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O Ensino no Império Romano

História IMPÉRIO ROMANO

 Inexistência de uma rede de escolas públicas


A Apologia do Império na Poesia ≠ Incentivo do estado à criação de escolas.
Épica e na Historiografia
SÉCULOS I a.C. e I d.C. (consulado de Octávio Concessão de proteção, privilégios fiscais e
César Augusto) subsídios aos professores.

Apoio, proteção e incentivo a artistas, escritores  Existências de numerosas escolas


e poetas por parte de Octávio César Augusto e
do seu amigo Mecenas (pessoa que deu origem
ao conceito de mecenato: proteção dispensada Formação do “vir bónus” (homem de bem,
às ciências e às artes, bem como aos seus cidadão cumpridor, honesto, inteligente e
cultores, por pessoas ricas e sábias – os culto).
mecenas). NÍVEL DE ENSINO
 Desenvolvimento da poesia: Ensino Primário:
Alunos: Rapazes e raparigas, dos 7 aos 11 anos;
→ Horácio;
Professores: litterator e calculator.
→ Ovídio;
→ Virgílio. Ensino Secundário:
Alunos: Rapazes e raparigas com mais posses,
Eneida:
dos 11 aos 17 anos;
→ Poema épico inspirado nos poemas Professor: gramático.
homéricos;
→ Relato da História de Roma que mistura Ensino Superior:
tradições lendárias com factos históricos; Alunos: Rapazes, a partir dos 17 anos;
→ O poema, que visava a glorificação de Roma Professores: rethor (mestre de retórica).
e do seu imperador, atribuía a Octávio, bem
APRENDIZAGENS
como ao povo romano, ascendência divina, o
Ensino Primário:
que legitimava o seu enorme poder.
→ Leitura e escrita, com o litterator;
→ Cálculo, com o calculator;
 Desenvolvimento da História:
→ Leitura e memorização de textos e poesias
→ Tito Lívio:
de autores célebres, visando a interiorização
História de Roma: de exemplos de vida e normas morais.
→ História de carácter pragmático e patriótico,
Ensino Secundário
glorificando os feitos de Roma e fazendo a
→ Aprofundamento dos conhecimentos de
apologia do domínio dos Romanos, dos
literatura através do estudo das principais
benefícios do império e da sua ação
obras literárias (a poesia de Virgílio, a retórica
civilizadora;
de Cícero e a História de Tito Lívio);
→ Resumos desta obra eram usados, por todo
→ Aprendizagem de Matemática, de Geometria,
o Império no ensino da História.
de Música e de Astronomia.
Ensino Superior
→ Aprendizagem da Retórica e do Direito;
→ Frequentado por alunos que estavam
destinados ao desempenho das
magistraturas e dos altos cargos da
administração.
A Conquista Romana da Península A Romanização
Ibérica PROVÍNCIAS DO IMPÉRIO ROMANO +
PROCURA DE RIQUEZAS + 2ª GUERRA PASSADA A VIOLÊNIA DA CONQUISTA
PÚNICA (contra os Cartagineses)

Reconhecimento da superioridade civilizacional


Chegada dos Romanas à P. Ibérica (218 a.C.) dos Romanos, por parte dos povos submetidos.

 Sudeste da P. Ibérica:
Povos habituados a conviver com Fenícios, Adoção, de bom grado, dos modos de viver e
Gregos e Cartaginenses. dos valores dos Romanos.

Domínio rápido e fácil por parte dos Romanos Partilha entre os Romanos e os povos
 Centro e Norte da P. Ibérica: conquistados.
Forte resistência de tribos aguerridas (ex:
Lusitanos, Calaicos, Ástures, Cântabros, etc.)
→ Língua (o Latim);
→ Direito;
Recurso a generais ilustres: → Estrutura Social;
→ Décimo Júnio Bruto; → Deuses;
→ Júlio César; → Urbanismo;
→ Octávio César Augusto. → Instituições;
→ Imperador.
Conquista morosa terminada em 19 a.C.

Fatores da Unidade do Império Romano


Península Ibérica
Romanização – Processo de transmissão da
cultura (aculturação) romana aos diversos povos
Conversão em mais um território do Império do Império (a romanização foi um processo lento
Romana: a Hispânia. que, embora de forma desigual, atingiu todo o
Império Romano, transformando em cidadãos
Divisão em províncias romanos os povos conquistados).

