Você está na página 1de 22

jusbrasil.com.

br
1 de Agosto de 2023

O Amparo Legal a Psicanalise e


aos Psicanalistas no Brasil
Resposta à matéria “Psicanálise não pode ser exercida
como profissão no Brasil”
Publicado por Sociedade Psicanalítica Miesperanza
Data de publicação: 14/12/2015, 19:18:28
Atualizado em: 17/03/2022, 18:04:39

Na verdade, a atividade de Psicanalista não é considerada pro-


fissão, e sim, ocupação. Aliás, isto já foi estabelecido através da
Portaria nº 397, de 09/10/2002, do Ministério do Trabalho e
Emprego do Brasil, editada pelo Ministro Paulo Jobim Filho, vi-
gente até hoje, que aprovou a CBO – Classificação Brasileira de
Ocupações, determinando um código específico para identificar
e classificar as diversas atividades de trabalho em todas as
áreas, e dentre essas, encontra-se classificada a atividade de
Psicanalista/analista com o código 2515-50.

De início, julgo de bom alvitre, definir os significados de profis-


são e ocupação. A profissão é uma atividade de trabalho norma-
tizada, isto é, sujeita a normas definidas por Leis aprovadas pelo
Congresso Nacional, e com regulamentação própria de direitos e
garantias, tais como tais como piso salarial, jornada de trabalho,
adicionais, promoções de nível, etc. “ A noção de profissão ge-
ralmente está associada à ideia de emprego, à estabilidade, pre-
visibilidade e certeza”. (ALBORNOZ, 1988, p.96).

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma FAÇA CADASTRE-

conta. LOGIN
ou
SE

Ocupação é o trabalho usual de uma pessoa, especialmente
aquela que provê seus meios de sustentação. Com relação a isto,
Woleck assim escreveu no seu dicionário: “A ocupação de uma
pessoa é o trabalho desenvolvido por ela, independentemente
da indústria em que esse trabalho é realizado e do Status que o
emprego confere ao indivíduo” (DICIONÁRIO DE CIÊNCIAS
SOCIAIS: 1986 p.829 apud WOLECK, s/d, p.14). Bohoslavsky
(1991, p.55).

Enfim, os conceitos de profissão e de ocupação são muito próxi-


mos, e na prática, ambas têm fatos em comum. Veja-se, por
exemplo, que enquanto as profissões obedecem a normatizações
e regulamentações, as ocupações também obedecem a princí-
pios e normas do Ministério do Trabalho e Emprego e de outros
diplomas legais que as reconhece, codifica os seus títulos e des-
creve as características de suas atividades no mercado de traba-
lho brasileiro. Os estudiosos de pesquisa científica sabem que
até o início da Idade Moderna, o entendimento que se tinha de
profissão e trabalho era diferente do entendimento que se tinha
de ocupação. Atualmente, o conceito de ocupação está associado
ao exercício de uma atividade de trabalho, de emprego e renda.

CONTESTAÇÃO À FALA DO DESEMBARGA‐


DOR LUCIANO TOLENTINO AMARAL
Antes de mais nada, é preciso que se deixe bem claro, o comen-
tário da dra. Sandra Dias (psicanalista da SPM e advogada), de
que a decisão do Desembargador Luciano Tolentino Amaral,
tem efeito “inter-partes”, ou seja, que a mesma somente tem va-
lor para o autor e réu. As controvérsias entre a SPOB, o Conse-
lho de Psicologia e a justiça são antigas, há muitos processos e
uma série de decisões dessa ordem. Mas, a decisão do Tribu-
nal foi clara e direcionada a SPOB e aos psicanalistas
formados na SPOB.
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Veja o que diz o texto: “A 7.ª Turma do Tribunal chegou ao en-
tendimento unânime após julgar apelação da instituição con-
tra sentença que julgou improcedente o seu pedido
para declarar seu direito a ministrar cursos, realizar
debates, seminários, conferências sobre psicanálise e
praticá-la em termos profissionais em todo o territó-
rio nacional”. Em outras palavras, A SPOB há muitos anos
vem pleiteando o direito de ser a ÚNICA instituição autorizada
a ministrar a psicanalise no Brasil. As suas conferências e a
formação psicanalítica tem dado lugar a muitos debates, dis-
cussões e preocupações há muitos anos.

