Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PSICOLOGIA HOSPITALAR
PROFESSORA THAMARA CASTRO
São Paulo
Outubro / 2023
Psicologia Clínica no Pronto-Socorro Infantil
N. S., um menino de dois anos deu entrada no PSI com dor abdominal,
manchas vermelhas pelo corpo, febre e inflamação nos testículos e inchaço nas
pernas e nos pés. Já estava há um dia em observação quando foi solicitado à
psicóloga estagiaria que atendesse a criança e a mãe. Logo ao entrar no quarto a
estagiaria observou que, enquanto desenhava com lápis e papel, a criança gritava
com a mãe e a ameaçava caso não lhe desse outro papel. A estagiaria interviu,
dizendo à criança que tinha papel e que podiam brincar juntas. A criança sorriu de
pronto e aceitou brincar, e assim a estagiária ficou para observá-la. Durante a
atividade notava-se que a criança respondia agressivamente sua mãe e era hostil,
com ameaças. A criança desconhecia o que acontecia ali. A enfermeira levou uma
ampola contendo medicação e solicitou à mãe que administrasse ao filho. O
menino ameaçou cuspir na mãe. Nesse momento, a psicóloga estagiária pediu à
mãe que saísse para descansar e tomar um café. Ela continuou a brincar de
médico com a criança, adicionando água a uma ampola de injeção e demonstrando
que ele poderia brincar com aquilo. A criança aprendeu a operar a ampola,
bebendo água dela. Nesse momento, a mãe retornou e presenciou a brincadeira. A
mãe foi orientada pela psicóloga estagiária a pegar a ampola que a enfermeira
havia trazido com a medicação e oferecer ao filho, enquanto tranquilizava a criança
dizendo que aquele líquido rosa era um remedinho para dor de barriga e tinha
gosto de gelatina. A criança aceitou o medicamento sem resistências. Em seguida,
enquanto brincam de médico com a maleta, brincadeira que despertou o interesse
da criança, a enfermeira foi buscá-la para realizar um raio x. A mãe foi orientada a
aguardar enquanto a psicóloga estagiária acompanhou a criança. Pelo caminho, a
estagiária foi dizendo ao menino que iriam tirar uma foto da sua barriga para ver o
que tinha por dentro, que o exame não doía e era preciso que ela ficasse quieto
um pouco. O exame ocorreu sem problemas e a criança retornou ao leito. Foi
diagnosticado Púrpura, doença autoimune que, como outras doenças autoimunes,
pode sofrer interferência de fatores emocionais. A mãe foi orientada a fazer
acompanhamento ambulatorial e, devido as reações emocionais do menino, foi
indicado acompanhamento psicológico na clinica escola.
Qual a importância do Psicólogo Hospitalar neste caso clínico?
Contribuiu positivamente para o bom andamento do atendimento ao paciente,
facilitando o tratamento e o manejo junto à mãe da criança e à equipe médica,
favorecendo, assim, a realização dos procedimentos, a definição do diagnóstico e a
alta hospitalar.