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Escola Secundária Forte da Casa

PTAE | Profissional Técnico de Ação Educativa


Cuidados de saúde primários para crianças e jovens| M3
Nome: ________________________________________________________ Nº.: _________ Data: ___/___/___

CUIDADOS PRIMÁRIOS DE SAÚDE


Em 1978, 134 países e 67 organismos internacionais, reuniram-se em Alma – Ata numa Conferência Internacional onde definiram,
para todos os Países participantes entre os quais se encontrava Portugal, o conceito sobre Cuidados Primários de Saúde, que a
seguir transcrevemos.

“Os cuidados primários de saúde são cuidados essenciais de saúde baseados em métodos e tecnologias práticas, cientificamente
bem fundamentadas e socialmente aceitáveis, colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade, mediante
sua plena participação e a um custo que a comunidade e o país podem manter em cada fase de seu desenvolvimento, no espírito
de autoconfiança e autodeterminação. Fazem parte integrante tanto do sistema de saúde do país, do qual constituem a função
central e o foco principal, quanto ao desenvolvimento social e económico global da comunidade. Representam o primeiro nível de
contacto dos indivíduos, da família e da comunidade com o sistema nacional de saúde pelo qual os cuidados de saúde são
levados o mais proximamente possível aos lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro elemento de um
continuado processo de assistência à saúde”

Para Barbara Starfield, há quatro elementos fundamentais nos Cuidados Primários de Saúde: 1 - Cuidados de primeiro contato
(gatekeepers); 2 – Cuidados longitudinais (ao longo da vida); 3 – Compreensivos (Globais, holísticos); 4 – Coordenação/
Integração (com os restantes níveis de cuidados).

Em Portugal não temos uma definição única e aceite entre todos, mas antes partilhamos um mesmo conceito com base na
declaração de Alma- Ata. Assim podemos, entre outras descrições, dizer que Cuidados Primários de Saúde são o primeiro
contacto dos indivíduos com serviços de saúde assegurando cuidados essenciais e o aconselhamento na resolução dos seus
problemas, com disponibilidade e de forma personalizada – abrangem a prevenção primária, secundária e terciária. Ou seja, a
educação para a saúde e a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento e ainda a reabilitação.

Se tivermos em conta o conceito e as características definidos na Conferência Internacional dos Cuidados de Saúde Primários de
Alma-Ata (1978), podemos dizer que, em Portugal, os cuidados de saúde primários têm uma história de trinta anos. De facto, na
história da organização dos serviços de saúde em Portugal é possível descrever um desenvolvimento dos cuidados de saúde
primários com quatro fases relativamente bem delimitadas:
• Uma primeira fase, desde 1971 até ao período revolucionário de 1974-1975;
• A fase do serviço médico à periferia, de 1975 a 1982;
• A fase dos centros de saúde integrados, desde 1983, e de expansão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), criado em 1979;
• A fase atual, de transição.

A partir de 1971 foram criados os primeiros centros de saúde — os centros de saúde de primeira geração, associados ao que
então se entendia por saúde pública —, incluindo atividades como a vacinação, vigilância de saúde da mulher, da grávida e da
criança, saúde escolar e ambiental, entre outras. Estes centros de saúde tinham um perfil de atuação prioritariamente ligado à
prevenção e ao acompanhamento de alguns grupos de risco. O tratamento da doença aguda e, de uma forma genérica, os
cuidados ditos curativos ocupavam um espaço diminuto no conjunto das suas atividades. Os cuidados curativos extra hospitalares
eram prestados predominantemente nos postos clínicos dos Serviços Médico-Sociais das caixas de previdência.
A «segunda geração» de centros de saúde teve início em 1983, após a criação do SNS e da nova carreira médica de clínica geral.
Integrou os primeiros centros de saúde com os numerosos postos dos ex-SMS («caixas») e tem perdurado até ao momento
presente. Este processo de fusão conduziu a uma maior racionalidade formal, mas não resultou numa melhoria naquilo que eram
as principais virtudes dos componentes integrados — acessibilidade a consultas e a visitas domiciliárias, por um lado, e, por outro,
a programação de atividades com objetivos de saúde.
Esta segunda geração de centros de saúde herdou das anteriores estruturas todos os recursos e património físico e humano e
duas culturas organizacionais distintas. O único elemento novo introduzido neste modelo foi a carreira médica de clínica geral.
Em 1999 foi publicada a legislação sobre os «centros de saúde de terceira geração» com o intuito de promover a descentralização
dos serviços de saúde e uma maior autonomia e verdadeira cooperação entre os profissionais.
Após a leitura atenta do texto responda às seguintes questões:

1. Explique por palavras suas, o que entende por cuidados primários de saúde.

2. Refira, quando foi definido o conceito de cuidados primários de saúde.

3. Enuncie as atividades inseridas nos cuidados primários de saúde.

4. Explique a importância destes cuidados serem “colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da comunidade”.

5. Refira a especialidade médica dos médicos de família.

6. Reflita sobre a importância do médico de família.

7. Distinga centros de saúde de primeira geração dos centros de saúde de segunda geração.

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