Feitos estes esclarecimentos acima, quero agora tecer minha ve-


emente crítica e contestação não à decisão do desembargador
federal Luciano Tolentino Amaral, do TRF da 1.ª Região, mas à
sua fala, quando ele afirma que a psicanálise “... é uma especia-
lidade da área da psicologia”, e continua afirmando “... con-
forme prevê a Lei nº 4.119/62”. São estas declarações do de-
sembargador que quero aqui contestar e criticar veemente-
mente. E posso faze-lo ex-cátedra, pois, sou psicanalista desde
1984, exerço a Psicanálise na clínica diuturnamente desde a
mesma época, sou pesquisador da Psicanálise e professor de
Psicanálise em cursos de formação, de graduações e de pós-gra-
duações em diversas instituições. Como se pode ver, conheço a
ciência-arte de Freud profundamente.

Sempre que necessitamos discutir uma determinada questão,


seja ela qual for, e, sobretudo, quando temos de afirmar um po-
sicionamento sobre essa questão, é imprescindível que tenha-
mos conhecimento de causa sobre isso. E ter conhecimento
de causa é ter ciência da história e dos princípios das coisas e
das causas, conforme ensina a metafísica de Aristóteles. E não
foi isto que restou demonstrado nas infelizes declarações do se-
nhor desembargador.
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Data vênia, sua excelência demonstrou profunda ignorância so-
bre a história da Psicanálise e, associado a isto, demonstrou
também enorme incompetência no que tange à prática da her-
menêutica jurídica, pois, a sua interpretação da Lei nº 4.119/62
foi infeliz e engenhosa, constituiu, aliás, uma afronta à própria
lei.

Li detidamente a referida Lei, que regulamentou a profissão de


psicólogo e não encontrei no seu texto parte alguma definindo a
psicanálise como uma especialidade ou função da psicologia. De
igual modo, também li a Lei nº 5.766/71, que criou o Conselho
Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia e definiu as fun-
ções de normatização e de regulação da atividade profissional
destes conselhos, e esta lei, por seu turno, também não faz qual-
quer menção à psicanálise como sendo uma especialidade ou
campo da psicologia.

Mas, afinal o que diz essa lei? A Lei nº 4.119/62, dispõe sobre os
cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de
Psicólogo, e no seu Art. 13 define as competências dos formados
e suas funções privativas, conforme vemos a seguir:

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
Art. 13 - Ao portador do diploma de psicólogo é confe-
rido o direito de ensinar Psicologia nos vários cursos de
que trata esta lei, observadas as exigências legais espe-
cíficas, e a exercer a profissão de Psicólogo.

§ 1º- Constitui função privativa do Psicólogo a utiliza-


ção de métodos e técnicas psicológicas com os seguintes
objetivos:

a) diagnóstico psicológico;

b) orientação e seleção profissional;

c) orientação psicopedagógica;

d) solução de problemas de ajustamento.

§ 2º- É da competência do Psicólogo a colaboração em


assuntos psicológicos ligados a outras ciências.

Como podemos ver, as declarações do desembargador em pauta


não encontram fulcro ou apoio na lei que ele citou no processo
por ele relatado, que resultou na sentença exarada pela 7ª
Turma do TRF, contra aquela instituição apelante, divulgada
pela internet. Aquela sociedade psicanalítica objeto da sentença,
por suas condutas absurdas, antiéticas e criminosas, mereceu
ser banida do cenário psicanalítico brasileiro. Agora dizer que a
psicanálise é uma especialidade da área da psicologia é revelar
total e absurda ignorância acerca da história da ciência de
Freud, é fazer uma exegese cega e imprudente da lei, somente
interessante a algumas instituições nacionais e outras internaci-
onais imbuídas de intensões feudais e monopolizadoras sobre a
psicanálise, cujas instituições causariam grande decepção ao pai
da Psicanálise, se fosse vivo hoje.
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Considero ser oportuno lembrar aqui que Freud, o criador e pai
da Psicanálise, era médico, mas ele não condicionou a Psicaná-
lise somente privativa de médicos ou de psicólogos. Se tivesse
que ser assim, Anna Freud não teria sido aceita como membro
da Sociedade Psicanalítica de Viena em 1922, e eleita diretora
do Instituto Psicanalítica daquela Sociedade em 1925. Anna
Freud não era médica nem psicóloga. Em 1927, Melanie Klein
foi aceita como membro da Sociedade Britânica de Psicanálise.
Melanie Klein não era médica nem psicóloga. Contudo, Anna
Freud e Melanie Klein se tornaram figuras expoentes da Psica-
nálise em razão de suas teorias e estudos na área de Psicanálise
Infantil, cujos estudos e teorias constituem importantíssimas
referencias até hoje. Portanto, a Psicanálise nasceu para ser
uma profissão livre e laica, e não para ser feudo ou monopólio
de ninguém nem de conselho algum. E, se algum dia isso vier
acontecer, a partir daí a Psicanálise poderá ser qualquer coisa,
menos Psicanálise.

