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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – CAMPUS GUARULHOS


ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS – EFLCH

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO


ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS UNIFESP - EFLCH

PEDAGOGIA

Beatriz Rodrigues de Carvalho - 151.149


Eva Maria da Cunha Cantarelli Vieira - 148.197
Rafaela Dias Teixeira Ferreira - 148.258

A linguagem musical na BNCC: um resumo

Guarulhos
2023
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresenta sua proposta de currículo
para o Ensino Fundamental I (anos iniciais) vinculado a uma continuidade das experiências
de ensino previstas para o ensino infantil, onde a criança explora o mundo, o corpo e o outro
através do lúdico, tornando-se protagonista na construção de conhecimentos.
É no período de vida contemplado pela educação fundamental que ocorrem
mudanças significativas e muito importantes no desenvolvimento cognitivo, emocional,
psicológico e social das crianças. A entrada desses indivíduos no mundo letrado permite não
só a construção de novos conhecimentos mas também novas formas de relação com a
sociedade, o que permite a construção de uma identidade coletiva e individual. Além disso, o
desenvolvimento da oralidade permite uma ampla ação em diversas situações que
potencializam novas descobertas.
As experiências que a criança traz consigo são de suma importância na construção
de novos conhecimentos, pois estimulam a criatividade e incentivam as indagações. Segundo
a BNCC, este estímulo “[..] possibilita aos alunos ampliar sua compreensão de si mesmos, do
mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza”. (P. 58)
A educação para a faixa etária do ensino fundamental I deve se organizar de maneira
que atenda os interesses demonstrados pelas crianças, valorizando suas experiências culturais,
sociais, familiares, etc. Assim, partindo do que já é conhecido pelo indivíduo, haverá uma
progressiva construção de conhecimentos que façam sentido. A BNCC busca um currículo
que atenda a progressão e o percurso contínuo da aprendizagem, minimizando o máximo
possível rupturas no processo de ensino.
Focando na organização do currículo de Artes no ensino fundamental a BNCC
divide a disciplina em quatro linguagens, sendo estas as Artes visuais, Dança, Música e o
Teatro, que contemplam as diversas manifestações artísticas e ampliam as possibilidades de
múltiplas aprendizagens. Cada uma dessas linguagens constitui uma unidade temática,
resultando em uma quinta unidade, a de Artes integradas, onde há a articulação de tudo que
foi explorado na disciplina. “Cada linguagem tem seu próprio campo epistemológico, seus
elementos constitutivos e estatutos, com singularidades que exigem abordagens
pedagógicas específicas das artes e, portanto formação docente especializada” (BRASIL,
2016)
Dentre o que espera-se que o aluno aprenda nesse componente curricular está uma
visão de mundo crítica e respeitosa, que dialogue com múltiplas realidades, culturas, etnias,
etc. Busca-se demonstrar que arte não é uma mera reprodução ou técnicas copistas, que não
trata de replicar mas de criar, não trata apenas do resultado mas também de todo processo
criativo que incentiva o aluno a protagonizar e experimentar a arte enquanto prática social.
As formas de se trabalhar a disciplina de artes são múltiplas e dialogam com tantas
outras disciplinas, compartilhando o conhecimento entre os alunos e professores de maneira
leve, divertida e completa. Além de datas específicas onde podem ocorrer eventos como
exposições artísticas, a troca de experiências se faz um constante processo, perdurando por
todo o ano letivo.
A forma como o conhecimento artístico é produzido e organizado constitui a prática
investigativa, sendo esse todo o percurso que os alunos passam, da criação à experiência, do
auto reconhecimento na arte ao conhecimento de diferentes tempos e cenários, permitindo a
contextualização daqueles conteúdos às suas realidades e a percepção da relação de arte e
cultura, arte e sociedade.
A BNCC propõe a articulação das linguagens por meio de seis dimensões de
conhecimento que integram os saberes desse componente curricular, sendo essas: a criação,
atrelada ao fazer artístico e seus processos; a crítica, articulando as ações e pensamentos e
impulsionando os sujeitos a novas direções; a estesia, todas as experiências sensoriais ligadas
a percepção que os indivíduos possuem de si e do resto do mundo; a expressão,
exteriorização e manifestação do fazer artístico; a fruição, que vai do deleitamento ao
estranhamento da experiência artística; e por fim, a reflexão, que constitui a percepção e
interpretação seja daquilo que foi criado pelo próprio indivíduo ou pelo outro.
A delimitação das singularidades da Arte enquanto componente curricular é de suma
importância para consolidação de seu espaço dentro da educação. A arte como disciplina
busca transitar por diferentes culturas, contextos históricos e políticos, sendo essencial na
formação integral dos sujeitos. Além disso, o componente também estimula a criatividade,
autonomia e o pensamento crítico.
Para atender de forma mais minuciosa se atentando aos devidos contextos, a
disciplina de artes é dividida em dois blocos do 1º ao 9º ano, sendo esses o fundamental I e o
fundamental II. Vale ressaltar que o documento aborda o ensino de artes não como algo
cumulativo, que avança de série em série, e sim como conhecimentos que vão se inter
relacionando e se completando. A partir dos conhecimentos previstos para cada série, são
criadas as competências específicas, que buscam articular as competências gerais da
Educação Básica com as próprias disciplinas de artes.
Nos anos iniciais do ensino fundamental, buscando dar continuidade ao processo da
Educação Infantil, o ensino de artes deve assegurar experiências lúdicas e imersivas, a fim de
proporcionar o fazer artístico e o desenvolvimento da capacidade de se expressar
artisticamente de forma natural e prazerosa. Para tanto, é necessário que as aulas se adequem
aos interesses das crianças, contemplando assim a cultura infantil.
A arte nunca anda sozinha, e principalmente nos anos iniciais tem papel fundamental
no processo de alfabetização e letramento, auxiliando no desenvolvimento da linguagem
verbal e não verbal.
Focando na linguagem da música, a BNCC caracteriza essa expressão artística como
aquilo que “[...] materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no
âmbito tanto da sensibilidade subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de
saberes e valores diversos estabelecidos no domínio de cada cultura”. (P. 196) O documento
aborda a linguagem da música como tendo papel fundamental na inserção dos sujeitos na
sociedade de maneira que estes sejam capazes de agir com autonomia e criticidade,
vivenciando a diversidade por meio da criação, experimentação e percepção dos mais
diversos sons.
Dentre as habilidades esperadas que os alunos se apropriem na unidade temática de
música estão identificação e apreciação dos diferentes gêneros e expressões musicais,
entendo a música como elemento do cotidiano, presente em múltiplos contextos, a exploração
de elementos constitutivos da música, a exploração das diferentes fontes sonoras, percebendo
como a música está presente em todos os lugares, até mesmo em nossos próprios corpos,
explorar diferentes formas de registro musical, convencional e não convencional, e
experimentar recursos como o improviso, a composição musical e a sonorização de história,
seja por modos convencionais ou não.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Proposta preliminar, 2ª


versão revisada. Brasília: MEC, abril de 2016

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular; MEC..2023

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