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ESCOLA DE MINAS
Departamento de Engenharia Mecânica
SISTEMAS TÉRMICOS
4.1. INTRODUÇÃO
Século XVIII.
Em 1759, Henry Hood propôs a utilização de ar quente ao invés de vapor, ideia executada
por George Caley em 1807. Outros motores a ar que operavam por combustão externa, onde o
combustível era queimado fora dos cilindros foram desenvolvidos, destacando-se os motores de
Robert Stirling elaborado no ano de 1816 e o modelo de John Ericson de 1826. Esses motores
apresentavam um melhor rendimento por operarem com pressões superiores aos motores a vapor.
Jean Joseph Etienne Lenoir desenvolveu o primeiro motor com pistão em 1860 (Figura 4.1).
A combustão acontecia dos dois lados do pistão. O controle de entrada e saída dos gases acontecia
por meio de válvulas de admissão e exaustão.
FIGURA 4.2: Motor de Nicolaus Otto e Eugen Langen de 1867 (Fonte: Nebra S.A., 2003)
O movimento do volante produzia, por sua vez, a abertura e fechamento de uma válvula de
admissão e de ignição. Também neste caso não havia compressão dos gases antes da combustão,
e sua eficiência correspondia a 11%.
Baseado nesse princípio, anteriormente, Alphonse Beau de Rochas, em 1862, já havia
desenvolvido um motor de quatro tempos com patente francesa. Esse modelo de motor apresentava
um excelente desempenho justificado pelas seguintes características:
Menor relação superfície/volume para o cilindro do pistão (cilindro com um diâmetro da
mesma ordem de grandeza que seu comprimento).
Processo de expansão mais veloz.
Máxima expansão.
Máxima pressão no começo do processo de expansão dos gases dentro do cilindro.
As duas condições iniciais visavam reduzir as perdas de calor a um mínimo, conservando a
energia nos gases de combustão. A terceira e a quarta condição visavam obter o máximo de
potência possível.
Beau de Rochas, também indicou o método de operação desejável num motor de combustão
interna, o qual é utilizado até os dias de hoje, de acordo com as seguintes fases:
a) Admissão durante o deslocamento do pistão “para fora”.
b) Compressão durante o movimento do pistão “para dentro”.
c) Ignição da carga de combustível + ar no ponto morto superior do pistão, seguida por expansão
durante o deslocamento seguinte do pistão, para fora.
Segundo Lopes; Furlani; Silva (2003), mesmo decorridos mais de 100 anos, da invenção do
motor de combustão, o seu desenvolvimento continua em ritmo crescente. Entre os anos 20 e 60
desenvolveu-se um rendimento dessa tecnologia semelhante à que ocorreu nos últimos cinco anos.
Importante desenvolvimento ocorreu no campo da emissão de poluentes; os motores atuais, graças
ao controle eletrônico e a outros dispositivos emitem cem vezes menos poluentes do que há três
décadas.
Os combustíveis sempre tiveram maior impacto no desenvolvimento dos motores de
combustão interna. Antes de 1905, embora as taxas de compressão fossem baixas (4:1 ou menores
que essa relação), para evitar problemas de detonação, o combustível muito volátil proporcionava
fácil partida e bom desempenho em climas frios.
Para suprir a grande demanda por combustível, entre 1907 e 1915, novos processos de refino
de petróleo foram realizados, produzindo-se gasolina com alto ponto de fulgor, o que causava
problemas de desempenho no tempo frio. Felizmente, os motores de partida elétrica surgiram no
tempo certo, por volta de 1912.
Após a 1ª Guerra Mundial, houve um grande avanço na produção de combustíveis. A
General Motors descobre o efeito antidetonante do Pb-tetra-etil e já, em 1923, tornou-se disponível
como aditivo. Além disso, o processo de refino também produzia gasolina de melhor qualidade.
Redução de custos
FIGURA 4.3. Inovação tecnológica aplicada aos motores de combustão interna (Fonte: Loureiro, 2010)
Nesse sentido, muitas pesquisas estão voltadas para desenvolvimento de novas formas de
energia, retomando e aperfeiçoando os estudos com novos combustíveis, principalmente os
biocombustíveis provenientes da biomassa como o etanol, o biodiesel, entre outros.