Vejamos a seguir legislações e Pareceres que amparam a Psica-


nálise e a classificam como uma profissão ou uma ocupação
independente:

1. A PRÁTICA DA PSICANÁLISE COMO PRO‐


FISSÃO LIVRE E SUA FORMAÇÃO NO BRASIL
A Constituição Federal, em seu art. 153, § 23, dispõe: "É livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, ob-
servadas as condições de capacidade que a lei
estabelecer.".

Liberdade de Trabalho:

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
“Direito consagrado (§ 23º do artigo 153 da Constitui-
ção de 1969) razão pela qual, não consta da nova Cons-
tituição, no texto, introdução ou novidade do exercício
de qualquer trabalho, ofício ou profissão.

O vigente texto constitucional demonstra de maneira


clara e incontestável a liberdade de qualquer trabalho,
ofício ou profissão, e veda o Poder Público de criar nor-
mas ou estabelecer critérios que sirvam de entraves ao
exercício de qualquer profissão, função ou ofício esta-
belecidos com fins lícitos. O texto corresponde ao grupo
das regras de eficácia contida, permitindo, assim, que
lei infraconstitucional venha condicioná-la, criando re-
quisitos e qualificações para o exercício de determi-
nada profissão. Artigo 5º inciso XIII da Constituição
Federal” (Dr. Francisco Bruno Neto São Paulo, SP Ad-
vogado, Professor Universitário, Assessor
Parlamentar).

2. AMPARO LEGAL À PSICANÁLISE


Jurisprudências

No Brasil e no mundo, a Psicanálise é exercida livremente (não


é regulamentada), contudo sob critérios éticos bastante rígidos.
No nosso caso, no Brasil, seu exercício se dá de acordo com o ar-
tigo 5. º, incisos II e XIII da Constituição Federal.

Sobre a legalidade da prática profissional psicanalítica, veja-se o


Parecer do Conselho Federal de Medicina, Processo Consulta
4.048/97 de 11/02/98. Veja-se também o Parecer 309/88 da
Coordenadoria de Identificação Profissional do Ministério do
Trabalho, o Parecer n.º 59/2000 do Ministério Público Federal
e da Procuradoria da República, do Distrito Federal,
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Com base no CBO nº. 2515-50 (classificação Brasileira de Ocu-
pação) do Ministério do Trabalho, a ocupação psicanalítica não
é uma especialização, é uma formação que segue princípios,
processos e procedimentos definidos pelas instituições forma-
dores (Sociedades), podendo o psicanalista ter diferentes forma-
ções em nível de 3º grau ou graduação compatível em diferentes
áreas de atuação como engenheiros, médicos, filósofos, psicólo-
gos, teólogos etc.).

3. ATIVIDADE DE PSICANALISTA NÃO É EX‐


CLUSIVA DE MÉDICO
Parecer do Conselho Federal de Medicina,

Processo Consulta 4.048/97 de 11/02/1998

Ementa:

A atividade exclusiva de psicanálise não caracteriza exercício da


medicina. A titulação médico-psicanalista não tem amparo le-
gal, não sendo portanto permitido a sua utilização.

O consulente solicita resposta oficial deste Egrégio Conselho Fe-


deral de Medicina acerca da atividade de psicanalista, pontu-
ando questões das quais adianta saber as respostas, mas as de-
seja receber de forma oficial.

