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CRITÉRIOS PARA DIMENSIONAMENTO DE VASOS DE PROCESSO

ÍNDICE
Página
1 – Escolha da posição do vaso: horizontal ou vertical 2

2 – Velocidade de Separação
2.1 – Separação Líquido-Vapor - velocidade crítica (vk) e velocidade de projeto (vp) 3
2.2 – Separação Líquido-Líquido - velocidade de Sedimentação (vS) 3

3 – Tempo de residência do líquido 5

4 – Relação comprimento/diâmetro 6

5 – Eliminador de névoa (“demister”)


5.1 – Funcionamento 7
5.1 – Determinação da área do “demister” 7

6 – Vasos verticais - Dimensionamento


6.1 – Cálculo do diâmetro 9
6.2 – Vaso para sucção de compressor (vaso com “demister” e
com intertravamento de nível alto) 9
6.3 – Vaso com “demister” e sem intertravamento de nível alto 10
6.4 – Vaso sem “demister” 11

7 – Vasos horizontais – Dimensionamento


7.1 – Cálculo das dimensões – Diâmetro e comprimento 12
7.2 – Vaso acumulador ( “surge drum”) 12
7.3 – Vaso separador líquido/vapor 13
7.4 – Vaso separador trifásico
7.4.1 – Vaso sem bota 15
7.4.2 – Vaso com bota 19

8 – Distribuidores de carga
8.1 – Vasos verticais 25
8.2 – Vasos horizontais 25

9 – Bocais
9.1 – Bocais principais 27
9.2 – Bocais auxiliares 28
9.3 – Recomendações para a instalação de bocais 28

10 – Vasos especiais
10.1 – Vaso coletor de descarga de válvulas de alívio de líquido 30
10.2 – Vaso de condensado para controle de nível em refervedores 30

11 – Outros acessórios
11.1 – Coalescedores 33
11.2 – Chicanas vertedouras para controle de interfacede líquidos 33

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1. Escolha da posição do vaso: horizontal ou vertical

Não há critérios bem definidos para a escolha entre as posições horizontal e vertical de um vaso para
um determinado serviço. Entretanto, existem alguns serviços para os quais a posição do vaso é
consagrada. Assim, são colocados na posição vertical os vasos de “knock-out”, vasos de “flash” e os
vasos de purga, e na posição horizontal os vasos separadores líquido-líquido e os vasos acumuladores.
Para outros serviços, existem algumas regras que servem para ajudar na escolha da posição a ser
colocado o vaso. Assim:
a) Para grandes vazões de vapor e baixas vazões de líquido é mais vantajoso a colocação do vaso
na posição vertical, pois toda a seção transversal do vaso é utilizada para o escoamento do
vapor.
b) Para vazões razoáveis de líquido deve-se dar preferência à posição horizontal, pois esta posição
facilita a separação das fases presentes.
c) O espaço disponível para a instalação do vaso (“lay-out”) pode ser determinante na escolha da
posição do vaso.
d) O custo da suportação deve ser levado em consideração. O custo da suportação de vasos
horizontais tende a ser menor que o de vasos verticais.

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2. Velocidade de Separação

2.1 – Separação Líquido-Vapor - velocidade crítica (vk) e velocidade de projeto (vp)


A eficiência da separação líquido-vapor depende fundamentalmente da velocidade do vapor. Quanto
maior a velocidade do vapor, maior será a quantidade de gotículas de líquido arrastadas.
Sabe-se que, para determinado tamanho de gotícula, existe uma velocidade limite de ascenção do
vapor, tal que a gota de líquido permaneça imóvel, mantida apenas pelo seu próprio peso. Qualquer
aumento da velocidade do vapor levará ao arraste da gota de líquido.
Esta velocidade limite é conhecida como velocidade crítica (V k) e é calculada pela equação de
Saunders & Brown:

vk = K *( l/v - 1 )1/2 (eq. 1)

Onde:
vk - velocidade crítica, m/s
K - 0,048 m/s
l - massa específica do líquido, kg/m3
v - massa específica do vapor, kg/m3

A velocidade de projeto do vapor (vp)será determinada usando-se uma relação vp/vk e poderá ser maior
ou menor que a velocidade crítica, dependendo do tipo de serviço do vaso e da importância de uma
maior ou menor presença de liquido arrastado no gás.
A relação vp/vk é especificada para a separação desejada conforme a tabela abaixo:

Tipos de Vasos vp/vk


Vaso Vertical sem demister na sucção de compressor 0.8
Vasos Vertical ou horizontal com demister 2.2
Vaso Vertical ou Horizontal sem demister 1.7
Vasos de geração de vapor com demister 1.3

vp = vk*( vp / vk ) (eq. 2)

Onde:
vp - velocidade de projeto, m/s

2.2 – Separação Líquido-Líquido - velocidade de Sedimentação (vS)


A utilização das equações para cálculo da velocidade de separação desenvolvidas com base no modelo
que considera as gotas do líquido a ser separado como esferas rígidas, tem apresentado resultados
satisfatórios nos projetos de sistemas de separação líquido-líquido.
A aplicação dessas equações, que são válidas para separação de gotas de líquido com diâmetro menor
que 1,0 mm, depende do número de Reynolds das gotas.

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a) Equação de Stokes – válida para nº Re menor que 2

vs = 830000 *(d2*S/c)

b) Equação intermediária – válida para nº Re maior ou igual a 2 e menor ou igual a 500

vs = 10353*[(d1,143*S0,714)/(c0,429*Sc0,286)]

c)Equação de Newton – válida para nº Re maior que 500

vs = 2051*[(d*S)/Sc]0,5

e) Equação do nº de Reynolds

Re = 10,74*(d*vS*Sc)/ c

Onde:
vS - velocidade de separação, in/min.
d - diâmetro da gota ou da bolha da fase dispersa, in.
S - diferença entre as densidades das fases contínua e dispersa.
c - viscosidade da fase continua, cP.
Sc - densidade da fase contínua.