4.1.2. VANTAGENS
Uma vantagem fundamental do motor alternativo de combustão interna sobre as instalações
de potência de outros tipos, consiste na ausência de trocadores de calor no circuito do fluido de
trabalho, tal como a caldeira e condensador de uma instalação a vapor. A ausência dessas peças
não apenas conduz à simplificação mecânica, mas também elimina a perda inerente ao processo
de transmissão de calor através de um trocador de área finita.
O motor alternativo de combustão interna possui outra vantagem fundamental importante
sobre a instalação a vapor ou turbina a gás, a saber: todas as peças podem trabalhar a temperaturas
bem abaixo da máxima temperatura cíclica. Este detalhe possibilita o uso de temperaturas cíclicas
bastante altas e torna possível alta eficiência.
b. Quanto à ignição
por centelha (ICE) (spark ignition – SI)
por compressão (ICO) (compression ignition – CI)
g. Quanto à utilização
ESTACIONÁRIOS - Destinados ao acionamento de máquinas estacionárias, tais
como Geradores, máquinas de solda, bombas ou outras máquinas que operam em
rotação constante;
INDUSTRIAIS - Destinados ao acionamento de máquinas de construção civil,
tais como tratores,carregadeiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de
A Figura 4.4 mostra uma vista dos componentes de um motor de combustão interna.
FIGURA 4.4: Vista dos componentes de um motor de combustão interna (Fonte: Brunetti, 2012)
4.3. DEFINIÇÕES
Detonação
A detonação é também conhecida como “batida”. Ela consiste de uma ignição espontânea
na mistura antes do ponto ideal, isto é, é uma combustão anormal (adiantada). Com isso, ela
provoca as chamadas ondas de choque. Assim, aumentos anormais e localizados de temperatura e
pressão danificam principalmente o pistão e causam ruído excessivo. A Figura 4.7 mostra o
comportamento normal de um MCI e duas situações onde estão ocorrendo as detonações.
FIGURA 4.7. Motores de combustão com combustão normal, com uma “batida” leve e com “batida” intensa.
Cilindrada unitária (Vdu) também conhecida como volume deslocado útil ou deslocamento
volumétrico, é o volume deslocado pelo pistão de um ponto morto a outro.
𝜋𝐷2
𝑉𝑑𝑢 = 𝑉1 − 𝑉2 = ( )𝑆
4
Octanagem
A octanagem mede a capacidade da gasolina de resistir a detonação, ou sua capacidade de
resistir às exigências do motor sem entrar em autoignição antes do momento programado. A
detonação, também conhecida como “batida de pino”, leva a perda de potência e pode causar sérios
danos ao motor, dependendo de sua intensidade e persistência.
Um combustível de octanagem n é aquele que se comporta como se fosse uma mistura
contendo n% de isooctano e (100-n)% de n.heptano. Por convenção, o isooctano puro tem
octanagem de 100% e o n.heptano puro tem octanagem zero. Hoje, alguns combustíveis aditivados
possuem octanagem superior a escala posta, é uma nova tecnologia.
gasolina à detonação quando o motor está operando em condições mais suaves – baixa rotação,
como acontece em subidas com marcha alta.
A octanagem das gasolinas brasileiras é equivalente à das gasolinas encontradas nos Estados
Unidos e na Europa. É dada pela média entre os dois métodos, conhecida como Índice
Antidetonante (MON +RON)/2.
A adição de álcool à gasolina gera um tipo de classificação da gasolina em A e C:
Gasolina A: é a produzida nas refinarias ou petroquímicas e não possui etanol. Sua
densidade, em geral, varia de 700 a 770 g/L;
Gasolina C: é a comercializada nos postos e recebeu adição de etanol pelas distribuidoras.
Sua densidade, em geral, varia de 718 a 775 g/L.
De acordo com os componentes e com a qualidade, a classificação da gasolina brasileira,
segundo a ANP, é feita da seguinte forma:
Gasolina Comum: Possui coloração amarelada, índice de octanagem igual a 87, não possui
nenhum aditivo e seu teor de enxofre máximo é de 50 ppm (gasolina S-50).
Gasolina Aditivada: é igual à gasolina comum (mesmo índice de octanagem e mesmo teor
de enxofre), porém, conforme o próprio nome indica, a gasolina aditivada possui aditivos
detergentes e dispersantes que promovem a limpeza do sistema de combustível e dos injetores.
