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Harun al-Rashid, o califa árabe que inspirou os contos das 1001 noites

Autor: Pedro Gaião 15/06/2021

Indiscutívelmente o maior e mais conhecido califa da Idade Média Islâmica, Harun al-Rashid
(763/6 – 809) sagrou-se na história não apenas pela grandeza do seu reinado real, que
constituiu um verdadeiro zênite do Califado Abássida e o início da chamada Era de Ouro
Islâmica, mas também pelo impacto causado em “As 1001 noites”, a icônica coletânea de
contos populares que imortalizou o califa sunita na cultura popular e sedimentou a memória
mundial do personagem real retratado nela.

Nascido na província persa de Teerã, em meados do século oitavo, Harun – que traduzido do
árabe significa Arão – foi fruto de um relacionado entre al-Mahdi, o terceiro califa dos
Abássidas (r. 775 – 786) e al-Khayzuran, uma ex-escrava árabe do Yemen. Sendo filho mais
novo de uma ex-escrava que constituía uma de várias concubinas de al-Mahdi, a ideia de que
Harun virasse califa parecia uma perspectiva abstrata e distante. Todavia, conforme a teia
política se formava, sua ascensão como governante do Império Islâmico e líder supremo dos
sunitas desembocou em algo rápido e inesperado.

Quando al-Mahdi morreu – numa das narrativas, por comer acidentalmente uma comida
envenenada que uma de suas concubinas preparou para uma rival –, a influente al-Khayzuran
tratou de assegurar a sucessão califal aos seus filhos: primeiramente a Musa al-Hadi, irmão
mais velho de Harun, que passou seu curto reinado combatendo revoltas de gêneros variados.
O reinado de Musa al-Hadi foi encurtado pela própria mãe, causado pela insatisfação
crescente do Califa nas intervenções de al-Khayzuran nos assuntos de governo. O seguinte
episódio de conflito público entre ambos, onde o Califa verbaliza sua consternação com as
tentativas da mãe controlar o governo, é bastante ilustrativo:

"Espere um momento e ouça bem minhas palavras... Se alguém que estiver na minha comitiva
– meus generais ou meus servos – vier até você com uma petição terá sua cabeça cortada fora
e sua propriedade confiscada. Qual é o significado desses séquitos que aparecem na sua porta
todos os dias? Você não tem nenhuma tarefa para te manter ocupada? Um Corão para orar ou
uma residência para se esconder daqueles que te cercam? Vigie-se, e ai de você se abrir a sua
boca em favor de qualquer pessoa.” (MERNISSI, 2003)
Os conflitos foram escalando até o ponto em que al-Hadi tentou envenenar a própria mãe, sem
sucesso. Existem duas narrativas que explicam sua morte prematura: um envenenamento que
causou ulcerações letais ou assassinato pelas mãos de uma escrava-concubina, que sufocou o
califa até a morte com uma almofada. Com exceção de Ibn Khaldun (1332–1406), todos os
escritores medievais – e a própria lógica – indicam que foi a própria al-Khayzuran a tirar a
vida do seu próprio filho; as razões, porém, variam ou se complementam. Além da tentativa
de envenenamento da mãe, al-Hadi teria tentado envenar Harun, seu irmão mais novo, já que
o mesmo deveria sucedê-lo na ocasião de sua morte e al-Hadi provavelmente suspeitava de
uma conspiração da sua mãe – ou da sua mãe e de seu irmão – para despachá-lo. Deste ninho
de conspirações e contra-conspirações que al-Hadi morreu aos 22 anos e foi sucedido por seu
irmão mais novo, que diferentemente de seu antecessor, não fez qualquer objeção às
intervenções da mãe e foi capaz de governar sem maiores problemas.