Como a velocidade de separação precisa ser conhecida para o cálculo do nº Re, recomenda-se um
primeiro cálculo com a equação de Stokes para a determinação da velocidade que será utilizada no
cálculo do nº Re. Com o nº Re, determina-se qual equação para cálculo da velocidade de separação
deverá ser usada.
A velocidade de separação para os sistemas líquido-líquido existentes em uma refinaria é limitada em
10 in/min. Para esses sistemas, o diâmetro da gota de líquido pode ser considerado fixo e igual a
0,127 mm (0,005 in) e como, usualmente, o nº Re é menor que 2, a equação de Stokes pode ser
simplificada para:

vS = 20,8*S/c

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3. Tempo de residência do líquido

O tempo de residência (“surge time”) é o tempo mínimo requerido, entre os níveis HLL e LLL, para
prover uma razoável flexibilidade operacional. Ele deve ser suficiente para o operador sentir e
corrigir um problema ocorrido em determinado equipamento de uma unidade (ex.: parada de uma
bomba).
O tempo de residência é dependente da experiência da equipe de operação e do grau de instrumentação
da planta.
A tabela a seguir apresenta valores típicos de tempos de residência. Esses valores são baseados na
experiência dos operadores e no grau de instrumentação da unidade e deverão ser aumentados pelo
projetista, quando for necessário, com a utilização dos fatores de correção abaixo:

Equipe de Operação Fator de Correção Instrumentação Fator de Correção


Experiente 1,0 Bem instrumentada 1,0
Treinado 1,2 Instrumentação Padrão 1,2
Inexperiente 1,5 Mal instrumentada 1,5

Serviço TR, (min.)


1 - Vaso de carga de uma unidade recebendo líquido de outra unidade com casas de controle separadas. 20
2 - O mesmo de 1 só que com casa de controle comum às duas unidades 15
3 - Vaso de carga de uma unidade recebendo líquido de tancagem “off-site” 15
4 - Vaso de carga para outro vaso ou tanque
com bomba ou através de um permutador 5
sem bomba 3
5 - Carga para forno
diâmetro do vaso < 1220 mm 20
diâmetro do vaso entre 1220 e 1830 mm 15
diâmetro do vaso > 1830 mm 10
6 - Vaso de topo de torre atuando apenas como acumulador de refluxo 5
7 - Vaso de topo de torre enviando produto para:
outra torre ou outra unidade 15
para estocagem 2
8 - Vaso de sucção de compressor 10
9 - Vaso de sucção de compressor recebendo gás de uma torre absorvedora (usar vazão de circulação de
solução pobre) 5
10 – Vaso intermediário entre estágios de compressor 10

No caso do vaso apresentar 2 serviços distintos, por exemplo: refluxo e produto, calcular os volumes
necessários para atender os tempos de residência de cada serviço e usar o maior valor. Não usar a
soma dos dois volumes.

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4. Relação comprimento/diâmetro

Para fixarmos a melhor relação comprimento/diâmetro, uma análise econômica faz-se necessária para
a determinação do valor ótimo.
A experiência mostra que a relação ótima (a que leva ao peso mínimo, ou seja, menor custo), de modo
geral, encontra-se na faixa 1,5 a 5.
Um valor mais acurado pode ser obtido levando-se em consideração a pressão de projeto do vaso.

Pressão de Projeto do Vaso Relação comprimento/diâmetro


Abaixo de 3,5 kgf/cm2 man. (50 psig) 2a3
Entre 3,5 kgf/cm2 man. (50 psig) e 42 kgf/cm2 man. (600 psig) 3a4
Acima de 42 kgf/cm2 man. (600 psig) 4a5

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5. Eliminador de névoa (“demister”)

O “demister” é um dispositivo que consiste de um colchão de telas de fios metálicos ou plásticos,


enroladas ou dispostas em camadas, apoiado e preso por grades. Normalmente, são utilizados
“demisters” com espessura variando de 100 a 150 mm (4” a 6”) e com massa específica de 144 kg/m 3.
Para eliminação de névoas muito finas, usar “demisters” de alta eficiência com espessura de 300 mm e
massa específica de 192 kg/m3.

5.1 – Funcionamento
As gotículas líquidas que se acham em suspensão em uma corrente gasosa, ao passar através do
colchão, devido a sua maior inércia, não se desviam dos fios das telas chocando-se com a superfície
dos mesmos, ficando brevemente retidas.
As gotículas se acumulam e crescem em seu tamanho até que possam vencer a força do fluxo de gás e
cair livremente.
A eficiência na separação é superior a 99% sob condições normais de operação e a queda de pressão,
para a maioria das aplicações, desprezível. Um “demister” pode remover gotículas de 3 a 5 microns
com eficiência acima de 90%. Na medida que aumenta o tamanho da gotícula, a eficiência será
também elevada. Com tamanho de 8 microns, a eficiência estará na ordem de 99,9%.

5.2 – Determinação da área do “demister”


A área do “demister” é calculada com a vazão de gás e a velocidade de projeto (v p) calculada com a
equação 2.
Em vasos verticais, a área do “demister” é igual a área transversal do vaso, exceto quando o diâmetro
do vaso é menor que 1000 mm. Nesta situação, deve-se levar em consideração nos cálculos o efeito
do suporte do “demister”.
Em vasos horizontais, a área e as dimensões do “demister” são calculadas pelas equações abaixo:

Bocal de Saída de Gás ou Vapor


cd

400

d
D ld

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d = R - 0,4

Ad = Qv/Vp

cd = D*{1 – (d/R)2}1/2

ld = Ad/cd

Onde:
R - raio da seção transversal do vaso, m
Ad - área requerida para o “demister”, m2
Qv - vazão de gás, m3/s
cd - comprimento do “demister”, m
ld - largura do “demister”, m

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6. Vasos verticais - Dimensionamento

6.1 – Cálculo do diâmetro


O diâmetro de um vaso vertical é determinado a partir da velocidade de projeto especificada para a
separação desejada, conforme abaixo:

D = ( 4*Qv /(*Vp) )1/2


Onde:
D - diâmetro do vaso, m
QV - vazão volumétrica de gás, m3/s
vP - velocidade de projeto, m/s

Em vasos com D  1000 mm (3,5 ft) com “demister”, cujo o anel de suporte reduz significativamente a
área transversal, deve-se considerar a largura do anel de suporte, aproximadamente 50 mm (2 in), no
cálculo do diâmetro. Ou seja, o diâmetro do vaso será o valor obtido com a equação acima acrescido
de 100 mm (duas vezes a largura do anel de suporte).

6.2 – Vaso para sucção de compressor (vaso com “demister” e com intertravamento
de nível alto)
Esse tipo de vaso requer “demister” e um nível de parada do compressor para evitar o envio de líquido
para este, pois pode ocorrer a presença de líquido na carga do vaso.