O interessado anexa informações objetivas e clara a respeito de


assunto, fazendo-nos entender que domina ampla e profunda-
mente a matéria para a qual, no entanto, solicita a nossa
posição.

A parte interessada aguarda o pronunciamento deste Conselho,


pelo que passamos a nos manifestar sobre a atividade
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
psicanalítica. ou 
CONSULTA - A atividade de psicanalista é exclusiva de
médico ou de psicólogos? Não ou sim e porquê?
Resposta:

Não. A atividade psicanalítica é independente de cursos regu-


lares acadêmicos, sendo os seus profissionais formados pelas
sociedades psicanalíticas e analistas didatas. Apesar de man-
ter interfaces com várias profissões pela utilização de conheci-
mento científico e filosófico comuns a diversas áreas do conhe-
cimento, não se limita a especialidades de nenhum delas, cons-
tituindo-se em uma atividade autônoma e independente.

Existem Conselhos (Federais ou Regionais de


psicanálise)Não ou sim e por quê? Resposta:

Não. Os Conselhos são autarquias federais criadas por lei, com


as atribuições de supervisionar eticamente, disciplinar e julgar
os atos inerentes e exclusivos das profissões liberais de forma-
ção acadêmica reconhecidaoficialmente no país; estando a ativi-
dade psicanalítica à parte destaconceituação. Não se lhe aplica a
vinculação a Conselhos.

Um médico ou um psicólogo que também seja psicana-


lista está exercendo a medicina ou a psicologia ao
atuar exclusivamente como psicanalista? Não ou sim
e por quê? Resposta:

Não. Não sendo a psicanálise reconhecida como especialidade


médica e não utilizando a sua prática atos médicos são cabí-
veis a sua caracterização como exercício da medicina e, tam-
pouco, pode o médico intitular-se médico psicanalista.

Este é o parecer, S. M. J

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta. Brasília, 16 de novembro de 1997 ou 
Rubens dos Santos Silva

Cons. Relator. Parecer aprovado: Sessão Plenária


11/02/97

4. ATIVIDADE DE PSICANALISTA NÃO É EX‐


CLUSIVA DE PSICÓLOGO
Conselho Regional de Psicologia – SP São Paulo, 30 de Junho
de 2000

Carta C.º 39/00

Conselho Federal de Psicologia

Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo - 6ª


Região

Rua Arruda Alvim, 89, Jardim América

Cep 054100-020, São Paulo, SP

Prezado Senhor,

Em resposta a sua solicitação, informamos que:

A Psicanálise é uma modalidade de atendimento terapêutico,


que é exercida por profissionais psicólogos, psiquiatras e outros
que recebem formação específica das Sociedades de Psicanálise
ou cursos de especialização neste sentido.

Como atividade autônoma não é profissão regulamentada. O


Conselho Regional de Psicologia tem competência para fiscali-
zar o exercício profissional do psicólogo, incluindo-se no caso a
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta. prática da psicanálise.
ou 
Se o profissional que se diz psicanalista não é psicólogo regis-
trado no CRP-SP não temos competência para exercer a fiscali-
zação. Caberia no caso, investigar junto ao CRM ou mesmo
junto à Sociedade de Psicanálise, qual o vínculo ou a formação
do profissional referido.

Sendo o que havia para o momento, subscrevemo-nos.

Atenciosamente,

Comissão de Orientação.

5. Questões relativas ao exercício profissional


da Psicanálise
PARECER CREMERJ Nº 84/00, Afirma que a Psicanálise é
uma atividade assistencial que não e privativa de uma determi-
nada profissão. Sua prática deve se orientar pelas determina-
ções das diversas instituições responsáveis pela formação psica-
nalítica dos postulantes que a elas se filiarem. Recomenda que a
Psicanálise não deva ser regulamentada pelo poder público, dei-
xando às diferentes sociedades ou associações o papel de esta-
belecer os critérios que considerem adequadas para o exercício
da atividade. Na verdade, o Parecer CREMERJ no. 84/00, trata-
se de uma consulta solicitada por vários indagando sobre o posi-
cionamento do CREMERJ a respeito do exercício profissional
da Psicanálise. CREMERJ - CONSELHO REGIONAL DE
MEDICINA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

6. PORTARIA Nº 397, DE 09 DE OUTUBRO


DE 2002
Aprova a Classificação Brasileira de Ocupações -
CBO/2002, para uso em todo território nacional e au-
Evite interrupções
toriza durante
a suasuapublicação.
pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no
uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único
do art. 87 da Constituição Federal, resolve:

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
Art. 1º - Aprovar a Classificação Brasileira de Ocupa-
ções - CBO, versão 2002, para uso em todo o território
nacional.

