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Prof. MSc.

Harald Fernando Vicente


de Brito
Por que o cliente comprou uma ave?

 Entretenimento / diversão
 Admiração (canto)
 Para interação (imitação)
 Não querer ver animal sofrer no
pet shop ou com traficantes
Ramphasto toco
Amazona aestiva
Melopsittacus undulatus
Serinus canarius Sicalis flaveola
Nymphicus hollandicus
Cacatua galerita
Agapornis roseicollis
Circulação do ar nas vias respiratórias
VAI CONTER UM AVE?

REDUZA O ESTRESSE!!!

 Baixa estocagem de glicogênio


 Alta taxa metabólica
RESTRIÇÃO ALIMENTAR
 Menos de 200g = sem jejum;
 Grandes aves carnívoras = 12h;
 Ratitas = 12-24h;
 Grandes e médios psitacídeos =
1-2h;
 Demais = 2-3h.
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
 Vasos para adm IV:
 Ulnar
 Metatársica dorsal
 Jugular;
 IM: músculo peitoral
 IO: Ulna, tíbio-tarso
MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA

 Com secreção respiratória


 → Atropina não indicada;
 Fármacos:
 Diazepam
 Midazolam
 Agonistas alfa2
 Neurolépticos
AGONISTAS 2

 Benéficas para aves com mais de


15kg
 Retardam recuperação
ANESTÉSICA
 Deprimem respiração →
hipercapnia
ANESTÉSICOS INJETÁVEIS

 Baixo custo
 Facilidade de uso
 Rapidez na indução
Drogas Injetáveis para Anestesia de
Aves Selvagens
 Ciclohexaminas:
 Cetamina
 Tiletamina
 Etomidato
 Propofol
DISSOCIATIVA

 Amnésia profunda
 Analgesia superficial
 Catalepsia
DISSOCIATIVA
 Manutenção de reflexos:
 Oral
 Deglutição
 Ocular
 ↑ pressão intracraniana e ocular
 ↑ Freq. cardíaca
 ↑ Estimula secreções
TILETAMINA + ZOLAZEPAM

 Boa margem de segurança


 Rápida indução
Anestesia de Aves Selvagens
Narcóticos

 Agonistas opiáceos:
 Pouco provado efeito
análgésico em aves
 Déficit motor pode mascarar
dor
 Butorfanol parece ser mais
efetivos que os demais
Anestesia de Aves Selvagens
Propofol

 Vantagens:
 Rápida recuperação
 Efeito antiemético
 Reduz pressão intracraniana
 Desvantagens
 Via de administração  IV ou IO
 Depressão respiratória
Anestesia de Aves Selvagens
Etomidato
 Vantagens:
 Recuperação rápida
 Pouco efeito sobre coração
 Desvantagens:
 Via de administração = IV ou IO
 Analgesia fraca
Anestesia Inalatória de Aves
Selvagens
 Mais indicada que injetável
 Desvantagem  Equipamento
 Aberto
 Semi-aberto
Anestesia Inalatória de Aves
 Intubação:
 Dificuldade em tucanos e flamingos
 Septo traqueal médio

 Pequenos psitacídeos
 Auxílio de otoscópio

 Preferencialmente tubo sem


balonete
 Ou sondas uretrais, nasogástricas, etc
ISOFLURANO

 Indução: 5%
 VO2 = 2-3 L/min
 Manutenção: 2-3%
 VO2 = 0,5-1 L/min.
ISOFLURANO
 Vantagens:
 Baixa metabolização (< 0,3%)
 Excelente relaxamento muscular
 Pequena produção de secreções
 Rápida recuperação
ISOFLURANO

 Desvantagens:
 Depressão respiratória
 Odor desagradável
 Diminuição da pressão arterial
Abordagem clínica

 Anamnese
 Alimentação
 Medicação prévia
 Etc.
Higiene, sanidade,
ambiente
 Orientar proprietários
 Prevenção de doenças
 Desinfetantes:
 Hipoclorito
 Glutaroldeído
 Obs: podem ser tóxicos
 Usar em ambiente bem ventilado
 Cuidar com efeito residual
Ambiente e alimentação
 Viveiros com diversas espécies
 Predação
 Água
 Uso contínuo de antibióticos
 Água tratada
 Comida: depende da espécie
 Mistura de 70% ração c/ 30% frutas frescas e
vegetais... Boa qualidade de vida
Alimentação
 Comida caseira não deve ser dada
 Altos níveis de sal e alguns alimentos
(chocolate, abacate) podem ser tóxicos
 Corte de asas
 Não incapacitar vôo
 Limitar sustentação
 Pode dificultar contenção
Anilhas

