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O que são?
▪ O termo cultura de tecidos animais refere-se ao processo de extração de tecidos
ou órgãos de um animal, com consequente cultura num ambiente artificial capaz
de sustentar e proporcionar o crescimento dos mesmos;
▪ Este ambiente é, geralmente, criado num recipiente de plástico ou vidro com um
meio de cultura líquido ou semi-sólido capaz de fornecer todos os nutrientes
essenciais para a sobrevivência e crescimento do tecido ou órgão.
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Em cultura,
▪ Adesão célula-célula e célula-matriz parece ser diminuída;
▪ Diferenças nas características de um tecido in vivo, pois o meio nutricional e
hormonal está modificado;
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Cultura secundária - Células cultivadas que foram retiradas de uma cultura primária e
que podem ser repetidamente subcultivadas desta forma (semanas ou meses);
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Biossegurança
▪ Utilização de um conjunto de práticas que são implementadas para prevenir e
minimizar a exposição involuntária a agentes patogénicos e toxinas, ou à sua
libertação acidental.
Contaminações
▪ É um dos grandes problemas, uma vez que são meios muito ricos. Os principais
contaminantes são:
o Bactérias, Leveduras e fungos filamentosos, Protozoários, Vírus e
Micoplasma (são os menores procariontes existentes capazes de se
propagar livremente, com cerca de 0,3μm de diâmetro e forma de coccus);
CONDIÇÕES DE CULTURA
Nota: A escolha do meio de cultura depende do tipo celular que será cultivado, uma vez
que as exigências nutricionais das células aumentam com a complexidade das mesmas.
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MEIO DE CULTURA
Formulação líquida
▪ Praticamente pronta a usar - apenas adição de suplementos;
▪ Reduzido risco de contaminação;
▪ Custo mais elevado;
Formulação em pó
▪ A preparação é feita em laboratório;
▪ Maior risco de contaminação;
▪ Custo mais baixo;
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PREPARAÇÃO E ESTERILIZAÇÃO
▪ Autoclave;
▪ Processo de filtração - passagem de líquidos por membranas filtrantes com
pequenos poros que impedem a passagem de microrganismos.
ARMAZENAMENTO
▪ As soluções salinas, água e alguns reagentes podem ser mantidos à temperatura
ambiente;
▪ Os meios de cultura podem ser armazenados durante cerca de 6-9 meses a 4 °C
antes de ser adicionada a glutamina;
▪ Após adição de glutamina, soro ou antibióticos, o meio de cultura não deve ser
armazenado por mais de 2-3 semanas;
▪ Meios de cultura com componentes lábeis devem ser utilizados até 3 semanas após
preparação ou armazenados a -20 °C;
▪ Soro, soluções tripsina e glutamina devem ser mantidos a -70 °C;
▪ Os meios de cultura armazenados podem sofrer precipitação. Nesta situação pode
agitar-se ou aquecer-se para re-dissolução. Não havendo re-dissolução pode
significar que houve alteração química de algum constituinte (ex. reações entre o
fosfato e iões metálicos);
▪ A luz fluorescente pode também deteriorar alguns constituintes (riboflavina,
triptofano, tirosina). Assim, é recomendável que as garrafas com meio de cultura
não estejam expostas mais do que umas horas à luz fluorescente;
▪ Oligoelementos;
▪ Hormonas e fatores de crescimento;
▪ Antibióticos/Antimicóticos: Penicilina + estreptomicina; Gentamicina;
Fungizone;
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Cultura secundária - Células cultivadas que foram retiradas de uma cultura primária e
que podem ser repetidamente subcultivadas desta forma (semanas ou meses);
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Dissociação mecânica
▪ Cortar o tecido finamente com um instrumento afiado de forma a minimizar
os danos no tecido (a);
▪ Passar as células através de uma peneira (b);
▪ Passar as células através de uma malha;
▪ Pipetagem vigorosa (d);
4º - Separação
▪ Centrifugação por gradiente de densidade (método mais utilizado);
▪ Marcação específica das células com anticorpos acoplados a um corante
fluorescente;
▪ Separação das células marcadas das não marcadas através de um separador de
células ativado por fluorescência;
▪ Ligação de suspensões celulares magnetizadas com anticorpos;
5º Cultura
▪ O crescimento celular e a diferenciação nas culturas primárias dependem de:
o Natureza e biologia da célula;
o Ambiente da cultura;
▪ Natureza do substrato onde crescem as células;
▪ Constituição do meio de cultura;
▪ Interações entre célula-célula e célula-matriz;
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Concentração celular
▪ Superior à utilizada nas sub-culturas, visto que a proporção de células do tecido
que sobrevivem na cultura primária é, geralmente, baixa;
▪ Elevada densidade celular promove a diferenciação celular;
▪ Em excesso pode comprometer o sucesso da cultura devido a limitação de
superfície e nutrientes, assim como inibição pelo contacto célula-célula;
Meio de cultura
▪ Um meio de cultura rico (Ham’s F12) pode ser mais eficaz do que um meio de
cultura simples, como o Eagle’s MEM;
▪ Utilização de soro (mistura de vários fatores que promovem o crescimento); o
FBS (soro fetal bovino) é o que apresenta melhores resultados;
▪ A sobrevivência de algumas células depende da necessidade de nutrientes e/ou
fatores de crescimento específicos;
▪ Meios de cultura seletivos podem melhorar o isolamento de determinados tipos
de células;
▪ Temperatura
o Ótima 37°C (devem evitar-se variações bruscas);
▪ Osmolaridade
o Manutenção da pressão osmótica (260 to 320 mOsm/kg);
▪ pH
o 7.2 - 7.4 (sistema tampão);
Assim que toda a camada de substrato da cultura for ocupada e as células confluírem,
estabelecendo contacto umas com as outras, surge a necessidade de proceder a subculturas
sucessivas.