Art. 2º - Determinar que os títulos e códigos constantes


na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO/2002,
sejam adotados;

I. Nas atividades de registro, inscrição, colocação e ou-


tras desenvolvidas pelo Sistema Nacional de Emprego
(SINE);

II. Na Relação anual de Informações Sociais - (RAIS);

III. Nas relações dos empregados admitidos e desliga-


dos - CAGED, de que trata a Lei Nº 4923, de 23 de de-
zembro de 1965;

IV. Na autorização de trabalho para mão-de-obra


estrangeira;

V. No preenchimento do comunicado de dispensa para


requerimento do benefício Seguro Desemprego (CD);

VI. No preenchimento da Carteira de Trabalho e Previ-


dência Social - CTPS no campo relativo ao contrato de
trabalho;

VII. Nas atividades e programas do Ministério do Tra-


balho e Emprego, quando for o caso;

Art. 3º - O Departamento de Emprego e Salário -DES


da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego deste
Ministério baixará as normas necessárias à regula-
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
mentação da utilização da Classificação Brasileira de
Ocupações (CBO).

Parágrafo único. Caberá à Coordenação de Identifica-


ção e Registro Profissional, por intermédio da Divisão
da Classificação Brasileira de Ocupações, atualizar a
Classificação Brasileira de Ocupações - CBO proce-
dendo às revisões técnicas necessárias com base na ex-
periência de seu uso.

Art. 4º - Os efeitos de uniformização pretendida pela


Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) são de or-
dem administrativa e não se estendem às relações de
emprego, não havendo obrigações decorrentes da mu-
dança da nomenclatura do cargo exercido pelo
empregado.

Art. 5º - Autorizar a publicação da Classificação Brasi-


leira de Ocupação - CBO, determinando que o uso da
nova nomenclatura nos documentos oficiais a que alu-
dem os itens I, II, III e V, do artigo 2º, será obrigatória
a partir de janeiro de 2003.

Art. 6º - Fica revogada a Portaria nº 1.334, de 21 de


dezembro de 1994.

Art. 7º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua


publicação.

PAULO JOBIM FILHO

Ministro de Estado do Trabalho e Emprego

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
7. VEJA AQUI QUAIS SÃO AS ÁREAS DE
COMPETÊNCIA DA PSICANÁLISE
De acordo com o CBO (Classificação Brasileira de Ocupações)
número: 2515-50 do MINISTÉRIO DO TRABALHO E EM-
PREGO, é da competência do profissional Psicanalista:

• Avaliar comportamentos individual, grupal e


instrumental.

TRIAR casos, entrevistar pessoas, levantar dados pertinentes,


observar pessoas e situações e problemas, escolher o instru-
mento de avaliação, aplicar instrumento de avaliação, sistemati-
zar informações, elaborar diagnósticos, elaborar pareceres, lau-
dos e perícias, responder a quesitos técnicos judiciais, devolver
resultados (devolutiva).

•Analisar, tratar indivíduos, grupos e instituições.

Propiciar espaço para acolhimento de vivências emocionais, ofe-


recer suporte emocional, tornar consciente e inconsciente, pro-
piciar a criação de vínculos paciente-terapeuta, interpretar con-
flitos e questões, promover o desenvolvimento das relações in-
terpessoais, promover desenvolvimento da percepção interna,
mediar grupos, família e instituições para solução de conflitos,
dar aula.

• Orientar indivíduos, grupos e instituições.

Propor alternativas para solução de problemas, informar sobre


o desenvolvimento do psiquismo humano, aconselhar pessoas,
grupos e famílias, orientar grupos profissionais, orientar grupos
específicos (pais, adolescentes, etc., assessorar instituições.)

Evite interrupções durante sua pesquisa.


