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TIMO
Órgão linfóide primário, macroscopicamente lobulado, pálido,
levemente róseo-branco. Em animais, seu tamanho e sua disposição varia
um pouco. Em carnívoros, a porção mais visualizada é a porção torácica,
enquanto em ruminantes a porção mais desenvolvida é a porção cervical
(região do pescoço até o tórax). O timo sofre uma atrofia fisiológica,
regredindo com o passar da idade. É envolto por uma fina cápsula de tecido
conjuntivo, que invade o órgão e forma lóbulos.
Histologicamente, ao contrário do baço e dos linfonodos, não apresenta
folículo linfóide muito evidente. A região central é chamada de região
medular, formada por células epiteliais, que formam pequenos
aglomerados chamados de corpúsculos de Hassal (usados para
identificar o órgão), e a região linfóide, formada principalmente por
linfócitos T.
Tem o maior desenvolvimento até o primeiro ano, podendo se estender
da mandíbula até o coração (variando de espécies). Em aves, não há
involução e ele persiste por toda a vida.
Uma lesão no timo causa imunodeficiência na maioria das vezes,
exceto em casos de intoxicação e hemorragias no órgão, onde o animal
pode vir a óbito rapidamente, sem apresentar o quadro de
imunosupressão.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
Involução por desnutrição: animal caquético não tem substrato suficiente
para formação de células linfóides; consequentemente, há evidenciação
das células epiteliais da região medular, salientando os corpúsculos de
Hassal, já que a região linfóide ficará delgada, involuída . Diferenciar da
involução fisiológica, que não histopatologia observa-se muita apoptose (linfócitos
entram em apoptose nesse tipo de involução).
ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS
❖ Hemorragias: quando há intoxicação por cianeto e derivados
cumarínicos; casos de septicemia. Nos casos de hemorragia por
intoxicação, pode ocorrer formação de hematomas tímicos e até
mesmo hemotórax. Em animais jovens há uma hemorragia
idiopática, que pode levar o animal a óbito por choque
hipovolêmico – acredita-se que no momento da involução algum vaso
possa se romper e causar o hematoma.
FOTO: intoxicação por derivado fumarínico, o veneno Varfarin, utilizado como
anti-coagulante para ratos e morcegos. O local da hemorragia varia de
espécie para espécie. O veneno não mata o animal imediatamente, somente
depois de dois dias da intoxicação, pois não atua degradando os
componentes da coagulação. Ele age no fígado, impedindo a formação
destes. Nos carnívoros, o timo é o mais afetado.
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
❖ Timite: geralmente associada a atrofia do órgão. Na maioria das
vezes, associada a extensão de outras inflamações na cavidade
torácica (pleurite, pneumonia, até mesmo reticulo-pericardite
traumática). Existem outras causas, como agentes virais que tem
tropismo por tecidos linfóides (BVD, cinomose, FELV, panleucopenia
felina, herpesvírus equino, entre outros).
OBS: vírus têm predileção por órgãos de multiplicação rápida: timo, tonsilas,
medula óssea, vilosidades intestinais, etc.
❖ Tuberculose: rara nos mamíferos; já nas aves, 50% dos animais que
possuem tuberculose tem seu timo afetado. Seu padrão é miliar
(nódulos pequenos e milimétricos distribuídos de forma multifocal no
órgão), com coloração amarelo-acinzentada com área de necrose
(granuloma com necrose de caseificação).
NEOPLASIAS
Podem ser primárias (mais frequentes) ou secundárias.
LINFONODOS
Órgãos linfóides secundários que são divididos em três porções, mas
principalmente cortical e medular. Na região cortical, observamos folículos
linfóides, principalmente linfócitos B. Já a região paracortical, localizada
próxima aos folículos, é formada por camada de linfócitos T. E a região
medular, formada por cordões e seios medulares, é constituída
principalmente por macrófagos e alguns linfócitos B.
Particularidades: suínos - inversão entre região cortical e medular, ou
seja, os folículos estão presentes na região medular e os macrófagos na
região cortical (e com isso, inversão do fluxo da filtragem da linfa). Pombos e
galináceos não possuem linfonodos.
FUNÇÃO: a função do linfonodo é drenar a linfa da região. Por
exemplo: o linfonodo mandibular drena a região da cavidade oral. Os vasos
linfáticos aferentes trazem a linfa, que será derramada no seio sub-
capsular e os antígenos que vierem com ela vão estimular os folículos
linfóides a produzir anticorpos. A linfa, depois de filtrada, vai para a região
medular e sai pelos vasos linfáticos eferentes. Em suínos, ocorre o contrário:
a linfa chega pela região medular e, depois de filtrada, sai pela região cortical.