Saída de Gás ou Vapor

Carga com líquido Carga com presença eventual de líquido

400 ou 20% de D 400 ou 20% de D

Altura mínima
Entrada de Carga 500 + /2 ou 60% de D 500 + /2 ou 60% de D
Altura mínima

1650
máximo 2000 mm máximo 2000 mm
2350

300 + /2 300 + /2


HHLL

500 ou TR = 2 min. 150


HLL

350 ou TR
LLL 300

D 300

Saída de Líquido
Quebra-Vórtice - Necessário no caso de saída contínua de líquido

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Onde:
As dimensões indicadas são valores mínimos em mm.
D - diâmetro do vaso, mm
TR - tempo de residência requerido para o líquido, min
 - diâmetro do bocal de carga, mm

6.3 – Vaso com demister sem intertravamento de nível alto


Saída de Gás ou Vapor

Altura mínima
2150
400 ou 20% de D

Entrada de Carga 500 + /2 ou 60% de D


máximo 2000 mm

600 ou 50% de D
HLL

350 ou TR

LLL

D 300

Saída de Líquido
Quebra-Vórtice - Necessário no caso de saída contínua de líquido

Onde:
As dimensões indicadas são valores mínimos em mm.
TR - tempo de residência requerido para o líquido, min
D - diâmetro do vaso, mm

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6.4 – Vaso sem “demister”

Saída de Gás ou Vapor Com Intertravamento Sem Intertravamento de Nível Alto


de Nível Alto Com Líquido Presença eventual
de Líquido

Altura mínima
Altura mínima

Altura mínima
2150
2350

1800
Entrada de Carga 900 ou 75% de D 900 ou 75% de D 900 ou 75% de D
máximo 1800 mm máximo 1800 mm máximo 1800 mm

HHLL 300 + /2


600 ou 50% de D 600 ou 50% de D
HLL
500 ou TR = 2 min.

LLL 350 ou TR 350 ou TR


300
D
300 300

Saída de Líquido
Quebra-Vórtice - Necessário no caso de saída contínua de líquido

Onde:
As dimensões indicadas são valores mínimos em mm.
TR - tempo de residência requerido, min
D - diâmetro do vaso, mm

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7. Vasos horizontais - Dimensionamento

O dimensionamento de um vaso horizontal é um procedimento iterativo. Inicialmente, admite-se um


valor para o diâmetro do vaso e, com base na relação de L/D (comprimento/diâmetro), estima-se o
comprimento do mesmo. Após fixação das dimensões preliminares, fixa-se os níveis mínimo e
máximo de líquido, com base no tempo de residência requerido, e o espaço livre para o vapor. Com
essas cotas determinadas, verifica-se se a separação desejada ocorre com os valores de diâmetro e
comprimento inicialmente estimados.

7.1 – Cálculo das dimensões - Diâmetro e comprimento


O processo de cálculo das dimensões de um vaso horizontal é influenciado pelo tipo de serviço que o
vaso desempenhará: acumulador, separador líquido/vapor ou separador trifásico. Assim, o
procedimento para cada tipo de vaso será apresentado a seguir, independentemente.

7.2 – Vaso acumulador (“surge drum”)


Estes vasos, em geral, são usados apenas para estocagem, acumulação, etc e são dimensionados para
um determinado volume. Alguns trabalham totalmente inundados e outros com um pequeno espaço
para vapor. Nos vasos com espaço vapor, o volume de líquido entre os níveis mínimo e máximo é
determinado pelo tempo de residência requerido pelo processo e compreende de 80 a 90% do volume
do vaso.

Esquema geral:

Diâmetro mínimo
950 mm
300
HLL

350 ou TR 80 a 90% do
volume do vaso
LLL

300

Saída de Líquido
Quebra-Vórtice

Procedimento de cálculo: Mínimo


1 – Fixar o tempo de residência do líquido requerido pelo serviço (TR) e a relação
comprimento/diâmetro (L/D).
2 – Com o TR, calcular o volume de “surge” e, admitindo que corresponda a uma fração do volume
total entre 80 e 90%, calcular o volume total do vaso. Recomenda-se o valor de 90%.
3 – Com o volume total e com a relação L/D, calcular o diâmetro (D)e o comprimento (L) do vaso.

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7.3 – Vaso separador líquido/vapor

Os vasos separadores líquido/vapor têm como finalidade a separação das fases de uma mistura
líquido/vapor. Eles podem ser usados tanto na posição vertical quanto horizontal. A escolha do tipo
depende da razão vapor/líquido na carga do vaso. Eles podem requerer o uso de “demister” caso seja
necessária uma separação mais rigorosa. As aplicações típicas para esse tipo de separadores são:
vasos de refluxo, vasos de “flash”, vasos de sucção de compressor, vasos “knock-out” de gás
combustível, etc.
Bocal de Saída de Gás ou Vapor
Esquema geral:
Com Demister Sem Demister

Diâmetro mínimo

Diâmetro mínimo
1350 mm

950 mm
400
700 ou 20% de D ou 20% de D
máximo 50% de D máximo 50% de D

HLL

350 ou TR 350 ou TR
LLL

300 300
100 a 150
Quebra-Vórtice
Saída de Líquido

Mínimo

Procedimento de cálculo:
1 – Fixar o tempo de residência do líquido requerido pelo serviço (TR) e a relação L/D.
2 – Calcular vk e vp (eqs.1 e 2).
3 – Arbitrar um valor para o diâmetro do vaso (D) (atenção para as dimensões mínimas indicadas no
esquema geral onde temos como diâmetro mínimo 950 mm, para vaso sem “demister”) e calcular
o comprimento do vaso (L) e a área transversal total do vaso (At).
4 – Calcular a área mínima requerida pelo vapor (av min.),

av min. = Qv/vp
Onde:
Qv - vazão de vapor, m3/s
vp - velocidade de projeto, m/s
av min. - área mínima requerida pelo vapor, m2
5 – Com av min., At e uma tabela de relações no círculo, calcular a altura mínima relativa à área do vapor
(hv min.).
6 – Verificar se o valor de hv min. atende as recomendações mínimas e máxima do esquema geral. Se
for menor que as recomendações mínimas, adotar para altura do espaço destinado para o vapor
(hv) o valor mínimo do esquema geral. Se for maior que o valor máximo, aumentar o diâmetro do
vaso (D).
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7 – Calcular o tempo necessário para a separação do líquido da fase vapor (t) e o tempo de residência
do vapor (TRv).

t = hv/vp e TRv = av*L/Qv


Onde:
t - tempo necessário para a separação do líquido do vapor, s
hv - altura do espaço destinado ao vapor, m
TRv - tempo de residência da fase vapor, min.
av - área do espaço destinado ao vapor, m2

Verificar se TRv é maior que t. Se for menor, aumentar a relação L/D e repetir todo o
procedimento.

