótima visibilidade, com o produtor
detectando o cio facilmente, para serem inseminadas e passadas para o piquete de
pré-pato de primeira cria.
A puberdade está definida como o momento em que a novilha tem sua
primeira ovulação, ou seja, primeiro cio seguido de fase luteal normal. Depois da
primeira ovulação, a novilha deve começar a ter períodos férteis contínuos,
tipicamente a cada 21 dias. A idade em que as novilhas têm seu primeiro cio ou
alcançam a puberdade está fortemente relacionado com o peso vivo do animal e
determina quando a novilha irá parir pela primeira vez. Assim, o atraso no início da
puberdade, resultará em atraso na idade do primeiro parto, aumentando também o
custo final da novilha. De forma otimista, uma novilha holandesa deverá alcançar a
Puberdade entre os 9 e 10 meses, quando estiver com peso vivo entre 250 e 280 kg.
Sendo sua primeira inseminação realizada aos 14 e 15 meses, para parir aos 23 ou
24 meses com peso adequado (BITTAR et al, 2007).
31

2.11 MANEJOS DAS VACAS SECAS

A categoria vaca seca corresponde a todas as fêmeas não lactantes do


rebanho. Quando se dá um manejo adequado às vacas secas, indubitavelmente, irá
refletir positivamente na futura produção de leite. É no período seco ou período de
descanso que o feto do bezerro tem um crescimento maior, sendo de 1/3 até aos
sete primeiros meses de gestação e, 2/3 do seu crescimento, nos últimos dois
meses (FILHO, 2000).
O principal motivo para a secagem da vaca é o fato de permitir que ela tenha
um período de descanso, a fim de recuperar os tecidos secretores da glândula
mamária. Esse manejo tem dois objetivos principais: O primeiro é melhorar a
produção da vaca na lactação subsequente, e o segundo, e não menos importante,
é a produção de colostro de melhor qualidade, o qual, consequentemente, tornará as
bezerras (filhas dessas vacas) mais fortes e com maior potencial produtivo
(DOMINGUES et al, 2020).
Uma vaca é seca 60 dias antes do parto. A Partir disso, não é realizada mais
a retirada do leite e cessam seus estímulos até o momento do parto. É utilizado o
antibiótico obernin para a secagem, aplicados diretamente no canal do teto.

2.12 ORDENHA

A ordenha de vacas significa tirar o leite, ou seja, é o lucro da atividade


leiteira. Esse ato deve ser feito sem paradas, com os tetos limpos e secos em um
ambiente asseado, tranquilo, sem umidade e longe de outros animais. Para se
ordenhar completamente uma vaca, é necessário estimulá-la, para evitar que o leite
fique retido no úbere (leite residual), o que é feito normalmente pelas crias; no
entanto, para segurança do produto como fonte de alimento humano, o estímulo
deve ser feito pelo ordenhador ao lavar, secar e descartar os primeiros jatos do teto
(jatos contaminados por microrganismos) (RIBEIRO et al, 2021).
Na propriedade é feita a ordenha duas vezes por dia, assim garantindo uma
maior produção e melhor aproveitamento das vacas-leiteiras. Antes de começar a
ordenha e todo o processo de limpar os tetos e passar o pré-dipping, deve-se fazer
de extrema importância a retirada dos 3 primeiros jatos de leite (teste do fundo da
32

caneca preta), antes da colocação das ordenhadeiras, vendo assim se não existe
nenhum acúmulo de grumos no canal do teto. Recomenda- -se realizar o teste da
caneca de fundo preto antes de todas as ordenhas para o exame das características
físicas do leite. O teste consiste em proceder à retirada dos três primeiros jatos de
leite em superfície escura com a finalidade de observar as alterações no leite
(grumos, pus, sangue). Além de verificar as anormalidades do leite, ocorre a
eliminação dos três primeiros jatos de leite, que geralmente apresentam contagens
microbianas mais elevadas (DIAS et al, 2020).
O leite deve ser ordenhado o mais rápido possível, visto que o tempo de ação
da ocitocina é de 4 a 7 minutos. Portanto, a ordenha deve ser rápida e contínua,
evitando - se qualquer interrupção. Nos 3 a 4 minutos após a preparação ocorre a
ordenha de 70 % do leite da vaca (DELPRETE , 2020).

Figura 6 – Ordenha.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.12.1 Linha de entrada para ordenha

As vacas devem ser agrupadas de acordo com a saúde da glândula mamária.


Em qualquer rebanho, existem vacas de úberes saudáveis, outras de quartos
infectados e outras vacas em condição desconhecida de infecção dos quartos
mamários. Na ordenha manual ou mecânica, as vacas devem ser selecionadas de
acordo com o estado de saúde do úbere. Vacas com contagens de células
33

somáticas (CCS) inferiores a duzentos mil por ml de leite, ou Califórnia Mastite Teste
(CMT) negativo, devem ser ordenhadas antes daquelas que apresentam resultados
superiores. Vacas com grumos no leite (mastite clínica) ou em tratamento são
ordenhadas no final. Este leite não tem qualidade, portanto, não pode ser misturado
ao restante, ele deve ser descartado. Em ordenha mecânica, é necessário higienizar
as teteiras manualmente entre uma vaca infectada e outra, para evitar a exposição
aos microrganismos. Para conseguir um resultado positivo, é necessário imergir a
unidade de ordenha em solução de iodo de 25 a 50 ppm por no mínimo 30 segundos
para depois enxagá-las, deixá-las secar e utilizar na próxima vaca (MARLICE, 2021).

