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UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA

Faculdade de Economia
Campus Universitário da Catumbela
Benguela, Angola

TRABALHO INVESTIGATIVO DE METODOLOGIA DE


INVESTIGAÇÃO CIÊNTÍFICA

TEMA:

ENTREVISTA

BENGUELA, 2023
UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA
Faculdade de Economia
Campus Universitário da Catumbela
Benguela, Angola

TRABALHO INVESTIGATIVO DE METODOLOGIA DE


INVESTIGAÇÃO CIÊNTÍFICA

TEMA:

Entrevista

ELEMENTOS DO GRUPO:

 Anselma Rodrigues
 Beatriz Sabino
 Carlos Laurindo
 Domingos Jambeco
 Domingos Mitisse
 Elias da Costa
 Sandra Quilepi
 Vasco Eduardo
 Viana Bongue

BENGUELA,2023
UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA
Faculdade de Economia
Campus Universitário da Catumbela
Benguela, Angola

Introdução

Para realizar uma pesquisa, é importante utilizar métodos e técnicas úteis para
obter informações relevantes e necessárias para uma determinada finalidade.
A entrevista, é uma das técnicas de recolha de dados mais utilizadas pelos
pesquisadores, porque permite extrair maior quantidade de informações e
dados tornando rico o trabalho.

Permite também maior familiarização e interação entre o pesquisador e o


especialista ou interveniente dando mais credibilidade as informações
apresentadas.

Para este trabalho, de modo geral pretendemos fazer um estudo sobre a


entrevista. E especificamente, apresentar os conceitos relacionados a
entrevista e posteriormente apresentar a importância, tipos e objectivo da
entrevista.
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CONCEITOS DE ENTREVISTA

Para GIL (1999), a entrevista é uma forma de interação social, um diálogo


assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se
apresenta como fonte de informação.

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 195) “a entrevista é um encontro entre


duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de
determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional”. Os
autores acrescentam que “é um procedimento utilizado na investigação social,
para a colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um
problema social”.

A preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da pesquisa


que requer tempo e exige alguns cuidados, entre eles destacam-se: o
planeamento da entrevista, que deve ter em vista o objetivo a ser alcançado; a
escolha do entrevistado, que deve ser alguém que tenha familiaridade com o
tema pesquisado; a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do
entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada com
antecedência para que o pesquisador se assegure de que será recebido; as
condições favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo de suas
confidências e de sua identidade e, por fim, a preparação específica que
consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões importantes
(Lakatos, 1996).
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OBJECTIVO DA ENTREVISTA

O objectivo de um entrevista é coletar informações da pessoa que está sendo


entrevistada.

O entrevistador deve realizar perguntas, que devem ser bem planejadas e


elaboradas, em busca de atingir o objetivo de conseguir o maior número
de informações possíveis. O entrevistado, por sua vez, deve responder as
perguntas da melhor maneira, relatando suas experiências e
conhecimentos acerca do assunto tratado.

Com isto, podemos afirmar que o grande objectivo de uma entrevista consiste
no facto do entrevistador direcionar suas perguntas de modo a obter o máximo
de informações possíveis do entrevistado.

IMPORTÂNCIA DA ENTREVISTA

A entrevista é uma técnica importante para fazer a colecta de dados


subjectivos em uma pesquisa qualitativa. Algumas informações não podem ser
obtidas por meio de pesquisa bibliográfica ou de observação. A única forma de
colectá-las é através de entrevistas.

A entrevista desempenha um papel importantíssimo para o desenvolvimento


social: ela é crucial para a propagação do conhecimento, para o
posicionamento da crítica e também para que sejam formuladas opiniões a
respeito de algo, alguém ou de um facto. E isso acontece porque a entrevista
instiga a discussão sobre um determinado assunto, tendo como característica
principal a declaração explícita.
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TIPOS DE ENTREVISTA

Há três tipos principais de entrevistas: estruturada, semiestruturada e não


estruturada.

A entrevista estruturada segue um roteiro rígido, construído com vistas a


obter apenas as informações pontuais. Se desenvolve a partir de uma relação
fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os
entrevistados que geralmente, são em grande número. Por possibilitar o
tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais
adequado para o desenvolvimento de levantamentos sociais.

Pode ser aplicada em pesquisa nas várias áreas do conhecimento.

ARNOLDI (2008, p. 30), diz que elaborar um roteiro de Entrevista Estruturada


impõe o estabelecimento de questões formalmente elaboradas, que seguem
uma sequência padronizada, com uma linguagem sistematizada e de
preferência fechada, voltando-se para a obtenção de informação, através de
respostas curtas e concisas, sobre fatos, comportamentos, crenças, valores e
sentimentos, mas, muitas vezes, não se fazendo chegar aos resultados gerais
esperados, pelo tipo de elaboração e preparação a que se presta.

A entrevista semiestruturada é mais flexível, não sendo necessário seguir o


roteiro rigorosamente.