Histologicamente, o linfonodo é composto por uma cápsula um pouco mais
espessa que a do timo, não é dividido em lóbulos.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
❖ Substituição por gordura: o animal é tão gordo que os linfonodos
começam a ser substituídos por tecido adiposo, começa a haver
infiltração de gordura na porção cortical dos linfonodos.
➢ Suínos: região dos linfonodos mesentéricos.
➢ Animais obesos
➢ Vacas em lactação: linfonodos retromamários.
Na macroscopia, os folículos são substituídos em maior ou menor
intensidade por uma orla opaca, esbranquiçada, logo abaixo da cápsula. É
irreversível.
PIGMENTAÇÕES PATOLÓGICAS
❖ Hemossiderose: acúmulo de hemossiderina principalmente em
macrófagos de órgãos linfóides. É uma forma que o organismo tem
de reter ferro para sua reutilização. Acontecerá em casos de:
➢ linfonodos que drenem áreas que sofreram hemorragia;
➢ linfonodos que sofreram hemorragia por septicemia;
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
❖ Linfadenites: podem ser agudas (mais rápidas) ou crônicas. As
agudas normalmente resultam da drenagem de uma área que
estava inflamada. O principal exemplo é a íngua.
➢ Rinite aguda: linfonodos retrofaríngeos;
➢ Pneumonias: linfonodos traqueobrônquicos;
➢ Mastite: linfonodos supra e retromamários.
❖ Inflamações específicas
NEOPLASIAS
❖ Linfoma: primária e principal. Proliferação de linfócitos nos tecidos
linfóides. Similar a do timo. Quando acomete linfonodos, acomete de
forma multicêntrica.
❖ Leucemia linfocítica: produção de linfócitos neoplásicos na medula
óssea. Esses linfócitos ficam circulantes e podem aumentar o volume
de alguns órgãos. Geralmente há hepatoesplenomegalia associada a
leucemia. Há um aumento do número de linfócitos jovens.
❖ Metástases: principalmente metástase de carcinomas, já que
tumores epiteliais são drenados por vasos linfáticos. Exemplos: em
caso de carcinoma mamário, os linfonodos a sofrerem metástase são
os retromamários e/ou os axilares, dependendo da localização da
neoplasia. Linfonodos distantes também podem ser acometidos, como
os linfonodos traqueobrônquicos. Linfonodo poplíteo é comumente
afetado em caso de nódulos de neoplasias malignas nas regiões de
dígitos.
HEMOLINFONODOS
Órgão típico de ruminantes. Histologicamente semelhante ao baço:
cápsula, trabéculas e folículos linfóides. São chamados de mini-baços. Possui
a função dos dois órgãos: filtra o sangue, como o baço, e filtra a linfa,
como o linfonodo. Localizado principalmente na região lombar e na veia
jugular.
Pode sofrer hiperplasia ou hipertrofia sob estímulos, assim como o
baço. Por exemplo: em casos de babesiose, além de esplenomegalia,
também terá aumento dos hemolinfonodos.
BAÇO
Órgão mais comumente acometido do sistema linfóide. É dividido
basicamente em cápsula (espessa, com trabéculas), em polpa vermelha, com
seus cordões esplênicos, que possuem macrófagos e vasos, e em polpa
branca, formada pelos folículos linfóides (linfócitos B no centro e T na
periferia). Existe uma bainha de linfócitos T ao redor de uma arteríola
existente dentro dos folículos linfóides.
FUNÇÕES:
➢ Reservatório de sangue, principalmente em animais (nem tanto
em seres humanos). A cápsula do baço dos animais possui
uma camada de músculo liso, possibilitando a dilatação e o
armazenamento de grande quantidade de sangue no órgão,
para que em um momento de necessidade, ela se contraia e
expulse esse sangue de forma rápida. Até ⅓ do sangue do
organismo pode ser reservado no baço de um animal,
dependendo da espécie. São chamados “baços de
armazenamento”. No caso de cães, gatos e suínos, o baço é
chamado “de defesa”, por possuir mais porção linfóide.
➢ Hemocaterese (função principal), que é a destruição de
hemácias velhas ou alteradas. Nesse momento, também ocorre
a produção de pigmentos biliares (bilirrubina é formada a partir
da hemoglobina) e o armazenamento de ferro.
➢ Elaboração de anticorpos: na polpa branca, os linfócitos B se
diferenciam em plasmócitos e produzem anticorpos.
➢ Hematopoiese: na vida fetal e animais que tenham disfunção da
medula óssea ou anemia intensa, o órgão pode retomar a função
e fazer uma hematopoiese extra medular.
ALTERAÇÕES POST-MORTEM
❖ Amolecimento ou coliquação: ao corte, o parênquima se desfaz.
Causado por bactérias putrefativas.
❖ Enfisema cadavérico: bactéricas putrefativas anaeróbicas vão formar
gás.