Desde cedo, Harun recebeu uma vasta formação, sendo educado em história, geografia,
retórica, música, poesia, economia e ensino religioso. Para além de atribuições intelectuais e
confessionais, Harun recebeu treinamento físico e militar que o tornaram um excelente
guerreiro e mujahid (guerreiro religioso muçulmano), dominando esgrima, arquearia,
equitação e estratégia. Quando se tornou Califa, por volta de seus vinte anos e no mesmo dia
em que se tornou pai do seu primeiro filho, Harun era descrito como um jovem alto e de boa
aparência; magro, porém forte; com pele tom de oliva e cabelo ondulado. Na ocasião de sua
ascensão, Harun organizou as orações das sextas-feiras na Grande Mesquita de Bagdá –
capital e centro político-comercial do Império – e foi aclamado lá como Amir al-Mu’minin,
“Comandante dos Fiéis” e líder teocrático de um vasto império.

Existiam motivos para Harun ser aclamado religiosamente para além do habitual formalismo
estatal: antes de se tornar califa Harun já havia guiado diversas campanhas vitorisas contra o
inimigo tradicional e religioso do Califado: o Império Romano Oriental. Enquanto todas as
campanhas anteriores contra a cidade de Constantinopla invariavelmente resultaram em
catástrofes, Harun foi capaz de saquear todo o caminho até os próprios subúrbios do lado
asiástico de Constantinopla, um feito sem quaisquer precedentes desde de que o próprio
Constantino Magno, no século IV, erguera a cidade. Tendo a conquista de Constantinopla um
destino profético no Islamismo, o feito de Harun concedeu a ele um grande prestígio político,
sendo chamado agora de “al-Rashid”, que significa “Bem-Guiado” ou “Ortodoxo”, além de
receber novas atribuições administrativas.
A campanha de 782, responsável pelo saque de parte da Constantinopla Asiática, reuniu uma
quantidade de butim tão imensa que foram necessárias 20 mil mulas para carregar as riquezas
de volta; os bizantinos perderam dezenas de milhares de homens na campanha e a quantidade
de armas, cavalos e bens preciosos que inundaram o Califado causaram um colapso nos
preços: por conta do influxo, o preço de uma espada – item extremamente prestigioso no
Mundo Islâmico – despencou para um dirham e o preço de um cavalo para um dinar bizantino
de ouro.

O impacto causado e iniciado pela campanha de Harun, tanto antes como durante seu
califado, seriam tão fortes que mesmo após a prevalência política dos iconódulas – cristãos
adeptos da veneração de imagens sacras – no Segundo Concílio de Niceia (787), sua própria
causa religiosa entrou numa espiral de decadência até ser deposta por uma nova onda de
cristãos iconoclastas – que se opunham à veneração e ao uso de imagens sacras – fortalecidos
pela percepção geral de que Deus estava punindo os cristãos com o algoz islâmico por conta
da idolatria sancionada pela Igreja. Durante o seu governo, o Império Bizantino – que já
pagava tributos ao Califado – se verá ainda mais onerado e sujeito à condições políticas ainda
mais humilhantes.

No aspecto pessoal, Harun se mostrava uma pessoa bem ativa nos seus deveres religiosos,
tendo feito 5 peregrinações à Meca durante toda a sua vida (muito embora a lei islâmica só
exija uma única peregrinação), todas considerando uma imensa distância entre Meca e Bagdá
(2.820 quilômetros). Apesar da sua vida religiosa, Harun era bastante adepto de prazeres
terrenos, tendo burlado a restrição dogmática sobre casamento, que limitava o número de
esposas a 4, para se casar 6 vezes; como uma espécie de manobra interpretativa, em nenhuma
das seis vezes ele se casou com mais de 4 esposas.

