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Sabado, 5 de janeiro de 1935 Nova fase - Ano III - N.

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F U N D A D O EM 17-6-1917 Redator-Gerente: R O D O L F O F E L I P E
PERIODICO LIBERTÁRIO 1
V
Toda correspondência, vales e registrados
Redação e administração A S S I N A T U R A S :
devem ser endereçados á Rodolfo Felipe
AVENIDA RANGEL PESTANA N.<> 251 Numero aVulos . . . $200 -- Semestre 5$000
C A I X A P O S T A L 195 — S. Paulo (Brasil)
(Antiga Ladeira do Carmo, 9) Ano . . . . . . 10$000 -- Pacote: 12 exemplares 2$000

OS F U N C I O N Á R I O S D O S C O R R E I O S E T E L E G R A F O S ESTÃO E M G R È V E . F O I A Ú N I C A F Ô R M A . D E F A Z E R E M f ^ M P R E E N D E R
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T O D O M U N D O , HA-DE C O N S T R U I R U M M U N D O NOVO, D E J U S T I Ç A E F R A T E R N I D A D E , SOBRE OS ESCOMBROS D A P O D R I -
D Ã O CAPITALISTA.

A grève dos funcionários Conferencias BOLCHEVIQUIGIDIO


postais e dos telegrafos José Oiticica E m Leningrado, foi assassinado, ha Quem mata, principaílmente q u e m
pouco tempo, um dos lugares-tenentes mata uma coluna da ordem consti-
de Stalin, Sergio M . Kiroff, membro tuída, só o pôde fazer d e t e r m i n a d o
do Comité Central do Partido Comu- por uma profunda convicção de que
Já se encontra entre nós, nista. o deve fazer n ã o sô para descargo
Os leitores de " A P l e b e " j á devem entre seus antecessores, que conside- e paz da suà conciência, m a s t a m -
estar ao par do movimento grevista ravam a questão social u m a questão vindo do Rio, o nosso cama- Os jornais dizem que o assassino se
chama Leonidas Vásilievich Nikolaiev, bém, e sobretudo, por u m a exaspe-
dos Funcionários dos Correios e Te- de policia, e as necessidades^ morais,
rada prof. José Oiticica, que que tem trinta anos, que é u m ex- rante necessidade de reivindicar u m
legrafos. Através das noticias dos jor- economicas e intelectuais do povo, que
empregado da administração bolche- direito violado, a justiça pisoteada.
nais diários j á devem saber que esse se encontrava deslocado na ordem deveria ter vindo em fins do
movimento é geral no Rio e em S. das conquistas sociais e julgava a vista de Leningrado, que o atentado Para isto, o seu gesto é determinado
Paulo, tendo t a m b é m aderido em va- questão social u m a questão que sen- mês proximo findo, confor- teve lugar n o Semolny Institute. M a s por u m a confluência irresistível de
rias outras partes do país. tia e da qual fazia parte integrante. n ã o dizem as razões que o teriam de- resenthnentos, de odios e de rancores
me foi anunciado em " A que t e e m profundas raízes em todos
Dispensamo-nos, portanto, do seu Os funcionários postais e dos tele- terminado.
noticiário, para lhe dedicarmos algu- grafos, que o govêrno teima em n ã o Plebe'*. Os orgãos bolchevistas limitam-se
os corações e das quais o autor n ã o
mas linhas de apreciação, á guisai de considerar operários, parte integrante é senão u m a parte. P o r essa razão,
O camarada Oiticica vai a indicar Nikolaiev como sendo u m
comentário, tendo em conta o valor das massas trabalhadoras, mas sim- o seu gesto é geralmente considerado
" i n i m i g o das classes proletárias" e
desse movimento nos problemas da ples instrumentos de submissão na realizar jxma série de confe- Kiroff como u m mártir da revolução, u m á t o de justiga e recebe a i n t i m a
Revolução Social do momento con- ordem da engrenagem estatal,, sofrem, que, como tal, será sepultado n o mo- manifestarão das multidões oprimi-
temporâneo.
rencias, sendo a primeira das, com o mesmo ardor que repele
como os seus irmãos proletários que numento de Lenine, na Praça do Kre-
A ação diréta contra o capitalismo, desenvolvem atividades noutros set6- hoje á noite, ás 20 y2 horas, melin. a vingança dos opressores.
res da vida social, os efeitos da evo- N ã o se exclue aqui, e m que se
contra o patrão, desenvolve-se, a no Centro de Cultura Social, U m " i n i m i g o das classes proletá-
maior parte das vezes, com u m ca- lução economica, moral, sócia] e ideo- r i a s " , segundo a difiniçãó dos bolche- ignora a verdade sobre o f á t o , que
racter puramente local, n ã o passan- lógica das transformações inevitáveis á rua Quintino Bocaiúva, 80. vistas, pôde ser u m anarquista, u m Nikolaiev seja, efetivamente, u m ini-
do, geralmente, do âmbito de deter- consequentes das lutas e conflitos rei- socialista, u m sindicalista, u m cza- m i g o do proletariado, u m f á t o r da
vindicadores do proletariado. São O tema âa -conSerencia
minada industria ou, quando muito, rista ou mesmo simplesmente um co contra-revolução. PA esmo assim, ad-
da cidade onde se produz. atingidos pelai miséria, tanto quanto desta noite " O Estado Tota- munista dessidente. mitindo a suposição de que seja esse,
as outras classes; são seres pensan- realmente, o caso, a condenação do
Nesses conflitos n ã o chega a ser
tes e a rigidez do principio de disci-
litário", é de grande atua- E' presumível que, com aquêle sis-
atingido o Estado, que põe as suas tema pela auto-reclame que teem os regime ditatorial dos bolchevistas n ã o
instituições, a sua força, os seus or- plina, que vai perdendo significação lidade, e o camarada Oiti- resultaria senão uma demonstração
comunistas, n ã o se teriam demorado
ganismos de defesa a serviço dos in- para dar lugar ao conceito de utili- cica, com aquela clareza que em revelar ao m u n d o a identidade po- humilhante.
teresses capitalistas, contra os inte- dade e colaboração m u t u a dos valo-
lhe é peculiar, vai, certa- litica de Nikolaiev, se este fosse u m
resses proletários. res produtivos, n ã o poderá impedir Seria o mesmo que dizer que a or-
que cheguem a pensar que em vez das reacionario burguês ou czarista.
N o caso da grêve dos funcionários mente, analizar as causas E é improvável que n ã o teriam dado dem instaíurada pelos bolchevistas
constantes humilhações a que são sub-
postais e dos telegraffos, m u d a com-
metidos e do desprezo com que os que determinaram a bur- cAr politica a o m o m e n t o s o aconteci- russos é t ã o odiosa ao ponto de ha-
pletamente de figura, assume u m ca- mento, se o á t o de Nikolaiev tivesse ver quem deseje rehabilhar o cza-
racter distinto na ordem dos confli-
t r a t a m os poderes constituídos, mere- guesia a lançar mão dos
cem o respeito a que fazem j ú s pela sido determinado por razões pessoais. rismo e de tal f ô r m a que induz indi-
tos sociais. govêrnos tirânicos das di- O silencio dos bolchevistas é sinto-
utilidade do seu trabalho e pelo es- víduos, que ao cair o Império e r a m
O Estado apoia-se n u m a força que forço que dispendem paira atender aos taduras fascistas, que, em mático e, ao mesmo tempo, as medi-
lhe é emprestada pelas instituições interesses da coletividade. ~ das tomadas pelos chefes comunistas crianças e que amadureceram ao ca-
que caracterizam a sua estrutura po- toda a orbita do planeta, dão
induzem a! pensar que se trata de u m lor da obra bolchevista, a odia-lo
litica, economica e moral. Essas insti- Cansados de esperar a melhoria da mostras de pretender abafar revolucionário que entende a revolu- t a n t o ao p o n t o de ter saudades e sus-
tuições manteem-se pelo principio de sua situação de classe, fizeram-se ou- ção de u m modo diverso dos ditadores pirar pelo
disciplina, pela obediencia e servilismo vir, através dos orgãos competentes.
em sangue as concepções de despotismo do paisinho
bolchevistas, o qual agiu tendo em
dos funcionários que as compõem; | E seu grito de defeespero chegou até liberdade. vista fins revolucionários. Czar.