Subdivisão em conventos. Península Ibérica (Região mais romanizada do


Ocidente do Império – na opinião de alguns
→ Tarraconensis;
historiadores)
→ Lusitânia;
→ Bética.
Assimetrias

→ Sul e Sudeste: Penetração rápida e profunda;


→ Centro e no Norte (no caso português, a norte
do Tejo): Ocorrência de forma mais lenta e
superficial.
Os Veículos da Romanização I Os Veículos da Romanização II
LÍNGUA, DIREITO, RELIGIÃO, EXÉRCITO, VIAS AUTORIDADES, CIDADES, ECONOMIA
Difusão do Latim: Ação das autoridades provinciais romanas:
 Facilitação da comunicação entre os  Tolerância e respeito para com os nativos,
Romanos e os povos peninsulares; que puderam preservar os seus costumes, o
 Veículo de divulgação e uniformização que permitiu estabelecer um clima de paz e
cultural; confiança;
 Herança mais duradoura dos Romanos.  Promoção do aparecimento de elites locais,
constituídas por indivíduos completamente
Aplicação do Direito Romano: romanizados que ocupam os cargos político-
 Aceitação das leis romanas por serem administrativos.
garantia de ordem, segurança e paz;
 Disseminação dos valores e da ideia de Desenvolvimento económico:
justiça dos Romanos.  Prática de uma agricultura intensiva, virada
para a exportação (cereais, vinho e azeite);
Adoção das práticas religiosas dos Romanos:  Pecuária produtiva, principalmente de gado
 Introdução, pelos Romanos, das suas bovino, ovino e suíno;
divindades sem proibirem os deuses locais,  Desenvolvimento das indústrias (mineira,
o que contribuiu para a aceitação dos metalúrgica, cerâmica, têxtil, salina e
primeiros; conserveira);
 Coesão/União motivada pelo culto das  Multiplicação de mercados e feiras;
divindades oficiais (imperador e Roma) que
 Circulação abundante de moeda;
eram comuns a todos os habitantes do
 Criação de um mercado peninsular integrado
Império.
no mercado comum europeu do Império
Fixação de soldados e de imigrantes italianos: Romano;
 Transmissão da cultura romana aos povos
Densa rede de cidades:
autóctones;
 Remodelação e fundação de cidades de
 Miscigenação com as populações nativas;
acordo com o modelo romano;
 Alistamento de homens ibéricos no exército
 Foco de irradiação/difusão da cultura romana;
romano;
 Existência de cidades com estatutos
 Reforço da romanização através dos jurídicos diferentes:
imigrantes oriundos da Península Itálica.
Colónias – povoadas por romanos (antigos
Vasta rede viária:
militares recompensados com terras e por
 Ligação das cidades peninsulares entre si e imigrantes italianos). Eram cidades de direito
com as cidades das outras regiões do Império; romano e os seus cidadãos usufruíram da
 Contribuição para a formação de um espaço cidadania plena;
económico unificado. Municípios – povoações pré-romanos
habitadas por populações nativas, que
beneficiavam apenas do direito latino (que
correspondia a uma cidadania incompleta) mas
tinham autonomia administrativa (Conselho de
Notáveis, Cúria ou Senado e magistrados);
Cidades estipendiárias – tinham um estatuto
jurídico inferior e estavam obrigadas ao
pagamento de um imposto (“stipendium”) em
virtude da sua resistência e não tinham
cidadania, nem autonomia administrativa.
Do Condado Portucalense ao A Definição do Território
Reino de Portugal Português
RECONQUISTA NA PENÍNSULA IBÉRICA (série  D. Afonso Henriques (1128-1185)
de campanhas militar realizadas pelos cristãos
para recuperarem o território da península que
tinham perdido para os muçulmanos). Alargamento do território desde o Mondego até à
linha do Tejo.

Afonso VI (Rei de Leão e Castela)  D. Sancho I (1185-1211)

Entrega do governo do Condado Portucalense a Conquista definitiva de Évora.