• Acompanhar Faça logingrupos
indivíduos, ou crie uma
e instituições.ou
conta. 
Acompanhar impactos em intervenções, acompanhar o desen-
volvimento e a evolução do caso, acompanhar o desenvolvi-
mento de profissionais sem formação e especialização acompa-
nhar resultados de projetos, particular de audiências.

• Educar indivíduos, grupos e instituições.

Estudar caso em grupo, apresentarem estudos de caso, minis-


trar aulas, supervisionar profissionais da área e de áreas afins,
realizar trabalhar para desenvolvimento de competência e habi-
lidades profissionais, formar psicanalistas, desenvolver cursos
para grupos específicos, confeccionar manual educativo, desen-
volvimento de aspectos cognitivos, acompanhar resultados de
curas, treinamento.

• Desenvolver pesquisas experimentais, teóricos e


clínicas.

Investigar o psiquismo humano, investigar o comportamento


individual e grupal e institucional, definir o problema e objeti-
vos, pesquisar bibliografias, definir metodologia de ação, esta-
belecer parâmetros de pesquisas, construir instrumentos de
pesquisas, coletar dados, organizar dados, copiar dados, fazer
leitura de dados, integrar produtos de estudos de caso.

• Coordenar equipes de atividade de áreas afins.

Planejar as atividades da equipe, programar atividades gerais,


programar atividades da equipe, distribuir tarefas a equipe, tra-
balhar a dinâmica da equipe, monitorar atividades das equipes,
preparar reuniões, coordenar reuniões, coordenar grupos de es-
tudos, organizar eventos, avaliar propostas e projetos, avaliar e
executar as ações.

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
• Participar de atividades para consenso e divulgação
profissional.

Participar de palestras, debates, entrevistas, seminários, simpó-


sio, participar de reuniões científicas (Congressos, etc.), publi-
car artigos, ensaios de livros científicos, participar de comissões
técnicas, participar de conselhos municipais, estaduais e fede-
rais, participar de entidades de classe, participar de evento
junto aos meios de comunicação, divulgar práticas do psicólogo
e do psicanalista, fornecer subsídios ás estratégicas organizacio-
nais, fornecer subsídios á formação de políticas organizacionais,
buscar parceiras, ética e organizacional.

• Realizar tarefas administrativas

Redigir pareceres, redigir relatório, agenciar atendimentos, re-


ceber pessoas, organizar prontuários, criar cadastros, redigir
ofícios, memorandos e despachos, compor reuniões administra-
tivas técnicas, fazer levantamento estático, comprar material
técnico, prestar contas.

•Demonstrar competências pessoais

Manter sigilo, cultivar a ética, demonstrar ciência sobre o có-


digo de ética profissional, demonstrar ciência sobre a legislação
pertinente, demonstrar bom senso, respeitar os limites de atua-
ção, demonstrar continência (acolhedor), demonstrar interesse
pela pessoa, ser humano, ouvir ativamente (saber ouvir), man-
ter atualizado contornar situações adversas, respeitar valores e
crenças dos clientes, demonstrar capacidade de observação, de-
monstrar habilidade de questionar, amar a verdade, demonstrar
autonomia de pensamento, demonstrar espírito crítico, respei-
tar os limites do cliente e tomar decisões em situação de
pressão.
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Descrição Sumária

Estudam, pesquisam e avaliam o desenvolvimento emocional e


os processos mentais e sociais de indivíduos, grupos e institui-
ções, com a finalidade de análise, tratamento, orientação e edu-
cação; diagnosticam e avaliam os distúrbios emocionais e men-
tais e de adaptação social elucidando conflitos e questões e
acompanhamento o paciente durante o processo de tratamento
ou cura; investigam os fatores inconscientes; desenvolvem pes-
quisas experimentais, teóricas e clínicas que coordenam equipes
e atividades de áreas afins.

CONCLUSÃO
Esta é a realidade legal da Psicanálise e dos psicanalistas no
Brasil. Muito embora a Psicanálise não seja uma profissão regu-
lamentada (e não tem necessidade de ser), no entanto tem
amparo legal suficiente para atuar e para ser exercida como uma
ocupação de elite. Tem uma relação de compatibilidade lógica
com as ciências e uma epistemologia científica e histórica muito
bem estruturada e reconhecida internacionalmente, ao longo
dos seus 125 anos de existência, sempre de forma laica e livre.