Para diferenciá-la da gasolina comum, ela recebe a adição de um corante da cor desejada. A
Petrobras adiciona o corante verde.
Gasolina Premium: possui os mesmos aditivos detergentes e dispersantes da gasolina
aditivada, mas seu índice de octanagem é maior, sendo igual a 91. Além disso, seu teor de enxofre
é menor, sendo menos poluente.
Existem outras gasolinas com especificações distintas e que depende do seu fornecedor
(exemplo: gasolina Podium da Petrobras).
superior ao da gasolina e tem uma Pressão de Vapor inferior, resultando em menores emissões
evaporativas. A combustão no ar é inferior a da gasolina, o que reduz o número e a severidade de
fogo nos veículos. O etanol anidro tem poder calorífico inferior e superior de 21,2 e 23,4 MJ/litro,
respectivamente, contra 30,1 e 34,0 MJ/litro da gasolina.
Calor Relação
Massa Cp PCI Octa
Combus Peso Vaporiza Cp vapor Ar-
Fórmula específica líquido [MJ/ na
tível Molecular ção [kJ/kg.K] Comb
[kg/m3] [kJ/kg.K] kg] gem
[kJ/kg] esteq
Gasolina CnH1,87n (l) ~110 720-780 305 2,4 ~1,7 44,0 14,6 80-
90
Diesel leve CnH1,8n (l) ~170 840-880 270 2,2 ~1,7 42,5 14,5 ---
Diesel CnH1,7n (l) ~200 820 - 950 230 1,9 ~1,7 41,4 14,4 ---
pesado
Gás Natural CnH3.8nN0,1n ~18 ~0,79 --- --- ~2,0 45 14,5 ---
(g)
Metano CH4 (g) 16,04 0,72 509 0,63 2,2 50,0 17,23 120
Propano C3H8 (g) 44,10 2,00 426 2,5 1,6 46,4 15,67 97
Isooctano C8H18 (l) 114,23 692 308 2,1 1,63 44,3 15,13 100
Cetano C16H34 (l) 226,44 773 358 --- 1,6 44,0 14,82 ---
Benzeno C6H6 (l) 78,11 879 433 1,72 1,1 40,2 13,27 115
Tolueno C7H8 (l) 92,14 867 412 1,68 1,1 40,6 13,50 109
Metanol CH4O (l) 32,04 792 1103 2,6 1,72 20,0 6,47 92
Etanol C2H6O (l) 46,07 785 840 2,5 1,93 26,9 9,00 89
Densidade: a 0ºC e 1 atm - Calor de vaporização a 1 atm e 25ºC para combustíveis líquidos e 1 atm e temperatura de ebulição para
os gasosos. Fonte: J.B. Heywood, Internal Combustion Engine Fundamentals, Mc. Graw-Hill Books, 1988.
Relação de compressão
Relação matemática que indica quantas vezes a mistura ar/combustível ou simplesmente o
ar aspirado (no caso dos diesel) dentro dos cilindros é comprimido antes que se inicie o processo
de queima. Assim, um motor a gasolina que tenha especificada uma relação de compressão de 8:1,
por exemplo, indica que o volume aspirado para dentro do cilindro foi comprimido oito vezes antes
que a centelha da vela iniciasse a combustão (Figura 4.8).
Do ponto de vista termodinâmico, a relação de compressão é diretamente responsável pelo
rendimento térmico do motor. Assim, quanto maior a relação de compressão, melhor será o
aproveitamento energético que o motor estará fazendo do combustível consumido. Por esse motivo
é que motores diesel consomem menos que um similar a gasolina: funcionando com relações de
compressão altíssimas (17:1 nos turbodiesel e até 22:1 nos diesel aspirados), geram a mesma
potência consumindo menos combustível.
FIGURA 4.8: Esquema demonstrativo da relação de compressão (Fonte: adaptado de Mercedes Benz do Brasil,
2006)
A relação de compressão também é uma relação volumétrica entre o volume total (V1) e o
volume morto (V2), e representa em quantas vezes V1 é reduzido:
𝑉1
𝑅𝐶 =
𝑉2
A relação de compressão é uma propriedade inerente ao motor (bloco, cabeçote, pistões) e
não ao combustível utilizado no mesmo. Não se altera a relação de compressão de um motor
apenas modificando o tipo de combustível consumido.