o principio de hierarquia, que vai des- ao govêrno, que o recebeu com des- Amanhã, domingo, o ca- S ò b qualquer ponto de vista que o
A verdade será conhecida em bre-
de o funcionário mais distante e de dem, afrontando a!s pretensões da
menos responsabilidade ao chefe mais classe com a abertura de créditos pa-
marada Oiticica irá a Santos, ve, sendo inútil, portanto, fazer cas- caso seja examinado, n ã o se p o d e r á
graduado, é cultivado como f á t o r de ra fins menos úteis. a convite dos camaradas da telos no ar. fugir á reflexão que, com N i k o l a i e v ,
trabalho, como elemento de progresso vizinha cidade, onde tomará O que impressiona, logo á primeira é a nova Rússia, a Rússia da epopeia
Diante dessa atitude, os funcioná-
na ordem distribuitiva do serviço e rios postais lançaram m ã o do uníco vista, é, sobretudo, a idade desse ho- revolucionaria e das suas radiosas vi-
das responsabilidades.
parte numa reunião de ca- mem que atentou contra aí vida de
recurso que lhes restava: declaíra- sões que se rebela contra a t i r a n i a
De f ô r m a que é necessário, absolu- ram-se em gréve. maradas. u m alto funcionário soviético: trinta
anos. Isto quer dizer que Nikolaiev ti- dos bolchevistas de Stalin.
tamente necessário ao Estado que n ã o Cruzaram os braços, demonstrando Terça-feira fará outra
se quebre esse principio de disciplina que é nos trabalhadores e n ã o no nha doze anos em Fevereiro de 1917;
conferencia no salão da Fe- * * *
paira que o principio de autoridade govêrno, onde está a estabilidade das que cresceu, portanto, no ambiente da
não seja abalado e o Estado n ã o so- instituições sociais. deração Operaria, sobre o revolução, que se fez h o m e m no " P a - Por nos parecer -umai consideração
fra ruptura na estabilidade dos seus têma: " O s embaraços á teo- raiso Bolchevista", que n ã o ê u m re- serena e desapaixonada do caso que
organismos politicos, economicos e Sim, porque o mesmo que aconte- manescente do antigo regime, nem
ceu aos funcionários postais e dos te- ria e á pratica do anarquis- empolga o mundo e que faz v o l t a r os
morais. dos velhos partidos revolucionários da
legrafos, pôde acontecer, e j á tem mo . vespera, mas u m produto genuíno da olhos para o "país onde o proletariado
Isto n ã o é nenhuma novidade, nem
acontecido muitas vezes, aos outros nova ordem e do novo estado de dirige", — o assassínio de K i r o f f ,
ê preciso que nós o digamos.
funcionários que sustentam, e man- coisas. E esta impressão é confirmada transcrevemos de " L ' A d u n a t a Dei
M a s , (e aqui é que está o x da
teem o Estado: as classes armadas pelas entrelinhas do noticiário, que Rifratari", de Nova Iôrque, o comen-
questão) confiados n o principio de
teem muitas vezes feito causa/ comum informa ser êle um ex-empregado dos
autoridade, os governantes recebem tário acima publicado logo á s primei-
com o povo, com os trabalhadores em essa gente n ã o faz falta n e n h u m a ! Soviets, quer dizer, uma pessôa que
dos seus ministros os relatorios das
gréve. E nesse caso, tem razão o jor- Será o público da mesma opinião? conhece o bolchevismo e os seus ho- ras noticias desse caso sensacional.
respetivas pastas e orientam-se pelo
nalista das Notas e Informações do Por sua vez, o sr. ministro da mens muito de perto, tanto de perto
que dizem esses relatorios, sempre Realmente, assombra pelo barbaris-
" E s t a d o " : é um desastre... para os Guerra t a m b é m declara que os seus
progressistas e manifestando, sempre, que pôde introduzir-se no local do
govêrnos!... soldados estão prontos para atender m o , pela selvageria, a m a n e i r a c o m o
que as coisas marcham ás mil mara- Partido Comunista de Leningrado e
vilhas! * * * ao primeiro toque de clarim e pôr as cometer o seu áto sem encontrar bar- o govêrno russo, o govêrno de u m a
Ferido no principio de disciplina, o coisas nos eixos. Entretanto,. n ã o se- reira nem suspeita alguma. revolução que m a n t ê m a!s rédeas do
Por sua vez os diretores, chefes e
sub-chefes fazem os seus relatorios govêrno, pelos seus ministros] em vez rá demais lembrar, ficando, apenas Quaisquer que sejam as razões que poder h a 18 anos, inspirada e m prin-
tendendo sempre a demonstrar que de atender ás pretensões a' gue ti- dentro de casa, isto é, sem procurar induziram o cidadão Nikolaiev a ma- cípios de justiga social, castiga e re-
o trabalho se faz cada vez melhor e nham direito e de absoluta justiça exemplos noutros países, que o mi- taír um dos chefes do partido domi-
nistro da Guerra d o govêrno do sr. prime u m atentado politico.
mais b a r a t o . . . considerando que estas classes consti- nante, êle é u m a criatura do regime
W a s h i n g t o n Luis também era1 da que o Partido Bolchevista impoz, a N a d a menos de 107 pessôas foram
Ha, porém, uma lei realmente séria tuem o maior f á t o r do progresso hu-
mesma o p i n i ã o . . . ferro e fogo, ao povo russo e m se.
que transtorna, de vez em quando, o mano, pois que cada funcionário pos- j á fuziladas, segundo os telegramas,
sôno dos srs. governantes e abala o tal ou dos telegrafos é um valor nas Naquêle t e m p o , o general Góis guida á revolução de 1917, e o seu sem processo nem direito de defesa,
principio de autoridade: o determi- relações sociais e internacionais, lan- M o n t e i r o comandava um exercito de gesto é u m a das consequências tra-
nismo economico e o principio de so- ça m ã o dos processos corretivos è rebeldias, de anseios, de forças ins- gicas do f u n c i o n a m e n t o das institui- e, segundo os telegramas, outras ví-
lidariedade, fátores ds revoluções po- ameaça-os com ridiculas penalidades piradas n u m principio revolucionário; ções daquêle regime. timas terão o mesmo fim.
liticas e sociais. de u m principio de disciplina já roto, porisso venceu. O ministro do sr. Was- Mesmo na inverosímil hipótese de Isto, n u m pais onde n ã o ha burgue-
Ambos se completam e são deter- procura intimida-los com o castigo hington Luis era representante do que se tratasse de u m f á t o de caracter sia, onde n ã o se admite oposição par-
minados, por sua vez, por diversos sumario das demissões em massa. govêrno, d o principio de disciplina, pessoal, aquêle a t e n t a d o n ã o deixaria,
dá ordem, d o poder, da autpridade; tidaria, onde n ã o existe o direito de
fatores em continuos movimentos de Os ministros, cada qual assumindo porisso, de constituir u m a prova de
u m a atitude mais ridicula e menos porisso foi vencido. que a ordem instaurada n a Rússia gréve, onde a burocracia supera' ás
evolução.
Assim, por exemplo, os atuais de- conciliatória, sáem a público a dizer Terminamos este comentário hipo- pela Ditadura Bolchevista cultivá a mais complicadas burocracias burgue-
tentores do poder no Brasil esquece- coisas inúteis para a solução do caso, tecando aos bravos funcionários pos- injustiça, viola os direitos dos cida- sas, quer dizer, onde o parasitismo
ram-se de que a própria revolução humilhando esses bravos servidores I tais e dos telegrafos e m gréve, que dãos, impele-os ao delito.
atinge cifras pavorosas, leva, certa-
que lhes permitiu a apoderar-se das da coletividade. souberam enfrentar c o m dignidade os N ã o se m a t a a m e n o s que não se
mente, os individuos a safcrificar a vi-
rédeas do govêrno foi uma conse- Pela boca do sr. ministro da Via- arreganhos do poder, o nosso inteiro trate de governantes ou esbirros, pelo
da para livrar o povo desse pesadelo!
quência do desequilíbrio produzido ção, por exemplo, n ã o existe gréve, apoio e solidariedade. prazer de matar.
2 A P L E B E

