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Aula 4 – Hemoparasitas –

Trypanosoma cruzi – Doença


de Chagas
História
A tripanossomíase americana, posteriormente denominada doença de Chagas
(pesquisador brasileiro Carlos Chagas), é uma importante doença parasitária resultante
da infecção pelo protozoário parasito hemoflagelado Trypanosoma cruzi, tendo insetos
triatomíneos como vetores.

Fonte: http://chagas.fiocruz.br/sessao/historia/
Em 1897 conclui a Faculdade de Medicina e se dedica ao combate à Malária no Instituto Soroterápico
Federal (mais tarde – Instituto Oswaldo Cruz). Em 1907, durante um surto de malária, Carlos Chagas
identificou um novo protozoário no sangue de saguis e engenheiros da região relataram infestação de
barbeiros. Esse protozoário recém descoberto foi encontrado no intestino dos barbeiros já em fase
evoluída.

A menina Berenice
Em 1909, Chagas identificou a presença do protozoário em Berenice, uma menina de três anos. Ela
tinha febre e anemia, além da presença do parasita no cérebro e miocárdio. Ele descreveu, então, o
ciclo da doença e suas complicações, principalmente a insuficiência cardíaca na fase crônica.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/07/quem-foi-carlos-chagas-pesquisador-
brasileiro-que-concorreu-ao-premio-nobel.html
O agente causador é um protozoário denominado Trypanosoma cruzi. No homem e nos
animais, vive no sangue periférico e nas fibras musculares, especialmente as cardíacas e
digestivas. Os barbeiros abrigam-se em locais muito próximos à fonte de alimento e podem
ser encontrados na mata, escondidos em ninhos de pássaros, toca de animais, casca de
tronco de árvore, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas escondem-se nas frestas,
buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de serem encontrados em
galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.

Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-chagas-10/
Transmissão: a transmissão se dá pelas fezes que o “barbeiro” deposita sobre a pele da pessoa,
enquanto suga o sangue. Geralmente, a picada provoca coceira e o ato de coçar facilita a
penetração pelo local da picada. O T. cruzi contido nas fezes do “barbeiro” pode penetrar no
organismo humano, também pela mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes
recentes existentes na pele. As formas mais importantes de transmissão da doença de Chagas ainda
são as vetoriais, transfusão sanguínea; transmissão congênita/vertical; via oral, pela ingestão acidental
de alimentos contaminados por triatomíneos infectados ou pela seus excrementos; acidente
ocupacional/laboratorial; manipulação e consumo de carne de caça; e transplante de órgãos.
Ciclo
heteroxeno
→ durante a hematofagia → eliminação de tripomastigotas metacíclicos nas fezes (formas infectantes)
→ penetração pelas mucosas (quando o homem leva as mãos contaminadas aos olhos ou nariz)
→ por soluções de continuidade (provocadas pelo ato de coçar ou pelo orifício da picada do
barbeiro)
→ Logo após a penetração → tripomastigota metacíclico invade células do sistema fagocítico
mononuclear (célula alvo) e perde o flagelo → passa a se chamar amastigota. Nesse estágio os
amastigotas multiplicam-se por divisão binária em ciclos de aproximadamente doze (12) horas, até
que a célula infectada fique repleta de amastigotas.

http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Protozoa/Trypanosomacruzi.htm
Nesse momento as amastigotas se transformam novamente em tripomastigotas. Quando a
célula alvo rompe libera os tripomastigotas, que deslocam-se apara infectar uma nova
célula alvo, se disseminando para o restante do organismo através da circulação sangüínea
e linfática. Os principais órgãos atingidos são o coração, tubo digestivo e plexos nervosos.
Quando alimentam-se do sangue de pessoas ou animais infectados, os triatomíneos podem
ingerir os tripomastigotas. Os tripomastigotas são convertidos em epimastigotas no tubo
digestivo do triatomíneo. Os epimastigotas se reproduzem por divisão binária e, quando

chegam à porção terminal do intestino (reto) do triatomíneo, voltam à forma tripomastigota.