Fiz questão de transcrever aqui textos de legislações vigentes, de


Portarias, de Pareceres do Conselho Federal de Medicina, do
Conselho Federal de Psicologia e da CBO do Ministério do Tra-
balho, determinando as áreas de competência próprias da ocu-
pação profissional do Psicanalista. E o fiz com o objetivo de tirar
as dúvidas dos psicanalistas de nossa sociedade e de qualquer
outra sociedade que porventura se sintam inseguros diante da
notícia espetaculosa da internet sob a manchete “Psicanálise
não pode ser exercida como profissão no Brasil” e das
declarações engenhosas do desembargador Luciano Tolentino
Amaral, expressões que soam como o estrugir de um atentado
terrorista
Evite interrupções contra
durante os direitos
sua pesquisa. dos ou
Faça login profissionais
crie uma sérios e dignos que
conta.
ou 
exercem a Psicanálise no Brasil.
Fecho este meu artigo recomendando não apenas ao citado de-
sembargador, mas a tantos outros, bem como aos políticos, go-
vernantes e legisladores, que se dignem a pesquisar a história da
Psicanálise, a ler mais sobre Psicanálise, pois, em fazendo isto,
certamente, passarão a possuir um conhecimento continental e,
indubitavelmente, quando tiverem de falar sobre Psicanálise ou
pensar sobre Psicanálise, não mais o farão como fazem aqueles
indivíduos que pensam como pensam os castrados mentais.

Dr. Manoel Dias de Oliveira

Psicanalista, jornalista, escritor, doutor em Saúde Mental, Ph.


D. Em Filosofia (universidade americana), diplomata, membro
da Missão Diplomática Americana de Relações Internacionais,
Diretor da FAMET e presidente da Sociedade Psicanalítica Su-
lAmericana, dentre outros.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-amparo-legal-a-psicanalise-e-aos-


psicanalistas-no-brasil/267362613

Informações relacionadas

Sociedade Psicanalítica Miesperanza


Modelos • há 8 anos

Resolução SPM/020/2012
Sobre o Exercício Ilegal ou Irregular da Profissão de Psicanalista A filiação do
psicanalista leigo (que não seja nem Psicólogo e nem Medico) junto a uma
SOCIEDADE PSICANALITICA é um dos aspectos…

Sociedade Psicanalítica Miesperanza


Artigos • há 8 anos

Critérios éticos e rígidos de formação do profissional


psicanalista
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Tanto no Brasil quanto nos demais países do mundo, a Psicanálise é exercida
livremente (não é regulamentada), contudo é regida por critérios éticos bastante
rígidos e bem definidos. Vejamos alguns…

Tribunal Regional Federal da 1ª Região


Notícias • há 10 anos

Psicanálise não pode ser exercida como profissão no Brasil


O TRF da 1.ª Região negou permissão à Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do
Brasil para desempenho de atividades de psicanálise de forma profissional no
país. A 7.ª Turma do Tribunal chegou ao…

Pragmatismo Político
Notícias • há 9 anos

Pastores cativam fiéis evangélicos com psicanálise


Numa noite chuvosa de quarta-feira, desci do ônibus na rua Brigadeiro Luis
Antônio, região central de São Paulo, quase em frente a uma das unidades da
Igreja Universal do Reino de Deus situadas na…

Diego Carvalho
Modelos • há 5 anos

Emenda à inicial novo CPC art 321 Modelo de Petição


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA CÍVEL DA
CIDADE - PP Ação Revisional Proc. nº. XXXXX-77.2018.10.06.0001 Autor:
..................................... Réu: Banco Zeta Leasing…

Jusbrasil
Sobre nós

Ajuda

Newsletter

Cadastre-se
Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma
conta.
ou 
Para todas as pessoas
Consulta processual

Artigos

Notícias

Encontre uma pessoa advogada

Para profissionais
Jurisprudência

Doutrina

Diários Oficiais

Peças Processuais

Modelos

Legislação

Seja assinante

API Jusbrasil

Transparência
Termos de Uso

Política de Privacidade

Proteção de Dados

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 
A sua principal fonte de informação jurídica. © 2023 Jusbrasil. Todos
os direitos reservados.
   

Evite interrupções durante sua pesquisa. Faça login ou crie uma


conta.
ou 

Você também pode gostar