O caminho do O DEPIQUE-NIQUE
"A PLEBE"
Terceiro Império No Parque Jabaquara, con-
forme estava anunciado, rea-
lizou-se, dia 1.° do corrente,
O PARTIDO COMUNISTA E A IDÉIA o Pique-nique de " A Plebe".

Um apelo que deve ser ouvido


Como das outras vezes, a
DE DITADURA
maior harmonia manteve o
avultado numero de familias
(II e ultimo) em completa camaradagem,
reinando a alegria san dos
O Partido Comunista da Ale- mais, dos seus supostos objeti- princípios libertários, no es-
manha, que era, depois do Par- Transmitiu-me entusiasmo o tituam grupos de propagandis-
tido Comunista Russo, o parti-
vos. Caíram, eles mesmos, nas treitamento cada vez maior
engrenagens da maquina com artigo da redação, no numero tas voluntários, dos alevanta-
do mais forte da Europa, vivia e mais solido da familia pro- 78 da "Plebe", sobre a vida do dos ideais libertários, para u m a
que pretendiam redimir o mun-
somente das faltas da social- do. O que lhes pareceu indis- letária. jornal. larga distribuição da " P l e b e "
democracia e não produziu, em Muito bem. A atitude estóica entre os proletários de farda,
todo o tempo de sua existencia,
pensável como meio, tornou-se, Esses átos públicos, em
pouco a pouco, finalidade. E* de verdadeiros lutadores tra- que sofrem, como os outros ex-
uma única idéia criadora. N ã o que fica patenteada a ma- duz-se, com muito brilho, nesta plorados, o peso da tirania ca-
esse o resultado inevitável de
foi mais do que o instrumento toda a ditadura. Aquêle que ho- neira de ser dos anarquistas, resoluta e energica declaração: pitalista.
automatico da politica exterior nestamente tiver vontade de ti- a sua concepção de vida livre O meu coração sensivel de
russa, e obedeceu sem vacilação "Emquanto nos permitir
a todos os ditados de Moscou.
rar da experiencia russa a con- e os seus anseios de frater- a reação que a " P l e b e " se mulher contém, armazenado,
clusão lógica, não poderá che- nidade, concorrem bastante publique abertamente, ás m u i t o a m ô r pelo sêr humano.
Nesse sentido desenvolveu e gar a outra constatação. N ã o Desse a m ô r vou dispor para
cultivou a crença da infalibili- para a afirmação dos princí- claras, a "Plebe" não mor-
se pódem educar os homens rerá". dar o que eu poderia dar, se
dade da ditadura entre o pro- para a liberdade e para o so- pios por que se bate " A fosse homem e fumasse, em
letariado socialista alemão, que E quando a reação não per-
havia j á perdido toda a con-
cialismo, entregando-os á coa- Plebe". beneficio da " P l e b e " . Vou de-
ção férrea de um despotismo mitir que vivamos ás claras, da senvolver um trabalho sob o tê-
fiança na tatica deplorável da ilimitado que lhe sufoca as for-
Devido á impropriedade mesma fôrma continuaremos a ma — " O a m ô r como fator d o
social-democracia. N ã o foram ças criadoras, pâraüza-lhes a do dia, muitos camaradas e transfundir a nossa fé nos des- progresso h u m a n o " — e ofere-
os peiores elementos os que tinos superiores da humanida-
vontade, faz sangrar mortal- familias de camaradas não ce-lo-ei, em palestra pública,
caíram nas armadilhas comu- mente os seus anhelos íntimos de, realisando a Verdade Liber- em beneficio do jornal.
nistas. Especialmente a juven- puderam tomar parte nesse taria, queiram ou não, os ini-
de membros incensiveis de um Terei, assim, o m á x i m o prazer
tude, que se entusiasma natu- aparato estatal onipotente. A
Pique-nique, razão porque migos do progresso humano. em responder ao camarada
ralmente mais com palavras re- revolução russa não se estripou lembraram a iniciativa de se Essa é a nossa missão, para Amílcar, com abundancia de ar-
tumbantes e uma série de con- apenas no escolho das condi- organizar para breve outra a qual assumimos responsabili- gumentos. E darei, t a m b é m , sa-
signas revolucionarias, pois ções economicas, mas também demonstração de solidarie- dades, perante as quais não po- tisfação a u m a companheira de
atraz de tudo isso imagina ou- na ditadura do bolchevismo, demos fugir. S. Carlos, que permanece na
tra coisa, mostrou muito espi- que lhe estrangulou a energia
dade á " A Plebe", que per-
Redobremos, por isso, de es- espectativa de u'a m i n h a apre-
rito de sacrifício e disposição vital, sufucou-lhe o esgirito de mita o comparecimento de forço, para que a " P l e b e " , — o ciação sobre a opinião do sr.
para a luta, embora demons- justiça, atirando-a aos braços todos os que, nesses átos, veículo do nosso pensamento Jinarajadasa, que defende a ne-
trasse uma certa falta de ma- de u m novo despotismo.. O f á t o
dureza necessaria para o co- vêem e sentem a vida inten- escrito — não desapareça, a não cessidade de a mulher penetrar
de que j á nas ultimas eleições ser por coação dos potentados. na politica para obter a sua
nhecimento mais profundo da da Alemanha u m a parte n ã o in-
sa das idéias de fraternidade
Vamos, companheiros, e to- emancipação e a do genero hu-
situação. Foi esse, precisamen- significante do eleitorado co- universal. dos os que aspiram uma melho- mano.
te, o elemento valioso empre- munista se passou ao campo
gado pela direção do Partido O Pique-nique de " A Ple- ria de sorte para a humanida- N ã o o fiz ainda pelas colunas
nacional-socialista; o f á t o ulte- de, um pouco mais de esforço de " A Plebe", por considerar
Comunista Alemão e pelos seus b e " , deixou, como sempre,
rior de que grande numero de em pról da propaganda anar- a sua falta de espaço. E por
conselheiros de Moscou do mo- ex-comunistas depois integra- as mais gratas recordações quista, que fará conhecer aos
do mais lamentavel, sendo, a saber que alguns dos adeptos
ram as seções de choque do de companheirismo. sofredores as causas do seu so- dos nossos padrastos comunis-
meúde, conduzido a praticar exercito privado de Hitler, in- frimento. tas andam comentando que
ações que apenas conseguiam

Porque a religião quer


clusivé de vários grupos locais U m maço de cigarros e uma gastamos tempo em palavras,
levar agua ao moinho da con- inteiros do Partido Comunista
tra-revolução ameaçadora. entrada de cinema, uma vez por quando o momento é de ação
aderirem aos fascistas, significa mês, revertidos em favor de decisiva em pról da questão

o integralismo
Essa juventude foi levada a que terão existido motivos que "A Plebe", não representa vital dos trabalhadores
um fanatismo sem exemplo que não se devem ser despresados, grande sacrifício. Não queremos dar motivos
a tornou céga e surda a toda si se quizer compreender toda A v a n t e ! Façamos uma cam- ás más fraguas desses palrado-
a valorização racionai das coi- a significação tragica das cau- Entre as varias causas que o homem • panha nesse sentido! res. Lancemo-nos, com cora-
sas. Semelhante psicologia é o sas que levaram a Alemanha de bom senso tem trazido ao campo / • Juntando a ação ás palavras, gem e altivez, á ação decisiva
melhor terreno para o apareci- «ios braços do terror pardo. da luta em que se embrenha, atua?- ( t dou inicio á campanha ofertan- em pról da conquista do pão,
mento de aspirações ditatoriais Para tirar aos fascistas o mente, com os seus piores adversá- do cinco mil reis, equivalentes intensificando, para isso, a nos-
e imprime u m carater de jus- -vento das velas, tratou a dire- rios que são os integralistas,, está a a duas entradas de cinema, de sa propaganda por meio de " A
tificação ás medidas reacio- ç ã o do Partido Comunista de questão religiosa. que me privo, em favor da Plebe", lançada ás mãos cheias
narias que se praticam no supera-lo em declamações pa- O clero catolico romano, que nestes " P l e b e " , .ovante e imperecível! por todos os interstícios do so-
setor oposto. N ã o se pôde trióticas. E m q u a n t o a gente de últimos dias tem aplicado todos os J á ha muitos anos .escrevi, frimento humano.
entrar com honestidade e al- Hitler vozeava o seu absurdo processos engenhosos para dominar o fazendo um apelo nesse senti- Salve Ideal Anarquista!
tivez de coração na defesa da "Siegreich wollen wir Frank- Brasil, teria de qualquer fôrma que do. Hoje, nesta oportunidade, Avante Humanidade!
liberdade, quando se aspira á reich schlagen" (vencedores apoiar esse movimento, porque lhe renovo o apelo: Que se cons- Isa R u t i
ditadura, quer dizer, á supres- queremos bater a França), fa- traria vantagens e garantias para
são de todas as liberdades. N ã o lava-se na imprensa comunista continuar a exploração sentimental
se pôde condenar os ataques que lhe permite o domínio das con-
de um proximo "avanço do

/ H O / / O
do adversario á liberdade de ciências.
exercito vermelho j u n t o ao
imprensa, de reunião e pensa-
Rin". Movimento reacionario, que preten-
mento, quando se consideram
A t é mesmo ao anti-semitismo de bestificar o povo e reduzi-lo á si-
justificadas e necessarias as
dos fascistas alemães se fize- tuação humilhante de obediencia pas-
mesmas medidas na . Rússia.
siva, nasceu o integralismo para de-