http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Protozoa/Trypanosomacruzi.htm
REFORÇANDO

As principais formas do Trypanosoma cruzi são:


· Epimastigota – é a forma encontrada no tubo digestivo do vetor, não é infectante para
os vertebrados. Tem forma fusiforme e apresenta o cinetoplasto junto ao núcleo. Possui
flagelo e membrana ondulante
·Tripomastigota – fase extracelular, que circula no sangue. Apresenta flagelo e membrana
ondulante em toda a extensão lateral do parasito. O cinetoplasto se localiza na extremidade
posterior do parasito. Esse estágio evolutivo está presente na fase aguda da doença,
constituindo a forma infectante para os vertebrados.
·Amastigota – fase intracelular, sem organelas de locomoção, com pouco citoplasma e
núcleo grande. O cinetoplasto fica ao lado do núcleo e é um pouco menor que ele. Está
presente na fase crônica da doença.

http://www.ufrgs.br/para-site/siteantigo/Imagensatlas/Protozoa/Trypanosomacruzi.htm
Sintomas:

Fase aguda: febre, mal estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra
ou em outras partes do corpo, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em
crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Frequentemente, nesta fase, não há
qualquer manifestação da doença, podendo passar desapercebida.
Fase crônica: nessa fase muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo
toda a sua vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam
portadores do T. cruzi. Em outros ca sos, a doenç a prossegue ativamente, passada a fase
inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e

o aparelho digestivo.
Tratamento: as drogas hoje disponíveis são eficazes apenas na fase inicial da
enfermidade, daí a importância da sua descoberta precoce (Nifurtimox e benzonidazol)

Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-c hagas-10/


Fonte: http://www.saude.pa.gov.br/a-secretaria/diretorias/dvs/chagas/doenca-de-chagas-2/
Percebe-se uma região
com edema e eritema em
local de picada de inseto.
Este é o chamado Sinal
de Romanã que é dado à
lesão inflamatória com
edema e eritema no local
da picada causando o
chagoma de inoculação.
Este edema decorre de
uma reação de
hipersensibilidade local e
demora uma semana
para se resolver.
Prevenção: baseia-se principalmente em medidas de controle ao “barbeiro”, impedindo a sua
proliferação nas moradias e em seus arredores. As atividades de educação em saúde devem estar
inseridas em todas as ações de controle, bem como, as medidas a serem tomadas pela população
local, tais como:

– melhorar a habitação, através de reboco e tamponamento de rachaduras e frestas;


– usar telas em portas e janelas;
– impedir a permanência de animais como cão, gato, macaco e outros no interior da casa;
– evitar montes de lenhas, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa;
– construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro, depósitos, afastados das casas e mantê-los limpos;
– retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
– fazer limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
–difundir junto aos amigos, parentes, vizinhos, os conhecimentos básicos sobre a doença, transmissor e
sobre as medidas preventivas;

– encaminhar os insetos suspeitos de serem “barbeiros” para o serviço de saúde mais próximo.

Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/doenca-de-c hagas-10/


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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
Fonte:
http://www.sau
de.pa.gov.br/a-
secretaria/diret
orias/dvs/chaga
s/doenca-de-
chagas-2/
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Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ISmP1mTzC6A
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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
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Fonte: http://chagas.fiocruz.br/doenca/diagnostico/
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Depois que a doença de Chagas é diagnosticada, deve-se fazer os seguintes exames,
dependendo dos achados:

Ausência de sintomas, porém infecção por T. cruzi confirmada: ECG de triagem com traça do do
ritmo e radiografia de tórax
Potenciais alterações ca rdíaca s nos exames de triagem ou sinais e/ou sintomas sugestivos
de doença cardíaca: ecocardiografia
Disfagia ou outros sintomas ou achados gastrointestinais: exames com contraste e/ou endoscopia.
Tratamento:
• Benzonidazol ou nifurtimox
• Cuidados de suporte
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O tratamento da doença de Chagas em estágio agudo com antiparasitários promove:

• Redução rápida da parasitemia


• Encurtamento da doença clínica
• Redução do risco de mortalidade
• Diminuição da probabilidade de doença crônica
Indica-se o tratamento antiparasítário para todos os casos de doença de Chagas aguda, congênita ou
reativada e para infecção crônica indeterminada em crianças com até 18 anos de idade. Quanto mais
jovem for o paciente e mais precoce o início do tratamento, maior a probabilidade do tratamento levar
à cura parasitológica.