2.12.2 Limpeza dos tetos

Deve-se limpar e lavar os tetos, para remover sujeiras e microrganismos


ambientais encontrados em lodo e esterco. Limpar e lavar somente os tetos, nunca
lavar o úbere, pois há o risco da água descer durante a ordenha e cair nas teteiras,
contaminando o leite, além da limpeza, ajuda a estimular a descida do leite sem
perigos de recolher leite com sujeiras indesejáveis ou contaminado (PERTULES,
2017).

2.12.3 Pré-dipping

O pré-dipping consiste em uma solução responsável pela desinfecção dos


tetos antes da colocação das teteiras, reduzindo assim a contaminação da pele dos
tetos e principalmente os casos de mastite por agentes ambientais. Além disso, a
higienização dos tetos antes da ordenha contribui para a qualidade higiênica do leite,
sendo um fator importante na redução da CBT (contagem bacteriana total) do leite
do tanque. o pré-dipping (Imersão dos tetos em solução desinfetante, de 15 a 30
segundos), em todos os tetos, em todas as vacas, de todas as ordenhas. Usa-se
solução de Iodo (0,25%), Solução de Cloro (0,2%) ou solução de Clorexidine
(0,25%) (GABRIELA, 2019)
34

2.12.4 Separação do leite e Colostro

Esta separação era feita com uma ordenhadeira separada que era apenas
para a retirada do colostro, que ia direto para um galão assim levando até o bezerro.
O colostro é a secreção da glândula mamária da vaca, que acontece durante
as primeiras 24 horas após o partoe apresenta algumas diferenças importantes em
relação à composição do leite, principalmente propriedades físicas e funções
fisiológicas. As altas concentrações de imunoglobulinas (anticorpos presentes no
colostro) têm papel importante no estabelecimento de imunidade passiva das
bezerras recém-nascidas. Por imunidade passiva compreende-se: a transferência de
imunoglobulinas (anticorpos) da mãe para a bezerra através do consumo de colostro
(FERREIRA, 2016).

2.12.5 Pós-dipping

O pós-dipping utilizamos essa medida possui efeito sobre a incidência de


novos casos de mastite e CCS (contagem de células somáticas) do rebanho. Outro
benefício da solução pós-dipping é manter a pele dos tetos bem hidratada e íntegra,
contribuindo para redução dos casos de mastite.
Assim como a solução pré-dipping, os pontos de atenção da solução pós-
dipping incluem a higiene do copo sem retorno e garantir que o produto esteja
cobrindo todo o teto. O principal princípio ativo de soluções pós-dipping é o iodo, que
possui atividade bactericida, fungicida e viricida, ressaltando a boa eficácia na
prevenção de mastites contagiosas causadas por Staphylococcus aureus e
Streptococcus agalactiae (SANTOS, 2016).

2.12.6 Cuidado pós ordenha

Após higiene na ordenha de vacas todas as vezes que a ordenha for


terminada, alimente seus animais. Isso faz com que o gado permaneça em pé. O
contato do teto com o solo logo depois da ordenha facilita a contaminação. E
durante essa alimentação em pé proporciona o fechamento natural do orifício,
35

bloqueando a mastite. O espaço precisa sempre estar limpo. Lama, fezes, lixo,
poças de água não devem fazer parte do local. Evitar a presença de insetos deve
ser uma tarefa constante do produtor e demais colaboradores da propriedade
(COSTA, 2010).

2.13 ARMAZENAMENTO DO LEITE E TRANSPORTE

O leite fica armazenado em dois tanques de expansão que ficam em uma


temperatura de 5,9° grau, assim evitando a proliferação de bactérias, no qual fica
dentro de uma sala próxima a sala de ordenha. No fundo de cada tanque tem uma
pá de metal que a cada 15 a 20 minutos mexe o leite, evitando o congelamento do
leite e o acúmulo de gordura na superfície.

2.13.1 Armazenamento do leite

O leite armazenado em tanques de expansão direita deverá ser conservado


em até 4° C durante no máximo 48 horas. O tanque deve ser dimensionado para
atingir esta temperatura em no máximo 3 horas. O leite que estiver armazenado em
tanques de imersão deve permanecer em temperatura máxima de 7° C, também
durante o período máximo de 48 horas. O leite só poderá permanecer sem
refrigeração por no máximo 2 horas após a ordenha, se isto estiver de acordo com
as normas da indústria processadora que receberá o produto. Todos os
equipamentos de armazenamento e transporte do leite devem estar devidamente
higienizados e limpos para receber o leite. Dessa forma os tanques de resfriamento
e tanques de expansão devem receber o leite. Os tanques de resfriamento e tanque
de expansão devem receber os mesmos procedimentos aplicados aos
equipamentos de ordenha e nas mesmas sequências. A refrigeração do leite é, sem
dúvidas, a etapa mais importante da atividade leiteira dentro da propriedade. Vale
ressaltar que a refrigeração na propriedade leiteira não elimina microorganismo, mas
apenas diminui sua velocidade de multiplicação. Quanto mais rápido for a redução
da temperatura, melhor será a conservação do leite . Já a coleta deve ser realizada
no local de refrigeração e armazenamento do leite em menos de 48 horas. Para
36