ILVfc?
N ã o se pódem anatematizar a ram as concepções mais infa-
m a n t e s ; R u t h Fischer, dirigen- j senvolver as guerras, fazer derrama-
perseguição e as prisões dos
operários revolucionários nos te e lider aclamada dos comu- ; mento de sangue, tudo em defesa da
países do Ocidente e centro da nistas, e ela mesma j.udia de ; religião e para o bom nome de Cris-
Europa, emquanto as prisões nascimento, gritou aos seus ou- | to...
da Rússia estão cheias de so- vintes,, em um " m e e t i n g " estu- ] Quantos e quantos que eu conheço,
cialistas e revolucionários de dantil berlinês, estas palavras: < quê nunca apareceram na igreja, ver-
outras tendencias, cujo único "colgai nos postes os capitalis- ; dadeiros hipócritas e cretinos, mar-
delito consiste em sustentarem tas judeus". Como se os Stines, ; cham, hoje, pela^ ruas, garbosos, L I G E I R O S C O M E N T Á R I O S A' " P R E P A R A Ç Ã O SOCIA-
outras idéias que as prescritas Thpssen, Borsig, etc. tivesáem j uniformisados com a simbólica ca- L I S T A " , D E A L M A C H I O D I N I Z — 1934, R I O
oficialmente pela ditadura bol- sido cortados de melhor ma- j misa verde.
chevista. Si se procede assim, neira. E ' fácil imaginar-se a ; Bem diz, o adagio a n t i g o : " Q u e m Fabio Luz
o jogo favorece o adversario, confusão que teria produzido J vê caras n ã o vê corações".
pois encontra nas condições da Vestindo camisa nova, marchando cias e não a um socialismo inexisten-
uma agitação semelhante na J
"patria vermelha do proletaria- pelas ruas feito manequim de mo- te. São consequências do capitalismo
cabeça de pessoas jovens e não j Quando Lenine afirmou qug a De de Estado. Para as massas desherda-
do", a justificação dos seus átos maduras. ; delos importados da Alemanha
mocracia é a fôrma do Estado bur- das, que trabalham por um salario
reacionários. da Italia, quem é que não gosta? A t é
Claro está que se faziam es- J mesmo muitos atêus serão capazes de guês defendida pelos traidores, do So- abonado pelo Estado, em vez de se-lo
tas concepções com a esperan- i cialismo, e por isto é uma mentira por uma empreza particular, igual-
A verdade é que tanto Mus- aderir...
ça de poder atrair os adeptos ! burgueza, não acreditava que o bol- mente espoliados de grande parte de
solini como Hitler aproveitaram M a f r a - Sta. Catarina. 27-11-34.
de Hitler ao setor comunista. j chevismo soviético, seria a mentira seu labor — não já para que u m pa-
muito da situação russa: a ex- f A . L. O.
Mas justamente nisso .consiste j comunista e seria, como disse Kau- trão possa enriquecer e viver no luxo,
tirpação inexorável de toda e
o erro maior daqueles que ima- ! tsky, " p e n d a n t " do fascismo, como mas para que o governo encha suas

Brinde de "A PLEBE"


qualquer tendencia de oposição
ginam poder utilisar os ele- ! Mussolini é um macaco de Lenine. arcas, sustente uma custosa policia ou
no país; a mordaça feroz a to-
mentos de outras finalidades, j Ora, Almachio Diniz é de opinião que prepare guerras, — é perfeitamente
do o pensamento livre» sem o
fazendo-lhes algumas conce- j " o fascismo é o capitalismo do Es- indiferente que a propriedade da ri-
qual a vida cultural tende a pe-
pções. " ! J á estão sendo confecionados os tado". A proposito vem a transcrição queza esteja em mãos de alguns par-
trificar-se; a transformação dos
sindicatos em orgãos governa- cartões de u m á tombola em bene- de um trecho do artigo de Luiz Fa- ticulares ou do governo. Se h a dife-
Disso resulta apenas uma ;
tivos e especialmente a ilimi- ficio de " A Plebe", que serão bri, referente ao livro de Arturo La- rença, nem sempre se encontra a fa-
falsificação das próprias idéias J vor do Estado. O denominado So-
tada potencia do Estado em vendidos a u m milréis, no qual briola: " L ' E t a t et la C r i s e " . "
e um debilitamento perigoso de I
todos os problemas da vida so- todas as correntes sãs de opo- j f i g u r a m c o m o prémios cinco ob- " E ' necessário dizer que os defei- cialismo de Estado, que n ã o é outro
cial e privada, são fenomenos sição, que são as únicas que jétos ofertados ao jornal por ca- tos e erros do Capitalismo de Esta- senão o capitalismo do Estado, é a
de que o bolchevismo vitorioso pódem resistir ao avanço da maradas e simpatisantes, assim do e daqueles socialistas que através negação do verdadeiro Socialismo; es-
forneceu modelos. N ã o se diga reação nacionalista. H a contra- discriminados: da democracia social ou do bolchevis- t á portanto destinado a produzir às
que o que distingue a ditadura dições que não pódem ser su- l.o premio — Um tinteiro de mo tem evoluido na pratica para o mesmas consequências nefastas do
do bolchevismo sâo os objeti- peradas, pois também as idéias cristal com embasamento de már- capitalismo, isto é, para a negação capitalismo particular".
vos, não os meios. O despotis- seguem as suas próprias leis e more; do Socialismo". Almachio cita,, ás pa- Ora, se a preparação socialistica,
m o dos métodos correspondem só são atraídas por aspirações 2.o Um cinzeiro de mármore ginas 69-71, palavras de Bukharin que que Almachio Diniz acha vir sendo
sempre ao despotismo do pen- aparentadas. A argúcia campe- com u m lindo " m a s c o t e " ; confirmam as asserções de Fabri, pois feita por elle em primeiro Jogar, no
samento. Somente a quem a li- sina da direção do Partido Co- j.o Uma belíssima caneta- que d i z : " O capitalismo de Estado "Eterno incesto", inicio de sua gran-
berdade é interiormente extra- munista Alemão, que queria tinteiro com lapiseira; substituiu as organizações particula- de productividade livresca, na série
nha, lhe parece um "prejuízo seduzir o fascismo por meio — Uma rica almofada bor- res da burguezia pela sua organiza- de trinta e dois anos de labor, desde
burguês". de concepções patrióticas, só dada por umá companheira; ção única em E s t a d o " . Fabri conti- 1902, e por Manoel Victorino, Silvio
poderia ter contribuído, como S.o — Um par de estatuetas de nua nesse sentido: "Precisamente na Romero que nunca passaram de repu-
E ' induvidavel que os porta- Russià n ã o ha socialismo nem comu- blicanos democratas, R ú i Barbosa
contribuiu, para fortificar a sua terra côta.
vozes do bolchevismo tinham
influencia e levar ás fileiras A extração da tombola se fará nismo, senão puramente capitalismo que era um ferrenho individualista
originariamente outra finalida-
reacionarias novos adeptos do pela loteria Federa! a extrair-se de Estado, que exp.'ora o trabalho de egotista, Fausto Cardoso hae,ckeliano
de que os fascistas. Mas se
proprio campo. no dia 2 de março. Os camaradas enorme maioria da população em be- convíto e super-homem. Euclides da
converteram em prisioneiros dos
do interior pódem cooperar nesta neficio de uma nova classe dominan- Cunha, Graça Aranha e Manoel Bom-
proprios métodos, cuja aceita- . . •" - V " • •" • '
'• "'• <
iniciativa combinando, entre si, e te, constituída pelo partido que go- fim, — repito, se a preparação socia-
ção devia alija-los, cada vez Rodolfo Rocker i
escrevendo-nos pedindo o numero verna ou mais acertadamente por seu listica visa, na pratica, chegar ao Es-
de cartões que julgarem necessá- pessoal burocrático, militar, policial, tatismo marxista, caminha para a ne-
rios. A isto se devem as m á s consequen* gação do Socialismo. (Continúa)
Movimento reivindicador na
S I N D I C A T O DOS MANIPULADO-
RES D E PÃO, CONFEITEIROS
E S I M I L A R E S D E S. P A U L O

G r a n d e A s s e m b l e i a Geral da Classe
para! posse d a nova Comissão
Executiva Metalúrgica Matarazzo
Comunicados e reuniões (Aliberti)
O " S i n d i c a t o dos Manipuladores de
P ã o , Confeiteiros e Similares de S.
P a u l o " , e m p e n h a d o na defesa dos seus
associados e d a classe em geral, pro-
F E D E R A Ç Ã O O P E R A R I A DE direitos. Para isto é preciso que os c u r a n d o s e m p r e elevar a moral da D a U n i ã o dos Operários Metalúrgi- tude irredutível e m q u a n t o n ã o fossem
trabalhadores da C. Civil acorram a o m e s m a , c o l o c a d o no terreno da luta cos, recebemos o seguinte c o m u n i ' satisfeitas em suas pretensões.
S. P A U L O seu sindicato, e que os que estão or- pelas nossas reivindicações e pela cado : V e n d o que essa atitude determina-
ganizados compareçam ás assembléias. g r a n d e z a deste organismo coletivo, ria a paralização completa dos tra-
Nota oficial sempre o r i e n t a d o por companheiros " O s operários d a Metalúrgica Ma- balhos, a gerencia foi forçada a aten-
Sabemos todos que a "união faz esforçados que n ã o mediram sacrifí- tarazzo (Aliberti), em meiados d o de-los, prometendo-lhes o p a g a m e n t o
E s t a Federação fez distribuir a força" e que, desunidos, seremos cios e m p r o l d a coletividade e pelo mês p r o x i m o findo, tiveram u m mo- das férias, o que foi feito dias depois.
aos trabalhadores e a o povo em sempre espesinhados pelas muitas bem estar d a organização, convida a vimento de protesto que passou quasi S ó dessa f ô r m a , sem a i n t e r v e n ç ã o
geral u m manifesto sobre o caso classe e m geral, socios e n ã o socios, desapercebido, mas que, entretanto, dos falsos amigos dos trabalhadores
horas de trabalho e por salariqs mes- a c o m p a r e c e r á grande assembleia em serviu para demonstrar aos indus-
Natalino Rodrigues e a proposito que n o M i n i s t é r i o do T r a b a l h o estão
das perseguições que a policia de quinhos. E ' preciso que se ponha fim que deverá t o m a r posse a nova Co- triais que aqueles operários n ã o per- vivendo á custa do suor proletário, é
a estas injustiças. missão Executiva. mitirão que se tripudie sobre os seus
Ordem Social vem m a n t e n d o con- que as classes oprimidas conseguem
tra os trabalhadores. Companheiros! direitos.
Camaradas militantes: n ã o deixeis fazer valer os seus direitos.
Desse manifesto destacamos, e m de comparecer á s assembléias, pois, E ' dever de todos os que mourejam Tendo lembrado á gerencia, q u e E m luta diréta contra os patrões
nota á imprensa, os seguintes di- nos t r a b a l h o s d o forno e da masseira ainda n ã o tinham sido pagas as fé-ou contra o Estado, que só protege
da vossa presença é que depende ò
zeres, que desejamos t o r n a r públi- comparecer a esta grande assembleia, rias, receberam como resposta u m a os interesses dos capitalistas.
cos para que o proletariado co- b o m ' a n d a m e n t o d o sindicato. que se realizará no p r o x i m o domingo, grosseria que determinou a paraliza- A Comissão
nheça a atitude assumida pela F . Todos á assembléia de domingo. dia 6, á s 15 horas, no salão da Séde ção completa de todos os motores,
O. S . P., que se m a n t é m sempre Social, á r u a Q u i n t i n o Bocaiuva, 80. tendo os operários cruzado os braços