 Servem para identificação


 Inclusive oficial
 Podem causar lesões nos MPs
 Geralmente recomendo retirar
 Solicitar autorização do proprietário
Exame Físico

 Compreende também:
 Exame do recinto
 Comportamento
 Alimentos oferecidos/fornecidos
Poleiros – diâmetro

Foto: Lange, RR
Exame físico
Anormalidades nas penas
 Podem estar relacionadas com
problemas sistêmicos
 Hepatopatias
 Podem ter etiologia comum com
doenças respiratórias
 Infecções fúngicas sistêmicas
 Desnutrição
 Exposição inadequada ao sol
 Exposição à fumaça
Descoloração em “lutinos” geralmente associado à hepatopatia
Penas

 Em aves clinicamente normais:


 São limpas
 Têm boa qualidade refletiva
 São uniformemente coradas
Foto: Lange, RR
Penas

 Falta expo sol


 Nutrição
inadequada

Foto: Lange, RR
Fluidoterapia
 NaCl 0,9% ou RL
 Aquecido 36-37º
 IV
 Ulnar
 Metatárcica ou tibial caudal
 Jugular direita
 IO
 Ulna
 Tíbia
Nutrição
 Necessidade de nutrientes
 ↑ com doença
 Sonda
 Má-nutrição
 Preferências por dietas não balanceadas
 Mudança da dieta
 Nutrição enteral
Lipidose Hepática

 Comum em psitacídeos cativos


 Etiologia multifatorial:
 Desnutrição
 Doenças debilitantes
 Anemia crônica
 Doenças metabólicas
 Obesidade
Lipidose Hepática

 Em psitacídeos: relacionada à
obesidade
 Excesso de alimentos calóricos
 Pouca atividade física
Lipidose Hepática

 Sinais clínicos:
 Anorexia, regurgitação, depressão e
diarréia
 Freqüentemente subclínicos até o óbito
 Necropsia: fígado aumentado, pálido,
branco-amarelado, leve, friável ou
gorduroso
 Abdômen distendido por massas
gordurosas
Lipidose Hepática

 Profilaxia:
 Correção da dieta
 Tratamento
 Fluidoterapia
 ↑ proteína e ↓ gordura na dieta
Hemocromatose

 Depósito de ferro em diversos


órgãos:
 Principalmente no fígado
 Provocam alterações teciduais
 Compromete o funcionamento dos
órgãos
Hemocromatose

 Etiologia:
 Ingestão de níveis excessivos
 Maior retenção de ferro em
espécies suscetíveis
 Maior eficiência na absorção
intestinal:
 Ranfastídeos
Hemocromatose

 Sinais:
 Apatia, anorexia, emagrecimento
 Plumagem danificada
 Dispnéia
 Aumento do volume abdominal
 Tratamento:
 Agentes quelantes
 Flebotomia semanal
Foto: Cubas, ZS.
Foto: Cubas, ZS.
Doenças bacterianas
Gram-negativas
 Primárias ou secundárias
 Mais patogênicas
 Escherichia coli
 Salmonella spp.
 Klebsiella spp.
 Proteus spp.
 Bordetella spp.
 Citrobacter freundii
 Pseudomonas spp.
 Yersinia spp.
Sinais clínicos
 Dependem do sistema afetado
 Respiratório
 Gastrintestinal
 Inespecíficos
 Penas eriçadas, letargia, inapetência
 Sepse:
 Ave severamente deprimida
Análise microbiológica
 Sistema respiratório
 Swab da coana
 Aspirado de seio nasal
 Aspirado traqueal
 Sistema gastrintestinal
 Swab do englúvio
 Swab cloacal
 Fezes frescas
Escherichia coli