Pode-se, também, calcular o comprimento mínimo do vaso (Lmin.) necessário para se obter a
separação do líquido do vapor,

Lmin. = Qv*t/av
Se Lmin. for menor que L, continuar com os cálculos. Se for maior, adotar para L o valor de Lmin. e
continuar com os cálculos.
8 – Com a altura do LLL (hlll), calcular a área correspondente(alll) com uma tabela de relações no
círculo.
9 – Calcular a área da seção transversal do vaso disponível para o líquido entre os níveis HLL
e LLL (al),

al = At - av - alll
10 – Calcular o volume de líquido compreendido entre os níveis HLL e LLL (Vl),

Vl = al*L
11 – Calcular o tempo de residência do líquido entre os níveis HLL e LLL (TRc),

TRc = Vl /Ql
Onde:
Ql = vazão de líquido, m3/min
12 – Comparar o TRc com o TR fixado. Se o TRc for maior, as dimensões do vaso estão definidas; se
for menor, aumentar D.

7.4 – Vaso separador trifásico

Frequentemente, é necessário separar dois líquidos imiscíveis e um vapor, ou seja, uma fase leve, outra
pesada e um vapor. Um exemplo típico é a separação de água, hidrocarboneto líquido e vapor em
vasos de topo de torres de destilação. A separação da fase pesada pode ser feita dentro do próprio

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vaso ou com a utilização de uma bota. A utilização de uma bota é recomendada para vazões de
líquido pesado inferior a 2 m3/h (9 gpm). Todo vaso com separação de água, com ou sem bota, deverá
ter um caimento para o lado da saída de água. Essa inclinação deverá ser de 1 para 150.

7.4.1 – Vaso sem bota

Esquema geral: Bocal de Saída de Gás ou Vapor


Com Demister Sem Demister

Diâmetro mínimo
Diâmetro mínimo

1400 mm
1800 mm
400
700 ou 20% de D 300 ou 20% de D
máximo 50% de D máximo 50% de D
HLL

350 ou TRl 350 ou TRl


LLL

ou 200 + l/2 ou 200 + l/2


HIL ou TRl* ou TRl*
350 ou TRp 350 ou TRp
LIL

150 150

Onde:
l - diâmetro do bocal de saída da fase leve, mm
TRl - tempo de residência da fase leve, min
TRl* - tempo de residência com base na vazão da fase leve, min. Esse tempo de residência
deve ser fixado em função da capacidade de formação de espuma do sistema.
Considerar tempos de 2 a 5 minutos.
TRp - tempo de residência da fase pesada, min

Detalhe do coletor da fase leve(tubo pescador):

LLL
50 mm
Mínimo

Quebra-Vórtice

HIL

LIL

Quebra-Vórtice
Saída da Fase Leve
Saída da Fase Pesada

Mínimo

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Procedimento de cálculo:
1 – Fixar os tempos de residência dos líquidos leve e pesado requeridos pelo serviço (TRl e TRp)
e a relação comprimento/diâmetro (L/D).
2 – Calcular vk e vp (eqs.1 e 2).
3 – Arbitrar um valor para o diâmetro do vaso (D) (atentar para as dimensões mínimas indicadas
no esquema geral) e calcular o comprimento do vaso (L) e a área transversal total do vaso
(At).
4 – Calcular a área mínima requerida pelo vapor (av min.),

av min. = Qv/vp
Onde:
Qv - vazão de vapor, m3/s
vp - velocidade de projeto, m/s
5 – Com av min., At e uma tabela de relações no círculo, calcular a altura mínima relativa à área do
vapor (hv min.).
6 – Verificar se o valor de hv min. atende as recomendações mínimas e máxima do esquema geral.
Se for menor que as recomendações mínimas, adotar para altura do espaço vapor (hv) o valor
mínimo do esquema geral. Se for maior que o valor máximo, aumentar o diâmetro do
vaso (D).
7 – Calcular o tempo necessário para a separação do líquido leve da fase vapor (t) e o tempo de
residência do vapor (TRv),

t = hv/vp e TRv = av*L/Qv


Onde:
t - tempo necessário para a separação do líquido leve do vapor, s
hv - altura do espaço destinado ao vapor, m
TRv - tempo de residência da fase vapor, min.
av - área do espaço destinado ao vapor, m2

Verificar se TRv é maior que t. Se for menor, aumentar a relação L/D e repetir todo o
procedimento.

Pode-se, também, calcular o comprimento mínimo do vaso (Lmin.) necessário para se obter a
separação do líquido do vapor,

Lmin. = Qv*t/av
Se Lmin. for menor que L, continuar com os cálculos. Se for maior, adotar para L o valor de
Lmin. e continuar com os cálculos.
8 – Cálcular a área (aLIL) e o volume de líquido pesado(VLIL) abaixo do LIL.
9 – Determinação da altura entre os níveis HIL e LIL:

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9.1 – Com o tempo de residência da fase pesada ( TRp), calcular o volume mínimo
requerido entre os níveis HIL e LIL (vInterface),

Vinterface = Qlp * TRp


Onde:
Qlp - vazão de líquido pesado, m3/min
9.2 – Calcular o volume mínimo total da fase pesada do HIL até o fundo do vaso (Vfpesada) e
a área correspondente (afpesada)

Vfpesada = VLIL + Vinterface e afpesada = Vfpesada / L


9.3 – Calcular, com a tabela de relações no círculo, a altura de líquido pesado (do HIL até o
fundo do vaso) e, descontando a elevação do LIL (hLIL - fixada no esquema geral em
150 mm), obter a altura entre os níveis HIL e LIL requerida pelo TRp(hinterface)
Se essa altura for inferior a 350 mm, adotar 350 mm.
10 – Determinação da altura entre os níveis HLL e LLL (hfleve):
10.1 – Calcular a altura entre os níveis LLL e HIL(hLLL-HIL)
Essa altura será de 250 mm ou 200 mm mais metade do diâmetro nominal do bocal
de saída da fase leve ou calculada para prover um tempo de residência mínimo com
base na vazão da fase leve. O que for maior. Esse tempo de residência mínimo, um
valor entre 2 e 5 min., deverá ser empregado sempre que houver uma preocupação
maior com a formação de espuma na interface.
10.2 – Determinar hfleve,

hfleve = D - hv - hLIL - hinterface - hLLL-HIL


11 – Calcular a área entre os níveis HLL e LLL (fase leve) com a tabela de relações no
círculo(afleve) e o volume da fase leve entre esses níveis(Vfleve).
12 – Verificar o tempo de residência da fase leve calculado(TRlc),