D. Henrique (casamento com D. Teresa -1096)  D. Afonso II (1211-1223)

Tentativa gorada de separação do Condado do Avança no Alentejo.


reino leonês.
 D. Sancho II (1223 – 1245)

Governação submissa ao monarca de Leão e


Castela, por parte de D. Teresa, depois da morte Conquista do resto do Alentejo e de parte do
de D. Henrique (1112) Algarve.

 D. Afonso III (1248-1279)


Apoio dos nobres portugueses a D. Afonso
Henriques (filho de D. Henrique e D. Teresa)
Conclusão da conquista do Algarve (1249)

Governo de D. Afonso Henriques após derrotar as


tropas da sua mãe na batalha de S. Mamede Realização de tratados entre Portugal e Castela
(1128): para definição da fronteiras entre os dois países

→ Tratado de Badajoz (1267)


Reconhecimento da soberania de Portugal
 Luta contra o primo, Afonso VII de Leão e sobre o Algarve.
Castela
→ Tratado de Alcanises
Permuta de territórios entre Portugal e Castela;
Fixação das fronteiras definitivas entre os dois
Tratado de Zamora (1143)
reinos Ibéricos.

Reconhecimento de que D. Afonso Henriques


Portugal como o país europeu com as
podia usar o título de rei.
fronteiras estáveis mais antigas.
 Procura do reconhecimento do Papa

Bula “Manifestis Probatum” do papa Alexandre III


(1179)

Reconhecimento de D. Afonso Henriques como


rei, e de Portugal como reino independente.
Os Senhorios em Portugal nos séc. O Exercício do Poder Senhorial :
XII e XIII Privilégios e Imunidade
PORTUGAL (SÉCULOS XII E XIII) – REI SENHORES DO CLERO E DA NOBREZA
(PORTUGAL NA IDADE MÉDIA)
Doação de terras a nobres e clérigos
Donos dos senhorios ou domínios senhoriais*

→ Recompensa pelo auxílio militar durante a


Reconquista; Poder sobre a terra
→ Obtenção de uma rede de vassalos fiéis que
apoiasse as suas decisões e ações (ajuda
militar, financeira ou espiritual). Direitos dominiais
Criação de senhorios*

 Honras Cobrança de direitos sobre a posse da terra (ex:


-propriedade de senhores da nobreza; rendas e jeiras)
-identificação pela presença de um castelo, torre
ou solar; REI
-localização no Norte. Carta de couto

 Coutos
-propriedade de senhores do clero; Concessão de poderes públicos:
-identificação pela presença de um mosteiro, sé
 Imunidade:
(=catedral) ou castelo (ordem religioso-militar);
-localização no Centro e Sul. Proibição de atividade dos funcionários régios nos
senhorios.
 Reguengos – rei  Poder sobre os homens: escravos, servos e
colonos livres que arrendavam os casais
(caseiros).
Importante papel das ordens religiosas e militares
na Reconquista (Templários, Hospitalários,
Calatrava/Avis e Santiago e Espada). Direitos senhoriais
Doações de terras efetuadas por particulares.  Poder militar
→ Recrutamento de homens para a guerra;
→ Controlo de castelos e outras fortificações.
Igreja Católica – a maior proprietária do país  Poder judicial
→ Exercício da justiça sobre os homens do seu
*Vassalidade: acordo entre dois senhores
território;
medievais, segundo o qual, um (o suserano) tinha
→ Aplicação de penas (exceto as de morte e de
poder e autoridade sobre o outro (o vassalo): o
corte de membros, que eram exclusivas do
suserano assegurava a proteção do vassalo e
rei).
garantia também o seu sustento, ao conceder-lhe
o chamado benefício ou feudo (terra, cargo, renda  Poder fiscal
ou castelo); o vassalo devia ao suserano → Cobrança de uma variedade de pagamentos
fidelidade, ajuda e conselho, em contrapartida. obrigatórios, similares a impostos, às
populações – ex: as banalidades pelo uso do
*Senhorio: território pertencente a um senhor da forno, moinho e lagar, e as taxas pela
nobreza ou do clero, onde este exerce o poder: entrada, na área do senhorio, de mercadorias
- sobre a terra (direitos dominiais), de cuja (as portagens) e pessoas (as peagens).
exploração cobrava rendas e serviços;
- sobre os homens (direitos senhoriais), a quem
exigia o pagamento de impostos de natureza
económica, jurisdicional e militar (poder de julgar,
aplicar penas, lançar impostos e taxas, recrutar
homens para o exército).
As Cidades Medievais em Portugal Os Concelhos e o Exercício
 Principais povoações do Condado Comunitário dos Poderes
Portucalense; Concelhios
 Centros urbanos moçárabes (localidades
REI OU SENHORES ECLESIÁSTICOS OU
desenvolvidas pelos Muçulmanos, mas que
LAICOS – concessão de Cartas de Foral:
tinham habitantes cristãos);
 Sedes das dioceses; Criação de concelhos
 Locais com presença da corte régia;
 Cidade ou vila; Aldeias do respetivo termo
 Centros comerciais.
(território).
 Território cujos moradores (vizinhos) gozavam
de autonomia administrativa:
DESENVOLVIMENTO DE LOCALIDADES
→ Urbanos ou perfeitos (nas cidades);
URBANAS: VILAS E CIDADES
→ Rurais (nos campos).