isso, deve - se adotar um veículo com tanque isotérmico, com a transferência do


leite realizada por meio de mangueira e bomba sanitárias específicas diretamente do
tanque de refrigeração para o caminhão, em circuito fechado. Portanto, para garantir
a qualidade do leite resfriado, é fundamental que o produtor invista na limpeza e
higienização de todo processo, desde a ordenha até o transporte, pois as bactérias
podem estar presentes em todas as etapas percorridas pelo leite (WOLF, 2010).

2.13.2 Transporte

A coleta do leite é realizada a cada 48 horas. antes do caminhão carregar o


leite e feito os seguintes processos: é realizada a leitura do código do tanque a ser
Passo 1: medida do volume, registrar através de uma foto nítida da régua com
coletado. Passo 2: ligar o agitador,e aguardar o tempo necessário conforme volume
de a medida realizada. leite no resfriador. Abaixo de 5.000 L deve agitar por 5
minutos, acima de 5.000 L Agitar por 10 minutos. Passo 3: após o tempo de agitação
deve-se realizar o teste de alizarol, com Uma amostra de leite do tanque, também é
feito o exame de CCS e antibióticos. Registrar com uma foto nítida do teste. Deve
ser registrada sempre após o tempo de agitação. Passo 4: aferir a temperatura do
leite, registrar por foto, o termômetro junto com o termostato ligado do resfriador.
Passo 5: coletar as amostras, apenas todos os passos anteriores deve registrar a
foto das amostras e que apareça os códigos de barras de maneira clara e visível.
Finalizando o registro: armazenar as amostras na geladeira do veículo; iniciar o
carregamento do leite; finalizar a coleta após verificação de sobra e formação de
gelo; imprimir o comprovante ao produtor. Cada produtor deve ter amostras
coletadas antes da captação do leite para ser levada à indústria processadora. Estas
devem ser conservadas até a recepção na indústria. Todo processo precisa ser
analisado com cuidado e ser levado em consideração todas as regras exigidas na
lei, como também situações fundamentais, que por muitas vezes são individuais.
Seja pontual, pois o processo depende do tempo que virá levar para finalizar e
entregar o produto, sem que tenha alguma perda. Confira se o transporte está limpo
e higienizado e com todos os materiais necessários para realizar a coleta e
transporte. Entenda que você precisa estar devidamente equipado ao iniciar o
trabalho, uniformizado, identificado e sanitizado Verifique a limpeza da sua
37

geladeira, avalie o funcionamento e siga para coleta, Ao chegar à propriedade faça


sua higienização das mãos e braços e dos seus utensílios das braços e dos seus ,
pois entraram em contato com o material (SILVA, 2012).

Figura 7 – Transporte.
Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.14 HIGIENIZAÇÃO DAS SALAS E UTENSÍLIOS

O enxágue inicial é feito para remover os componentes solúveis do leite.


Nesse processo é recomendado utilizar água morna, acima de 35ºC abaixo
de 50ºC. Essas temperaturas garantem que não ocorram a solidificação da gordura
nem a desnaturação das proteínas, respectivamente. O ideal é que nessa etapa não
haja recirculação de água e que ao final do enxágue a água saia límpida. Para uma
boa ação, a água com detergente alcalino clorado deve entrar no sistema de
ordenha a 70ºC e sair com a temperatura acima de 40ºC, circulando no equipamento
por cerca de 10 minutos. Além disso, deve-se realizar a correta diluição do produto,
a alcalinidade recomendada para a solução é de 250 a 500 ppm (MATHEUS, 2016).
38

2.14.1 Sala de ordenha e sala de espera

A sala de ordenha precisa ser um local limpo, seco, com boa ventilação e que
permita uma ordenha mais rápida e eficiente para garantir ao leite ordenhado uma
qualidade segura. O ar da sala não representa uma fonte de contaminação para o
leite, porém, quando os animais recebem alimentos durante a ordenha, corre-se o
risco de contaminação por meio de moscas ou poeira dos alimentos. O acesso dos
animais na sala de ordenha deve ser livre e em nenhum momento devem ser
castigados para evitar problemas na ordenha, ou seja, vacas defecando e urinando
no local. As vacas devem permanecer entre 5 e 60 minutos no máximo aguardando
o momento de entrar na sala de ordenha. É importante que as vacas sintam prazer
em entrar na sala de ordenha, e isso só se consegue quando as pessoas que lidam
diretamente com os animais exercem a atividade com responsabilidade e
conhecimento suficiente sobre a glândula mamária.
Um dos fatores que mais influenciam a produção, e mais especificamente a
liberação do leite produzido, é o momento que antecede a ordenha, onde ocorre a
liberação de ocitocina, que irá realizar a compressão dos alvéolos a fim de liberar
todo o leite produzido, resultando não apenas em uma maior produção, mas também
em saúde para o úbere com a diminuição do risco de mastite (VANIA, 2012).

