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TROVADORISMO

• Galego-português
• Latim deixa de ser a língua oficial após a queda do Império Romano, passa por
um processo de mudança, ramificando-se em novas línguas, entre elas o
português;
• A poesia em língua portuguesa surge nesse contexto;
• As cantigas trovadorescas são manifestações escritas e constituem os
primeiros textos da literatura lusitana. Esses primeiros textos foram escritos
em galego-português, idioma falado pelo povo que vivia na faixa ocidental da
Península Ibérica, que compreendia áreas de Portugal e Galiza (comunidade
autônoma da Espanha);
• Poucas pessoas eram alfabetizadas, a leitura era feita em voz alta.
Designa-se por Trovadorismo o
período que engloba a produção Durante essa época a
literária de Portugal durante seus poesia alcançou grande
primeiros séculos de existência (séc. popularidade, não somente
XII ao XV). entre os nobres da corte mas
também entre as pessoas
comuns do povo. Os poemas
eram cantados e
acompanhados de
instrumentos musicais e
danças, por causa disso,
foram denominados
cantigas.
A POESIA E A PROSA TROVADORESCA
TROVADORISMO
O Trovadorismo é considerado o marco inicial da literatura
portuguesa no século XII. A composição poética de Paio Soares de
Taveirós, intitulada “Cantiga da Ribeirinha”, foi o primeiro texto
trovadoresco. Dedicada à Dona Maria Paes Ribeiro, a obra data,
aproximadamente, de 1189.
A seguir, leia a transcrição desta cantiga que é considerada o
mais antigo texto escrito em galego-português. Veja a tradução verso a
verso.
Lírica trovadoresca
No Trovadorismo, a poesia lírica versa sobre o amor, dividindo-se
em dois gêneros: as cantigas de amor e as cantigas de amigo. Elas se
diferenciam não apenas nos temas abordados, mas também na
maneira como são escritas.

Sátira trovadoresca
Na literatura medieval, a poesia satírica é composta por cantigas de
escárnio e de maldizer. Nas de escárnio, há uma crítica indireta a alguém,
que não tem sua identidade revelada; nas de maldizer, essa crítica ocorre
de maneira direta
Regras do jogo do amor cortês
• Submissão absoluta a dama.
• Vassalagem humilde e paciente.
• Promessa de honrar e servir a dama com fidelidade.
• Prudência para não abalar a reputação da dama, sendo o
cavaleiro, por essa razão, proibido de falar diretamente dos
sentimentos que tem por ela.
• A amada é vista como a mais bela de todas as mulheres.
• Pela amada o trovador despreza todos os títulos, as
riquezas e a posse de todos os impérios.

Serviço do «amador»

Não revelar Dominar Pedir a autorização da


a identidade os seus «senhor» quando
da «senhor» sentimentos se ausentava
Edmund Blair Leighton,
em público Os Elogios (1901).
Em galego-português Em português moderno
Quero à moda provençal
Quer’eu em maneira de proença! fazer agora um cantar de amor,
fazer agora um cantar d’amor e quererei muito aí louvar minha senhora
e querrei muit’i loar lmia senhor a quem honra nem formosura não faltam
a que prez nem fremosura nom fal, nem bondade; e mais vos direi sobre ela:
nem bondade; e mais vos direi ém: Deus a fez tão cheia de qualidades
tanto a fez Deus comprida de bem que ela mais que todas do mundo.
que mais que todas las do mundo val.

Ca mia senhor quizo Deus fazer tal, Pois Deus quis fazer minha senhora de tal modo
quando a faz, que a fez sabedord quando a fez, que a fez conhecedora de
e todo bem e de mui gram valor, todo bem e de muito grande valor,
e com tod’est[o] é mui comunal e além de tudo isto é muito sociável
ali u deve; er deu-lhi bom sém,
e desi nom lhi fez pouco de bem quando deve; também deu-lhe bom senso,
quando nom quis lh’outra e desde então lhe fez pouco bem
foss’igual impedindo que nenhuma outra fosse igual a ela

Ca mia senhor nunca Deus pôs mal, Porque em minha senhora nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad’e loor mas pôs nela honra e beleza e mérito
e falar mui bem, e riir melhor
que outra molher; desi é leal e capacidade de falar bem, e de rir melhor
muit’, e por esto nom sei oj’eu quem que outra mulher também é muito leal
possa compridamente no seu bem e por isto não sei hoje quem
falar, ca nom á, tra-lo seu bem, al. possa cabalmente falar no seu próprio bem
El-Rei D. Dinis, CV 123, CBN 485 pois não há outro bem, para além do seu.
Exemplos de Cantiga de Escárnio

Em galego-português Em português moderno

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e nom ja sobr’[o] amor que vos ei: e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhor, bem [moor] é vossa torpicidade senhora, bem maior é vossa estupidez
de quantas outras eno mundo sei; do que a de quantas outras conheço no mundo
assi de fea come de maldade tanto na feiúra quanto na maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei não vos vence hoje senão a filha de um rei
[Eu] nom vos amo nem me perderei, Eu não vos amo nem me perderei
u vos nom vir, por vós de soidade[...] de saudade por vós, quando não vos vir
Pero Larouco Pero Larouco
E A PROSA TROVADORESCA?
Com a criação das primeiras universidades, manifestou-se um espírito de
aventura motivado pelas lutas da Reconquista, graças à forte influência do clero.
Foi nesse contexto que se desenvolveu a prosa de Portugal. As cantigas e
as novelas de cavalaria são as principais formas literárias do Trovadorismo.

• Hagiografias – contava as histórias dos santos, foram escritos em mosteiros.


• Livros de linhagens ou nobiliários – contava as histórias dos próprios reis e seus
familiares.
• Cronicões – acontecimentos gerais que aconteciam com os nobres.
• Novelas de cavalaria – foram as mais conhecidas manifestações em prosa dessa
época. Eram divididas em dois ciclos:

• Ciclo arturiano: contava-se a história do Rei Artur e os cavaleiros da Távola Redonda)


• Ciclo carolíngio: histórias sobre Carlos Magno.
https://www.youtube.com/watch?v=14K9l88tEB0&ab_channel=AnaCarolina-
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