 Administração comunitária pelos vizinhos:


Concelhos urbanos ou perfeitos.
→ Homem livres que tinham bens ou que
→ Espaço fechado por cinturas de muralhas trabalhavam no concelho (exceto nobres e
(alargadas nos séculos XIII-XV); clérigos, judeus, mouros, estrangeiros, servos
→ Planta labiríntica e desordenada (ruas e escravos).
tortuosas e sombrias);
→ Locais insalubres (ausência de água
canalizada e de esgotos); Destaque dos homens-bons (elite do concelho).

 Núcleo central – castelo ou alcáçova; praça Proprietários de terras e gado ou comerciantes.


principal (rossio): situação do mercado; Sé
(catedral) ou igreja paroquial; paços do
Concelho; paço Episcopal; habitação das Posse de privilégios:
elites locais (nobres, clérigos e burgueses → Militares: estado de cavaleiro-vilão
abastados). (possibilidade de combate a cavalo);
 Ruas periféricas – oficinas dos mesteirais; → Judiciais (impossibilidade de açoitamento);
mercados secundários; albergarias; → Fiscais (isenção de alguns impostos).
hospitais; habitação dos populares.
 Outros espaços – arrabalde ou alfoz → Assembleia ou Concilium
(prolongamento da cidade fora de muros):  Aprovação de deliberações (posturas
- hortas, pomares e mesteres poluentes; municipais).
- habilitação de almocreves, mendigos e leprosos;  Eleição:
Termo (territórios além do arrabalde administrado
pela cidade): searas, olivais, vinhas e aldeias. Magistrados:

 Bairros das minorias étnico-religiosas – → Almotacés (superintendentes da economia,


judiaria (habitações dos judeus – mesteirais, sanidade e obras públicas);
cambistas, cobradores de rendas, médicos, → Procurador (tesoureiro e representante do
astrónomos, etc.); Mouraria (habitações dos concelho);
muçulmanos – trabalhadores agrícolas e → Chanceler (guardião da bandeira e do selo).
mesteirais).
Alcaide:
→ Recrutamento militar;
→ Aplicação da justiça.

Nomeação
Rei
A Reestruturação da
O Poder Régio em Portugal na Administração Central Portuguesa
Idade Média na Idade Média
PRIMEIROS TEMPOS DA HISTÓRIA DE ADMINISTRAÇÃO CENTRAL NOS PRIMEIROS
PORTUGAL TEMPOS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL
Constante itinerância acompanhando as
deslocações do rei e da sua corte:
Monarquia feudal* Altos funcionários
 Alferes-mor – lugar-tenente do rei no exército
Porte do pendão real nas batalhas; Chefia
Centralização do poder do rei – Baseamento do militar na ausência do rei;
poder na doutrina do direito divino (ideia de que o  Mordomo-mor – superintendente da
poder do rei provinha de Deus = soberania divina) administração civil (depois, denominado
Vedor da Fazenda);
 Chanceler – redação dos diplomas régios;
Exercício de todos os poderes do Estado: guarda do selo real.