TRlc = Vfleve / Qll


Onde:
Qll - vazão de líquido leve, m3/min
13 – Verificar o tempo de residência da fase leve. Se o Trlc for menor que o TRl requerido,
aumentar o diâmetro e reiniciar os cálculos.
14 – Verificação dos tempos de separação das fases líquidas:
14.1 – Separação do líquido pesado do líquido leve
Calcular a velocidade de sedimentação(vSfpesada) e o tempo de sedimentação(tSfpesada)
da fase pesada,

vSfpesada = 20,8*S/fleve

tSfpesada = Hfleve/(25,4*vSfpesada)

Onde:
722201291.doc 25/01/24 17/33
vSfpesada - velocidade de sedimentação da fase pesada na fase leve, in/min. Caso
o valor calculado seja maior que 10 in/min, deverá ser adotado o valor
máximo de 10 in/min.
S - diferença entre as densidades (dt/4) dos líquidos pesado e leve
fleve - viscosidade do líquido leve, cP
tSfpesada - tempo de sedimentação da fase pesada na fase leve, min
Hfleve - altura de líquido leve entre os níveis HLL e HIL, mm:

Hfleve = D – hv – hLIL – hinterface


Calcular a área correspondente ao Hfleve (Afleve) com a tabela de relações no círculo de
modo que:
Afleve = At – av – aLIL – ainterface
e calcular o tempo de residência da fase leve entre os níveis HLL e HIL:
TRfleve = Afleve*L/Qll
Se TRfleve maior que tSpesada, as dimensões estão corretas; se menor, arbitrar outra
relação L/D.
14.2 – Separação do líquido leve do líquido pesado
Calcular a velocidade de sedimentação (vSfleve) e tempo de desprendimento (tSfleve) da
fase leve

vSfleve = 20,8*S/fpesada

tSfleve = Hfpesada/(25,4*vSfleve)
Onde:
vSfleve - velocidade de sedimentação da fase leve na fase pesada, in/min. Caso
o valor calculado seja maior que 10 in/min, deverá ser adotado o valor
máximo de 10 in/min.
S - diferença entre as densidades (dt/4) dos líquidos pesado e leve
fpesada - viscosidade do líquido pesado, cP
tSfleve - tempo de desprendimento da fase leve na fase peaada, min
Hfpesada - altura de líquido pesado entre os níveis HIL e o fundo do vaso, mm

Hfpesada = D – hv – hfleve – hLLL-HIL


Calcular a área correspondente ao Hfpesada (Afpesada) com a tabela de relações no
círculo de modo que:

Afpesada = At – av – afleve – aLLL-HIL


e calcular o tempo de residência da fase pesada entre os níveis HIL e o fundo do vaso
(TRfpesada):
TRfpesada = Afpesada*L/Qlp

722201291.doc 25/01/24 18/33


Se TRfpesada for maior que tSleve, as dimensões estão corretas; se menor, arbitrar outra
relação L/D.

7.4.2 – Vaso com bota

Na separação de dois líquidos imiscíveis e um vapor, quando a fase pesada é a água, a separação
das fases pesada e leve poderá ser feita com a utilização de uma bota. A bota poderá ser
acoplada ao corpo do vaso ou colocada ao nível do solo como se fosse um outro vaso, menor,
conectado ao vaso principal por uma tubulação.

Esquema geral para vaso com bota acoplada ao corpo do vaso:


Bocal de Saída de Gás ou Vapor Com Demister Sem Demister

Diâmetro mínimo

Diâmetro mínimo
1350 mm

950 mm
400
ou 20% de D ou 20% de D
máximo 50% de D máximo 50% de D
HLL

350 ou TRl 350 ou TRl


LLL

300 300
100 a 150
Quebra-Vórtice
HIL

Mínimo
920 mm 350 ou TRp Saída da Fase Leve
LIL Mínimo
300

Mínimo
Quebra-Vórtice

Saída da Fase Pesada

722201291.doc 25/01/24 19/33


Esquema geral para vaso com bota não acoplada ao corpo do vaso:

LLL

Bocal de 3 in ou 4 in
100 a 150

Saída da Fase Leve


Mínimo Mínimo

300
HIL

Mínimo
350 ou TRp
LIL 950 mm

300

Saída da Fase Pesada


Quebra-Vórtice

Procedimento de cálculo das dimensões do vaso:


O corpo do vaso é dimensionado seguindo-se o procedimento de cálculo de um vaso para a
separação de líquido e vapor, diferindo apenas na verificação da separação do líquido pesado do
líquido leve que é feita entre o nível LLL da fase leve e o fundo do vaso.
1 – Fixar o tempo de residência do líquido leve requerido pelo serviço (TRl) e a relação L/D.
2 – Calcular vk e vp (eqs.1 e 2).
3 – Arbitrar um valor para o diâmetro do vaso (D) (atenção para as dimensões mínimas
indicadas no esquema geral onde temos como diâmetro mínimo 950 mm, para vaso sem
“demister”) e calcular o comprimento do vaso (L) e a área transversal total do vaso (At).
4 – Calcular a área mínima requerida pelo vapor (av min.),

av min. = Qv/vp
Onde:
Qv - vazão de vapor, m3/s
vp - velocidade de projeto, m/s
av min. - área mínima requerida pelo vapor, m2
5 – Com av min., At e uma tabela de relações no círculo, calcular a altura mínima relativa à área do
vapor (hv min.).
6 – Verificar se o valor de hv min. atende as recomendações mínimas e máxima do esquema geral.
Se for menor que as recomendações mínimas, adotar para altura do espaço destinado para o
vapor (hv) o valor mínimo do esquema geral. Se for maior que o valor máximo, aumentar o
diâmetro do vaso (D).

722201291.doc 25/01/24 20/33


7 – Calcular o tempo necessário para a separação do líquido leve da fase vapor (t) e o tempo de
residência do vapor (TRv).

t = hv/vp e TRv = av*L/Qv


Onde:
t - tempo necessário para a separação do líquido do vapor, s
hv - altura do espaço destinado ao vapor, m
TRv - tempo de residência da fase vapor, min.
av - área do espaço destinado ao vapor, m2
Verificar se TRv é maior que t. Se for menor, aumentar a relação L/D e repetir todo o
procedimento.

