É uma pergunta muito frequente entre os pais quando chegam
no setting clínico com a solicitação médica de intervenção de acordo com o diagnóstico indicado no laudo. Mas precisamos entender que cada criança, adolescente ou jovem responderá de uma forma. No período da infância, a neuroplasticidade tem papel fundamental no desenvolvimento da criança, afinal essa é a fase em que novos conhecimentos são adquiridos de forma acelerada, não só conhecimento de fatores biológicos, como caminhar e falar, mas também conhecimentos de comportamentos sociais, como convivência com outras pessoas e percepção de emoções. Para quem recebe a recomendação da terapia o indicado é iniciar o mais cedo possível, pelas condições do aumento das chances de a criança ampliar seu repertório de autonomia e de funcionalidade. O cérebro da criança é ansioso por experiências e é a partir delas que a construção das conexões neurais acontece. Por isso, quanto mais tempo passar recebendo os estímulos adequados, mais conexões deste tipo ela fará. Neste caso, o contrário também é verdadeiro: sem estímulos, as crianças sentirão cada vez mais dificuldades nas construções neurais, com prejuízos que podem levar tempo para recuperar novamente. Cada criança reagirá de uma forma aos estímulos. Isso depende, para além da intensidade das intervenções, da carga biológica de cada um. Assim, estabelecer o prazo da terapia é algo quase impossível, pois, os nossos principais objetivos são que os nossos pequenos acompanhem a escola, consigam se comunicar de forma adequada e tenham uma vida com autonomia. Os objetivos que temos ou esperamos são: autonomia, sociabilidade e saúde e quando alcançados, a terapia pode ser dispensada com avaliação médica. Mas, mesmo terminada, ela continua a atuar, pois as atividades terapêuticas fornecem ferramentas, não somente às crianças, adolescentes ou jovens, mas também aos pais e familiares envolvidos. Quando todos se envolvem, as melhorias são mais efetivas e, o que é mais importante, são compartilhadas.