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AUDITORIA
Período: Tarde
Semestre: II
RESUMO................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
Objectivos .............................................................................................................................. 2
Geral .................................................................................................................................. 2
Específicos ......................................................................................................................... 2
METODOLOGIA................................................................................................................... 11
CONCLUSÕES....................................................................................................................... 13
A corrupção não é um fenómeno actual. por isso, Fernandes (2009), afirma que desde os anos
setenta, a corrupção tornou-se um tema recorrente dos media e um objecto de debates e de
análises elaborados por investigadores oriundos dos mais variados campos de conhecimento,
dentre outros, a economia, ciências sociais, direito, política. O interesse dos investigadores, dos
jornalistas, bem como dos juízes, advogados ou economistas, explica-se pela dimensão que a
corrupção atingiu na esfera dos negócios públicos e privados. Qualquer cidadão, leitor assíduo
de jornais ou revistas, certamente encontra diariamente uma notícia de escândalo de corrupção.
“A corrupção manifesta-se como um problema para as vidas das gerações atuais e futuras”,
(Bondoso, 2015).
1
Objectivos
Geral
Específicos
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Prates (2014, p.5), “afirma que a palavra corrupção deriva do latim corruptio, com o sentido de
«deterioração», «acto, processo ou efeito de corromper», ou no seu plural corruptus, ou seja,
«algo desfeito em pedaços»”.
De acordo com o dicionário da língua portuguesa, esta palavra pode significar diversas coisas,
entre as quais decomposição física de alguma coisa, modificação das características originais
de algo, adulteração, perversão moral ou uso de meios ilícitos para obter algo.
Por aqui, ficamos já com a ideia concebida que a corrupção é uma alteração propositada curso
natural de algo, através duma acção que cria um caminho anormal para um determinado fim.
1.1.2. Conceito
A corrupção é um fenómeno tão complexo que leva a que existam diversas definições do
mesmo. Assim, mediante selecção criteriosa, a seguir apresentam-se algumas definições e
conceitos de corrupção que julgam-se serem necessárias ao alcance dos objectivos do presente
trabalho.
Em um sentido amplo, corrupção pode ser definida como o ato ou efeito de se corromper,
oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica
outra, (Blume, 2022).
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Já a corrupção política, segundo Calil Simão, citado por (Blume, 2022), consiste no “uso do
poder público para proveito, promoção ou prestígio particular, em benefício de um grupo ou
classe, de forma que constitua violação da lei ou de padrões de elevada conduta moral.
A corrupção pode ser vista como uma violação de regras estabelecidas para obter um ganho
pessoal. Pode estar associada à utilização de poderes públicos, para benefícios pessoais ou à
utilização indevida de um cargo público, para fins que não sejam oficiais à organização,
(Monteiro, 2021).
A corrupção pode ser entendida como a tentativa de enriquecimento ou ganhar poder, fazendo
uso de meios ilegais ou o desvio de poder público para um benefício particular. Pode ainda
consistir em incentivar, com uma determinada vantagem, um agente público ou privado, ao fim
deste trair a sua responsabilidade para com a sua organização (Bondoso, 2015).
Uma das dificuldades de se estudar corrupção diz respeito à sua definição. Esta dificuldade vem
da aparência de que se trata de uma simples questão semântica, em que, na verdade, a maneira
com que se define corrupção também determina o que irá ser modelado e medido, (Miranda,
2018).
A corrupção é o controle abusivo do poder e dos recursos do governo visando tirar proveito
pessoal ou partidário. Tal proveito pode ser na forma de poder ou controle dentro da
organização política ou na forma de apoio político por parte de vários indivíduos, (Key, 1936).
Por sua vez, a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção considera que não é possível
definir a corrupção porque trata-se de um conceito fluído que ganha significados distintos
dependendo do contexto onde é aplicado, da forma como os actos de corrupção podem ser
combatidos e, por fim, dos actores implicados nestes actos.
Perante a dificuldade de chegar a uma definição consensual, a Convenção das Nações Unidas
Contra a Corrupção adoptou um enfoque descritivo. O conceito e a definição abrangem diversas
formas de corrupção como: suborno, o peculato, tráfico de influências, obstrução da justiça,
entre outras. Admite-se que cada Estado possa ter a liberdade de adaptar esta definição em
função dos tipos de corrupção específicos a sua realidade local.
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Morris (1991), defende que a corrupção consiste no uso ilegítimo do poder público em benefício
privado. Todo o uso ilegal ou não ético das actividades governamentais em função de interesses
e benefícios pessoais ou políticos ou simplesmente o uso arbitrário do poder.
“Uma definição simples de corrupção, pode ser o puro abuso de poder público/político, para
fins privados”, (Monteiro, 2021).
Conforme os autores acima citados, pode-se então dizer que a corrupção, é um fenómeno que
consiste em usar indevidadmente um bem público, bem como usar indevidadmente poderes e
competências afetas a um cargo público ou privado para obter um ganho ou benefício que
satisfaça as necessidade individuais de todos intervenientes do processo.