Pode-se, também, calcular o comprimento mínimo do vaso (Lmin.) necessário para se obter a
separação do líquido leve do vapor,

Lmin. = Qv*t/av
Se Lmin. for menor que L, continuar com os cálculos. Se for maior, adotar para L o valor de
Lmin. e continuar com os cálculos.
8 – Determinar as dimensões da bota seguindo o procedimento apresentado a seguir.
9 – Com a altura do LLL (hlll), calcular a área correspondente com uma tabela de relações no
círculo (alll). No caso, o valor inicial do hlll é 300 mm, de acordo com o esquema geral.
10 – Calcular o volume da fase leve abaixo do LLL(Vl*) considerando como comprimento o
valor obtido como segue:
Suporte do vaso

LLL Anel de Reforço

Db 50
50

50

2*bocal Bocal de saida da fase leve

Bocal de saída da fase pesada 300

150

L* = L - 0,45 - 2*bocal saída fase leve - Db

Vl* = alll*L*

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Onde:
L* - Comprimento do vaso descontando o trecho entre a bota e a linha de tangência, m
 - Diâmetro do bocal de saída da fase leve, m
Vl* - Volume da fase leve abaixo do LLL considerando o comprimento até a bota, m3

11 – Calcular a velocidade (vSfpesada) e tempo de sedimentação (tSfpesada) da fase pesada.

vSfpesada = 20,8*S/fleve

tSfpesada = hlll/(25,4*vSfpesada)
Onde:
vSfpesada - velocidade de sedimentação da fase pesada na fase leve, in/min. Caso o valor
calculado seja maior que 10 in/min, deverá ser adotado o valor máximo de 10 in/min.
S - diferença entre as densidades (dt/4) dos líquidos pesado e leve
fleve - viscosidade do líquido leve, cP
tSfpesada - tempo de sedimentação da fase pesada na fase leve, min
hlll - altura de líquido leve abaixo do LLL, mm
12 – Calcular o tempo de residência da fase leve abaixo do LLL(TRl*)

TRl* = Vl* /Ql


Onde:
Ql - Vazão da fase leve, m3/min
Vl* - Volume da fase leve abaixo do LLL considerando o comprimento até a bota, m3
13 – Comparar o tSfpesada com o TRl*. Se o tSfpesada for maior, aumentar o valor de hlll e voltar ao
item 9.
14 – Calcular a área da seção transversal do vaso disponível para o líquido leve entre os
níveis HLL e LLL (all).

all = At - av - alll
15 – Calcular o volume de líquido compreendido entre os níveis HLL e LLL (Vll)

Vll = all*L
16 – Calcular o tempo de residência do líquido leve entre os níveis HLL e LLL (TRlc)

TRlc = Vll /Qll


Onde:
Qll = vazão de líquido, m3/min
17 – Verificar se TRlc é igual ou maior que o TR fixado. Se for menor aumentar D.

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Procedimento de cálculo das dimensões da bota:
1 – Determinar o diâmetro da bota com a vazão de água (QH2O) e a velocidade de sedimentação
da água (vSH2O). Atentar para os valores limites para o diâmetro da bota apresentados nas
tabelas a seguir.

Db = {(4*1000/25,4)*QH2O/(*vSH2O)}1/2 = 157,48*QH2O/(*vSH2O)}1/2

Onde:
Db - Diâmetro da bota, metros
QH2O - Vazão de água, m3/min
vSH2O - Velocidade de sedimentação da água em in/min. O valor usual é de 6 in/min,
mas poderá ser elevada até 10 in/min, caso o diâmetro da bota exceda os valores limites.
2 – Fixar o tempo de residência requerido para a água (TRH2O) - normalmente, emprega-se um
valor entre 2 e 4 min - e determinar o volume de água (VolH2O) e a altura (HH2O)entre os
níveis HIL e LIL. Atentar para a altura mínima de 350 mm, caso exista controle do nível da
água.

VolH2O = QH2O*TRH2O e HH2O = 4*VolH2O/(*Db2)


3 – Calcular a velocidade de separação(vSfleve) e o tempo de desprendimento da fase leve(tSfleve)

vSfleve = 20,8*S/H2O e tSfleve = HH2O/(25,4*vSfleve)


Onde:
vSfleve - velocidade de sedimentação da fase leve na fase pesada, in/min. Tem como valor
máximo 10 in/min.
S - diferença entre as densidades (dt/4) dos líquidos pesado e leve
H2O - viscosidade da água, cP
tSfleve - tempo de desprendimento da fase leve na fase pesada, min
HH2O - altura entre os níveis HIL e LIL, mm
4 – Comparar o tempo de residência da água fixado no item 2 (TRH2O) com o tempo de
desprendimento da fase leve (tSfleve). Se tSfleve for maior que o TRH2O, aumentar o diâmetro
da bota. Se menor, as dimensões da bota estão fixadas. Lembrar que, caso o HH2O
calculado no item 2 tenha sido menor que 350 mm, o TRH2O deverá ser recalculado com o
valor de 350 mm.

O emprego da bota separada do corpo do vaso é indicado nos casos de presença eventual de
água. Nesses casos, a drenagem da água será feita manualmente ou com a utilização de controle
do tipo “on-off”. Esse tipo de bota apresenta como vantagens um melhor acesso aos
instrumentos de nivel e não requerer elevação extra do vaso para acomodação da bota sob ele.

A utilização da bota acoplada ao vaso é limitada para vazões de água muito elevadas, que podem
requerer diâmetros para a bota fora dos limites impostos pelo ASME. Esses limites são:

Diâmetro do Vaso (mm) Diâmetro Máximo da Bota (mm)

Dv < 1500 1/2 diâmetro do vaso - máximo de 500 (20 in)


Dv  1500 1/3 diâmetro do vaso - máximo de 1000 (40 in)

722201291.doc 25/01/24 23/33


Caso o diâmetro requerido para a bota seja superior a esses valores máximos, utilizar vasos de
separação trifásica sem bota.
No caso de vazões baixas de água, o diâmetro da bota acoplada ao vaso deve obedecer aos
seguintes limites:

Diâmetro do vaso (mm) Diâmetro mínimo da Bota (mm)

Dv < 1500 300 (12 in)


1500 ≤ Dv ≤ 2400 450 (18 in)
Dv > 2400 600 (24 in)

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8 – Distribuidores de carga

8.1 – Vasos verticais


Os vasos verticais com requisitos de separação líquido/vapor requerem uma chicana defletora para
direcionar a parte líquida da carga para baixo de modo a minimizar o arraste de líquido pela parte
vapor da carga. Os vários tipos de chicanas defletoras são detalhados na norma da Petrobras N-2049.
Entre os vários tipos apresentados na N-2049, os tipos normalmente empregados são: tipo A, para
diâmetros até 4 in; tipo B, para diâmetros maiores que 4 in e o tipo D.