Munições para
no terreno d a l u t a pela a ç ã o di- A Comissão E x e c u t i v a e mantendo-se n a fabrica n u m a ati-
A C o m i s s ã o Executiva
réta, em defesá das reivindicações

"Beocios ou mal intencionados ?"


proletarias:

"A PLEBE"
" A perseguição atrabiliária e
sanhuda contra os trabalhadores
e contra os h o m e n s de pensamen-
t o livre, reclama u m a atitude fir-
m e e decisiva por parte d o prole-
tariado conciênte d o Brasil. Dei- intelectual e economicamente. Assinaturas e contribuições n a Re-
C o m esta epigrafe, os exege- g r a m a , a m e s m a dialética, mar-
xamos pois, o nosso protesto con- Querem dizer os amigos d o d a ç ã o : — Eugênio, 2$; F a r i n a , 2 $ ;
tas bolchevistas que se parapei- xistas a m b o s , e, entretanto,
tra a conivência dos juizes de S ã o " C h o p p " que, por dinheiro, "os Isa R u t i , 5$; A. G i o r d a n o , 2$; E r m a -
t a m por detraz das paginas inimigos irreconciliáveis. Prosi-
P a u l o nesses delitos monstruosos operários que t o m a r a m o poder no, 5$; Malhadas, 1$; Casagrande, 5$;
dum jornal que faz u m a exce- g a m o s : embora as finalidades
praticados pela policia, que se diz da burguesia" lh'o entregariam Aguilar, 1$400; Figueiredo, v i s i t a n d o a
a p a r e n t e m e n t e sejam diferentes
amp&Vada n o m a n t o d a virtude. lente propaganda para os ope- de novo, n ã o se importando Redação, 10$; C a r t ã o do M a t i a s , 47$;
entre as duas ditaduras, a tá-
O nosso protesto é extensivo a rários de " b ô a cerveja e b o m mesmo que houvesse sido feita C a r t ã o d o Festa, 12$ e pacotes, 4S800;
tica e os métodos encerram
u m a parte d a imprensa paulista c h o p p " , mimosearam-nos com u m a revolução para libertar-se Salvador, 2$; Grisoglia, 1$500; A . Gou-
uma a n a l o g i a profundamente
que, por conveniências políticas, algumas pedradas que se per- dessa burguesia, onde morreram veia, 10$; E . M a r t i m , 5S; D e Caria,
clara. O fascismo preténde, em
silencia v e r g o n h o s a m e n t e nestes deram n o vácuo. muitos milhares de h o m e n s ! Isso visitando a R e d a ç ã o , 6$500; M e r i n o ,
teoria, harmonizar as classes,
fátos. é grandemente lamentavel e re- 2$; C . Civil, 2$; Benites, 2$; Baldo-
Reiteramos as nossas afirma- l i m i t a r os lucros, e favorecei
P r o t e s t a m o s a i n d a contra, as in- comenda m u i t o m a l o P a r t i d o mero, 3$; Vicente R . , 15$; T. Ramiro,
ções em toda a linha, e fare- o proletariado com reformas e
sinuações e a m e a ç a s feitas a o s Comunista, que é o d o n o da- 3$; A n t o n i o , 10$; V e n d a avulsa na
mos u m a análise anatômica, cooperativas, visando estirpar a
nossos companheiros, nos interro- quilo tudo. Pensamos nós, que R e d a ç ã o , 3$; Z . Garcia, 10$000. — To-
embora sumaria, sobre a de- miséria (consoante as palavras
gatorios policiais, sobre o Minis- si a situação economica d o ope- tal, 173$200.
fesa que os srs. " D o t o r z i n h o s " de Mussolini) dentro do Estado
tério d o Trabalho, e declaramo- Fascista. O comunismo preten- rário n a Rússia fosse suportá- Lista n. 37, a cárgo do Perez, S ã o
fazem da Rússia bolchevista.
nos, sempre, c o n t r a o Departamen- de interpretar a aspiração do vel, e a sua cultura fosse, real- Paulo. — Perez, 5$; C. Bassi, 2 $ ; So-
Saibam, p o r é m , que em maté-
t o do Trabalho, p o r q u e esta repar- proletariado, conquistando o po- mente, aquela que p i n t a m por ler, 5$; Aldo, 5$; Clóvis, 5$; Andreo-
ria de confusão os comunistas
t i ç ã o públicá é idêntica á policia, der, por meio do qual unificará aí os apologistas do bolchevis- ti, 5$; Osvaldo, 5$; U m sapateiro, 5$,
são insuperáveis: fazem "fren-
isto £ , contrá o s interesses dos os homens numa só classe: a m o ,a burguesia encontraria, Outro, 2$; A. Garcia, 3$; G . Garrido,
tes ú n i c a s " cada vinte e qua-
trabalhadores; o proletariado d e diante de si, a mentalidade no- 5? e M . Millon, 5$000. — T o t a l 52$000.
tro horas com todos, até m e s m o proletaria, que, em teoria, bem
S ã o P a u l o conhece perfeitamente va dos trabalhadores adquirida Assinaturas recebidas por P a m p o -
com integralistas, segundo ex- entendido, se governará a si
a obra d o D E P A R T A M E N T O , e em 17 anos de dominio Mar- lini, em v i a g e m : — J . M a v a l e , S ã o
pressão de u m dos seus lideres mesma. Para atingir essas fi-
repudia-o energicamente, pro- xista, que excluiriam toda a hi-
de responsabilidade, para chama- nalidades os dois partidos pro- Paulo, 10$; G. Morseli, F i o r a v a n t i e
curando em seus sindicatos livres pótese de traficancia o u vena-
cedem como irmãos siamezes: A n t p n i o Alia, de S a n t a Adélia, 10| ca-
e a u t o n o m o s , garantidos ainda los, depois, de traidores", "ven-
pela constituição, meio» de defesa didos", " policiais " , estendendo- »rnbos totalitários e abso- lidade. d a ; R . Brambila, de F . Prestes, 10?
Vhc,~Tlü mLJlüO mrtuiiVC^C rio lutos. N a Itaiia, o partido las- C o i t a d o s ! Q u e g r á u de edu- e k . r o i e n , a e c . Rodrigues, lOfOOO.
própria contra as explorações d o
patronato. mesmo boletim, novo convite cista é ú n i c o ; na Rússia, o Par- cação poíitica e social t ê m " o s — Total, 60(000.
para u m a nova "frente ú n i c a " . tido Comunista, o é t a m b é m . 160 milhões de russos que se
T e r m i n a m o s d i z e n d o que a rea- A í está, como exemplo de quan- Concordamos plenamente com c h a m a m donos absolutos de DE VARIAS LOCALIDADES
ç ã o desencadeada contra o ele- to afirmamos, o f á t o com o Mi- os ilustres adversarios, sobre seus destinos, como a f i r m a m as
m e n t o proletário conciênte estri- nistério do Trabalho. A t é ontem que, em n e n h u m país do mun- "centenas de comissões de ope- C. L a r g o : Cipriano, 10$; Bariri:
ba-se, precisamente, n o Departa- combatiam-no com toda a ener- do, inclusivé o "liberalissimo" rários e intelectuais "sinceros" Padilha, 5$; B r a ú n a : Valera, 10$; I v o ,
m e n t o , que, hidibrialndo os ope- gia bolchevista; hoje, em seus Brasil, existe a liberdade. M a s , que l á teem estado e em decla- 10$; Braz, 10$ e Santos,-10$; S . Car-
rários, procura dividi-los, enfra- boletins de consuetudinárias m u i t o menos d o que em qual- rações que todo o m u n d o co- los: Nuedul 20$ e U m a m i g o , 6$; Pe-
quecendo, ipso-fáto, a s fileiras "oposições" aconselham os quer país d o m u n d o , a liber- nhece, menos os dirigentes da r ú s : Giuliano, 10$; S o r o c a b a , Picas-
a u t o n o m a m e n t e organizadas. O s trabalhadores a formar parte dade de pensar, ter ideias, ter " A P l é b e " 1 . . . Sobre a existên- so, 5$; Floriano, 1$600; R i o C l a r o : Ci-
elementos políticos, e os sequazes daquele departamento estadoal; consciência da própria persona- cia do dinheiro n a sua querida rino, 10$; S a n t o s : Garcia, 6$; Sindi-
de todos os partidos c o t i b o r a m e as organizações que sofrem lidade, é absolutamente pros- patria, é claro que descubrimos cato C. Civil, 30$; Sigesmundo, 10$;
grandemente n o desenvolvimento a influencia comunista, plei- crita. N a Republica burguezis- a polvora, pois h a pessoas que Bastos, 3$; Pte. P r u d e n t e : Guilher-
d o j á citado Departamento, espe- teiam com ardor a carta da sima do Brasil, ainda se per- simpatizam com os bolchevistas me, 10$; Floreai 10$. — T o t a l 176$000.
rando extrair dali as fontes de vo- sindicalização oficial amarela. mite a publicação de jornais porque, de fato, acreditam que * * *
tos indispensáveis á vida dos seus Temos assim: "Vermelhos", que fazem abertamente a pro- lá se pratica a l g u m principio
partidos. fazendo propaganda " a m a r e l a " , paganda comunista. Temos a de c o m u n i s m o que teria nive- N o t a : — Neste numero publicamos
Alerta trabalhadores! maior confusão é humanamen- prova n o proprio jornal que lado as condições sociais d o somente a relação das munições rece-
te impossível. D i z e m os "beo- com t a n t a infelicidade e falta povo russo. Se causa estranhe- bidas a t é o dia 1-1-35.
Cuidado com os tartufos! cios", que nós fazemos "acusa- de b o m senso nos quis atirar za o fato de haver dinheiro n a
organizai-vos dentro dos sin- ções aos comunistas e á Rússia u m pouco de l a m a que lhe caiu Rússia " c o m u n i s t a " é porque