Legislativo – exclusivo da legislação suprema Cúria Régia


Elaboração de Leis Gerais (aplicadas a todo o  Ordinária – família real; cortesãos (nobres e
reino e a todos os súbditos). clérigos); altos funcionários.
Executivo – execução das leis
→ Governo do povo
→ Administração dos negócios do Estado Funções consultivas em questões:
→ Militares (declaração de guerra e
Judicial – posse da justiça maior (juiz supremo) estabelecimento da paz);
Exclusivo da aplicação das penas mais graves → Económicas (lançamentos de impostos,
(morte e talhamento de membros. desvalorização da moeda, etc.);
Desempenho das mais altas funções a nível… → Judiciais (julgamento dos nobres, pena
capital e apelação ao rei).
 Militar – Comandante supremo do exército;
 Fiscal – Cobrança de impostos em todo o
território nacional; A partir de meados do séc. XIII (reinado de D.
 Monetário – exclusivo da cunhagem da Afonso III), evolução para …
moeda. Tribunais superiores (questões judiciais);
Conselho Régio, composto por legistas (juristas)
*Monarquia feudal – regime monárquico – questões militares e económicas.
medieval no qual, seguindo os princípios do
feudalismo, o rei era o proprietário do reino e o  Extraordinária – membros da Cúria Ordinária;
maior dos senhores feudais e criava uma corte de prelados das dioceses, mosteiros e ordens
vassalos, através da concessão de terras religioso-militares; membros da alta nobreza e
(feudos).
alcaides das cidades.
Aconselhamento de rei em resoluções
determinantes:
Substituição pelas Cortes (1254) – assembleia na
qual se efetuavam queixas, pedidos e conselhos
ao rei, e que era composta por representantes dos
três grupos sociais:
→ Membros da alta nobreza (ricos-homens e
outros fidalgos);
→ Prelados do clero secular, regular e das
ordens religioso-militares;
→ Procuradores dos concelhos das cidades e
vilas.
O Combate Régio à Expansão A Afirmação de Portugal no
Senhorial e a Promoção Política Quadro Político Ibérico
das Elites Urbanas CENTRALIZAÇÃO RÉGIA DE PORTUGAL
PRIMEIROS TEMPOS DA HISTÓRIA DE
PORTUGAL
Doações régias; heranças; compras; doações de Apogeu no reinado de D. Dinis (1279-1325)
particulares à Igreja + Fraudes, abusos e
 Economia
usurpações dos senhores nobres e eclesiásticos
→ Reforma agrária e expansão da superfície
cultivada;
→ Desenvolvimento do comércio externo
Aumento desenfreado das propriedades do clero
(Bolsa de Mercadores e tratados comerciais);
e da nobreza
→ Incremento de mercados e feiras e criação
Reis: das feiras francas.
 Fiscalidade – Otimização da cobrança de
Leis de combate à expansão senhorial:
impostos e rendas.
 Confirmações Gerais – reconhecimento
 Cultura
periódico, por parte do rei, das doações de
→ Adoção do Português como língua oficial dos
terras e de títulos efetuados pelos seus
documentos régios;
antecessores ao clero e à nobreza.
→ Criação da primeira universidade portuguesa
(Lisboa-Coimbra);
→ Dinamismo da corte na produção cultural e
Consciencialização dos senhores que os seus fomento da arte gótica.
bens tinham sido doados pelos reis e que podiam
voltar à posse da Coroa.

 Leis de Desamortização – proibição do clero Ganho de prestígio por parte da monarquia


comprar, herdar dos seus membros ou portuguesa:
aceitar doações de bens de raiz.  Casamento de D. Dinis com Isabel, princesa
de Aragão;
 Obtenção do acordo com Castela para a
Diminuição dos bens que não pagavam definição de fronteiras entre ambos os reinos
impostos à Coroa. (Tratado de Alcanises – 1297);
 Contribuição de tropas portuguesas
 Inquirições – averiguações, feitas por (chefiadas por D. Afonso IV) para a derrota dos
funcionários régios, acerca da natureza das Muçulmanos na batalha de Salado (1340);
propriedades nobres e eclesiásticas e do  Estabelecimento da aliança com a Inglaterra
pagamento de rendas e direitos à Coroa. (Tratado de Windsor, 1386) confirmada pelo
casamento de D. João I com a princesa
inglesa, Filipa de Lencastre (1387) – mais
Deteção de usurpações (apropriações indevidas) antiga aliança, ainda em vigor, da Europa;
efetuadas pelos senhores.
Consolidação da independência de Portugal
Reações com a vitória, sobre os Castelhanos, na batalha
 Forte contestação inicial dos senhores de Aljubarrota (1385).
(violências por parte dos nobres contra os
funcionários régios, queixas do clero ao papa
que levara, à deposição de D. Sancho II). Afirmação do prestígio de Portugal no plano
 Apoio dos concelhos à ação dos reis: internacional.
Criação, por parte do rei, dos concelhos
perfeitos (cidades com autonomia judicial).