2.14.2 Utensílios

Um dos principais utensílios da bovinocultura de leite são as ordenhadeiras. A


ordenha mecânica facilita muito o dia a dia dos produtores que atuam na produção
de leite. Logo que os pequenos e médios produtores começam a prosperar,
idealizam a implementação desse sistema para aumentar e facilitar a produtividade.
Fora isto tem : Coletores de leite, Medidores de leite, Tubos para ordenha,
Bombas para leite, Extratores de teteiras, Pulsadores (MATHIAS, 2019).
39

2.15 MANEJOS SANITÁRIOS

Aborda um conjunto de práticas tecnológicas, as quais requerem especial


atenção dos produtores e dos técnicos que os orientam, tais como prevenção e
controle de doenças e de parasitoses, que quando adequadamente adotadas e
gerenciadas, criam condições para ganhos na produtividade animal, porque
propiciam bem-estar aos animais, índices mais elevados de reprodução no rebanho
e de produção de leite e de qualidade, isento de resíduos e contaminantes,
garantindo a saúde dos consumidores de produtos lácteos. As margens estão mais
apertadas e os consumidores cada vez mais exigentes quanto à segurança do
produto oferecido. Nesse sentido, é necessária maior eficiência na produção. Tanto
para a redução das perdas quanto para a garantia da produção de um produto
seguro e saudável aos consumidores (SANTOS, 2013).

Figura 8 – Identificação Sanitária.


Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.15.1 Mastite

Doença infecciosa aguda ou crônica do úbere, principalmente, das vacas


leiteiras, causada por vários microorganismos, caracterizada por processo
inflamatório e alterações físicas, químicas e bacteriológicas do leite e redução da
produção de leite.
40

Se apresenta de três formas: leve, moderada e aguda. Leve: produz apenas


alterações no leite, como grumos, traços de sangue ou leite aguado. Moderada:
além de alterações no leite, provoca alterações nas mamas, que incham, ficam
vermelhas, apresentam edemas ou quarto afetado enrijecido (MATIAS, 2010).

Figura 9 – Teste da Raquete.


Fonte: Arquivo Pessoal, 2023.

2.15.2 Tristeza Parasitária Bovina

A Tristeza Parasitária Bovina (TPB) é um complexo de enfermidades


causadas por infecções recorrentes a dois agentes: a Babesia bovis, um parasita
intraeritrocitário e o Anaplasma marginale, uma Rickettsia, que nada mais é que um
tipo diferente de bactéria carreada por parasitas. O principal vetor biológico da TPB
é o Carrapato dos Bovinos (Rhipicephalus microplus), podendo no caso da
anaplasmose também ocorrer devido à participação de outros hematófagos, tais
como, Tabanídeos (mutucas), a Mosca dos Chifres (Haematobia irritans) e a Mosca
dos Estábulos (Stomoxys calcitrans), e ainda, por via transplacentária, transfusões
sanguíneas e fômites, tais como, agulhas hipodérmicas, luvas de palpação,
tatuadeiras, etc... contaminadas com sangue.
As perdas produtivas associadas à TPB são impressionantes, sendo muitas
vezes subestimadas pelos proprietários. Elas provocam prejuízos à saúde animal,
perdas de peso, queda na produção leiteira, abortos, elevadas taxas de mortalidade,
41

custos de tratamentos e prevenção (Reinbold et al., 2010b), afetando também o


desempenho de forma subclínica, devido à depressão hematócrito (ALVES, 2015).

2.15.3 Diarreia

Os principais causadores da diarreia bovina são bactérias, vírus e


protozoários. A deficiência na ingestão de colostro, nos primeiros dias de vida, pode
influenciar, além da alta concentração de animais em um mesmo ambiente, alta
umidade, baixa circulação de ar e pouco acesso à luz.
Podem surgir casos de diarreia de causa nutricional, quando os animais não
estão habituados com certo tipo de alimentação, por exemplo, nova ração que pode
estar contaminada por fungos ou outros microorganismos. Nos casos mais graves, a
presença de um Veterinário é uma necessidade (SANTOS, 2018).

2.15.4 Pneumonia

A pneumonia é como um ladrão noturno. É difícil de detectar, mas roubou


seus resultados financeiros e as perdas podem ser devastadoras. Visto que os
animais passam dos 6 aos 8 meses, normalmente pensamos que eles têm um risco
muito menor de contrair pneumonia, mas ainda pode ser um sério problema de
saúde para animais adultos. A pneumonia é a culpada por 11% de todas as mortes
em vacas leiteiras adultas. Isso mostra que ainda estamos lutando para identificar e
tratar vacas com pneumonia em tempo hábil. Porém, existem práticas que podemos
implementar para gerenciar melhor essa ameaça e melhorar a saúde geral do gado.
A pneumonia pode ser extremamente inespecífica; as vacas podem
apresentar qualquer combinação de sintomas. Se uma vaca morrer
inesperadamente, ou após apresentar sinais inespecíficos de doença, é importante
pedir ao seu veterinário para realizar uma necropsia (SANTOS, 2017).
42

2.15.5 Tuberculose

A tuberculose é uma doença bacteriana crônica que acomete ocasionalmente


em outras espécies de mamíferos. Essa doença é uma zoonose significativa que
pode se espalhar para humanos, normalmente pela inalação de aerossóis ou pela
ingestão de leite não pasteurizado. A doença se desenvolve lentamente e pode levar
meses até o aparecimento dos primeiros sintomas, como emagrecimento, falta de ar,
tosse, mastite e infertilidade. Dessa forma é crucial identificar os animais positivos e
eliminá-los do rebanho pois, a taxa de transmissão é muito alta (SILVA, 2017).