Nem sempre os actos de corrupção se situam a nível do benefício individual, pois, eles podem
aspirar beneficiar familiares e amigos, ou mesmo movimentos sociais, políticos ou culturais. E
é nesta lógica que o Liaca (2005), considera que existem dois tipos de corrupção: a corrupção
dita “egoísta” e que serve apenas interesses individuais e a corrupção dita “solidária” que
beneficia a interesses individuais e colectivos. Esta distinção pode revelar-se ambígua, na
medida em que o egoísmo tanto pode ser grupal como individual.
Kalcheim (2004) citado por Fernandes (2009), classifica a corrupção tendo em conta as regras
sociais e segundo três categorias:
A corrupção preta: significa que uma acção particular é condenada pela maioria da
elite bem como a população em geral e, todos estarem preste a ver os responsáveis
condenados.
A corrupção cinza: indica que alguns elementos, normalmente as elites, podem querer
ver talvez os autores da acção punidos, e outros grupos socioeconómicos não.
A corrupção branca: significa que a elite e os grupos mais populares não apoiam
qualquer tentativa para punir esta forma de corrupção que para eles é aceitável.
O Suborno;
O Nepotismo;
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O peculato;
A extorsão;
O roubo de recursos públicos;
O tráfico de influências;
A formulação de políticas públicas e legislação com o objetivo de beneficiar
interesses privados de políticos ou legisladores;
Corrupção activa
Corrupção passiva
Entre outras.
O Suborno: este, consiste no uso da recompensa escondida para conquistar um ato, ou omiti-
lo, de um funcionário público a seu favor.
O Nepotismo: nepotismo é a concessão de empregos ou favores por vínculo, e não por mérito.
O nepotismo é também uma forma conhecida de corrupção, na qual uma pessoa demonstra
favoritismo para com parentes ou familiares próximos, em detrimento de pessoas,
possivelmente, mais qualificadas para o cargo (Bondoso, 2015).
Existem, contudo, algumas expressões que podem ser utilizadas para descrever diferentes atos
de corrupção, ditos, mais comuns, na esfera pública.
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a uma disposição patrimonial que acarrete, para ela ou para outrem, portanto, é uma tentativa
de enriquecimento, de forma ilegítima, ao constranger outra pessoa, a realizar determinada
tarefa. Ou seja, quando uma pessoa é coagida a pagar dinheiro ou realizar favores, em troca de
uma ação, (Monteiro, 2021).
O tráfico de influências (artigo 366 do código penal), no qual uma pessoa, por si ou por
interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para
terceiro, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, para abusar da sua
influência, real ou suposta, junto de qualquer entidade pública. O tráfico de influências pode
ser realizado em menor ou maior escala, no qual uma pessoa solicita ou aceita, para si ou
terceiros, uma vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a promessa de uma vantagem, de
modo a abusar da sua influência, em determinada entidade pública. É o uso de influências ou
conexões, reais ou supostas, para obter favores, (Monteiro, 2021).
Considera-se corrupção ativa (artigo 358 e 460 do código penal) aquela que, por si ou por
interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, der ou prometer a funcionário, ou a
terceiro por indicação ou com conhecimento daquele, vantagem patrimonial ou não patrimonial,
à prática de um qualquer ato ou omissão contrários aos deveres do cargo, (Monteiro, 2021).
Deste modo, a corrupção ativa é praticada pela pessoa que corrompe.
Considera-se corrupção passiva (artigo 359 e 459 do código penal), quando um funcionário
que por si, ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar,
para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, para a
prática de um qualquer ato ou omissão contrários aos deveres do cargo, ainda que anteriores
àquela solicitação ou aceitação. Desta forma, a corrupção passiva é praticada pela pessoa que
se deixa corromper, (Monteiro, 2021).
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Aquele que oferece a vantagem, é o corruptor (corrupção ativa), é quem corrompe, aquele que
aceita a vantagem, abandonando, dessa forma, os deveres inerentes ao seu cargo, é o corrupto
(corrupção passiva), é quem se deixa corromper. O corrupto tanto pode aceitar esta vantagem,
de forma passiva, como solicitá-la.
No entanto, o objeto final, não é alterado e assim que a vantagem é aceite, o indivíduo está a
incorrer num crime de corrupção, enquanto, simultaneamente, trai os deveres do cargo que está
a ocupar.
Estes tipos de crimes entram na esfera pública, quando um indivíduo, tanto diretamente, como
indiretamente, para seu benefício ou de outros, procura corromper, fazendo uma proposta a um
funcionário público para que esse mesmo funcionário realize determinada ação ou se abstenha
de realizar determinada ação (o que em si já é uma ação), tratando-se tal de um crime de
corrupção ativa, (Monteiro, 2021).
Da mesma forma, quando um funcionário público, aceita ou solicita qualquer tipo de oferta,
para si ou para qualquer outro, de forma a realizar determinada ação ou se abster de realizar
determinada ação, tal trata-se de um crime de corrupção passiva.
Angola tem vindo, nos últimos anos, a reforçar o seu investimento em temas relacionados com
a ética, a integridade, transparência e anti-corrupção, (Camelo, 2022).
A corrupção pode ser vista como algo mais complexo do que a simples tomada de dinheiro
público de forma ilícita, (Monteiro, 2021).
