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Estratégias Operacionais
Tal estratégia se ampara na crença, bastante difundida entre os adeptos da Teoria de Dow, de que “a
tendência é a melhor amiga do analista técnico”.
Entretanto, como um seguidor de tendência requer a confirmação para iniciar posições, a entrada
geralmente é atrasada, pois, quando esta acontece, a tendência já está em curso. Assim também
procede com a saída, pois, quando esta ocorre, é porque a tendência já reverteu. Dessa forma, a
maior segurança dessa estratégia cobra seu preço por meio da redução da lucratividade em razão
dos atrasos, tanto na entrada, como na saída das operações.
Ao serem confrontados com tal desvantagem, muitos seguidores de tendência fazem referência a um
provérbio oriental, o qual preconiza que “o melhor do peixe não inclui a cabeça e o rabo”.
A partir dele é possível deduzir que quanto maior for a extensão da tendência principal, ou, por
analogia, do corpo do peixe, menor será a representatividade dos atrasos na entrada e na saída das
posições, ou, na metáfora, das partes descartáveis do peixe. Sendo assim, a validade desse adágio
credencia a estratégia seguidora de tendência como mais indicada para horizontes de investimento
de médio ou longo prazos.
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Estratégias e Trading Systems
Apesar de ser uma estratégia bem mais arriscada que a seguidora de tendência, ela pode gerar
retornos adicionais consideráveis em horizontes de curto prazo.
Deve-se considerar que posições contra a tendência costumam ter níveis de Stop Loss
mais curtos que nas operações seguidoras de tendência, o que permite ao analista
“contrário” incorrer em menores perdas quando suas operações são “stopadas”.
Entretanto, tais perdas ganham relevância na medida em que se tornam recorrentes, o que pode
acontecer tanto pela possibilidade de realização de um maior número de operações, como também
pela necessidade de reabrir posições anteriormente “stopadas” em função da exatidão exigida
na estratégia.
A estratégia contra a tendência costuma apresentar melhores resultados quando os mercados estão
em tendência lateral, pois os suportes e as resistência estão mais resilientes.
Ademais, a opção por uma estratégia contra a tendência em mercados sem direção é reforçada
em razão da grande incidência de falsos rompimentos, o que remete uma estratégia seguidora de
tendência a não funcionar bem em tal contexto.
Os adeptos dessa estratégia costumam usar a periodicidade gráfica semanal para análise e a
periodicidade diária para abertura e fechamento de posições.
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Estratégias e Trading Systems
A periodicidade gráfica predominante é a diária, podendo também serem utilizados gráficos com
periodicidade entre 15 e 120 minutos para entrada e saída das operações.
É uma modalidade que, devido à sua complexidade, requer do analista um alto nível de especialização,
além de disciplina e controle emocional.
São utilizadas periodicidades gráficas de 1 a 30 minutos, tanto para análise quanto para entrada e
saída das operações.
É caracterizada por grande quantidade de operações de compra e venda, cujas posições são abertas
e encerradas em intervalos que podem corresponder a uma fração de segundo.
Em vez de gráficos, os adeptos da estratégia analisam o livro de ofertas de compra e venda, ou book
do ativo, para, por meio dele, realizar suas operações.
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Estratégias e Trading Systems
Entretanto, há ocasiões em que o comportamento dos diversos indicadores pode produzir sinais
contraditórios entre si e, eventualmente, divergir do gráfico de preços.
Sendo assim, a escala de relevância e de prioridade dos sinais é definida pelo analista em função do
seu perfil.
Em situações conflitantes, os mais intuitivos dão preferência ao gráfico de preços, por considerarem
que a conduta dos indicadores é consequência dos preços.
Diferentes estratégias operacionais podem ser definidas e adotadas por meio da combinação das
ferramentas da análise técnica apresentadas, tais como: Teoria de Dow, Tendências, Volumes, Suportes
e Resistências, Candlesticks, Figuras Gráficas, Ondas de Elliott, Razões de Fibonacci, Rastreadores,
Osciladores e Gestão do Risco.
Algumas das estratégias mais conhecidas e utilizadas, resultantes das combinações de indicadores
com o gráfico de preços, serão apresentadas a seguir.
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É importante que os indicadores antecedentes, tais como OBV e Histograma MACD, estejam
apontando na direção do rompimento.
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Em tendências de alta, a compra é realizada quando os preços atingem o suporte após uma correção,
enquanto que, em tendências de baixa, a venda ocorre quando os preços alcançam uma resistência.
O sinal de entrada é gerado a partir da confirmação de um candle de reversão, com o Stop Loss
colocado abaixo da mínima ou acima da máxima do padrão, conforme o caso.