Os valores típicos da relação de compressão em motores de combustão interna pode ser visto
na Tabela 4.4.
O rendimento de um ciclo de Carnot depende somente das temperaturas nas quais o calor é
fornecido ou rejeitado, dado pela relação:
𝑇𝐿 𝑇4 𝑇3
𝜂𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡 = 1 − =1− = 1−
𝑇𝐻 𝑇1 𝑇2
O rendimento também pode ser expresso pela relação de pressão ou Relação de compressão,
durante os processos isentrópicos.
• Relação de pressão isentrópica:
𝑘
𝑃1 𝑃2 𝑇3 1−𝑘
𝑅𝑝𝑠 = = =( )
𝑃4 𝑃3 𝑇2
• Relação de compressão isentrópica:
1
𝑉4 𝑉3 𝑇3 1−𝑘
𝑅𝐶𝑠 = = =( )
𝑉1 𝑉2 𝑇2
Nos dois processos que ocorrem nos Motores de Combustão Interna Alternativos, pode-se
ainda incluir uma subdivisão:
• MCI trabalhando a quatro tempos: Ciclo Otto e Ciclo Diesel.
• MCI trabalhando a dois tempos: Ciclo Otto; Ciclo Diesel.
FIGURA 4.7: Diagramas do ciclo de Otto (a) real e (b) ideal (Fonte: adaptado de Moran e Shapiro, 2008)
FIGURA 4.8: Diagramas p-V e T-s do ciclo ideal de Otto (Fonte: adaptado de Brunetti, 2012)
𝑞23 = 𝑢3 − 𝑢2
Considerando constante o calor específico a volume constante (Cv), lembrando que
(𝑑𝑢 = 𝐶𝑣𝑑𝑇):
̅̅̅̅ (𝑇3 − 𝑇2 )
𝑞23 = 𝐶𝑣
A relação de compressão é dada por:
𝑉𝑚𝑎𝑥
𝑅𝐶 =
𝑉𝑚𝑖𝑛
A pressão média efetiva (pme) pode ser escrita como:
𝑤𝑙í𝑞
𝑝𝑚𝑒 =
𝑣1 − 𝑣2
Considerando o fluido de trabalho como gás perfeito, a equação do gás perfeito pode ser
usada nos processos para encontrar as propriedades termodinâmicas:
𝑃𝑣 = 𝑅𝑇 𝑃 = 𝜌𝑅𝑇
O trabalho do ciclo pode ser calculado a partir de:
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 𝑊𝑒𝑥𝑝 − 𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝
Sendo:
𝑊𝑒𝑥𝑝 = 𝑈3 − 𝑈4
𝑊𝑐𝑜𝑚𝑝 = 𝑈2 − 𝑈1
Assim: 𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = (𝑈3 − 𝑈4 ) − (𝑈2 − 𝑈1 )
Novamente considerando um valor constante médio (avaliado na temperatura média entre
as temperaturas consideradas no processo em questão) do calor específico, o trabalho do ciclo pode
ser escrito como:
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = 𝑚 ̅̅̅̅̅̅
𝐶𝑣34 (𝑇3 − 𝑇4 ) − 𝑚 ̅̅̅̅̅̅
𝐶𝑣21 (𝑇2 − 𝑇1 )
Assim, a pressão média efetiva pode ser escrita como:
𝑃𝑀𝑆
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ∫ 𝑝𝑚𝑒 𝑑𝑉 = 𝑝𝑚𝑒(𝑉2 − 𝑉1 )
𝑃𝑀𝐼
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
𝑝𝑚𝑒 =
(𝑉2 − 𝑉1 )
E a cilindrada total pode ser escrita como: 𝑉𝑑 = (𝑉2 − 𝑉1 )
O trabalho indicado pode ser escrito como:
𝑛
𝑊̇𝑖 = 𝑊𝑐
𝑥
Sendo: n a rotação do eixo (rps) e x o fator de tempos (1 para motores 2T e 2 para motores
4T).