Promoção política das elites urbanas (homens-


bons).
Roma: A cidade que se fez Império Das Magistraturas Republicanas
POLÍTICA ao Poder Imperial
Monarquia (VIII a.C. – VI a.C.); OCTÁVIO CÉSAR (SOBRINHO-NETO, FILHO
República (VI a.C. – I a.C.); ADOTIVO E HERDEIRO DE JÚLIO CÉSAR)
Império: estado constituído por vários territórios, Habilidade política e competência militar:
um dos quais exerce o domínio político e a
exploração económica sobre os outros. No caso Eliminação dos rivais
concreto da civilização romana, também se chama
império ao período após a república, em que o
governante supremo, todo-poderoso, tem o título Paz em Roma
de imperador (I a.C. – V d.C.).
Admiração do povo
EXPANSÃO
Inicialmente, com objetivo defensivo (cobiça dos
povos vizinhos); Eleição:
Posteriormente, com objetivos económicos e → Pretor;
político-militares (sede de riqueza e de glória). → Cônsul;
→ Censor;
→ Tribuno da Plebe
Formação do Império

→ Acumulação das magistraturas nas suas


Transformação do Mar Mediterrâneo num “lago mãos;
romano” (“mare Nostrum” – domínio dos → Concentração da autoridade destes cargos.
Romanos sobre todas as zonas situadas nas
margens desse mar). Apreço do Senado

URBANO
A urbe por excelência (uma cidade ou recinto
Concessão de títulos
urbano, geralmente rodeado de muralhas, que se
diferenciava da zona rural);
Capital de um império que era um mundo urbano
(criadas com instituições governamentais “Princeps senatus” (o 1º dos senadores);
próprias, capazes de satisfazer os interesses e as “Imperator” (general vitorioso);
necessidades comuns aos que nelas habitavam); “Princeps civitatis” (o 1º dos cidadãos);
Modelo a seguir pelas restantes cidades do Augusto (nome divino).
império.  Esvaziamento do poder das instituições
A Sociedade Romana nos Séculos I republicanas.

e II
Imperador; → Autoridade para excluir membros do senado;
→ Nomeação:
Senadores – proprietários com altos cargos
-Governadores das províncias;
políticos e administrativos (ordem Senatorial);
-Generais.
Cavaleiros – grandes comerciantes, empreiteiros
 Criação de novos cargos e instituições.
de obras públicas, funcionários administrativos,
etc. (ordem equestre);
Plebeus – camponeses, comerciantes, artesãos, → Conselho Imperial;
soldados e libertos (plebe); → Guarda Pretoriana.
Escravos.

Governante supremo, todo-poderoso (1º


imperador de Roma).
A Unidade do Mundo Imperial: o A Unidade do Mundo Imperial: a
Culto ao Imperador e a Roma Codificação do Direito
CONCESSÃO DE TÍTULOS PELO SENADO E Necessidade de administração de um vasto
OCTÁVIO Império + O complexo sistema económico do
 Augusto – Nome divino (= engrandecedor, Império
criador de algo novo e melhor)

Desenvolvimento do Direito – conjunto de


Octávio normas jurídicas (leis) que rege a vida de um
povo.