O reforço do sinal de entrada ocorre com a mudança de direção do Histograma MACD e com saída
dos Osciladores das regiões de sobrecompra ou sobrevenda.
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Estratégias e Trading Systems
O sinal antecipado para abertura de posição a favor da tendência principal, isto é, antes da confirmação
do pivô, ocorre a partir do rompimento dessas linhas de tendência.
O sinal antecipado é confirmado com o rompimento da linha de tendência traçada no gráfico do IFR
e com a mudança de direção do Histograma MACD.
O Stop Loss da compra é definido abaixo do suporte ou da mínima do padrão de reversão altista,
enquanto que o da venda é acima da resistência ou da máxima do padrão de reversão baixista.
A saída dos Osciladores das regiões de sobrecompra e sobrevenda reforça a confiabilidade dos
candles de reversão.
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Estratégias e Trading Systems
A estratégia que visa operar tais movimentos consiste na abertura de posições a partir do candle que
dá início à abertura das bandas.
O Stop Loss pode ser definido, a depender do caso, abaixo da mínima ou acima da máxima do referido
candle.
O objetivo de ganho pode ser definido a partir da extensão de Fibonacci de 1,618, ou até mesmo de
2,618, tendo em vista a expectativa de um forte movimento direcional em face do alargamento.
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As operações de venda contra a tendência de alta são iniciadas a partir do rompimento da mínima do
candle de reversão baixista e o Stop Loss colocado acima da sua máxima.
Seu sinal é disparado com o fechamento de um candle dentro da banda, desde que o anterior, ou
uma sequência deles, tenha fechado fora.
Essa lógica se ampara na observação de que fechamentos fora das bandas indicam força da
tendência, até que a ocorrência de um fechamento dentro demonstre fraqueza e a possibilidade de
uma reversão.
A combinação dessa estratégia com sinais advindos do Índice de Força Relativa – IFR, tais como
indicação de divergências ou proximidade das regiões de sobrecompra ou sobrevenda, aumenta sua
confiabilidade.
Agulhada do Didi
Trata-se de uma estratégia desenvolvida pelo brasileiro Odir Aguiar, que combina a utilização de
candles com três médias móveis aritméticas – MMA de 3, 8 e 20 períodos.
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Ela se inicia a partir de uma consolidação em que as três médias se encontram bastantes próximas
até que a passagem delas por dentro do corpo de um único candle, o que se convencionou chamar de
“agulhada” por alusão a uma linha passando pelo buraco de uma agulha, resulte em um afastamento
considerável entre as médias.
Trading Systems
Os Trading Systems são bastante flexíveis, pois podem ser concebidos para trabalhar
com qualquer tipo de critério, tanto amparados nas ferramentas da análise técnica
como em estratégias de origem fundamentalista.
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Estratégias e Trading Systems
Podem ainda ser destinados para operar unicamente com um ativo ou em determinados cenários,
independentemente do ativo escolhido.
Após tais definições, poderá o analista iniciar o trabalho de construção do sistema, obedecendo as
etapas sequenciais de parametrização e de testes.
Ao finalizar todas essas etapas, o trabalho do analista se restringirá a executar as ordens sinalizadas
pelo sistema, ou nem mesmo isso, caso opte por automatizar a execução.
Apesar de tal comodidade, o principal benefício visado pelos analistas, quando decidem pela
automatização da execução de ordens, é o de evitar improvisos ou decisões influenciadas por
aspectos emocionais.
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Estratégias e Trading Systems
Essa escolha também deve considerar o ativo a ser operado, pois, no caso de ativos com baixa
liquidez, ordens podem ser disparadas e não executadas por ausência de contraparte.
Tais situações geralmente remetem o analista a optar por periodicidades mais longas e,
consequentemente, mais adequadas ao perfil gráfico exibido por esse tipo de ativo.
São bastante comuns as regras de entrada e saída que utilizam as relações entre
preços máximo, mínimo, de abertura e de fechamento, como também combinações
de preços e volumes, tais como indicadores, padrões de candles, rompimentos,
cruzamentos, perdas máximas admitidas, dentre outros.
As condições de entrada são estabelecidas de forma a obter aquilo que se deseja capturar, podendo
ser, a título de exemplo, um rompimento a favor da tendência principal.
Nesse caso, a fim de impedir o disparo de sinais em uma acumulação, em que normalmente ocorrem
diversos falsos rompimentos, o analista pode adicionar filtros que visam evitar o início de operações
em tais contextos gráficos.
Assim também ocorre com as regras de saída, que podem observar cruzamentos ou perdas máximas
admitidas, desde que determinadas condições sejam satisfeitas.
Entretanto, a inserção de muitos filtros nas regras pode ensejar em uma redução considerável no
número de sinais de entrada e saída emitido.