8.2 – Vasos horizontais


Os vasos horizontais requerem distribuidores de carga para minimizar o distúrbio no nível de líquido
causado pela carga ao entrar no vaso. Os tipos usualmente empregados são:
Tipo 1:
Trata-se de um joelho de raio longo com o mesmo diâmetro do bocal de carga, direcionado para uma
chapa de sacrifício localizada no tampo do vaso. Normalmente é empregado para cargas líquidas.
Mínimo

Chapa de Sacrifício

Mínimo

Joelho de Raio Longo

Tipo 2:
Trata-se de um tubo com o mesmo diâmetro do bocal de carga, com a extremidade fechada e com dois
rasgos apontados para as laterais do vaso. Pode ser usado para cargas líquidas ou bifásicas. É o tipo
mais usado.
Mínimo Corte AA’
X

200 mm

A’
Y

150 mm
X

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Onde:
Y - Comprimento do rasgo, mm.
X - Largura do rasgo, mm. O valor mínimo de X é de 10 mm e o valor máximo é igual à metade do
diâmetro do distribuidor.
Os rasgos são dimensionados de modo que a área de um rasgo (Arasgo) seja igual ou maior que a área
do bocal de carga.
Logo:

Y = D - 350 X = Arasgo / Y
Obs.: Nos vasos de alta pressão de unidades de recuperação de gases, usa-se a área total dos rasgos
igual ou superior a 4 vezes a área do bocal de carga. O número de rasgos poderá ser superior a 2 para
atender o requisito de área.

Com 3 Rasgos Com 4 Rasgos


30º

30º

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9. Bocais

9.1 – Bocais principais


De modo geral os bocais principais de um vaso têm o mesmo diâmetro das linhas. Caso seja
necessário, para estimativa dos diâmetros dos bocais, podem ser usados os seguintes critérios:

Bocal de carga
Como normalmente a carga de um vaso é bifásica, estimar o diâmetro do bocal de modo que a
velocidade da mistura fique na faixa:

73,20/(L+V)1/2 < vbocal < 122/(L+V)1/2


[ no sistema inglês, temos: (60/(L+V)1/2 < vbocal < 100/(L+V)1/2) ]

Onde:
vbocal - velocidade no bocal, m/s [ft/s]
L+V - massa específica da mistura, kg/m3 [lb/ft3] {L+V = (Wl + Wv)/(Ql + Qv)}
Wl e Wv - vazão massica, kg/h [lb/h]
Ql e Qv - vazão volumétrica, m3/h [ft3/h]

Bocal de saída de vapor


Adotar velocidade menor que 30 m/s [100 ft/s].

Bocal de saída de líquido


Estimar o diâmetro do bocal com:

vmax. = 0,35*(2*g*H )1/2


Onde:
vmax. - velocidade no bocal, m/s [ft/s]
g - aceleração da gravidade, g = 9,81 m/s2 [32,2 ft/s2]
H - altura de líquido acima do bocal, m [ft].
Para vasos horizontais, igual ao nível mínimo menos a elevação do bocal (tubo pescador).
Para vasos verticais, igual ao nível mínimo mais altura do tampo.

Nota: Essa equação de velocidade máxima é recomendada para verificação de bocal de saída de
líquido no ponto de bolha, de modo a evitar a vaporização do líquido no bocal. Entretanto, como
estimativa, tem sido usada, também, no caso de líquido subresfriado.

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9.2 - Bocais auxiliares
O diâmetro dos bocais auxiliares são determinados em função do volume do vaso de acordo com a
tabela:

TAMANHO MÍNIMO PARA BOCAIS AUXILIARES


(Unidade: polegada)
Volume do Vaso (m3) Respiro Dreno Esgotamento Purga com Purga Enchimento
(“vent”) (“drain”) (“pump out”) vapor (“blowdown”) (“waterfill”)
(“steam out”)
< 1,4 1 1 1 1 2 1
1,4 - 5,7 1 1½ 1½ 1 3 1½
5,7 - 17 2 2 2 1 3 2
17 - 177 2 3 3 2 4 3
177 - 220 2 3 3 3 4 3
220 - 420 4 4 3 3 4 3
> 420 6 4 3 3 4 3

Fonte: Tabelas da Foster Wheeler e Technip e gráficos da Kellogg.

O diâmetro mínimo das bocas de visita ou dos bocais de inspeção são determinados em função do
diâmetro do vaso de acordo com a tabela:

BOCAS DE VISITA OU BOCAIS DE INSPEÇÃO


Diâmetro interno do Com Internos Sem Internos
Vaso(mm)
< tubo de 10” tampo superior flangeado 2 bocais de inspeção de 2”
tubo de 10” - 815 tampo superior flangeado 2 bocais de inspeção de 4”
815 - 1015 18” 18”
1015 - 1220 20” 18”
> 1220 24” 24”

Vasos horizontais com mais de 10 metros de comprimento devem ter duas bocas de visita.

Fonte: Norma PETROBRAS - N-253 H.

9.3 – Recomendações para a instalação de bocais

Bocais de carga e de saída de produtos (líquido e vapor)


Os bocais de carga e de saída de produtos deverão ser localizados a uma distância mínima das linhas
de tangência nos vasos horizontais. Nos vasos verticais, a colocação segue as distâncias mínimas
apresentadas nos esquemas gerais.
Os bocais de retiradas de líquido com vazão contínua deverão ser providos de quebra-vórtice para
evitar a formação de vórtice e, conseqüentemente, o arraste de vapor.

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Bocal de respiro (“vent”)
O respiro é colocado no ponto mais alto do vaso. Pode ser colocado no corpo do próprio vaso ou na
linha de saída de vapor. Quando colocado na linha, deve-se ter o cuidado de não colocar nenhum
bloqueio entre o respiro e o vaso. Quando colocado no próprio vaso, deve ser colocado na seguinte
posição:
Vasos verticais - no tampo superior do vaso
Vasos horizontais - na parte superior do vaso, na extremidade oposta ao dreno, o mais
perto possível da linha de tangente.

Bocais para Drenos e Purga com Vapor


São sempre previstos nos vasos. O dreno pode ser colocado no próprio vaso, junto à saída de líquido,
ou numa linha auxiliar ramificada da linha de saída de líquido. O bocal de purga deve ser colocado na
parte inferior do vaso em posição oposta à de saída de vapor.