 Parte da flora bacteriana normal


 Doença em aves imunossuprimidas
 Grau variado de patogenicidade
 Associada com oportunistas:
 Leveduras: Cândida
 Outras enterobacteriáceas
Escherichia coli
 Sinais inespecíficos = dependem do local
 Em adultos:
 letargia, penas arrepiadas, anorexia,
 diarréia, emese, poliúria,
 conjuntivite, rinite, dispnéia,
 artrite, edema subcutâneo,
 perda de peso
Escherichia coli
Sinais clínicos
 Em filhotes:
 Morte súbita
 Def. no crescimento
 Diarréia
 Onfalite
 Aumento vol. abdominal
 Desidratação
Escherichia coli

 Algumas cepas:
 Enterite pseudomembranosa ou
ulcerativa
 Aerossaculite severa
 Lesões oculares
 Artrite serofibrinosa
 Encefalite e meningite
Escherichia coli

 Isolamento:
 Sangue cardíaco
 Fígado
 Baço
 Pulmões
 Sacos aéreos
Escherichia coli

 Tratamento:
 Antibioticoterapia
 Tratamento de suporte: fluidoterapia e
correção da dieta
 Infecções graves: aquecimento e
alimentação enteral
Escherichia coli

 Profilaxia:
 Dietas balanceadas
 Manejo sanitário adequado
Salmonella spp.

 Considerada patógeno primário


 Infecção por inalação ou ingestão
 Aves e répteis são considerados
reservatórios
Salmonella spp.

 Sinais clínicos: inespecíficos


 letargia, anorexia, polidipsia,
 diarréia, perda de peso, desidratação,
 alterações respiratórias e oculares
 alterações neurológicas,
 depressão, poliúria,
 paralisia do inglúvio e morte súbita
Salmonella spp.

 Infecções crônicas:
 Pericardite
 Formação de granulomas no fígado, baço e
rins
 Degeneração ou inflamação dos testículos ou
do ovário
 Tratamento...
Bordetella avium
B. bronchiseptica

 Psitacídeos mais susceptíveis


 Trato respiratório:
 rinite, sinusite, pneumonia e aerosaculite
 Tratamento...
Chlamydophila psittaci

 Incidência entre 15-30%


 Comum portadores inaparentes
 Estresse = doença
 Veiculação da bactéria
 Altamente zoonótica
Patogênese

 Corpos elementares
 Forma infectante

 Corpos reticulares
 Forma replicante
 Citólise  corpos elementares
Chlamydophila psittaci
 Sinais variáveis

 Forma aguda
 Inapetência, diarréia (verde/cinza),
biliverdinúria, emese ou regurgitação
 Secreção nasal e ocular, blefarite e conjuntivite

 Penas eriçadas, perda de peso e depressão


Chlamydophila psittaci
 Forma crônica:
 Emaciação e def. empenamento

 Afecção leves a moderadas dos tratos


respiratório e gastrintestinal
 Torcicolo, convulsões, paresia e
paralisia dos MPs
Chlamydophila psittaci
 Hg e bioquímica sérica

 Doença aguda:
 leucocitose > 40.000/μL

 Heterofilia c/ heterófilos tóxicos

 Linfócitos reativos

 Monocitose relativa
Chlamydophila psittaci

 Forma Subclínica:
 Contagem leucocítica normal

 Infecção aguda ou crônica:


 Baixo Volume Globular
 Hematócrito baixo

 AST, desidrogenase láctica, ác. biliares


e/ou ác. úrico podem aumentar
Chlamydophila psittaci
 Radiografia
 Hepatomegalia

 Sorologia
 Fixação de complemento
 1:8 negativo
 1:16 – 1:32 suspeito
 > 1:64 positivo

 Confirmação = PCR
Chlamydophila psittaci
 Tratamento:
 Doxiciclina: por extrapolação alométrica...
Por 45 dias
 Terapia de suporte...

 Profilaxia:
 Triagem, quarentena e isolamento
Conjuntiva e olhos
Radiologia
Traumatologia
Traumatologia
Traumatologia
Traumatologia
Traumatologia
Obstetrícia e doenças relacionadas

 Distocia
 Dinoprostona (tópico) = 0,1ml/100g

 Postura crônica
 Tratamento
 Gonadotrofina coriônica humana

 250-500U/kg, IM
 Após 3 e 7 dias se continuou postura

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