Eventuais bons resultados advindos de um Trade System com muitos filtros podem ser
caracterizados como reflexo do conservadorismo do sistema ou, mais provavelmente,
decorrer de uma situação incomum que tende a não se sustentar ao longo do tempo.
Outra consequência dos ajustes em excesso, ou overfitting, ocorre quando o analista insere filtros
verificando se o resultado melhorou ou piorou, por meio do processo de tentativa e erro.
Tal prática torna o sistema relativamente adequado para um determinado ativo em um contexto
gráfico específico, mas incapaz de reproduzir tais resultados em períodos futuros ou quando aplicado
em outros ativos.
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Gerenciamento de Risco
São diversos os conceitos e as ferramentas imprescindíveis à Gestão do Risco, dentre as quais o Stop
Loss e o Stop Móvel, ambas aplicáveis aos Trading Systems. Normalmente, tais stops são instruções
combinadas com alguma outra regra de saída, sendo acionada a que ocorrer primeiro.
Por exemplo, a regra de saída para uma posição comprada é “liquidar a operação quando a média
móvel mais rápida cruzar a mais lenta de cima para baixo”, enquanto que a condição do Stop Loss é
“liquidar a posição se a operação estiver com perda de 5%”.
Essas duas instruções deverão estar combinadas como regra de saída, o que
significa que será acionada aquela que for primeiramente atendida.
Entretanto, a adoção da regra do Stop Loss não elimina totalmente o risco de perdas superiores
à admitida, pois, principalmente em ativos com baixa liquidez e com muitos gaps, é possível uma
ordem Stop Loss ser “saltada” ou “furada”, o que significa que a ordem, apesar de ter sido disparada,
ficou impossibilitada de ser executada por inexistência momentânea de contraparte.
Simulação Histórica
Executar e analisar os resultados da Simulação Histórica ou Backtesting se constituem na etapa
que geralmente demanda a maior parcela de tempo gasto no desenvolvimento de um Trade System.
Como seu nome sugere, nesta etapa são simulados os resultados advindos com a aplicação das
regras de entrada e saída durante uma série histórica de preços.
Obtém-se assim um relatório estatístico sobre o desempenho do sistema, o que permite ao analista
proceder as alterações necessárias, caso o resultado apresentado seja considerado inadequado.
Quanto maior for a série histórica, mais confiável e realista será a simulação, pois maiores são
as chances de estarem ali representadas condições extremas com que o Trading System poderá
se deparar.
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É muito comum os analistas concluírem que, quanto maior for a extensão dos dados utilizados nas
simulações, maiores serão os riscos e menores os ganhos refletidos por elas.
―― A segunda parte, conhecida como base futura, é utilizada para testar a estratégia
em um conjunto de preços ainda desconhecido pelo robô.
As simulações nesta última, denominadas testes do futuro ou forward testing, servem para avaliar
se os resultados produzidos na primeira parte foram influenciados ou não pelo armazenamento, no
âmbito do sistema, dos movimentos conhecidos de preços.
Validação
O relatório de performance de uma simulação histórica ou Backtesting Report permite ao
analista verificar:
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Estratégias e Trading Systems
A partir de tais estatísticas, é possível o analista verificar se, durante o período da simulação,
o Trading System:
―― capturou os movimentos para os quais foi desenhado, bem como os determinantes para
seu desempenho;
É recomendável que a simulação sobre a segunda parte da série histórica, isto é, sobre a base futura,
só seja aplicada após o relatório do Backtesting da primeira parte apresentar resultados
considerados satisfatórios.
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Estratégias e Trading Systems
Caso os resultados dos testes na base futura também se mostrem compatíveis com os objetivos do
analista, a etapa de Validação estará finalizada e o Trading System poderá ser operacionalizado em
tempo real.
Por outro lado, podem ser adotadas práticas nas quais, apesar de predominarem operações exitosas,
a relação Retorno x Risco não se mostre compensadora.
Nos Trading Systems, tais situações são muito comuns, pois estratégias
presumivelmente consistentes, mas com performance aquém da esperada, podem
necessitar de apenas alguns ajustes de parâmetros para apresentar resultados
desejados em face de uma Relação Retorno x Risco satisfatória.
A Otimização é uma ferramenta disponível nos softwares de Backtesting que adéqua os parâmetros
dos indicadores e dos níveis de stops, por meio da avaliação de uma série de combinações entre eles,
dentro da série histórica.
Entretanto, o uso da Otimização é indicado apenas como um ajuste da calibração das regras de
entrada e saída consideradas potencialmente vencedoras.
Sendo assim, é fundamental que o analista não se apegue a um único modelo operacional.
E se, mesmo com sucessivas revisões e otimizações, o Trading System não se mostrar apropriado, é
aconselhável buscar novas ideias e testar diferentes estratégias.
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