“Noite após noite, Harun e sua corte, acompanhados por estudiosos, poetas, diplomatas,
generais, músicos, juízes, esportistas e os mais recentes favoritos, se reuniam nos palácios
para festejar e devastar as adegas reais, entregando-se ao vinho tinto de Shiraz, enfeitiçado
pelas graciosas moças do harém, que foram eleitas tanto por seus talentos musicais quanto por
sua beleza. Como o poeta Muslimibn Walid escreveu em versos caracteristicamente picantes:

‘O que é esta vida senão amar e se render à embriaguez de vinho e olhos bonitos?’”
(MAROZZI, 2014)
Harun não apenas soube valorizar o grande conhecimento político e administrativo de sua
mãe como apontou ministros competentes, criando uma máquina de Estado eficiente e
administrava de forma esplêndida a justiça, as leis, o comércio e policiamento. Um fato
curioso, ainda, vem do fato dele buscar inspiração em uma figura persa: o rei Dario, o grande,
do antigo Império Medo-Persa. Se as afinidades persas dos Abássidas já estavam
estabelecidas desde a ascensão da dinastia, em certo sentido elas serão consagradas mais
especialmente no governo de Harun, que tentou emular o exemplo de seus grandes líderes.

Graças aos rios de ouro e prata que fluíam nas guerras e nos tributos pagos por inimigos
submissos, o Califado experimentou um ápice econômico já sustentado pelo crescente
comércio suscitado no centro de Bagdá. A capital cresceu demograficamente, tornando-se um
mega-centro das artes, do comércio, da arquitetura e do conhecimento. Não queremos aqui, é
claro, negar que Bagdá era uma cidade em ascensão ainda nos reinados anteriores, mas é
impossível comparar o ritmo de crescimento com aquele visto durante o novo governo. Assim
como é impossível não falar de um dos seus maiores legados: o estabelecimento da bayt al-
Hikma, a lendária “Casa da Sabedoria”, uma enorme biblioteca e centro de estudos que, até
encontrar sua aniquilação completa pela horda sanguinolenta do Império Mongol em
trezentos, foi a maior biblioteca de todo o mundo conhecido; se a Córdoba Islâmica foi por
um grande período a cidade mais populosa e com mais bibliotecas do mundo, Bagdá era uma
concorrente precoce e motivada.

“Ele também liderou um crescente movimento de tradução, que viu algumas das grandes
obras do grego clássico, hindu e persa traduzidas para o árabe, revisadas e em muitos casos
melhoradas e distribuídas por todo o Império Islâmico e além. Enviados abássidas retornaram
de missões a Bizâncio armados com importantes obras de Platão, Aristóteles, Euclides,
Hipócrates, Galeno e outros. Além das coleções literárias monumentais de instituições reais e
oficiais em Bagdá, patrocinadores particulares ricos também construíram vastas bibliotecas
que podem chegar a dezenas de milhares de volumes, fornecendo incentivo adicional para os
tradutores. O conhecimento foi assim transmitido do oeste ao leste, garantindo que
sobrevivesse para retroceder, séculos depois, à civilização ocidental, um enorme serviço
intelectual ao qual ainda devemos muito até hoje. A primeira tradução árabe de Euclides foi
dedicada a Harun.” (Ibid)

Palácios foram construídos e expandidos, mesquitas erguidas e até um mosteiro greco-


ortodoxo foi edificado em Bagdá, como parte de um acordo entre a população cristã de
enclaves rendidos, realocada para a capital. Longe de ser unitariamente sunita, Bagdá – uma
cidade fundada por muçulmanos sunitas a partir do zero – abrigava uma diversidade religiosa,
o que incluía não só cristãos das mais diversas denominações como também os tradicionais
opositores da dinastia e de praticamente todos os potentados sunitas da história: os xiitas.
Embora seja um fato um tanto controverso, a tradição religiosa xiita afirma que Harun teria
encarcerado e envenenado Musa ibn Ja'far, o sétimo imame dos xiitas, em Bagdá, algo que
obviamente não deve ser imediatamente aceito de forma acrítica.

Se, no seu governo, Badgá rivalizava com a própria Constantinopla, mais tarde a ultrapassaria
e se tornaria a maior cidade do mundo antes da Revolução Industrial, com seus 2 milhões de
habitantes ofuscando até mesmo as glórias de Roma (1 milhão de habitantes) e Constantinopla
(0,5 milhão).