i Comité Pró Presos


bolchevista que a própria bur- nas próprias faces. se sabe que a moeda géra, fa-
dicatos de ação direta! Nada
guesia e sua imprensa n ã o mais Perguntaríamos aos propa- talmente. assim como gerou n a
de Departamento! se atrevem a fazer".' A geça de gandistas d a " b ô a cerveja e Rússia, a prostituição, o roubo,
Nada de politica! Jorací Camargo, " D e u s lhe b o m c h o p p " , se n a Rússia se e perpetua a desigualdade en-
P a g u e " é bem clara neste pon- permite que a l g u é m faça co- tre os homens. Caio Prado, que
Autonomos e livres! to, quando o mendigo diz que, mícios para exigir a demissão l á esteve, afirma n a pagina 60
RELAÇÃO DAS ENTRADAS RE-
o comunismo é como u m bo- de Comissários de Policia e dos de seu livro " U m m u n d o n o v o " ,
S. Paulo, Dezembro, 1934. néco de palha com o qual o outros comissários da engrena- q u a n t o segue: CEBIDAS ATE' 31-12-34
assustavam quando era peque- gem soviética. A q u i t a m b é m o " O salario mensal d u m ope-
O COMITÊ' FEDERAL." no, mas, u m belo dia, sentou-se não permitem, m a s ainda ha Lista n. 5, de M . D . - L a p a . — M i -
rário oscila entre 90 a 200 ru-
distraidamente sobre o espan- jornais diários da burguesia que guel, 10$; Sebastião, 2$; N o v e l l i , 2 $ ;
blos. A o lado disto, u m técnico
talho, e com grande admiração publica manifestos nesse sen- chega a perceber a t é 2.000 ru- Ano, 5$; Olímpio, 2$; F . O . , 4 $ ; Spo-
constatára que se tratava dum tido, dos comunistas, e n ã o lhe blos." A diferença é assusta- leto, 1$; C. O., 5$; Gu. V., 2S~; E m i -
LIGA O P E R A R I A DA C. CIVIL bonéco de palha, portanto ino- acontece nada. dora ! lio, 2S; Renato, 1$ e P i n o , 10^)00. —
fensivo. A burguesia, astuta Na Rússia n ã o se permite fa- Total, 46$000.
M a i s adiante, n a pagina 61,
Amanhã, ás 9 horas, assembléia como é, percebeu que o bolche- zer "greves de massas". U m Lista n. 7, de " A P l e b e " . — L . O .
lemos o s e g u i n t e :
vismo russo é u m perfeitíssimo simples atentado politico é pu- C. Civil, 10$; E. Lopes, 10$; J . C. V . ,
geral bonéco de palha, e assim sen- nido com centenas de fuzila-
" O p a d r ã o de vida de u m
10$; Aroca, 10$; H e r m a n o , 8 $ ; Pedri-
técnico o u d e u m empregado
do, aceita suas embaixadas, mentos e u m a simples deserção nho, 5$; Almeida, 3$; A . Salgueiro,
E s t a organização convida a todos " g r a d u a d o " é m u i t o superior
negocia sem receio, e n a L i g a de u m marinheiro leva á des- 5$; Tavares, 10$; M a l h a d a s , 10$; Me-
os trabalhadores em C. Civil a com- ao d o s simples operários. E
das Nações, o estouro d o graça, ao desterro, ás persegui- rino, 5$; Papero, 5$; A f o n s o e Vi-
nada indica, t ã o cedo/ u m a
parecer a m a n h ã , domingo, dia 6, ás " c h a m p a n h e " congraça-os co- ções até os seus parentes, tal toria, 30$; P i n a , 10$; J e s ú s , 10$; Gior-
t r a n s f o r m a ç ã o neste terreno.
9 horas, á R u a Q u i n t i n o Bocaiúva, 80, m o bons camaradas, lembrando e qual como no fascismo, m u i t o dano, 5$; D e m e t r i o , 2$600; Gumercin-
Pelo contrario, pode-se até di-
acidentalmente o brocardo que pior do que no fascismo. do, 5$; U m de S . Carlos, 4S; N . Fes-
afim de t o m a r e m parte na grande as- zer que é o oposto que se está
d i z : — " L o b o n ã o come l o b o " . D a m o s , a seguir, u m trecho ta, 10S; I s a R u t i , 5S e Cirino,"S. Car-
sembléia que será realisada para tra- dando."
Os "proletarioides" espernea- do artigo em que os "inteligen- los, 2$000. — T o t a l , 174S600,
tar de assuntos de m a x i m a impor- ram a valer porque u m dos co- t e s " e bem intencionados pro- E s t a s palavras de Caio Pra- ,
do s ã o bastante expressivas L i s t a n . 4, S o r o c a b a . J F 5$-
tância. laboradores de " A Plebe" os pagandistas de cerveja e chopp
para compreender-se o que fez M . P., 5$; B . M . , 2$; V. L „ % S. C.,'
comparou aos integralistas, is- nos c h a m a m de "beocios ou mal
C a m a r a d a s : é preciso que nos po-
to é, ao fascismo, e vociferam, intencionados": o dinheiro na Rússia em 15 anos 5$; S. A., 5$; A. G., 2$; Um'amigo
nhamos mais em contacto para poder apenas. de " A P l e b e " , 3$; Um amigo, 1 $ ;
enfaticamente, que nenhuma
estudar melhor a nossa situação. Es- relação, nenhuma amizade exis- U m revoltado, 5$; Um espanhol, 5 $ ;
" O s operários que tomaram Encerramos estas linhas, de-
te entre ambos. O r a m u i t o o poder da burguesia, para n ã o A V . , 5$; F . S.. 1$400 e U m g r u p o
tamos vendo que os patrões se or- v o l v e n d o intacto o convite que
b e m ; entre democráticos e per- contrariarem os dirigentes de de camaradas, 72$000. — Total 121$400.
g a n i z a m nos seus sindicatos, para nos fazem para dar a nossa
repistas ha u m odio de morte, " A P l e b e " deveriam permitir adesão á Comissão Jurídica de Recebidos em conta: — L i s t a n. 2,
melhor entendimento dos problemas C a m p i n a s , 50$000; Lista n." 6, R i o ,
porém, ambos são torpes e que a burguesia de todos os I n q u é r i t o Popular. Atribuem-
que lhes diz respeito, que são sem- reacionários; assim, fascismo e países capitalistas tivessem to- 200$000.
nos qualidades de "beocios ou
pre contra os nossos direitos, e nós comunismo, são dois partidos da a liberdade para, còm au- m a l intencionados", e convi- Lista n. 1, a cargo de " A L a n t e r -
estamos reduzidos á impotência para que disputam a hegemonia do xilio de seus milhões, voltar a dam-jioL . " "«•essar nessa n a " : — J. Pinto, 50$; Gil, 5$; M . Ta-
poder, o u melhor, dto mundo e mimosear os trabalhadores com entidade.? c i é mais d o vone, 5$; Panzarini, 5$; Tibério,
poder exigir as 8 horas, quando até
n ã o pôde existir entre eles ne- o chicote e outros "brinquedi- 28500; Carelli, 10$; P. C. Gouveia, 30$;
o proprio g o v e r n o compreende essa que passar o atestado de "beo-
n h u m principio de harmonia. nhos". Poerio, 10$; Mazzini, 20$; A v e r i o , 5$;
cios o u m a l intencionados"
medida como de grande necessidade, P o d e m o s ainda comparar co- E ' esta u m a confissão tacita Marino S., 10$; B r i t o , 10S; S o u z a ,
àqueles que compõem a dita
mas que os patrões só as cumprirão munistas trotskistas, e comu- da situação apurada em que se 5$; Grisolia, 10$; R o d o l f o , 10$; An-
Comissão.
quando os trabalhadores efetivarem nistas stalinistas; o mesmo pro- encontra o povo russo, moral. tonino, 10$; A v e l i n o , 5$; Osvaldo, 5$;
P o r hoje, temos dito.
H . F . ; 10$,- F. ' M á r t i r , 3$; Saez, 2$;
essa conquista fazendo valer os seus Constantino R i c e , 4Ê000. — T o t a l .
226$500. .
A Federação Operaria
e a gréve dos
Funcionários Postais S. PAULO, 5 de laneiro de 1955 Jé> o
E m data de 26 do mês p. findo a Federação Ope-
raria de S. Paulo enviou ao Comité de Gréve dos Fun-
A
cionários dos Correios e Telegrafos, a seguinte moção
de solidariedade:
Onde está Natalino? a SAf St
rogação dos trabalhadores sobre o paradeiro de Natalino Rodrigues,
"Aos companheiros Funcionários dos Correios e o operário padeiro que nem mesmo os proprios juizes puderam de-
Telegrafos, (Seção de S. Paulo).
Presados companheiros. fender contra a ferocidade dos esbirros policiais.
Saudações proletarias. Continua desaparecido, nada se sabe do seu paradeiro. A
Tem esta o fim de levar ao vosso movimento, justo angustia de sua mãe, os anceios de sua noiva, a tortura dos seus
e humano, a solidariedade do proletariado organizado
e filiado a esta Federação, que se bate em defesa das irmãos, que não sabem dele, que receiam, talvez, a sua sorte, nada
reivindicações proletarias, pela emancipação dos traba- tem demovido os facínoras policiais a serviço da burguesia.
lhadores. Insistamos na perguntai "Onde esta Natalino?"
Reconhecendo a justiça das vossas reivindicações,
a Federação Operaria de S. Paulo vos concita a lutar

