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Janeiro, 2024
“O amor é o eterno fundamento da educação.”
Pestalozzi
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Índice
1. Introdução ............................................................................................................ 4
2. Roteiro ................................................................................................................. 4
4. Bibliografia ......................................................................................................... 18
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1. Introdução
2. Roteiro
Em 1771, em Neuhof, fundou uma escola para 80 crianças pobres, órfãs e oriundas
de países em guerra, tendo implementado métodos educacionais inovadores,
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focando-se na aprendizagem prática e no seu desenvolvimento integral. Apesar do
projeto não ter sido financeiramente sustentável, acreditava que a educação deveria
ser centrada na criança, adaptada às necessidades individuais e enfatizar a conexão
entre a teoria e a prática.
De acordo com (Adorno & Miguel, 2020), Pestalozzi foi influenciado quer pelo
Romantismo quer pelo Iluminismo, tendo fundamentado os seus estudos pedagógicos
nessa vertente. A exemplo disso, o autor suíço valorizou a intuição, exemplificada por
meio da criação e aplicação do método intuitivo. Sob influência do Romantismo,
também vieram à luz a importância da afetividade e das relações de afeto.
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educação. Neste sentido, o amor é encarado como um “amor vidente” (Claro, 2019) –
sendo um amor lúcido que ajuda o outro a crescer e a saber ser.
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Segundo estes autores, é possível afirmar que Pestalozzi foi um pensador que
valorizou sobretudo a essência humana. Estando na base da educação, mais do que
um teórico, colocou em prática a sua ideologia ao longo da sua vida. Criou uma escola
e durante 20 anos de exercício tornou-se um centro de referência de educação na
Europa. Esta instituição funcionava de maneira vanguardista, funcionando como
escola experimental com a particularidade da ausência de aulas e focando-se no
estabelecimento de uma relação afetiva com as crianças, potencializando a sua
aprendizagem. Eram realizadas atividades na natureza, teatro, música – em que o
objetivo era o de estimular a aprendizagem.
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No entanto, a obra que mais se destaca intitula-se “Como Gertrudes ensina os
seus Filhos” de 1801. Neste livro, destaca as suas teorias educacionais e fala da
importância da intuição, da observação e da experiência prática no processo de
aprendizagem. Em 1826, faz uma revisão e ampliação da obra – “Como Gertrudes
ensina os seus Filhos” – um registo de experiência”, apresentando casos práticos de
aplicação dos seus métodos educacionais.
Depois de terminar a Primeira Guerra Mundil, onde foi militar, ficou gravemente
ferido em sequência de um ataque. Em 1920, sem experiência docente e escasso
conhecimento teórico, foi nomeado professor adjunto numa escola rural. Durante este
período participou em estudos, debates e pesquisas, viajou, escreveu artigos e livros
sempre na procura de práticas pedagógicas alternativas.
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In Educação: Pensadores ao longo da história – Célestin Freinet, Escola Superior de Educação do Instituto
Politécnico de Bragança.
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2.2.2. Principais ideias e como influenciam a pedagogia atual
Segundo Claro (2019), devido à sua incapacidade de falar por muito tempo, Freinet
desenvolveu um método prático em que não precisava de se expressar
constantemente. Neste sentido, saía com as crianças da sala de aula para que
pudessem conhecer a vida lá fora e aprender. Esta forma de ensino foi bastante
criticada e não foi aceite na sociedade da época.
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bem. Verifiquei-lhes as virtudes
enveredando prudente e
experimentalmente pelas pistas recém-
sinalizadas” (Freinet, 2004, p. 9).
A par com a sua experiência, percebeu que a escola baseada num currículo de
extrema racionalidade, acaba por fazer o contrário de educar. Na atualidade,
assistimos a uma rigidez curricular que vai ao encontro da ideia defendida por Freinet.
Existem metas definidas e objetivos a cumprir que não dão espaço às crianças para
poderem expressar os seus próprios interesses e motivações. Neste sentido, o legado
deste pensador mantém-se atual e embora tenha desenvolvido a sua teoria há cem
anos, verifica-se uma estagnação a nível curricular que é importante reformar,
atualizar e adaptar aos tempos modernos.
De acordo com a sua perspetiva, Freinet (1974) refere que “em educação, a
revolução é ainda mais lenta e laboriosa do que nas outras técnicas de trabalho; as
pessoas têm tendência em impor às gerações que se lhes seguem os mesmos
métodos que as formaram, ou deformaram. A cultura tradicional continua
obstinadamente baseada num passado caduco e trava as forças inovadoras que
dinamizam o avanço” (p. 6 e 7).
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Materializando as suas ideologias, criou as Bandeiras de Luto – no sentido de
levantar uma crítica à escola tradicional, rejeitando o seu método de funcionamento.
Abaixo a aula; abaixo os manuais escolares e 25 alunos por sala – estes três princípios
fundamentais pretendiam romper com o ensino da época. Atualmente, a questão do
número de alunos por turma tem sido um assunto recorrente dado o elevado número
de alunos atribuídos a um só professor. Para este pensador, quanto mais alunos numa
turma houvesse, pior seria para o professor entender a subjetividade de cada um. A
questão dos manuais ainda hoje se coloca com a limitação que coloca à aprendizagem
dos alunos fora da sala de aula. Para Freinet, seria importante ir para além dos livros
e do espaço físico da sala, no sentido de potenciar a aprendizagem dos alunos da
melhor forma possível.