“Para Bagdá, o califado de Harun foi o apogeu da glória. ‘Tão grandes foram os esplendores e
riquezas de seu reinado, tal foi sua prosperidade, que este período foi chamado de ‘lua de
mel’”, escreveu Masudi em Pradarias de Ouro. Em uma dessas histórias clássicas destinadas
a mostrar a glória predestinada de um monarca, ele descreve o médico da corte interpretando
um dos sonhos perturbadores do califa Mahdi sobre Harun e seu irmão mais velho, Hadi. Este
último, o médico supostamente teria dito que teria apenas um reinado curto. Em contraste, um
grande futuro aguardava Harun. ‘Seus dias serão os melhores dias e sua era, a melhor das
eras’, preveu ele” (MAROZZI, 2014)

Curiosamente, na segunda metade do seu reino, Harun mudaria a capital do Califado para
Raqqa, na Síria. Localizada no meio do Eufrates, Raqqa seria o centro administrative do seu
reino, por razões que vão desde sua localização geográfica até razões mais pessoais: Harun
detestava Bagdá, ou mais especificamente, seu clima quente. Raqqa era mais fresca e, apesar
de não ser uma cidade tão gigantesca quanto a antiga capital, também tinha lá sua
grandiosidade, consolidada há séculos. A nova capital se encontrava próxima da fronteira
bizantina, permitindo lidar com o rival romano de forma bem conveniente, além de estar no
entreposto logítisco e comunicativo de cidades como Damasco e Bagdá, sem falar de sua terra
fértil e apta para grande produção agrícola. Futuramente, a corte seria realocada para Al-
Rayy, a cidade-capital da influente província de Khorasan, no atual Irã.

“Harun tinha sentimentos confusos em relação a Bagdá. Ouvimos de Tabari que ele se referiu
a ela irritadamente como bukhar, ou sala de vapor, o que não é de surpreender, dado o seu
clima frequentemente selvagem. Houve tentativas de encontrar um local alternativo para uma
capital de verão perto do Tigre em Bazabda, onde uma fortaleza romana existia no distrito de
Bakirda, e um palácio real foi devidamente construído lá, imortalizado no seguinte fragmento:

Bakirda e Bazabda para o verão ou primavera

Em Bakirda e Bazabda, as fontes doces e frescas cantam.

E Bagdá, o que é Bagdá?

Sua poeira é uma merda e seu calor é terrível.” (Ibid)

Um outro aspecto importante sobre o próprio poder do califado vinha do seu alcance
geopolítico: no governo de Harun, os Abássidas estabeleceram embaixadas e firmaram
relações diplomáticas com potentados que iam do Império Franco-Carolíngio de Carlos
Magno até o Império Chinês da dinastia Tang, fato que os registros de ambos os impérios
estabelecem. Com os chineses, os Abássidas sedimentaram uma aliança contra os tibetanos.
Com Carlos Magno, a proteção dos peregrinos cristãos a Terra Santa foi reafirmada, assim
como a manutenção de seus santuários; em alguma medida, a aliança com os francos também
foi útil para contestar a posição do Califado Omíada de Córdoba, que já se sentia livre o
suficiente para usurpar a posição califal dos abássidas e não se contentar mais como um
vassalo nominal da dinastia que usurpou o trono no século passado.

Para a realidade rústica da Europa Católica Romana, que via em Carlos Magno a primeira
figura organizadora dos cacos civilizacionais e culturais do Ocidente, esfarelados no fim do
Império Romano, o contato com o refinado império dos Abássidas pode ter parecido uma
experiência um bocado similar ao dos índios nordestinos com a comitiva portuguesa de
Cabral, em 1500. Carlos, apesar de competente, ainda era soberano de uma nação
fundamentalmente agrária: seus presentes ao califa consistiam em mantos frísios coloridos,
bons cavalos espanhóis e cães de caça de notória qualidade.