Esta entrevista propicia um ambiente de diálogo e de trocas e caracteriza-se


como: As questões, nesse caso, deverão ser formuladas de forma a permitir
que o sujeito discorra e verbalize seus pensamentos, tendências e reflexões
sobre os temas apresentados. O questionamento é mais profundo e, também,
mais subjetivo, levando ambos a um relacionamento recíproco, muitas vezes,
de confiabilidade.
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Frequentemente, elas dizem respeito a uma avaliação de crenças,


sentimentos, valores, atitudes, razões e motivos acompanhados de fatos e
comportamentos. Exigem que se componha um roteiro de tópicos
selecionados. As questões seguem uma formulação flexível, e a sequência e
as minúcias ficam por conta do discurso dos sujeitos e da dinâmica que
acontece naturalmente.

Na entrevista não estruturada, é feita através de um relato oral que coleta


informações em que o interlocutor desenvolve suas ideias quase sem
interferência do Entrevistador. Tem-se, nesse caso, uma narrativa que segue
uma sequência em função do que e como o sujeito recorda, da seleção que ele
faz de acontecimentos e pessoas a ele relacionadas e do que ele pretende
relatar.

O pesquisador tem total liberdade, porque esta modalidade permite ao


pesquisador perceber se as informações que o entrevistado está fornecendo
são relevantes para o objectivo da sua pesquisa. Ao mesmo tempo, ele pode
perceber que algum aspecto que ele não tinha incluído na pesquisa é
importante e, então, enriquecer os resultados que irá encontrar. Recomenda-se
que os dados colectados sejam anotados imediatamente para que não se
perca informações ou então que a entrevista seja gravada, desde que haja
consentimento do entrevistado.
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Tipos de Vantagens Desvantagens


entrevista
Mais fácil de controlar em O entrevistador tem menos
Estruturada termos de resultados e tempo autonomia, e há menos
gasto espaço para interações
mais orgânicas
Traz um roteiro fechado, mas
Semiestruturada também dá espaço para Requer um entrevistador
perguntas mais livres com excelente treinamento

Mais autonomia para o Processamento dos


Não estruturada entrevistador e mais resultados pode ser mais
liberdade para o entrevistado demorado e complexo

VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA ENTREVISTA

VANTAGENS

a) Pode ser utilizada com todos os segmentos da população: analfabetos


ou alfabetizados;
b) Fornece uma amostragem melhor da população geral: o entrevistado
não precisa saber ler ou escrever;
c) Há maior flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer
perguntas, formular de maneira diferente; especificar algum significado,
como garantia de estar sendo compreendido;
d) Oferece maior oportunidade para avaliar atitudes, condutas, podendo o
entrevistado ser observado naquilo que diz e como diz: registo de
reacções, gestos etc.;
e) Dá oportunidade para a obtenção de dados que não se encontram em
fontes documentais e que sejam relevantes e significativos;
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f) Há possibilidade de conseguir informações mais precisas, podendo ser


comprovadas, de imediato, as discordâncias;
g) Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento
estatístico.

LIMITAÇÕES

Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 198), a entrevista apresenta algumas


limitações ou desvantagens, que podem ser superadas ou minimizadas se o
pesquisador for uma pessoa com bastante experiência ou tiver muito bom
senso.

a) Dificuldade de expressão e comunicação de ambas as partes;


b) Incompreensão, por parte do informante, do significado das perguntas,
da pesquisa, que pode levar a uma falsa interpretação;
c) Possibilidade de o entrevistado ser influenciado, consciente ou
inconscientemente, pelo questionador, pelo seu aspecto físico, suas
atitudes, ideias, opiniões etc.;
d) Disposição do entrevistado em dar as informações necessárias;
e) Retenção de alguns dados importantes, receando que sua identidade
seja revelada;
f) Pequeno grau de controlo sobre uma situação de colecta de dados;
g) Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

PREPARAÇÃO DA ENTREVISTA

A preparação da entrevista é uma etapa importante da pesquisa: requer tempo


(o pesquisador deve ter uma ideia clara da informação de que necessita) e
exige algumas medidas:
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a) Planeamento da entrevista: deve ter em vista o objectivo a ser alcançado.


b) Conhecimento prévio do entrevistado: objectiva conhecer o grau de
familiaridade dele com o assunto.
c) Oportunidade da entrevista: marcar com antecedência a hora e o local, para
assegurar-se de que será recebido.
d) Condições favoráveis: garantir ao entrevistado o segredo de suas
confidencia-se de sua identidade.
e) Contacto com líderes: espera-se obter maior entrosamento com o
entrevistado e maior variabilidade de informações.
f) Conhecimento prévio do campo: evita desencontros e perda de tempo.
g)Preparação específica: organizar roteiro ou formulário com as questões
importantes.