A eficácia do tratamento diminui à medida que a duração da infecção se prolonga, e os efeitos


colaterais são mais prováveis em adultos. Indica-se tratamento para crianças de até 18 anos infectadas
por T. cruzi. Recomenda-se para aqueles com 18 a 50 anos, a menos que haja evidências de doença
cardíaca ou gastrintestinal (GI) avançada. Para os pacientes >50 anos, o tratamento é individualizado
de acordo com os potenciais riscos e benefícios.

Depois da manifestação avançada de sinais gastrintestinal ou cardíacos, não se recomenda


antiparasitários.

Medidas de suporte incluem tratamento para insuficiência cardíaca, marca-passos para bloqueio
cardíaco, fármacos antiarrítmicos, transplante cardíaco, dilatação esofágica, injeção de toxina
botulínica no esfíncter esofágico inferior e cirurgia do trato gastrintestinal para megacólon.
Os únicos antiparasitários eficazes são

Benzonidazol: para adultos e crianças >12 anos de idade, 2,5 a 3,5 mg/kg por via oral duas vezes ao
27 dia durante 60 dias.
Para crianças ≤12 anos de idade, 2,5 a 3,75 mg/kg duas vezes ao dia, durante 60 dias

Nifurtimox: para pacientes ≥17 anos, 2 a 2,5 mg/kg, por via oral, 4 vezes ao dia, durante 90 dias
Para crianças de 11 a 16 anos de idade, 3 a 3,75 mg/kg, 4 vezes ao dia, durante 90 dias
Para crianças de 1 a 10 anos de idade, 4 a 5 mg/kg, 4 vezes ao dia, durante 90 dias

Em geral, o benzonidazol é mais bem tolerado, e a duração do tratamento é mais curta. Nifurtimox
está disponível apenas junto ao CDC. Tanto o benzonidazol como o nifurtimox têm toxicidade
substancial, que aumenta com a idade. Contraindicações para o tratamento são a doença
hepática ou renal grave. Crianças pequenas costumam tolerar o tratamento melhor do que adultos.
Quando as mulheres são diagnosticadas com doença de Chagas durante a gestação, o tratamento
costuma ser adiado até o parto, e o lactante é então tratado se infectado.

Os efeitos adversos comuns do benzonidazol são dermatite alérgica, anorexia, perda ponderal,
neuropatia periférica e insônia.

Os efeitos adversos comuns do nifurtimox são anorexia, náuseas, vômitos, perda ponderal,
polineuropatia, cefaleia, tontura e vertigem.

A recomendação é esses fármacos não sejam administrados para gestantes ou nutrizes.


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TOXOPLASMOSE
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INTRODUÇÃO

32 Toxoplasmose é a infecção causada por Toxoplasma gondii (protozoário intracelular


obrigatório, para que seu ciclo de vida esteja completo, prec isa ter dois ou mais
hospedeiros diferentes (heteroxeno). Infecta aproximadamente um terço da população
mundial. Pertence ao filo Apicomplexa, assim como o Plasmodium spp. (Malária)

Sintomas: variam de nenhum à linfadenopatia benigna (mononucleose)


• Doença do sistema nervoso central ou envolvimento de outros órgãos em pessoas
imunocomprometidas.
• Encefalite pode se desenvolver em pacientes com aids e baixas contagens de CD4.
Retinocorioidite
• Convulsões e retardo mental ocorrem na infecção congênita.