ilusão de Papai Noe!


pararam profusamente contra um au-
pelos vossos direitos, á margem dos. partidos políticos, to da cruz vermelha, que transpor-
não permitindo que os pescadores de aguas turvas da tava feridos a Mieres, incendiando-o
pelo fato de levar uma bandeira ver-
politicalha desvirtuem o gesto digníssimo que acabais de melha.
. ter nessa manifestação de solidariedade e rebeldia, res- E m nosso " f r o n t " , foi surpreendido Nata'! N a t a l ! E ' o estridor produ- ma-se em estridulo rebelde que as
um mouro, em uma casa, na qual pre- zido por milhares de bocas .infantis mães consternadas raramente conse-
pondendo ao descaso dos vossos superiores, que teem tendia roubar galinhas; as mulheres que alegremente pulam, impacientes e guem dominar. Realmente, a existen-
sido surdos ás vossas justas reivindicações, com a gréve se defenderam e ele, como verdadeira irriquktas, á espera da alviçara que cia daquela maldita vidraça erguida
besta, depois de as amarrar, violen- a bondosa mamãe lhe prometera du- assim como uma fortaleza diante da-
geral da classe. E' assim, cruzando os braços, nesse tou-as; a seguir pretendeu cortar-lhe rante todo o ano. queles preciosos passatempos, não
gesto de seres explorados que se abraçam para defesa os seios, o que ainda chegou a fazer Os emporios e as confeitarias co- teem explicação para a infeliz cria-
com u m a ; aos seus gritos acudiram locam em suas portas cartazes mas- tura, cujo pai vive honradamente do
dos interesses comuns, que o proletariado fará sentir á os soldados, que, enfurecidos ante o todonticos que flamejam pelos olhos trabalho útil.
burguesia que a vida das coletividades humanas está nas espectáculo, lhe cortaram a cabeça. de quem passa, como bandeiras anun- Ser operário, viver honestamente,
D o ambiente daqui, não é preciso ciadoras de raridades gastronômicas,
mãos daqueles que produzem, e que a humanidade, ao falar. São companheiros convencidos, impregnando o paladar da suculencia
sem roubar, sem explorar ninguém, a
pobre criança n ã o sabe que. este é
impulso das idéias novas, marcha difinitivamente á que nem arredarão passo, nem entre- indiscutível das iguarias finíssimas ali um pecado que Deus n ã o perdoa, não
garão as armas, por mais que aè1 pro- depositadas, esperando a vez do com-
conquista do. bem estar e liberdade para todos. curem. Poderão encontrar algumas, prador. U m velho decrepito, esbran-
pôde saber que para ter o direito de
transpor os umbrais faustosos dos
Pomos á disposição dos companheiros em gréve o porém, a maioria, lograrão s^lva-las. quiçado de neve, que as religiões fa- bazares é preciso roubar, mentir, ex-
Nada mais. Explicar-te-ei de viva zem deambular com o tempo para vol-
salão de reuniões desta Federação, desinteressadamente, voz tudo o que hoje não quero e nem tar depois, cada vez mais velho e al-
plorar, ser comerciante ou padre, de-
legado de policia ou deputado, viver,
sem que este gesto implique na interferencia, por parte posso confiar a esta carta." quebrado, sintoma real dos imperati- enfim, do ágio, viver da exploração.
Nos montes de Calvejin, ha pou- vos da evolução, povôa o cerebro te-
da F. O. S. P., no vosso movimento, que desejamos vêr nue das crianças com fantasias ex-
Para empanar o brilho ígneo dessa
cos dias, segundo me relatou uma tes- verdade irritante, as damas caridosas,
vitorioso, porque é justa a causa por que vos bateis. temunha ocular, foram aprisionados druxulas e coisas as mais inverosímeis.
de unhas esmaltadas, esmeram-se na
Com os nossos protestos de solidariedade, 130 revolucionários ou que o haviam E ' a grande festa! Bailes, cantos filantropia esportiva, e atarefam-se no
sido, hão obstante estarem desarma- e musicas, estendem-se intermitentes, natal dos meninos pobres. As piedo-
dos ; os superiores deram ordem de
O Secretario." fuzilamento, e, como um soldado mos-
á semelhança de uma epidemia dras-
tica que chega a contaminar até as
sas beatas, distribuindo alguns brin-
quedos reunidos através a ostensiva e
i> »> » •V+ +w*V»V<»» • v» v» »W»V»V» trasse
»« mV ••»W»V»V» »W» »» 4 repugnancia, um capitão o ma- pessoas idosas que, neste dia, galva- pomposa propaganda dos jornais,