DIRETRIZES/PROCEDIMENTOS DA ENTREVISTA

Marconi e Lakatos (2003, p. 199-201) acrescentam que para maior êxito da


entrevista, devem-se observar algumas normas:
a) Contacto Inicial: O pesquisador deve entrar em contacto com o informante e
estabelecer, desde o primeiro momento, uma conversação amistosa,
explicando a finalidade da pesquisa, seu objecto, relevância e ressaltar a
necessidade de sua colaboração. É importante obter e manter a confiança do
entrevistado, assegurando-lhe o carácter confidencial de suas informações.
Criar um ambiente que estimule e que leve o entrevistado a ficar à vontade e a
falar espontânea e naturalmente, sem tolhimentos de qualquer ordem. A
conversa deve ser mantida numa atmosfera de cordialidade e de amizade
(rapport).
Mediante a técnica da entrevista, o pesquisador pode levar o entrevistado a
uma penetração maior em sua própria experiência, explorando áreas
importantes, mas não previstas no roteiro de perguntas.
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O entrevistado pode falar, mas principalmente deve ouvir, procurando sempre


manter o controle da entrevista.

b) Formulação de Perguntas: As perguntas devem ser feitas de acordo como


tipo da entrevista: padronizadas, obedecendo ao roteiro ou formulário pré-
estabelecido; não-padronizadas, deixando o informante falar à vontade e,
depois, ajudá-lo com outras perguntas, entrando em maiores detalhes.
Para não confundir o entrevistado, deve-se fazer uma pergunta de cada vez e,
primeiro, as que não tenham probabilidade de ser recusadas. Deve-se permitir
ao informante restringir ou limitar suas informações. Toda pergunta que sugira
resposta deve ser evitada.

c) Registro de Respostas: As respostas, se possível, devem ser anotadas no


momento da entrevista, para maior fidelidade e veracidade das informações.
O uso do gravador é ideal, se o informante concordar com a sua utilização.
A anotação posterior apresenta duas inconveniências: falha de memória e/ou
distorção do facto, quando não se guardam todos os elementos.
O registo deve ser feito com as mesmas palavras que o entrevistado usar,
evitando-se resumi-las. Outra preocupação é manter o entrevistador atento em
relação aos erros, devendo-se conferir as respostas, sempre que puder.
Se possível, anotar gestos, atitudes e inflexões de voz. Ter em mãos todo o
material necessário para registar as informações.

d) Término da Entrevista: A entrevista deve terminar como começou, isto é, em


ambiente de cordialidade, para que o pesquisador; se necessário, possa voltar
e obter novos dados, sem que o informante se oponha a isso.
Uma condição para o êxito da entrevista é que mereça aprovação por parte do
informante.
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e) Requisitos Importantes: As respostas de uma entrevista devem atender aos


seguintes requisitos: validade, relevância, especificidade e clareza,
profundidade e extensão.
 Validade - Comparação com a fonte externa, com a de outro
entrevistador, observando as dúvidas, incertezas e hesitações
demonstradas pelo entrevistado.
 Relevância - Importância em relação aos objectivos da pesquisa.
 Especificidade e Clareza - Referência a dados, data, nomes, lugares,
quantidade, percentagens, prazos etc.
 Objectividade - A clareza dos termos colabora na especificidade.
 Profundidade - Está relacionada com os sentimentos, pensamentos e
lembranças do entrevistado, sua intensidade e intimidade.
 Extensão - Amplitude da resposta.
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CONCLUSÃO

Após a dissertação do trabalho chegamos a compreender que a entrevista é


um diálogo directo entre o entrevistador/pesquisador e o
entrevistado/participante a fim de se obter informações acerca de determinado
assunto.
A entrevista é de grande importância na medida em que dá oportunidade para
a obtenção de dados que não se encontram em fontes documentais e que
sejam relevantes e significativos, pode ser utilizada com todos os segmentos
da população, tanto analfabetos ou alfabetizados, na entrevista há maior
flexibilidade, podendo o entrevistador repetir ou esclarecer perguntas.
Para se realizar uma entrevista bem-sucedida é necessário criar uma
atmosfera amistosa e de confiança, não discordar das opiniões do entrevistado,
tentar ser o mais neutro possível. Acima de tudo, a confiança passada ao
entrevistado é fundamental para o êxito no trabalho de campo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOURDIEU, P. (1999).A miséria do mundo. Tradução de Mateus S. Soares(3ª ed).


Vozes.
FREGONEZE, G. B.; BOTELHO, J. M.; TRIGUEIRO, R. M.; RICIERI, M. (2014).
Metodologia Científica. Editora e Distribuidora Educacional, S.A.
GOLDENBERG, M. (1997)A arte de pesquisar - como fazer pesquisa qualitativa
em Ciências Sociais. Editora Record
LODI, J. B. (1974)A entrevista: teoria e prática (2º ed.). Pioneira.
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E. M. (1996)Técnicas de pesquisa (3 ed.). Editora
Atlas, S.A.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia
Científica (5ª ed). Editora Atlas, S.A.
TRIVIÑOS, A. N. S. (1994) Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. Atlas

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