O diagnóstico é por sorologia, histopatologia ou PCR (polymerase chain reaction). O


tratamento é normalmente realizado com pirimetamina mais sulfadiazina ou
clindamicina. São administrados corticoides ao mesmo tempo para tratar a
retinocorioidite.

Genericamente é chamado de parasita, que está amplamente disseminado por quase


todo reino animal. Aves, mamíferos, inclusive os humanos, podem ser infectados por ele
e manifestar uma doença de características mais sérias ou mais leves.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose
Ciclo de Vida - Sexuado
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Felinos (hospedeiros definitivos) eliminam fezes que vão para o ambiente e após a
esporulação tornam-se infecciosos (fase sexuada apenas em felídeos)

Na maioria das vezes esse ciclo tem início com a ingestão de cistos teciduais através
do carnivorismo.
Após a ingestão, vários ciclos, bastante complexos, sucedem-se até a geração de
micro e macro gametas, de cuja fusão resultam oocistos que serão eliminados com as
fezes do hospedeiro e disseminados no ambiente, infectando mamíferos (inclusive o
homem) e aves quando ingeridos através da água ou alimentos.
Estes liberam esporozoítas no aparelho digestivo que, então, infectam células
epiteliais do intestino, dando origem aos taquizoítos da fase aguda da infecção.
Ciclo Assexuado

34 Consiste em dois estágios de vida distintos dependendo da fase da infecção: aguda ou


crônica
•A forma taquizoíta (fase aguda): É decorrente da alta taxa de proliferação dos taquizoítos
com consequente ativação de uma forte resposta inflamatória pelo hospedeiro. Também é
a responsável pela transmissão vertical para o feto via placenta.
• Devido ao sistema imunológico do hospedeiro, os taquizoítos diferenciam-se em
bradizoítos que formam os cistos teciduais ou tissulares.
- O desenvolvimento de cistos tissulares em vários locais do corpo define a fase crônica do
ciclo assexuado.
- São encontrados predominantemente no sistema nervoso central e nos tecidos
musculares esquelético e cardíaco onde podem permanecer pelo resto da vida do
hospedeiro sem causar resposta inflamatória.

•Os cistos tissulares são a fase terminal do ciclo assexuado nos hospedeiros intermediários
e uma fonte importante de contaminação do homem quando ingeridos na carne crua ou
mal cozida de animais contaminados, uma vez que as formas bradizoítas são resistentes às
enzimas presentes no suco gástrico
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Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose
Retinografia de uma toxoplamose ocular de um
38 doente com 57 anos de idade. Observa-se uma
grande cicatriz macular secundária a toxoplasmose
congénita com características típicas de
inatividade. A cicatriz tem margens fortemente
pigmentadas e é branca no centro. A cicatriz inativa
mostra a esclera branca e proliferação do epitélio
pigmentado da retina.

Fonte: https://www.atlasrleye.com/atlas/diseases/ocular-toxoplasmosis
Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose
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• Costuma ser diagnosticada por sorologia com teste de anticorpos por fluorescência
indireta (IFA) ou imunoensaio enzimático para IgG e IgM (EIA).

• Anticorpos IgM específicos aparecem durante as primeiras 2 semanas de doença aguda,


apresentam pico em 4 a 8 semanas e eventualmente tornam-se não detectáveis, mas
podem estar presentes por um longo período, como 18 meses após infecção aguda.

• Anticorpos IgG surgem de maneira mais lenta, com pico em 1 a 2 meses, podendo
permanecer altos e estáveis durante meses a anos. A sorologia IgM para Toxoplasma não
têm especificidade.

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose
• O diagnóstico de toxoplasmose aguda durante a gestação e no feto ou no recém-nascido
pode ser difícil, sendo recomendado consultar um especialista. Se a paciente estiver grávida e
41 a IgG e a IgM forem positivas, deve ser feito um teste de avidez da IgG.