→ Províncias – autorização do culto à sua


pessoa; Criação do Direito Romano – Direito Público
→ Roma – Ordenação da adoração apenas ao (referente ao governo do Estado e à organização
seu génio (espírito protetor a que os Romanos e funcionamento das magistraturas); Direito
atribuíram a força vital); Privado (rege as relações entre particulares).
– Promoção do culto das virtudes
imperiais (os benefícios que o governo
trouxera ao Império Romano: Vitória Augusta,  Até ao séc. V a.C.
Paz (pax) Augusta; Justiça Augusta; Liberdade Simples soma desordenada e avulsa de leis, na
Augusta, etc.). maioria das vezes transmitidas oralmente (Direito
Consuetudinário ou Direito Costumeiro).
 “divus” (=deus) – Morte de Octávio (Inícios do
séc. I d.C.)  A partir do séc. V a.C.
Criação de códigos (compilações de leis):
Primeiro: Lei das XII Tábuas (457 a.C.);
Mais completo: Código de Justiniano ou Corpo
Oficialização do estatuto divino de Octávio
Iuris Civilis (529 d.C.) – base do Direito ocidental.

Implantação do culto imperial:


Transformação do Direito numa ciência
Devoção cívica (símbolo do respeito à autoridade
sistematizada, obedecendo a princípios e
comum e do apreço pelos benefícios da
assumindo a forma escrita e codificada.
dominação romana).

Importante fator de pacificação e união dos


União política dos vários povos do império.
povos do Império.
Culto de Roma:
Deusa que personificava a cidade e o seu povo
visto como uma força superior, predestinada para
dominar o mundo sob o signo da paz, da
prosperidade e da justiça.
A Unidade do Mundo Imperial: a  Espírito de abertura para apreciar e incorporar
Progressiva Extensão da a riqueza cultural dos povos conquistados.

Cidadania
PLENA CIDADANIA ROMANA (CIVITAS) Absorção de influências de vários povos,
principalmente dos Gregos (arte, literatura,
 Direitos civis e políticos: Filosofia, religião, etc.)
→ Posse e transação de propriedades;
→ Voto nas assembleias;
→ Eleição para as magistraturas; Síntese cultural greco-latina fundamento da
→ Recurso aos tribunais; civilização europeia.
→ Contração de casamento.
 Deveres: A Padronização do Urbanismo no
→ Pagamento de impostos; Império Romano
→ Serviço militar;
→ Culto ás divindades (Imperador, Roma e PADRÃO URBANÍSTICO COMUM Á MAIORIDA
DAS CIDADES DO IMPÉRIO, SEGUINDO O
restantes deuses).
MODELO DE ROMA
 Progressiva extensão
→ Inicialmente – Apenas os naturais de  Fórum – Principal praça pública e verdadeiro
Roma e seus descentes; coração da cidade.
→ 49 a.C. – Todos os homens livres da
Península Itálica;
→ 212 d.C. – Édito de Caracala – Todos os Edifícios administrativos
homens livres do Império.
Igualdade entre os povos conquistados e o povo
conquistador. → Cúria (sede do Senado);
→ Basílica (edifício multifuncional: tribunal,
mercado, reuniões políticas, etc.).
Unidade do mundo romano

A Cultura Romana: Pragmatismo Templos principais – Tríade capitolina


→ Júpiter;
e Influência Helénica → Juno;
ROMANOS → Minerva.
Inicialmente, um povo de lavradores  Habitações:
→ A domus (ricos);
→ A insula (maioria da população).
Vida: Trabalho da terra; Defesa da terra:
Mentalidade realistas virada para o concreto +  Aquedutos – Abastecimento de água.
conquistas.
 Edifícios para os tempos de ócio (tempos
livres):
Desenvolvimento do pragmatismo – sentido Termas públicas
prático que valoriza, acima de tudo, a utilidade e a
eficiência (a ideia de que todas as coisas tinham
que ser úteis, contrariamente ao pensamento dos Estabelecimentos de banhos públicos para a
Gregos). higiene e convívio:
Notório nas realizações dos Romanos: → Palestra (pátio para exercícios);
→ Arte; → Salas com piscinas de temperaturas diferentes
→ Urbanismo; (frigidarium, tepidarium e caldarium);
→ Poesia; → Sala de massagens;
→ História; → Saunas (laconicum);
→ Direito.
→ Equipamentos diversos (ex. sala de depilação, → Emprego das abóbadas de berço e de aresta;
biblioteca, jardim, lojas, etc.).
→ Anfiteatro (lutas de gladiadores); → Utilização da cúpula, que permite a criação de
→ Circo (corridas de carros puxados por espaços interiores amplos (ideias para as
cavalos); cerimónias oficiais que exaltavam a glória de
→ Teatro (representações teatrais); Roma);
→ Biblioteca. → Uso de materiais mais versáteis e baratos
como o tijolo e o “opus caementicium”
 Outros equipamentos: (argamassa de cal, areia, pozolana – material
→ Ruas orientadas por dois eixos principais (o vulcânico – e de pedaços de pedra);
cardo – sentido norte-sul – e o decumanus – → Utilização de diversos paramentros
sentido este-oeste); (revestimentos): almofadados de pedra e de
→ Passeios para os peões; tijolo, estuques, placas de mármore, etc.;
→ Fontes; → Emprego da cofragem (armações de madeira
→ Casas de banho públicas; para moldar arcos, abóbadas e cúpulas);
→ Esgotos. → Monumentos comemorativos (arcos de
triunfo e colunas honoríficas).