A corrupção em Angola é encorajadora porque não se punem as pessoas que corrompem, nem
as corrompidas, encorajando aquelas ainda não praticantes de tal acto desumano. A corrupção
pode ter uma origem exógena, ou endógena, como resultado da Gestão Negativa, (Santos,
2018).
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activamente, na melhoria do país no Corruption Perception Index, de 142º em 2020 para 136º
em 2021, e cuja nova melhoria se antecipa já no índice de 2022, (Camelo, 2022)
Para além dos seus efeitos, nos últimos meses o combate à corrupção tem sido objecto de
Governação do Presidente da República e o espaço público tem sido mais aberto para debater
questões sobre a temática da corrupção, a boa governação e exercício da cidadania, (Associação
Justiça Paz e Democracia, 2018).
A Legislação angolana sobre a prevenção e combate a corrupção é vasta, pois ela é constituída
por artigos da Constituição da República de Angola, Código Penal, Código do Processo Penal,
Legislação penal avulsa, Legislação processual avulsa, Inspecção-Geral das Finanças,
Contratação Pública, Administração do Estado, Mercado de Capitais, Banco Nacional de
Angola, Ministério Público, Provedoria de Justiça, Tribunais e outros.
O sistema anticorrupção pode ser autónomo ou pode ser incluído num sistema de gestão já
integrado na Organização.
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A edificação de um sistema de gestão anticorrupção por parte de qualquer tipo de organização
(pública, privada, com ou sem fins lucrativos), mormente quando esse sistema se reconheça em
norma internacional que vise o combate a fenómenos de perturbação ou diminuição dos valores
de dimensão eminentemente ética é benéfico para a organização, como é o caso da norma
técnica ISO 37001:2016, (Ferreira, 2021).
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METODOLOGIA
Para Sousa e Baptista (2011), a metodologia de investigação consiste num processo de selecção
da estratégia de pesquisa, que por si só determina a escolha das técnicas de colecta de dados,
que devem ser suficientes para atingir os objectivos.
A metodologia da presente pesquisa está dividida em três ópticas que são: a pesquisa quanto
aos objectivos; a pesquisa quanto a abordagem do problema e a pesquisa quanto aos
procedimentos.
Para Gil (2002) citado por Menezes, et al., (2019), a pesquisa de cunho descritivo é aquela
que busca fazer a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis.
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APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
No dia 10 de fevereiro de 2022, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos declarou durante
um seminário regional sobre o Acompanhamento Acelerado da Implementação da Convenção
das Nações Unidas contra a Corrupção, que decorreu na Cidade do Cabo, África do Sul, que
Angola recuperou 11,5 mil milhões desviados dos cofres do Estado devido a corrupção,
(Mukuta, 2022).
Na ocasião, o Procurador explicou que entre os bens recuperados, estimados em 2,6 mil milhões
de dólares (2,1 mil milhões de euros), estão imóveis habitacionais, escritórios, edifícios,
fábricas, terminais portuários, participações sociais em empresas, entre outros, (Lusa, 2020).
No forum estrangeiro, Hélder Pitta Gróz deu conta igualmente que o Serviço Nacional de
Recuperação de Ativos (SNRA) da Procuradoria Geral da República solicitou às suas
congéneres no exterior do país a apreensão e/ou arresto de bens e dinheiro no valor de 5,4 mil
milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros), nomeadamente na Suíça, Holanda, Luxemburgo,
Portugal, Reino Unido, Singapura, Bermudas, entre outros países.
Em Angola, graças ao sistema de gestão anticorrupção, foi possível recuperar os valores acima
em activos respeitantes a móveis e imóveis, bem como valores monetários.
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CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Blume, B. A., 2022. Corrupção Ativa E Corrupção Passiva: Qual A Diferença?, S.L.: S.N.
Bondoso, A., 2015. O Contributo Do Controlo Interno Para A Prevenção Da Corrupção: Estudo
Dos Municípios Portugueses. Húmus.. [Online]
Available At: Https://Obegef.Pt/Wordpress/?P=19382
[Acedido Em 11 Junho 2023].
Cervo, A. L., Bervian, P. A. & Silva, R. D., 2007. Metodogia Científica. 6ª Ed. São Paulo:
Pearson Education Hall.
Key, V. O., 1936. The Techniques Of Political Graft In The United States: Tese De Ciência
Política. Chicago: S.N.
Lusa, 2020. Corrupção: Angola Recupera Milhares De Milhões De Dólares, Luanda: S.N.
Morris, S., 1991. Corruption And Politics In Contemporary México. Alabama - Tuscalosa: S.N.
Mukuta, C., 2022. Angola Recuperou 11,5 Mil Milhões Desviados Dos Cofres Do Estado,
Luanda: S.N.
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Pedrabase, 2020. Sistema De Gestão Anticorrupção, Lisboa: S.N.
Prates, M., 2014. A Corrupção No Desporto E A Problemática Das Suas Soluções Legislativas,
Porto: S.N.
Todasasrespostas, 2022. Qual É A Diferença Entre Corrupção Ativa E Passiva?, S.L.: S.N.
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