FIGURA 4.9: Diagrama p - para um motor de ignição por faísca de quatro tempos (Fonte: Brunetti, 2012)
FIGURA 4.10: Razão entre calores específicos em função da temperatura para o ar e vários combustíveis na fase
gasosa (Fonte: Brunetti, 2012)
FIGURA 4.11: Diagramas do ciclo de Rudolf Diesel (a) diagrama teórico e (b) diagrama real.
FIGURA 4.12: Diagramas p-V e T-s do ciclo Diesel ideal (Fonte: Brunetti, 2012)
𝑃𝑀𝑆
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜 = ∫ 𝑝𝑚𝑒 𝑑𝑉 = 𝑝𝑚𝑒(𝑉2 − 𝑉1 )
𝑃𝑀𝐼
𝑊𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜
𝑝𝑚𝑒 =
(𝑉2 − 𝑉1 )
E a cilindrada total pode ser escrita como: 𝑉𝑑 = (𝑉2 − 𝑉1 )
O trabalho indicado pode ser escrito como:
𝑛
𝑊̇𝑖 = 𝑊𝑐
𝑥
Sendo: n a rotação do eixo (rps) e x o fator de tempos (1 para motores 2T e 2 para motores
4T). Por fim, o trabalho indicado pode ser calculado a partir de:
𝑛
𝑊̇𝑖 = 𝑝𝑚𝑒 𝑉𝑑
𝑥
FIGURA 4.13: Verificação qualitativa da compensação da eficiência térmica devido a maior relação de compressão
TABELA 4.5: Limites máximos de emissão de poluentes para veículos pesados de uso rodoviário, da Fase
PROCONVE P8
3 × 32 + 11,28 × 28 𝑘𝑔 𝑎𝑟
𝑅𝐴𝐶𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 = = 8,95
46 𝑘𝑔 𝑐𝑜𝑚𝑏
3 + 11,28 𝑁𝑚3 𝑎𝑟
𝑅𝐴𝐶𝑣𝑜𝑙 = = 14,28
1 𝑁𝑚3 𝑐𝑜𝑚𝑏
Reação estequiométrica:
C8H18 + 12,5 O2 + 47 N2 → 8 CO2 + 9 H2O + 47 N2
12,5 × 32 + 47 × 28 𝑘𝑔 𝑎𝑟
𝑅𝐴𝐶𝑚𝑎𝑠,𝑒𝑠𝑡 = = 15,05
114 𝑘𝑔 𝑐𝑜𝑚𝑏
12,5 + 47 𝑁𝑚3 𝑎𝑟
𝑅𝐴𝐶𝑣𝑜𝑙,𝑒𝑠𝑡 = = 59,5
1 𝑁𝑚3 𝑐𝑜𝑚𝑏
16,25 × 32 + 61,10 × 28 𝑘𝑔 𝑎𝑟
𝑅𝐴𝐶𝑚𝑎𝑠,𝑒𝑥𝑐 = = 19,57
114 𝑘𝑔 𝑐𝑜𝑚𝑏
Processo por injeção: O gás de combustão aspirado ou induzido sob pressão é comprimido
(temperatura entre 550 e 600°C), onde ocorre a autoignição. Uma parte do combustível, injetado
em primeiro lugar, queima rapidamente e o que é injetado em seguida, em maior quantidade,
queima a pressão aproximadamente constante.
Ignição: As gotículas de combustível que são injetadas, inflamam-se após terem sido levadas
à temperatura de autoignição, pelo ar pré-aquecido e comprimido, no cilindro.
Retardo da injeção: é o intervalo de tempo necessário ao pistão da bomba de injeção, para
levar a quantidade de combustível situada entre a canalização da bomba e o assento da válvula de
injeção (bico injetor), à pressão de injeção.
A temperatura dos gases tem como limite superior a resistência das peças à alta temperatura
e a qualidade do óleo lubrificante e como limite inferior, a temperatura da atmosfera. O limite
superior de pressão é dado pelo fato de que um aumento de compressão, mesmo que pequeno,
acarreta um aumento nas forças do motor e no seu peso. O limite inferior, é o da pressão
atmosférica. As limitações de Volume são consequência da necessidade de se evitar expansões
demasiado grandes, pois só se consegue uma pequena vantagem de potência com a desvantagem
de um motor muito grande.