2.15.6 Brucelose

A brucelose consiste em uma doença infectocontagiosa provocada por


bactérias do gênero Brucella que acomete o homem e os animais, e, por zoonose.
Os bovinos são acometidos pela Brucella abortus, comprometendo especialmente o
sistema reprodutivo. Os sinais mais comuns são: abortos no terço final da gestação,
nascimentos de bezerros prematuros e fracos e orquite nos machos. O controle e a
prevenção da brucelose bovina estão diretamente ligados à interrupção da cadeia de
transmissão do agente. A disseminação da Brucella pode ser interrompida
principalmente pelo diagnóstico e eutanásia dos animais positivos e pelo aumento
de indivíduos resistentes na população, sendo a vacinação das fêmeas uma
importante estratégia de controle. As vacinas para a brucelose existentes hoje no
Brasil contra a brucelose bovina: B19 e RB51. A vacinação contra brucelose é
obrigatória em todas as bezerras de 3 a 8 meses de idade. A vacina a ser utilizada
nesta fase é a b19, composta por amostra viva liofilizada de Brucella Abortus. Por
ser uma vacina viva somente médico veterinário cadastrado no órgão oficial do
estado ou o vacinador auxiliar, treinado e sob a responsabilidade desse profissional,
está autorizado a aplicá-la. Para o diagnóstico da brucelose bovina os testes mais
recomendados são o teste de Soroaglutinação com antígeno Acidificado Tamponado
(AAT) e o 2-Mercaptoetanol (2-ME). O material utilizado para os dois testes são
amostras de soro sanguíneo. O AAT deve ser realizado por um médico veterinário
habilitado e trata-se de um teste individual de triagem que indicará com certeza
43

apenas os animais que são negativos (não reagentes no teste). Os animais que
apresentarem reação deverão ter suas amostras encaminhadas para o teste
confirmatório (2-ME) em laboratório credenciado. O resultado positivo no 2-ME
indica presença de infecção e os animais com este resultado deverão ser
classificados. É importante lembrar que os animais submetidos a estes testes no
intervalo de 15 dias entre 15 dias depois do parto deverão ser testados novamente
entre 30 a 60 dias após o parto, pois a queda de imunidade neste período pode
influenciar no resultado dos testes (ROSSO, 2019).

2.15.7 Protocolo de vacinação

Manter a vacinação em bovinos em dia é fundamental para prevenir o


desenvolvimento de doenças causadas por microrganismos. Diferente dos
medicamentos usados para combater doenças, as vacinas têm o papel de induzir à
produção de anticorpos pelo organismo para defender do ataque de agentes
etiológicos.
Vacinar o rebanho é primordial para reduzir a taxa de circulação de
microorganismos causadores de patologias entre os animais. A aplicação
sistemática conforme o calendário vacinal permite que certas doenças sejam
erradicadas ou tenham sua transmissão controlada e reduzida.
A raiva bovina o esquema recomendado é de duas doses iniciais, com
intervalo de 30 dias e revacinação anual de todos os animais. A vacinação dos
bovinos deve ser associada à imunização dos demais animais existentes na
propriedade, tais como cães, gatos, equídeos, suínos, caprinos e ovinos.
Já a febre aftosa o calendário é determinado pelo MAPA. A brucelose é feita
em dose única e somente em fêmeas entre 3 a 8 meses de idade (RICHIER, 2012).
44