❖ Pseudomelanose: áreas que ficam com coloração enegrecida,
principalmente as que tem contato com o intestino.
ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO
❖ Agenesia: ausência da formação do baço. Mais frequente em animais
de laboratório. Não é alteração de importância já que o baço não é
essencial à vida.
❖ Hipoplasia: baço diminuído de volume. Pouco frequente.
Microscopicamente, há diminuição no número de folículos linfóides.
❖ Baço duplo ou triplo: alteração rara, sem importância.
❖ Má formação: não há importância clínica para o animal.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS
❖ Atrofia: observada principalmente em casos de senilidade ou
caquexia. Especialmente em cães pode ocorrer a atrofia esplênica
senil com nódulos de regeneração (hiplerplasia nodular esplênica
senil). Macroscopicamente estará diminuído de volume, com cápsula
enrugada.
RUPTURA
❖ Causa traumática: mais frequente, principalmente em pequenos
animais, devido a maus tratos, atropelamentos, etc. Na maioria das
vezes, há ruptura total do órgão, levando uma grande quantidade de
sangue na cavidade abdominal do animal, levando morte por
choque hipovolêmico.
❖ Espontânea: o órgão fica tão aumentado de volume que a cápsula
pode se romper.
CONSEQUÊNCIAS:
➢ Hemoperitônio: pode causar um hemoperitônio discreto, sem levar
ao óbito do animal, ou um acentuado, que mata o animal por choque
hipovolêmico. Nos casos agudos, o abdômen fica muito duro e o animal fica
com bastante dor.
OBS: se for feito o hemograma após a ruptura de baço, o hemograma dará
normal, pois a perda de sangue é total. Não é uma anemia por falta de
hemácias, e sim por diminuição de sangue total.
➢ Esplenose: consequência quando há ruptura sem levar o animal a
óbito. Os fragmentos que se destacaram do baço vão se aderir ao
omento e continuar funcionando (porém com menos funcionalidade).
TORÇÃO
❖ Esplênica apenas: somente em suínos, cães e no homem. Raramente
ocorre em equinos.
❖ Cão: mais frequente. Está associada a torção gástrica, onde o
estômago do animal de dilata muito, torce e leva junto com ele o
baço. Mais frequente em raças de grande porte (por ter ligamento mais
frouxo que as outras espécies), que se alimentam geralmente uma vez
por dia.
Macroscopicamente, a principal alteração é a congestão esplênica,
normalmente em forma de V, do lado direito. Fica aumentado de volume,
muito escuro, e flui muito sangue ao corte. No momento da torção, torcem
também estruturas vasculares que ficam no hilo do baço.
ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIAS
❖ Congestão: principal alteração circulatória observada no baço.
Pode ter origem central (lesões no coração e ICC), em animais com
distúrbio no ventrículo direito; ou periférica, em casos de lesões ou
compressão das veias esplênicas, como por exemplo, neoplasias que
comprimem essas estruturas vasculares.
Outras possíveis causas:
➢ barbitúricos: anestesia ou eutanásia, há relaxamento da cápsula
➢ endocardite: distúrbio do fluxo sanguíneo
➢ obstrução por trombos na veia esplênica
➢ compressão da veia esplênica por torção, tumores ou abcessos
➢ cirrose hepática
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS
❖ Esplenite: não é muito frequente, geralmente é por extensão de uma
reticuloperitonite traumática, mas a maior frequência é por
septicemia. Macroscopicamente vai estar aumentado de volume,
hiperêmico e, devido a presença de neutrófilos, haverá necrose e
degeneração da porção linfóide.
➢ Supurativa: secundária a infecções que formam êmbolos
bacterianos, que vão formar abcessos multifocais no baço;
➢ Necrosante: pouco frequente, geralmente relacionada a
carbúnculos;
➢ Granulomatosa: casos de tuberculose ou esplenite fúngica, por
infecções fúngicas sistêmicas.
ESPLENOMEGALIA
CONGESTIVA coloração vermelho-escura, ao corte
flui sangue
HIPERPLASIA NODULAR
Afeta cães idosos, por isso também é chamada de hiperplasia
nodular senil. Macroscopicamente caracterizada por alguns nódulos que se
sobressaem a cápsula, podendo atingir até 5cm. Por fora, possui for
geralmente brancacenta (pode também ser vermelho, se associado a
hemorragia) e, ao corte, há áreas brancas (folículos aumentados) e áreas
avermelhadas. São bem delimitados, lisos, que podem ter a cor normal do
órgão ou ser um pouco mais claros. Microscopicamente, observa-se folículos
linfóides, muitas células jovens (megacariócitos, células da linhagem
sanguínea), muita hemossiderose e na maioria das vezes associada a
hemorragia. Não é neoplásico.
NEOPLASIAS
Podem ser primá rias ou metá stases.
1- PRIMÁRIAS (mais frequentes)