𝑊̇𝑖
𝑝𝑚𝑖 =
𝑉𝑑
Pressão média de atrito (pmf):
𝑊̇𝑓
𝑝𝑚𝑓 =
𝑉𝑑
Obs: pme = pmi - pmf
Definindo:
𝑚𝑐
𝐹=
𝑚𝑎
Então:
𝑊̇𝑒 = 𝜌0 𝑉𝑡 𝐹 𝑃𝐶𝐼 𝜂𝑣 𝜂𝑖 𝜂𝑚
Correção da potência
• Potência é função da densidade do ar.
• Normas estabelecem condições padrão de T e P do ar para ensaio de motores.
• Correções relacionam potência medida com a potência que seria medida se o motor fosse
ensaiado a T e P padrão.
736 𝑇𝑎 + 273
𝑊𝑒𝑐 = 𝑊𝑒 √
𝑃𝑒𝑛𝑠 303
EXEMPLO 1:
Um motor de combustão interna de 4 tempos operando em um ciclo padrão-ar Otto possui 4 cilindros com diâmetro
de 79 mm, curso de pistão de 81,5 mm e altura para abertura das válvulas de 9,7 mm. A temperatura e pressão de
entrada do sistema são de 25ºC e 1 bar, respectivamente. O fornecimento de calor é de 1,0 MJ/kg. Considere o ar
como gás perfeito com k e R de 1,4 e 287 J/kg.K, respectivamente e rotação de 3000 rpm. Determine a cilindrada do
motor, relação de compressão, temperatura máxima do ciclo, trabalho, potência do ciclo e a eficiência do motor.
O ciclo padrão ar que simula o ciclo real do ciclo Otto pode ser representado na figura abaixo. Os processos que
ocorrem no fluido de trabalho são:
1 – 2: Processo de Compressão Adiabática;
2 – 3: Processo de Aquecimento Isocórico de Calor;
3 – 4: Processo de Expansão Adiabática;
4 – 1: Processo de Rejeição Isocórica de Calor
Hipóteses:
O fluido de trabalho se comporta como gás perfeito.
R e k são constantes ao longo dos processos.
Variações de energia cinética e potencial desprezíveis.
Os processos ocorrem em regime permanente.
A cilindrada do motor pode ser calculada a partir das informações do diâmetro do pistão (79 mm), seu curso (81,5
mm) e número de cilindros (4 cilindros). Logo:
D2 7 ,9 2
Vd S N cil 8 ,15 4 1597 ,94 cm 3
4 4
D2 7 ,9 2
Vdu S 8,15 399 ,49 cm 3
4 4
A altura deixada para abertura das válvulas (0,97 cm) delimita a câmara de combustão. Logo:
D2 7 ,9 2
v z 0 ,97 47 ,55 cm 3
4 4
A relação de compressão envolve o cálculo da cilindrada unitária com a câmara de combustão:
Vmax Vdu v 399 ,49 47 ,55
TC 9 ,4
Vmin v 47 ,55
Informações do estado 2: Relação de compressão de 9,4:1. A Segunda Lei da Termodinâmica para o processo de
compressão (de 1 para 2) será s2 = s1. Logo:
k
V1 P2
P2 0 ,1 9 ,41,4 P2 2 ,30 MPa
V P
2 1
k 1
V1 T2
T2 298,15 9 ,40 ,4 T2 730 ,61 K
V2 T1
Informações do estado 3: De acordo com o gráfico do ciclo, v2 = v3 = 0,091 m3/kg. Além disso, a taxa de fornecimento
de calor (qH) é informada e igual a 1500 kJ/kg. Logo:
Cp R kR
R Cp C v e k . Portanto: C v e Cp
Cv k 1 k 1
Informações do estado 4: v4 = v1 = 0,856 m3/kg (processo isocórico). A Segunda Lei da Termodinâmica para o
processo de expansão (3 para 4) diz que s3 = s4. Logo:
k 1 0 ,4
T3 V4 0 ,856
2 ,45 T4 866 ,91 K
T4 V3 0 ,091
k 1,4
P3 V4 0 ,856
23,03 P4 290 ,92 kPa
P4 V3 0 ,091
A massa do sistema pode ser determinada pelo conhecimento da cilindrada (V1 – V2) do motor e seu respectivo volume
Wc 1,236
A pressão média efetiva será: pmc 773,50 kPa
Vd 1597 ,94 10 6
Wc 1,236
A eficiência do ciclo será: 100% 59 ,2%
QH 2 ,089
EXEMPLO 2:
Um motor de combustão interna de 4 tempos operando em um ciclo padrão-ar Diesel possui 8 cilindros, cujo pistão
tem um diâmetro de 76,9 mm e um curso de 113,2 mm. As pressões máxima e mínima são 64 bar e 0,96 bar,
respectivamente. A temperatura de entrada do sistema é de 25ºC e o fornecimento de calor de 1,7 MJ/kg. Considere o
fluido de trabalho com k e R de 1,4 e 287 J/kg.K para o ar e de 1,37 e 300 J/kg.K para os gases de combustão, e
rotação de 3600 rpm. Determine a relação de compressão, a cilindrada do motor, a máxima temperatura atingida, o
trabalho, a potência e a eficiência do motor (1 bar = 100 kPa).