2.16 MELHORAMENTO GENÉTICO

2.16.1 Taxa de reposição

A propriedade trabalha com a mesma genética construída na fazenda, não


compra nada de fora, quando vai algum animal para o descarte ou acontece de ir a
óbito, já tem as próximas novilhas para entrar no lugar da vaca. A propriedade faz
um gráfico para ver como está a taxa de mortalidade e como está o número de
animais entrando em lactação para que se possa ter um controle certo de reposição,
se não fazer esses levantamentos pode haver um desequilíbrio na propriedade. O
número de reposição sempre deve se maior que os de mortalidade, então para isso
é avançada a genética com meios de inseminação artificial, IATF, coletas de
embriões e também a FIV (fertilização in vitro), todas essas maneiras de avançar a
genética ajuda a propriedade a ter maior número de bezerras que serão futuras
repositoras, ou seja, precisa se ter mais animais nascendo do que morrendo. Toda
fazenda precisa de boas novilhas para substituírem as vacas que naturalmente
saem do rebanho, pelos mais variados motivos, descartes voluntários ou
involuntários. Mesmo que a perda de vacas no rebanho por doenças ou outros
distúrbios seja pequena, a vida produtiva desses animais é limitada, de forma que é
É imprescindível ter na fazenda um bom programa de criação de bezerras e
novilhas para garantir a reposição adequada dessas vacas. Um bom programa de
criação de bezerras e novilhas deve ter por objetivo principal a entrega de novilhas
parindo em bom estado por volta dos 24 meses. Para tal, há algumas metas a
cumprir que são parâmetros fundamentais para garantir a eficiência do processo. É
muito importante que os produtores de leite e técnicos envolvidos no manejo dos
rebanhos leiteiros entendam que a criação de novilhas é um investimento que pode
ter retorno em prazo mais longo ou mais curto, de acordo com a qualidade do
trabalho feito com esses animais e com nível de investimento em manejo, qualidade
dos alimentos e uso adequado de tecnologias. Esse investimento, via de regra,
determina a vida útil desses animais no rebanho e o quanto eles darão de retorno
financeiro ao produtor (RIBEIRO, 2016).
45

2.16.2 Métodos utilizados para descarte

As principais causas de descarte são as doenças, problemas de casco,


retenção de placenta, falhas na parte da reprodução como dificuldade para
emprenhar, dificuldade no parto, sofre aborto, problemas com a produção de leite,
problemas com a ccs alta, problemas com locomoção ou demais fatores que possam
Comprometer a saúde do animale a sua produção, casos elevados de mastite,
alguma doença crônica, problemas freqüentes com carrapatos.
O descarte de vacas é uma prática obrigatória nos rebanhos leiteiros e pode
ocorrer de forma voluntaria ou involuntária. O descarte involuntário consiste na
retirada de vacas do rebanho devido à morte, problemas sanitários graves,
infertilidade ou qualquer outra ocorrência que promova a incapacidade produtiva do
animal. Por outro lado, o descarte voluntário consiste na retirada do rebanho, por
meio de critérios técnicos, de vacas que apresentam desempenho produtivo inferior
ao desejado. O produtor que deseja melhorar geneticamente o seu rebanho terá que
adotar a prática do descarte voluntário de vacas associado a uma estratégia de
reposição de animais com genética superior, suas principais vantagens são: maior
produção de leite devido à melhoria genética do rebanho, manutenção de plantel
saudável de vacas leiteiras, redução do descarte involuntário, redução de
mortalidade, aumento no número de bezerros por ano, melhoria dos índices
reprodutivos e maior retorno econômico da atividade leiteira (JUNIOR, 2016).

2.17 CASCO

As lesões de casco em bovinos estão diretamente relacionadas ao


desempenho do animal, podendo levar a perda de peso, queda na produção de leite
e perdas econômicas. Animais que caminham sobre superfícies irregulares e duras
que apresentam pedregulhos ou trilhas acidentadas, como nos casos de pisos
duros, escorregadios, sujos, úmidos ou que a limpeza e controle da umidade nas
suas instalações não são feitos de forma correta, estão mais propícios a
desenvolverem lesões nos cascos. Além disso, distúrbios nutricionais, como a
acidose subclínica, provocada pelo alto consumo de alimentos concentrados,
também são responsáveis pela incidência do problema. Outras causas são:
46

hereditariedade (características de pés e pernas) falta de casqueamento preventivo


e/ou casqueamento incorreto, e até a fase da lactação, sendo mais freqüentes nos
primeiros 70 dias pós-parto. Uma alternativa usada como auxiliar para o tratamento
destas afecções, além da prevenção feita com o casqueamento regular, é o uso de
um tamanco na unha oposto a aquela afetada. O objetivo de se usar o tamanco é
fazer um desnivelamento entre as unhas, evitando que a unha lesionada apóie o
chão. Uma peca de madeira é fixada na unha oposto à desgastada, usando resina
acrílica na forma de uma massa pastosa. Toda a unha do casco precisa ser coberta
pela massa de resina, para que o tamanco não se solte quando o animal andar.
É importante ressaltar que antes da fixação do tamanco deve ser feito
casqueamento rotineiro, com limpeza das unhas, nivelamento da sola sadia e
tratamento da lesão (TELINNI, 2012).

2.18 MANEJOS DOS DEJETOS

O manejo è feito por um raspador automático que passa raspando os


corredores do free-stall, que são jogados em uma esterqueira, que é realizada a
coleta por um tanque é direcionada a outra esterqueira, no qual ficam em processo
de fermentação por 60 dias. Após isso é distribuído na lavoura os dejetos, para se
usar como biofertilizante.
Em sistemas intensivos de produção leiteira, há uma alta produção de
dejetos, e a adequada destinação dos mesmos deve ser pensada de forma não só a
evitar a poluição ambiental, mas também proporcionar ganhos para o sistema
produtivo. O manejo inadequado dos residuos de produção pode aumentar o risco
de disseminação doenças, como mastitee doenças no casco. Uma propriedade que
não trata seus residuos de forma adequada certamente terå maior incidência de
moscas, cheiro ruim, o que pode ser um problema ambiental e para a saúde do
trabalhador. Assim, o manejo adequado dos resíduos da fazenda é fundamental
para que se obtenha o chamado saneamento ambiental, que é produzir com
segurança, qualidade ambiental e segurança do trabalhador. Entretanto, é
importante destacar que, bem manejados, os residuos da produção representam
uma oportunidade. Cuidando-se adequadamente do manejo de dejetos, pode obter:
energia elétrica, essa propriedade, dependendo do número de animais e da
47