Da E s p a n ri a r e b e l d e
tou com um tiro, dizendo-lhe: "To- nizam a inveterada carcassa, conten- pensam de terem, mitigado o sofri-
ma C- . - para que de outra vez não tes de haver enriquecido o pesado mento da infanda proletaria, dessa
tenhas escrupulos"; ali ficou morto fardo da existencia com mais um ano infância desamparada e minada, peia
junto aos operários. de vida. Todos parecem sentir o in- fome; passam perante a sociedade co-
Relatando este fato alguém escre- fluxo desse ritmo litúrgico, inoculado mo sendo o arcanjo misericordioso
veu a um diário de Madrid, ao qual no sangue e no espirito das criaturas que sente horror pela dôr e a misé-
U M A CARTA D E U M S O L D A D O Q U E T O M O U PARTE NOS me consta que chegára carta, não humanas, por uma casta de parasitas ria do indigente, mas que, entretanto,
ACONTECIMENTOS D E O V I E D O , E M Q U E R E L A T A O QUE tendo, entretanto, sido publicada, pro- que vive e se desenvolve como um apesar de mulheres, seriam capazes
VIU E OBSERVOU N A Q U Ê L E SETÔR D A LUTA vavelmente por imposição da cen- peso morto no seio das sociedades: de assinar a pulso firme, impassíveis
REVOLUCIONARIA sura. " o clero. Sofre-se a pesada impressão até, a sentença de morte, o.decreto
de que o intrincado problema social de expulsão, ou o trabalho forçado,
":Revolución Social", que se publica mais mortos do que o numero apre- n ã o existe e que a felicidade inva- para os "indesejáveis" que lutam e
em substituição á "C. N. X-"> d e sentado pelo ministro. No minimo 300 D E BRAÚNA dira, irreverente, todos os lares, to- se sacrificam para o nivelamento so-
Madrid, publica uma carta enviada entre mortos e desaparecidos. (Substi> As estradas desta Vila estão em dos os casebres. » cial, para igualdade entre os homens,
por um soldado que fazia parte dos túi a palavra desaparecidos por suble- completo abandono, prejudicando in- numa palavra: para estírpar o mal
Dezembro quasi que invariavelmen-
destacamentos do governo em opera- vados). Ante a impossibilidade de tensamente os interesses da classe te arrasta consigo noites encantado- nas sociedades humanas. Escuta pro-
ções nas Astúrias, que constitui um passar-se em massa para os revolu- trabalhadora. letariosinho! Diz aos teus pais que
ras, e o clarão do luar esconde no
precioso documento sobre a maneira cionários, faziam-no os que, indivi- abandonem esse velho e decrepito na-
O domínio clerical se faz sentir, palor de seus raios o reverso doloroso
barbara como foi feita a "pacificação dualmente, tinham ocasião propicia tal, tão indiferente e frio para HÓS
nesta zona, com a mesma exploração dessa alegria efémera. Nessas noites,
de Oviedo". em todas as frentes, particularmente como os flocos de neve que lhe cáem.
de todas as partes. as ruas da cidade enchem-se de ex-
Reproduzimo-la, para que fique re- em Veega dei Rey, em Oviedo e em Diz-lhe que ha um natal mais grande
Gijón. Ha tempo veem premeditando a tranhos passeantes, num vai-vem in-
gistado mais este importante do- construção de uma nova "taberna" terminável proprio de peregrinação: e mais formoso, que contemplará a
cumento na historia do ultimo movi- Quanto aos guardas, foram engulí- para os padres. Mas a coisa não vai, é o " f o o t i n g " das mães proletarias todos indistintamente, que não haverá,
mento revolucionário sobre o qual já dos aos caminhões, e escrevo-te de- não. Os "cobres" desaparecem e o que procuram apagar os desejos de nesse grande natal, nem ricos nem
a imprensa bolchevista começa a vo- pois de falar com alguns deles, des- povinho está abrindo os olhQS. pobres, todos serão iguais, todos.
sua prole na magnificiencia rutilante
mitar a sua caudal de calunias e men- tacados aqui, que me falaram de Ainda bem! Quem quer negociar em das vitrinas e na luz feérica das ca- Para as crianças e velhos, direitos e
tiras, enxovalhando o heroísmo de um um telegrama cifrado ao Ministro, on- nome de Deus que o faça á sua sas comerciais. descanso, e para os fortes e aptos ao
povo que sustenta, sósinho, nas bar- de se dizia que as forças do Tercio custa... X. trabalho, direitos e deveres. N ã o ha-
operam em Sama porque""ontem saí- Os proletariosinhos, rotos e maci-
ricadas a luta contra o regime bur- verá quem sofra por não ter, e quem
ram para lá dois caminhões de guar- lentos, doidos de contentamento, de-
guês : goze porque tem demais; as vossas
das e provavelmente foram "traga- voram com seus olhos escancarados,
mãesinhas não sofrerão a protervia
"Oviedo, Novembro. dos". Não se teem noticias deles ape- DE R E C I F E - P E R N A M B U C O os brinquedos insipuantes que se pa- do mundo, para todos ha um lugár
sar de se haver comunicado com to- voneam convidativos através uma vi-
Recebi tua carta, que me apresso a na mesa do banquete e todos serão
responder, para satisfazer a tua curio- das as povoações de Astúrias. Ima- Recebemos de Recife o seguinte draça grossa que lhe impede alcan- úteis á nova sociedade.
gina como os tratam, mesmo depois comunicado: ça-los com sua mãosinha branca e
sidade no assunto que desejas. E ' na- Diz-ihe, proletariosinho. que é um
tural que tenhas ansiedade de rece- de se haverem rendido. "Pelo presente vimos comunicar aos descarnada. A tragedia moral da in- natal grande, imensamente grande e
ber noticias certas do que aqui se Quanto á atuação das forças do companheiros de S. Paulo que acaba fancia pobre tem, neste fáto, iim des- chama-se: A-nar-quis-mo!
passou. Talvez não tarde em ver- Tercio não vão mal os rumores de de ser fundado, nesta cidade, mais fecho deplorável e contristador. O
um grupo anti-fascista, que desenvol- viço exultante do fedelho, transfor- Pedro Çatalo
te, e poderemos falar de tudo, inclu- que me falas. Os poucos companhei-
sive disso que chamas comportamen- ros que se entregavam e os que apri- verá a sua ação sem esmorecimentos,
to do Exercito, que tanto te desgosta. sionavam eram fuzilados no mesmo no combate á í hordas de lobos vora-
Não creias, como me parece que dás
a entender, que sou um ignorante a
mais dos muitos que ha entre nós. A
instante, e alguns foram mesmo erf-
terrados com vida. Entravam nas ca-
sas para as saquear; homens, mulhe-
zes que pretendem fazer retrogradar
a humanidade aos tempos primitivos.
A finalidade deste grupo n^o é so-
Agitações Proletarias
ti posso falar com abspluta confiança res e crianças, todos eram revolu- mente ficar em palestras e boletins, MAS SAÍDAS E PEIORES ENTRADAS...
e dizer-te o que fiz, pois a carta que cionários para eles. Entre o Rif e mas na ação quando esta se fizer
escrevi a J., de Campomanes, foi es- aqui não havia diferença nenhuma. sentir. Os marítimos também se declararam em gréve
crita com a decisão de que seria a ul- Em Oviedo tomaram por norma en- E m nome dos seus componentes,
tima, e com a preocupação de que ele trar nas casas, passando á navalha protestamos energicamente contra as Cerca de 40.000 marítimos, segundo completamente paralizados e os ma-
não renunciara a saber de mim, po- todo ser vivente; é claro que dos violências que veem sendo praticadas as noticias dos jornais, se declararam ritimos manteem-se na resolução Tle
rém, que prescindira das noticias que miifeiros com cinto e cigarro, nin- pela policia de S. Paulo contra as or- em gréve, paralizando completamente não voltar ao trabalho sem que as
lhe dessem outros; escrevi-a como guém se aproximava. Se ha 4.000 vi- ganizações e contra os trabalhadores. os trabalhos do porto da Capital Fe- suas pretensões sejam satisfeitas.
despedida, não obstante pretendesse timas, posso te assegurar que tres Lavramos o nosso mais veemente deral. Efetivamente, o sr. Getúlio teve
anima-la, ocultando meu pensamento, mil são mulheres e crianças e 900 protesto contra as perseguições que más saídas de ano velho e peiores
As diversas emprezas de armado-
que, por um acidente casual, não levei inocentes. veem sofrendo os companheiros J o ã o entradas de ano n o v o :
res, como sempre acontece .desde a
a cabo, por razões que bem com- Perez, Natalino Rodrigues, Catalo, Gréve dos funcionários postais e te-
Aqui, num quartel de Oviedo, fo- Revolução de 30 para cá, acenaram
preenderás. Perguntas-me pelo nume- Papero, assim como também a arbi- legrafos; "casos" de prefeitos que
ram fuzilados 120 revolucionários que logo ás pretensões dos grevistas com
ro de mortos. Se te fosse possível apanham pedradas, em Niterói: "boa-
se entregaram á chegada do general traria apreensão de " A Plebe", n. 75, as celeberrimas comissões de arbitra-
obter noticias de como se travou a t o s " de ditadura; gréve do. Lloyd;
Lopes Uchôa. A aviação fez mais e contra o barbaro assassinato de To- gem, certas de que essas comissões,
luta, compreenderias a razão porque gréve dos marítimos; agitações poli-
danos nas povoações onde não se ti- bias Waschavscki. como sempre o teem feito, desempe-
nepi mesmo os ministros o podem sa- ticas da oposição; casos de seques-
nha nunca disparado um tiro, visto Por aqui a situação continua agi- nhariam perfeitamente o seu papel na
ber. Nós calculamos os que, a nosso tro de deputados, no Norte: osso
que não havia mais luta que a dos tada, cheia de massacres e violências defesa dos seus interesses.
ver, teriam perecido, que tanto podem duro de roer no caso Rabello e, por
primeiros momentos na que triunfa- por parte da policia. Mas encontraram a atitude inaba-
ser três- como 6 milhares; ninguém o fim, o desembestamento do interven-
ram da Guarda Civil, e a partir de No mês passado rebentou aqui u m a lavel dos marítimos, que já conhecem
pódei saber ainda. tor anticlerical Moreira Lima, no
cujo momento se instaurou o regime gréve de sapateiros, permanecendo esses prôcessos de tapeação, que n ã o
Das forças pode-se fazer um calculo comunista-libertario. E m Mieres, ao em pé, esse movimento, durante 15 aceitaram a mediação de elementos Ceará, tudo isto para cima dò " s e n "
mais exato, prescindindo, porém, em ser bombardeada, só com duas bom- dias, ao cabo dos quais conseguiram que não podiam defender-lhé os in- Getúlio.
absoluto, dos dados oficiais. Que eu bas pereceram 40 pessoas, entre mu- a vitória das suas pretensões, graças teresses como eles mesmos, fcastante E a gente quando lê os telegramas
saiba, entre o batalhão de Ciclistâs, lheres e crianças que esperavam a sua á atitude e solidariedade dos sindica- capazes para o fazer. do exterior pensa que em Cuba as
Artilharia e o numero 3 de Oviedo, vez nos estabelecimentos; neste mes- tos proletários. Conclusão: a cidade está quasi sem coisas vão m a l . . .
póde-se calcular que só eles tiveram mo lugar, os soldados do Tercio dis- D o correspondente." . gazolina, os trabalhos do porto estão F.

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