O ciclo padrão ar que simula o ciclo real do ciclo Diesel pode ser representado na figura abaixo. Os processos que
ocorrem no fluido de trabalho são:
1 – 2: processo de compressão adiabática do ar puro;
2 – 3: processo de combustão a pressão constante;
3 – 4: processo de expansão adiabática;
4 – 1: processo de rejeição de calor a volume constante.
Hipóteses:
O fluido de trabalho se comporta como gás perfeito.
R e k são constantes ao longo dos processos.
Variações de energia cinética e potencial desprezíveis.
Os processos ocorrem em regime permanente.
A cilindrada do motor pode ser calculada a partir das informações do diâmetro do pistão (76,9 mm), seu curso (113,2
mm) e número de cilindros (8 cilindros). Logo:
𝐷2 7,692
𝑉𝑑 = 𝜋 × × 𝑆 × 𝑁𝑐𝑖𝑙 = 𝜋 × × 11,32 × 8 = 4206,09 𝑐𝑚3
4 4
𝐷2 7,692
𝑉𝑑𝑢 = 𝜋 × ×𝑆 =𝜋× × 11,32 = 525,76 𝑐𝑚3
4 4
𝑉 𝑘−1
( 1)
𝑉2
1 1
𝑃2 𝑉1 𝑘 𝑃2 𝑘 6400 1,4
= ( ) → 𝑅𝐶 = ( ) → 𝑅𝐶 = ( ) = 20,08
𝑃1 𝑉2 𝑃1 96
𝑇2 𝑉1 𝑘−1
=( ) → 𝑇2 = 𝑇1 𝑅𝐶 𝑘−1 = 298 × 20,080,4 = 989,31𝐾
𝑇1 𝑉2
𝑣1 0,8909 𝑚3
𝑣2 = = → 𝑣2 = 0,0444
𝑅𝐶 20,08 𝑘𝑔
𝑘𝑅 1,37 × 0,300 𝑘𝐽
𝐶𝑝 = = = 1,1108
𝑘−1 1,37 − 1 𝑘𝑔. 𝐾
𝑅 0,300 𝑘𝐽
𝐶𝑣 = = = 0,8108
𝑘−1 1,37 − 1 𝑘𝑔. 𝐾
1700
𝑞𝐻 = 𝐶𝑝 (𝑇3 − 𝑇2 ) → 𝑇3 = + 989,31 → 𝑇3 = 2519,73 𝐾
1,1108
𝑅 × 𝑇3 0,300 × 2519,73 𝑚3
𝑣3 = = = 0,1181
𝑃3 6400 𝑘𝑔
𝑊𝑐 4,858
A pressão média efetiva será: 𝑝𝑚𝑐 = = = 1154,88 𝑘𝑃𝑎
𝑉𝑑 4206,09×10−6
A eficiência do ciclo será: 𝜂𝑡ℎ = 𝑊𝑐 ⁄𝑄𝐻 = 4,858⁄(1700 × 4,969 × 10−3 ) × 100% = 57,51%
A potência do ciclo será: 𝑃𝑐̇ = 𝑝𝑚𝑐 × 𝑉𝑑 × (𝑛⁄𝑥 ) = 1154,88 × 4206,09 × 10−6 × (3600⁄60) × (1⁄2) =
145,73 𝑘𝑊
𝑃𝑐̇ = 145,73⁄0,736 = 198,0 𝐶𝑉