tecnologia empregada, pode ser auto-suficiente na produção enérgica, com


perspectivas de, inclusive, vender energia para a concessionária. Biofertilizante, os
residuos podem ser aplicados como biofertilizante. A aplicação de biofertilizante
chega a economizar 25% de insumos externos (nitrogênio, fósforo e potássio). Esse
biofertilizante, se manejado de forma adequada, pode ser aplicado em toda e
qualquer produção, desde forrageira até outras culturas agrícolas produzidas na
fazenda (VARELLA, 2020).

2.19 PRODUÇÃO DE SILAGEM E FENO E/OU PRÉ-SECADO

2.19.1 Silagem

A silagem de milho é o produto da conservação via fermentação anaeróbica


da planta inteira do milho, sendo um alimento bastante importante na nutrição de
ruminantes, devido seu alto valor nutritivo, principalmente no que se refere ao teor
de energia.
A silagem de sorgo é uma opção para a alimentação de bovinos leiteiros que
vem crescendo muito no Brasil. Após o milho, é a cultura anual mais importante para
a produção de silagem a ser oferecida como alimento volumoso para vacas leiteiras
durante o período seco do ano (RIBEIRO, 2014).

2.19.1.1 Area cultivada em hectares

Na propriedade onde foi realizado o estágio contava com 40,2 Hectares para
plantação de milho para silagem ou sorgo.
Na produção de milho para silagem, você pode usar uma densidade 10%
maior, variando de 50.000 a 60.000 plantas por hectare. a melhor época de plantio
de milho para silagem nas regiões do Sudeste, Centro-Oeste e Sul é da segunda
quinzena de setembro até a primeira quinzena de novembro. Já o sorgo a
semeadura ocorre entre setembro e novembro, dependendo da época de início das
48

chuvas. A produtividade é, provavelmente, mais elevada quando as condições do


tempo permitem o plantio em outubro (ROCHA et al., 2018).

2.19.1.2 Produção em toneladas por hectares

A média de produção do milho para silagem é de 40 a 45 toneladas de


matéria seca por hectare. Isso depende principalmente de fatores como o clima, que
é um fator que não pode ser controlado.
No entanto, é possível conhecer o histórico climático de cada região para que
a operação seja feita numa época de menor risco. Já o sorgo quando tecnicamente
bem conduzida, uma lavoura a forrageira alcança produtividade média de 50
toneladas de massa verde por hectare e o segundo corte ou rebrota vem de graça
para o produtor, já que pode alcançar uma média de 20 toneladas (MATHIAS, 2010).

2.19.2 Feno e/ou Pré-secado

O pré-secado é uma forma de conservação de forragens, sendo mais


comumente ensilado em ''bolas 11 e envolto em um filme plástico específico. Isso
origina um produto que contém mais umidade (30% a 40% a mais que o feno) e
pode ser estocado ao ar livre.
Feno é um alimento volumoso preparado mediante o corte e desidratação de
plantas forrageiras. Esse processo é denominado de fenação. Desta forma, a
forragem pode ser guardada, por vários meses, conservando o seu valor nutritivo.
Para se produzir feno, basicamente três atividades devem ser programadas:
Produção de forragem, Fenação, propriamente dita pelos processos mecanizado e
manual (artesanal), em ambos envolvendo três etapas: corte da planta forrageira,
secagem ou desidratação das plantas cortadas enfardamento e recolhimento do
feno e armazenamento do feno (JOSÉ, 2012).
49

2.19.2.1 Area cultivada em hectares

Na propriedade contém 57,7 Hectares de plantação de feno. O feno nada


mais é do que plantas desidratadas, a partir do corte. Para ser considerada como
feno, a pastagem cortada precisa ter a umidade entre 10 e 20%, esse índice de
umidade ainda mantém nutrientes. E também, possibilita que seja armazenado.
Em larga escala existem implementos que mecanizam o processo de fenação
possibilitando a obtenção de um produto de boa qualidade e de custo baixo. No
Brasil utiliza-se para a desidratação somente a energia do sol e vento, sem
necessidade de galpões ou máquinas secadoras (TOMAS, 2018).

2.19.2.2 Produção em toneladas por hectares

O feno é possível produzir até 4 toneladas de feno por hectare, por ano,
fazendo-se adubações de manutenção após cada corte, durante a estação de
crescimento da forrageira (estação das águas).
Os melhores fenos são obtidos dos capins que têm mais folhas do que talos,
tais como o pangola, pensacola, quicuio, estrela, bermuda (coast-cross, tifton
etc),rodes e jaraguá. Também podem ser feitos com leguminosas como a alfafa,
centrosema, estilosantes etc, desde que com cuidado, para evitar que as folhas se
desprendam do caule e se percam durante o processo de fenação, e o pré sacado o
rendimento por hectare chega a 20 toneladas (MATHIAS, 2010).