6º Sub-cultura
É necessária de forma a fornecer periodicamente novos nutrientes, tal como espaço para
o crescimento contínuo das células.
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CÉLULAS ESTAMINAIS
Células estaminais são, por definição, células que se podem diferenciar em diversas
linhagens celulares, tendo igualmente a capacidade de se auto-renovar, dividindo-se
indefinidamente.
Células que possuem a máxima capacidade de diferenciação, isto é, são células capazes
de se dividir e produzir todas as células do organismo (células do embrião recém-
formado). O ovo fertilizado é a célula estaminal com maior potencial de diferenciação
bem como os blastómeros que são as células que constituem a mórula, sendo também
estas duas as únicas células totipotentes.
Estas células estaminais embrionárias podem dar origem a qualquer tipo de célula fetal
ou adulta, mas não podem por si próprias desenvolver-se num organismo fetal ou adulto
porque não possuem a capacidade de criar tecido extraembrionário, como a placenta.
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Em resumo:
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Vantagens
▪ Possuem maior capacidade de diferenciação e plasticidade que as células
estaminais adultas;
▪ São mais fáceis de identificar e isolar, uma vez que existem em maior número;
Desvantagens
▪ Apresentam maior tendência para a formação de tumores no local alvo ou
perifericamente sob a forma de metástases;
▪ O seu uso também é limitado devido às dificuldades em conduzir a sua
diferenciação para o tipo celular pretendido;
Vantagens
▪ São menos propensas à formação de tumores, uma vez que possuem uma menor
plasticidade e menor capacidade de proliferação devido ao facto de já estarem
programadas para originar células diferenciadas.
▪ As células estaminais adultas podem ser reprogramadas para voltarem a ser
pluripotentes, através da transferência de um núcleo adulto para um citoplasma de
um oócito ou pela fusão com uma célula pluripotente;
Desvantagens
▪ Menor capacidade de proliferação;
▪ Possibilidade de conter um maior número de erros genéticos devido a possíveis
exposições a agentes mutagénicos ou erros durante a replicação;
▪ São de difícil identificação e isolamento
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REPROGRAMAÇÃO NUCLEAR
A reprogramação nuclear pode ser definida como o processo que permite que o estado de
diferenciação de uma célula possa ser mudado para outro e apresenta-se como uma
técnica de interesse por três razões:
1. Uma vez identificada a reprogramação, poderá compreender-se como a
diferenciação celular e a expressão de genes especializados são mantidos;
2. Poderá vir a ser útil na terapia de regeneração, onde as células e tecidos
defeituosos serão substituídos por outros normais;
3. Espera-se que possa permitir estudar a natureza das doenças e descobrir novos
fármacos. Através da reprogramação nuclear as células têm a capacidade de dar
origem a um tipo celular para o qual não estavam inicialmente programadas;
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SCREENING DE FÁRMACOS
TERAPIA CELULAR
▪ A criação de iPSCs específicas de doentes tem sido motivada pela possibilidade
de obter células e tecidos imuno-compatíveis para transplante autólogo. Um dos
propósitos mais promissores das iPSCs é a sua possível aplicação em medicina
regenerativa.
▪ Um dos objetivos desta tecnologia passa por substituir as zonas lesadas de um
determinado órgão alvo, para que possa retomar o seu funcionamento normal e
permanente, sem desencadear resposta imunitária e sem possibilidade de se
desenvolverem doenças secundárias (por exemplo, tumores) a partir das células
inoculadas.
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▪ Uma vez diferenciadas (ou mediante a estrutura que estas células que formam)
poderiam ser transplantadas nos pacientes de maneira autóloga ou alogénica para
substituir, reparar ou melhorar as funções de tecidos ou órgãos danificados;
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ORGANOIDES
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