Outro marco no seu legado foi a criação das Invariantes Pedagógicas – trinta
frases curtas, divididas em três eixos – a natureza da criança; as reações da criança
e técnicas educativas. O seu objetivo foi o de facilitar o papel orientador do/a
educador/a no processo de aprendizagem dos alunos. Segundo (Villela, 2021), “tendo
em mente as invariantes, o professor deve fazer sempre indagações a partir delas
quando achar que não corresponde às expetativas dos seus alunos e das suas
próprias quanto ao seu ofício para usá-las como um termômetro” (p. 18).
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Na pedagogia atual, o legado de Freinet é extenso e conta, essencialmente, com
a criação de ateliers de artesanato, serralheria, desenvolvimento de técnicas de
construção e, mais recentemente, com a criação de ateliers de DIY – “Do It Yourself”
– em que milhões de pessoas em todo o mundo, através de pequenos vídeos
explicativos, podem aprender a fazer de tudo um pouco desde atividades simples do
quotidiano a atividades mais complexas, permitindo desenvolver as suas
capacidades. A imprensa escolar é também um dos legados de Freinet com o
desenvolvimento da escrita. Através dela, Freinet acreditava que seria possível
transformar e criar ideais. Ao contarem o que escreviam, as crianças comunicavam
entre si e corrigiam-se de forma coletiva, permitindo desenvolverem-se
intelectualmente. Atualmente, muitas escolas criam jornais com esse intuito – partilhar
ideias e fomentar conhecimento.
Por fim, destacar a obra “Pela Escola do Povo”, de 1964, refletindo sobre a
educação centrada no aluno, participativa e adaptada à vida quotidiana, defendendo
uma democratização da educação.
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2.3. Maria Montessori
2.3.1. Nota biográfica3
Desde a sua adolescência, Maria mostrou interesse por biologia e decidiu estudar
medicina na Universidade de Roma, mesmo enfrentando a resistência do pai, que
desejava que ela seguisse a carreira de professora. Formada em 10 de julho de 1896,
Maria Montessori tornou-se uma das primeiras mulheres italianas a concluir medicina.
Fugindo do preconceito da sociedade da época, de uma mulher exercer a profissão
de médica, ingressou como assistente na clínica psiquiátrica da Universidade de
Roma.
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In Lar Montessori: A Educação como uma ajuda à vida, Maria Montessori – Biografia
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2.3.2. Principais ideias e como influenciam a pedagogia atual
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Os móveis devem ser acessíveis ao
tamanho da criança: pequenas cadeiras,
mesas, armários e utensílios de cozinha,
ferramentas diversas etc, e leves para
serem mudadas de local pela criança com
facilidade. A sala de aula não é aquela
tradicional: carteiras enfileiradas, crianças
quietas, sentadas imóveis, professora em
posição de destaque na frente da classe,
vigiando os alunos. Ao contrário, as
crianças têm liberdade para se
comunicarem e se movimentarem na sala,
geralmente sentam-se em tapetes no local
que acharem mais adequado” (p. 99).
O/A professor/a deveria observar a criança e auxiliar quando a esta pedia ajuda.
Criava oportunidades para que a criança pudesse fazer as suas escolhas, sendo um
orientador no seu processo de aprendizagem. Esta conceção do papel do/a
educador/a, remete para as Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar no
Sistema de Ensino Português e na forma como este encara o seu papel numa das
suas valências “Criar oportunidades de aprendizagem progressivamente mais
complexas, tendo em conta a observação e avaliação do desenvolvimento e
aprendizagem de cada criança e do grupo no seu todo” (Silva, Marques, Mata, & Rosa,
2016, p. 22).
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que analisava e dirigia o seu próprio caminho, estando no centro do processo de
aprendizagem.
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2.3.3. Principais obras publicadas
Uma das suas principais obras intitulada “Educação para um Mundo Novo”, de
1946, (no pós-guerra) é enaltecido o papel da educação na construção de um mundo
pacífico e sustentável. Por fim, lançada postumamente, “A Formação do Homem”, de
1956, explora a educação para adolescentes e adultos, fornecendo as bases para que
o seu método seja aplicado não só durante a infância, mas ao longo da vida.
3. Reflexão Final
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Defendo que sem relação não há aprendizagem, o meu papel enquanto futura
docente é o de poder proporcionar o melhor ambiente e criar oportunidades para que
os meus alunos aprendam e se desenvolvam enquanto cidadãos e indivíduos –
respeitando as características e personalidades de cada um. O meu principal objetivo
é que um dia se recordem de mim, acima de tudo, pela pessoa que fui e por tudo o
que lhes proporcionei na transmissão de conhecimentos de e para a vida.
4. Bibliografia
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Ministério da Educação/Direção-Geral da Educação (DGE). Obtido em 17 de
novembro de 2023, de
https://www.dge.mec.pt/ocepe/sites/default/files/Orientacoes_Curriculares.pdf
Trabalzini, P. (s.d.). Maria Montessori - Biografia. Obtido de Lar Montessori: A
Educação como uma ajuda à vida: https://larmontessori.com/maria-montessori-
biografia-2/#_edn1
Villela, F. (2021). Freinet e as Invariantes Pedagógicas. Em F. Villela, Freinet e as
Invariantes Pedagógicas (pp. 18-22). Uberlândia: Universidade Federal de
Uberlândia .
Zanatta, B. A. (2005). O método intuitivo e a perceção sensorial como legado de
Pestalozzi para a geografia escolar. Cadernos CEDES, 25(66), pp. 165-184.
doi:10.1590/S0101-2622005000200003
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