Cronistas francos descrevem os muitos presentes enviados pelos embaixadores abássidas à


Carlos Magno: sedas, candelabros de latão, perfumes, bálsamos, um jogo de peças de xadrez
em marfim, uma tenda colossal com muitas cortinas coloridas, um elefante chamado Abul-
Abbas e um relógio d’agua que marcava as horas tombando bolas de bronze em uma tijela e
com cavaleiros mecânicos – um para cada hora do dia – surgindo de portas dentro do
mecanismo do relógio sempre que as bolas caiam, acompanhados de soms que provavelmente
devem lembrar as caixinhas de bailarina dos tempos modernos. Surpresos com o mecanismo
do relógio, os francos pensaram que este operava por algum tipo de magia. Desnecessário
dizer, todos os outros presentes despertaram um grande fascínio entre os observadores
germânicos, levando muitos historiadores a defender que tais inovações revigoraram o próprio
renascimento carolíngio.

Um curioso hábito mantido por Harun, embora não totalmente desconhecido na história das
cortes asiáticas, consistia em, sempre que diplomatas e mensageiros fossem entrar na presença
do Califa em seu palácio, o encontrariam oculto atrás de uma cortina. Nenhum visitante ou
promotor poderia falar antes do califa, nem o interromper ou opô-lo. Todos deveriam dar sua
atenção total ao califa e escolher suas palavras com bastante cuidado. Quando Harun, morreu,
conta-se que o tesouro estatal contava com nove milhões de dirhams, um montante
equivalente a economia de muitos grandes reinos daquele tempo.

“A carreira de Harun foi surpreendente: um turbilhão implacável de derramamento de sangue


e conquista, peregrinação e procriação, ciência e erudição, construção palaciana em Bagdá e
gastos em uma escala imperial que nunca será repetida. Assim como Tamerlão adornou sua
capital, Samarcanda, com os frutos de suas conquistas, Harun esbanjou dinheiro na glória
maior da Cidade da Paz” (MAROZZI, 2014)

Apesar de toda grandeza, Harun iniciou o desmanche do Califado Abássida: o Magrebe e a


Espanha já eram independentes, o Egito se pós em revolta inúmeras vezes por conta de
impostos e má-administração local; o Yemen testemunhou várias revoltas, assim como
Khorasan por ação dos chefes locais. Harrun adoeceu e morreu durante suas campanhas para
submeter rebeldes na Pérsia. Sua escolha de sucessores, que repartiriam o Califado entre si, só
formalizou a fragmentação, uma vez que seus filhos-sucessores foram encarregados de
províncias diferentes do Império, dando-lhes condições plenas de serem independentes uns
dos outros. A morte de Harun foi seguida por um período prolongado de guerra civil, e o
Califado Abássida permaneceria mais como autoridade religiosa sunita do que
necessariamente uma potência estatal a se respeita.

Se existe uma finalização mais adequada para sua biografia, esta deve ser atribuída ao
iluminista inglês Edward Gibbon:
“O monarca mais poderoso e vigoroso de sua raça, ilustre no Ocidente, como o aliado de
Carlos Magno, e familiar aos leitores mais infantis, como o herói perpétuo dos Contos Árabe.
[...] Sua corte foi adornada com luxo e ciência, mas, em um reinado de vinte e três anos,
Harun visitou repetidamente suas províncias de Khorasan e do Egito; nove vezes ele realizou
a peregrinação de Meca; por oito vezes invadiu os territórios dos romanos; e sempre que
recusavam o pagamento do tributo, eram ensinados a compreender que um mês de depredação
custava mais caro do que um ano de submissão.” (KENNEDY, 2004)

Bibliografia:

MERNISSI, Fatima. LAKELAND, Mary Jo. The forgotten queens of Islam. Oxford
University Press, 2003.

MURATORI, Lodovico Antonio. CATALANI, Giuseppe. Annali d’Italia: Dall’anno 601


dell’era volare fino all’anno 840. Monaco, 1742, p. 465.

BOBRICK, Benson. The Caliph's Splendor: Islam and the West in the Golden Age of
Baghdad. Simon & Schuster, 2012.

KENNEDY, Hugh N. When Bagdad ruled the Muslim World: The Rise and Fall of Islam’s
Greatest Dynasty, 2004

MAROZZI, Justin. Baghdad: City of Peace, City of Blood. Penguin Books, 2014)

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