• Alta avidez de anticorpos nas primeiras 12 a 16 semanas de gestação essencialmente exclui


infecção adquirida durante a gestação. No entanto, um resultado de baixa avidez de IgG não
pode ser interpretado como indicação de infecção recente, porque algumas pacientes têm
baixa avidez persistente de IgG muitos meses após a infecção.

• A suspeita de infecção recente em uma gestante deve ser confirmada antes da intervenção
por amostras testadas em um laboratório de referência de toxoplasmose. Se a paciente tiver
doença clínica compatível com toxoplasmose, mas o título de IgG for baixo, um título de
acompanhamento 2 a 3 semanas depois deve mostrar aumento do título de anticorpos, caso
a doença seja decorrente de toxoplasmose aguda, a não ser que o hospedeiro esteja
gravemente imunocomprometido.

• Em geral, a detecção de anticorpos IgM específicos em recém-nascidos sugere infecção


congênita. IgG materna cruza a placenta, ao contrário de IgM. A detecção de anticorpos IgA
específicos para Toxoplasma é mais sensível do que IgM em recém-nascidos infectados
congenitamente, mas está disponível apenas em laboratórios de referência especiais.

• Um especialista deve ser consultado quando houver suspeita de infecção fetal ou congênita.
• Toxoplasma ocasionalmente pode ser demonstrado de forma histológica.

• Taquizoítas, que estão presentes durante a infecção aguda, aparecem na coloração de Giemsa ou de Wright,
42 mas dificilmente são encontrados em cortes de tecido rotineiros. Cistos teciduais não distinguem infecção
aguda de crônica.

• O Toxoplasma deve ser distinguido de outros organismos intracelulares, como histoplasma, Trypanosoma
cruzi e Leishmania.
Testes de PCR para DNA do parasito em sangue, líquido cerebrospinal, ou líquido amniótico estão disponíveis
em vários laboratórios de referência. Análise baseada em PCR de líquido amniótico é o método preferido para
diagnóstico de toxoplasmose durante a gestação.

• Se há suspeita de toxoplasmose do sistema nervoso central (SNC), os pacientes devem ser submetidos à TC
ou MR com contraste da cabeça e punção lombar se não há sinais de aumento da pressão intracraniana. RM
é mais sensível do que TC. RM e TC com contraste tipicamente mostram uma ou múltiplas lesões
arredondadas, com captação de contraste.
• A infecção aguda deve ser suspeita em pacientes imunocomprometidos se a IgG for positiva. Mas os níveis
de anticorpos IgG em pacientes com aids com encefalite por Toxoplasma geralmente são baixos a
moderados, e anticorpos IgG às vezes estão ausentes; anticorpos IgM podem não estar presentes.

• Se a suspeita diagnóstica de toxoplasmose do sistema nervoso central for confirmada, melhora clínica e
radiográfica deve ser evidente em 7 a 14 dias. Se os sintomas piorarem ao longo da 1ª semana ou não
diminuírem até o final da 2ª semana, deve-se considerar biópsia do cérebro.

• Doença ocular é diagnosticada com base no aparecimento de lesões nos olhos, sintomas, curso da doença e
resultados das sorologias.
Tratamento:
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• Pirimetamina e sulfadiazina mais leucovorina (para prevenir a supressão da medula


óssea); alternativamente, a combinação fixa dos fármacos sulfametoxazol-
trimetoprima em algumas situações.

• Clindamicina ou atovaquona com pirimetamina quando o paciente for alérgico a


sulfonamidas ou não tolerar a sulfadiazina.

• O tratamento da toxoplasmose não é indicado para pacientes imunocompetentes


assintomáticos ou com infecção aguda leve e não complicada; o tratamento só é
necessário quando há doença visceral ou se os sintomas forem graves ou persistentes.

Contudo, indicar o tratamento específico da toxoplasmose aguda nos seguintes casos:

• Recém-nascidos
• Gestantes com toxoplasmose aguda
• Pacientes imunocomprometidos

Fonte: https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/toxoplasmose
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Obrigado!!

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