A Arquitetura Romana II:


Características e Monumentos
Urbanismo de sentido utilitário e com gosto pela
monumentalidade (construções de grandes
dimensões). ARQUITETURA (PRINCIPAL ATIVIDADE

A Arquitetura Romana I:
ARTÍSTICA DOS ROMANOS)

Influências e Originalidade Características gerais:


→ Caráter urbano;
Influência grega: → Utilitarismo ou pragmatismo;
→ Construção de templos com plantas e alçados → Monumentalidade;
semelhantes, aos helénicos, e com colunas → Mestria técnica;
das ordens dórica, jónica e coríntia (a preferida → Intenção comemorativa e/ou propagandística;
dos Romanos);
→ Durabilidade.
→ Frontão triangular;
→ Sistema de construção trilítico. Monumentos:

Originalidade: Arquitetura religiosa:


→ Criação das colunas de ordem compósita → Altares;
(com um capitel que mistura as volutas jónicas → Templos;
com as folhas de acanto coríntias) e da ordem → Santuários.
toscana (variação da coluna dórica);
Arquitetura civil:
→ Utilização de colunas de vários estilos num
mesmo edifício;
→ Aplicação de colunas adossadas às paredes
exteriores (pilastras); Arquitetura pública:
→ Preterição da proporção em favor da → Pontes;
grandiosidade dos monumentos: → Aquedutos;
→ Termas Públicas;
- valorização do gigantismo das dimensões que → Fóruns;
procurava espelhar a grandeza de Roma e dos → Basílicas;
Romanos; → Anfiteatros;
- uso do podium (plataforma que elevava os → Circos;
templos para realçar a sua imponência);
→ Teatros;
→ Substituição das esculturas ornamentais dos → Arcos de Triunfo;
frontões e frisos por simples inscrições; → Colunas Honoríficas.
→ Aplicação do arco de volta perfeita (ou
redondo);
Arquitetura privada:
→ A domus (moradia luxuosa citadina de planta
retangular, organizada em volta de dois pátios
interiores – atrium e peristilo – dispondo de
água canalizada e esgotos e, por vezes, com
termas privativas);
→ A insula (prédio de vários andares, com
múltiplos apartamentos, de construção frágil e
sem água nem esgotos);
→ A villa (moradia luxuosa localizada no campo,
tendo espaços destinados às atividades
relacionadas com a agricultura e a pecuária).

A Escultura Romana
Características gerais:
→ Profusão de estatuária decorativa, mas,
principalmente, de escultores gregos;
→ Grande realismo a nível do retrato (de artistas
romanos que se afastaram do idealismo da
escultura grega);
→ Rigor anatómico;
→ Culto dos antepassados;
→ Existência de uma escultura oficial e idealizada
na representação de imperadores;
→ Desenvolvimento do relevo histórico-narrativo
para relatar os grandes feitos do povo romano
e exaltar as qualidades dos seus chefes;
→ Função comemorativa e propagandística.
Obras artísticas:
→ Relevos (baixos, médios e altos);
→ Retratos, sobretudo sob a forma de bustos;
→ Estátuas pedestres, principalmente de
imperadores;
→ Estátuas equestres.
Temas:
→ Retratos dos antepassados;
→ Representação de imperadores;
→ História de Roma;
→ Vida quotidiana.

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