Bocais para purga (“blowdown”) e esgotamento (“pumpout”)


A previsão desses bocais em um vaso depende do tipo de serviço do vaso. Quando previstos, seguem
as recomendações de colocação dos drenos.

Bocal de válvulas de segurança


A colocação de válvula de segurança em um vaso depende da análise do sistema de segurança da
unidade.
De modo geral, todo vaso de pressão requer uma válvula de segurança, exceto se existir um outro
equipamento conectado a ele, sem nenhum bloqueio entre os dois, que possua uma válvula de
segurança.
A válvula de segurança pode ser colocada em um bocal no próprio vaso ou conectada à linha de saída
de vapor. Se conectada à linha de saída de vapor, não deverá haver nenhum bloqueio entre ela e o
vaso.

Boca de visita
Nos vasos verticais a boca de visita é colocada no costado. O tampo superior reto de vasos verticais
de pequeno diâmetro e com baixa pressão de projeto pode ser considerado como boca de visita.
Nos vasos horizontais, a boca de visita, normalmente, é colocada no tampo. Vasos horizontais muito
longos (L > 10 m) requerem duas bocas de visita.

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10. Vasos especiais

10.1 – Vaso coletor de descarga de válvula de alívio de líquido


Esse vaso recebe uma carga que provém de um coletor, que por sua vez, recebe descargas de válvulas
de alívio de líquido. O líquido aliviado e o vapor porventura formado são separados e recuperados
dentro do próprio processo ou enviados para o SAO e para a tocha, respectivamente.
O diâmetro do vaso é determinado usando-se a eq.2, velocidade de projeto para o vapor.
Saída de Vapor

Altura mínima
900 mm
Entrada de Carga

2150
D/2 ou 600 mm, o que for maior

HLL

350 mm ou TR de 2 min
LLL

D 300 mm

Saída de Líquido

10.2 – Vaso de condensado para controle de nível em refervedor


O vaso de condensado para controle de nível usado nos sistemas de refervedores não tem separação
líquido-vapor. Seu objetivo é prover tempo de residência para garantir a retirada controlada de
condensado.
Existem dois arranjos usuais para o sistema de condensado de um refervedor:

722201291.doc 25/01/24 30/33


Primeiro arranjo
O vaso de condensado é feito a partir de um tubo, usualmente de 8 a 12 polegadas, colocado em
paralelo com o refervedor. O seu comprimento é dependente do diâmetro do refervedor e da perda de
carga neste e no trecho de linha entre o refervedor e o vaso, como mostrado no esquema abaixo.

Linha de equalização

Mínimo

Geratriz superior do refervedor HLL 150

Linha de centro do refervedor


h + drefervedor

Geratriz inferior do refervedor


H h
LLL

300
Mínimo

h = [(Prefervedor + Plinha)*104/condensado]*1000
Onde:
h - distância entre a geratriz inferior do refervedor e o nível baixo de condensado no vaso, mm

A posição relativa do vaso em relação ao refervedor deve ser informada no fluxograma P&I. Deve-se
informar a cota H que é igual a distância entre a linha de centro do refervedor e a linha de tangência
inferior do vaso:

H = 300 + h + drefervedor/2 (mm)

Deve-se informar que a conexão da linha de equalização com a linha de vapor deve ficar a uma
distância mínima do bocal de entrada de vapor no refervedor.

722201291.doc 25/01/24 31/33


Segundo arranjo
As dimensões do vaso de condensado são fixadas de modo a se conseguir um tempo de residência
entre 25 e 30 segundos em relação à vazão de condensado, considerando-se o volume entre as linhas
de tangência inferior e superior. Adota-se, para o diâmetro um tubo de 10 a 20 polegadas e o
comprimento é calculado para o volume de condensado determinado pelo tempo de residência. O
diâmetro deve variar de modo a se conseguir uma relação L/D entre 1,5 e 3. Essas recomendações são
gerais, pode-se adotar tempo de residência e relação L/D maiores. As dimensões mínimas sugeridas
são: D = 300 mm e L = 700 mm. O esquema desse arranjo é apresentado a seguir.

Linha de equalização

Mínimo Conexão de baixa


do instrumento de
nível

Linha de centro do refervedor

Geratriz inferior do refervedor


Mínimo

Mínimo

LLL
150

Conexão de alta do
instrumento de
nível

Na folha de dados do vaso deverá ser informado que o bocal de carga deverá ficar a uma distância
mínima da linha de tangência superior do vaso e colocada uma nota informando que o bocal de baixa
do instrumento de nível será colocado na linha de entrada de vapor no refervedor. No “sketch” do
vaso só aparecerá o bocal de alta do instrumento de nível.
No P&I, deverá ser informado que a distância entre a geratriz inferior do refervedor e a linha de
tangência superior do vaso deverá ser mínima. Deve-se informar que a conexão da linha de
equalização com a linha de vapor deve ficar a uma distância mínima do bocal de entrada de vapor no
refervedor.

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11. Outros acessórios

11.1 – Coalescedores
Em alguns vasos utilizamos coalescedores para eliminar a possibilidade de arraste de água pelo
hidrocarboneto. Nos vasos horizontais localizamos o coalescedor conforme o esquema abaixo. É
aconselhável a colocação de um bocal para drenagem de possíveis depósitos de sujeira à montante do
coalescedor. A presença do coalescedor aumenta a eficiência de separação, pois permite a formação
de gotas maiores de líquido o que acarreta a elevação da velocidade de sedimentação das gotas. O
projeto do vaso segue o procedimento normal de um vaso separador líquido-vapor.
Entrada de carga Saída de vapor

Saída de água
Saída de
hidrocarbonetos
Drenagem

L/3

11.2 – Chicanas vertedouras para controle de interface de líquidos


Essas chicanas são utilizadas em vasos com alta vazão de água com presença de hidrocarboneto. O
hidrocarboneto forma sobre a água uma fina camada que verte sobre a chicana completando a
separação das duas fases. No lado da chicana onde se acumula a água, o importante é verificar se o
tempo de residência da água é superior ao tempo necessário para a separação do hidrocarboneto da
água. Não há grande preocupação com a separação da água do hidrocarboneto tendo em vista ser
muito fina a camada de hidrocarboneto. O projeto do vaso segue o procedimento normal de um vaso
separador líquido-vapor.

Entrada de carga

Fase leve
Fase leve
Fase pesada

Saída de água
Saída de hidrocarbonetos

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