2.20 COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

2.20.1 Venda do Leite

O leite produzido na propriedade é vendido para a cooperativa Capal, no qual


o transporte e a coleta são feitos pela Transroni no qual o caminhão faz a coleta a
cada 2 vezes ao dia, a venda do leite é feita por R$ 2,80 o litro, é feita as contagens
de células totais para estipular o valor do produto.
50

Os valores de referência indicada nessa redução para a matéria-prima leite


denominada "Leite Padrão", varia por questão de qualidade quanto menor ccs e cbt
e maior quantidade de gordura e proteína e também por quantidade de litros
produzidos, maior será o valor. O leite padrão se refere ao leite analisado que
contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml e 300
mil ufc/ml de contagem bacteriana (THIESEN, 2021).

2.20.2 Venda de Bezerras e Novilhas

Na propriedade não é realizada a venda de novilhas e bezerras, apenas é


feita a comercialização dos animais para descarte que tem problemas de
reprodução, locomoção e produção.
Entre os maiores custos da propriedade o de crescimento de bezerras
novilhas leiteiras geralmente esta em terceira posição, ficando atrás dos custos com
alimentacão e mão de obra. Buscar formas de aumentar a produtividade do rebanho
é uma atitude que impacta diretamente na lueratividade. Principalmente porque o
período entre o nascimento e o primeiro parto é longo e representa grandes custos
propriedade. Além disso, o manejo nesse periodo tem grande influência sobre a
produção desse animal na vida adulta. É comum em algumas propriedades leiteiras
o negligenciamento do manejo de bezerras e novilhas pelo fato de não trazer retorno
imediato ou até perceptível. No entanto o não acompanhamento pode acabar
acarretando o aumento da idade do primeiro partoe conseqüentemente uma
nor produção leiteira durante a vida produtiva. Uma forma de monitorar os
resultados obtidos com alimentaçāão das bezerras e novilhas leiteirasé acompanhar
o ganho de peso dos animais. A mediçāo com fita métrica é muito utilizada por uma
opção prática para o produtor mensurar o peso dos animais. A vantagem em se
controlar a taxa de crescimento da novilha leiteira é que essa estratégia gera
redução dos custos finais da criação do animal. Isso ocorre porque o manejo
alimentar do animal influencia no desenvolvimento da maturidade sexual e
conseqüentemente, idade ao primeiro parto. Se o programa alimentar e de manejo
forem mal estabelecidos, inevitavelmente haverá atraso no primeiro parto e, então,
aumentará o custo final da novilha leiteira. Para aperfeiçoar a produção e obter
maior lucratividade é essencial que se faca um planejamento e acompanhamento
51

adequado do crescimento de bezerras e novilhas. Assim será possível reduzir a


idade ao primeiro parto e conseqüentemente aumentar a produção e rentabilidade,
abatendo os custos envoltos na fase de crescimento desses animais (JUNIOR,
2021).

2.20.3 Venda dos descartes

As vacas a serem descartadas são vendidas diretamente ao frigorífico.


Algumas matrizes e vacas leiteiras não correspondem às expectativas da
propriedade ao não produzirem leite com desempenho. Existem duas formas de
descarte, voluntária: quando o produtor avala que a vaca não produz mais o leite
adequadamente. Dessa forma, os animais que não apresentam desempenho
produtivo abaixo do esperado se encaixam aqui, no descarte voluntário. Involuntário:
quendo a vaca representa alqum problema arave de saúde. Mostra-se infértil. Ou ate
mesmO acaba morrendo. Analise alquns sinais. Por exemplo, a partir dos 10 anos, a
produção de leite diminui, mas outras características precisam ser observadas e
podem auxiliar o produtor a decidir sobre o momento certo do descarte. Alem disso,
as vacas direcionadas ao corte podem chegar ate os 12 anos. Esse é o tempo de
vida útil delas. Alguns produtores focam na engorda do animal que será descartadas
para vendê-los ao frigorifico (SANTOS, 2010).
52

3.0 CONCLUSÃO

Conclui-se que o estágio realizado na propriedade fazenda Água Verde, foi de


extrema importância para por em prática meus conhecimentos e aplicações de
técnicas aprendidas em sala de aula e aplicadas na prática, por exemplo, a
utilização do pré e pós-dipping e higiene do leite, e sendo assim adquiri novos
conhecimentos como higiene do leite, ultrassonografia, sistemas de criação e
melhoramento genético que me ajudaram a desenvolver um lado mais técnico que
vai ser muito importante para meu futuro profissional, as atividades como
bovinocultura de leite, mostra-se os fatores como os cuidados e manejos, fatores de
produção e uma boa gestão. O estágio ajuda muito com um enorme ganho de
conhecimento, e as atividades com gado leiteiro que aumentou ainda mais meu
Interesse pela atividade leiteira, e despertou ainda meu interesse para ajudar a
melhorar o ciclo de produção como técnico.
53

4.0 REFERÊNCIAS

AGGIO, B. R. ; RIBEIRO, D. A. ; SIQUEIRA, N. G. P. ; A cadeia produtiva do leite


nos Campos Gerais, Ponta grossa - PR, 2012

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