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uma análise
comparativa
Ideias inatas
⚫ As ideias factícias são produzidas pela nossa vontade, imaginativamente, a partir de outras ideias.
⬥ Segundo Descartes, são conceitos que derivam apenas do nosso poder de pensar.
⬥ Ainda que de uma forma latente, as ideias inatas residem na nossa mente desde que esta
começou a existir.
⚫ Ao interrogar-se acerca da origem da ideia de Deus, Descartes declara que ele mesmo, Descartes,
não pode ser seu o autor: um ser imperfeito nunca poderia ter criado a ideia de um ser sumamente
perfeito.
⚫ Na verdade, é a Deus que se devem todas as nossas ideias inatas. Foi Deus que, por assim dizer,
“equipou” a nossa mente com essas ideias, permitindo-nos, através delas, perceber a verdade com
clareza e distinção.
⚫ Hume nega a existência de ideias inatas. Segundo o princípio da cópia, todas as ideias (até a de
Deus) derivam da experiência.
A natureza da mente
⚫ Para Descartes, uma mente consiste numa substância pensante, sem extensão, e nos
pensamentos que nela ocorrem.
⚫ Os diversos pensamentos que ocorrem numa mente são propriedades – ou, como diz Descartes,
modos – de uma substância pensante.
⚫ Numa mente, os pensamentos variam de momento para momento, mas a substância em que eles
ocorrem não deixa de ser a mesma ao longo do tempo.
⚫ Hume rejeita a conceção cartesiana da mente. Para Hume, uma mente consiste apenas num
agregado de pensamentos ou perceções. Não existe, para lá desses pensamentos, uma substância
que os sustente.
Conhecimento a priori
⚫ Descartes alega que podemos saber a priori que estas proposições são verdadeiras.
⚫ Hume defende que não podemos descobrir, sem recorrer à experiência, que entidades concretas
existem realmente e qual a sua natureza.
⚫ E, a respeito de muitas dessas questões, nem a experiência nos permite chegar a uma resposta
definida. É esse o caso da questão da existência de Deus.
A realidade do mundo físico
⚫ Descartes argumenta que podemos estar certos da realidade dos objetos físicos.
⬥ Se estes não fossem a causa das nossas perceções sensíveis, Deus seria enganador, o que é
absurdo.
⚫ Tal como Descartes, Hume sustenta que nós não percecionamos objetos físicos, pelo menos
diretamente: aquilo que nós percecionamos diretamente são perceções ou ideias na nossa própria
mente.
⚫ Acreditamos que essas perceções sensíveis são causadas por objetos físicos e assemelham-se a
eles.
⚫ Assim, para descobrirmos que as nossas perceções sensíveis são causadas por objetos físicos,
teríamos de observar uma conjunção constante entre perceções e objetos físicos.
⚫ Contudo, argumenta Hume, é impossível observar essa conjunção constante, pois os objetos
físicos nunca podem ser percecionados, pelo menos diretamente.
⚫ Quando registamos uma conjunção constante, esta verifica-se sempre entre perceções ou
impressões de tipos diferentes – e não entre perceções e objetos físicos.
⚫ Portanto, não temos forma de saber que as nossas perceções são causadas por objetos físicos.