Você está na página 1de 53

GABARITO DAS

AUTOATIVIDADES

Assistência de Enfermagem no
Centro Obstétrico
Prof.ª Lara Louise Kloch
2023
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 Os estudos da fisiologia do parto mostram que a bioquímica,


para o início do trabalho de parto, é dividida em fases: a fase 0
da quiescência, com a ação da progesterona evitando partos
prematuros, seguida pela fase 1 de ativação miometral, pela fase
2 de estimulação e contração uterina, e pela fase 3 de involução
uterina no pós-parto. A fase 2, das contrações efetivas, é
precedida por uma preparação do útero e do colo, indolor e
irregular. Com base em como é conhecida essa fase, assinale a
alternativa CORRETA:

a) ( ) Preparação de quiescência, conhecidas como preparação para o


parto.
b) (X) Contrações de Braxton-Hicks, conhecidas como as contra-
ções de treinamento.
c) ( ) Contrações de Partos-Hicks, conhecidas como as contrações de
treinamento.
d) ( ) Contrações de ativação miometral, conhecida como preparação
para o parto.

2 Considera-se que um falso trabalho de parto não tem contrações


regulares nem dilatação do colo do útero e muito menos a
percepção da dor. Sobre a importância de se reconhecer a
diferença entre um falso trabalho de parto e um trabalho de parto
verdadeiro, analise as sentenças a seguir:

I- O trabalho de parto verdadeiro tem a presença de contrações uterinas


regulares, com intervalos cada vez menores, chegando apenas até
duas contrações em 10 minutos.
II- A percepção da dor de uma contração pode ocorrer tanto na lombar da
parturiente como na região de baixo ventre.

2
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

III- É possível identificar a presença de uma contração quando se sente o


útero endurecido à palpação abdominal, além da valorização da queixa
da parturiente sobre a dor da contração.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A indução do trabalho de parto é um procedimento que deve ser


realizado com cautela e apenas quando realmente necessário,
conforme indicações clínicas baseadas em evidências científicas.
De acordo com as indicações para indução de trabalho de parto,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Deve ser induzido o parto em caso de gravidez pós-termo, que corresponde


ao período após as 39 semanas de gestação.
( ) Situações como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, hipertensão induzida pela
gravidez, síndrome de HELLP e diabetes são indicações para a indução
do trabalho de parto.
( ) A indução do trabalho de parto é indicada apenas quando os benefícios
para a mãe e o feto são maiores do que se a gestação for mantida.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) (X) F – V – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) V – F – V.

4 O trabalho de parto é um evento fisiológico, um conjunto de


fenômenos espontâneos que conduz a dilatação do colo uterino
e a expulsão do feto. O parto eutócico acontece quando não há
intervenções, seguindo-se todos os períodos de forma definida
e sem intercorrências. Diante disso, disserte sobre as fases do
trabalho de parto e alguns pontos importantes para a assistência
do enfermeiro nos períodos elencados.

3
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

R.: O trabalho de parto se divide em quatro períodos: o primeiro é o de


dilatação e apagamento do colo uterino, quando iniciam as contrações
regulares e termina com a dilatação total do colo uterino, período em que
é importante o enfermeiro saber identificar a fase latente e a fase ativa do
trabalho de parto, para orientar a parturiente durante a progressão de cada
fase, oferecendo medidas de apoio e informação, como a possibilidade de
movimentação e utilização da bola suíça. Além disso, o enfermeiro deve
estar atento aos sinais vitais maternos e à ausculta cardíaca fetal. Já o
segundo período é caracterizado pela expulsão fetal, cuja força involuntária
da parturiente aparece e os “puxos” demonstram que o nascimento está
perto, e oferecer uma posição vertical para a parturiente pode facilitar esse
período, além de favorecer a troca de oxigênio materno-fetal. É necessário
observar sinais de desaceleração cardíaca fetal tardias, que não se
recuperam ou com recuperação lenta. No terceiro período, da dequitação da
placenta, é quando há uma diminuição das contrações uterinas; a expulsão
do feto faz com que o útero diminua e a área interna, onde está a placenta,
sofre um espessamento, uma tensão e a rotura das vilosidades, formando
o hematoma retroplacentar e, por fim, a expulsão da placenta, o enfermeiro
deve ficar atento à dequitação total dessa placenta e, inclusive, observar a
ausência ou não de algum cotilédone. O quarto período é o do pós-parto
imediato, Greenberg, no qual, na primeira hora, é necessária a vigília da
puérpera, evitando hemorragias pós-parto; trata-se de um período que é
necessário para a hemostasia uterina, impedindo o sangramento excessivo
e, por isso, o enfermeiro pode realizar a palpação uterina sob o abdome da
puérpera, para validar a presença do globo de segurança de Pinard.

5 Acerca do parto instrumentado, ou parto distócico, percebe-


se que, atualmente, são utilizadas práticas rotineiras de uso de
instrumentos durante o período expulsivo, com a justificativa de
apressar o parto e ajudar a parturiente. Nesse contexto, disserte
sobre a utilização desses instrumentos e quando realmente eles
se fazem necessários.

R.: O uso de instrumentos, para auxiliar em partos distócicos, deve ser


privado quando o feto apresenta uma desaceleração tardia, no caso de
suspeita de sofrimento fetal, que deve ser avaliada e indicada a abreviação
do período expulsivo, ou quando há uma exaustão materna e a falta de

4
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

força dificulta o período expulsivo. O fórceps pode ser necessário nesses


casos, porém deve ser utilizado por um obstetra que tenha familiarização
com o uso desse instrumento, assim como é necessário realizar a anestesia
antes de passar o fórceps. Já o extrator a vácuo é menos utilizado, tem
as mesmas indicações que o fórceps e deve ser utilizado com cuidado e
atenção, sempre com o manômetro presente no instrumento para verificar
a pressão do vácuo no escalpe fetal. Por fim, a episiotomia deve ser
avaliada individualmente e, de acordo com muitos autores, não deve ser
realizada de forma rotineira, conforme a recomendação da OMS, visto que
já é considerada uma laceração de 2º grau. Esses tipos de intervenções
devem ser avaliados caso a caso, a fim de evitar a cascata de intervenções
e desfechos infelizes.

TÓPICO 2

1 O Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987, regulamenta a Lei nº 7.498,


de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem
e dá outras providências. Acerca do exercício da atividade de
Enfermagem na assistência ao parto e ao nascimento, assinale a
alternativa INCORRETA:

FONTE: BRASIL. Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº


7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/
d94406.htm. Acesso em: 16 set. 2022.

a) ( ) Ao enfermeiro generalista incube, privativamente, a prestação de


assistência de Enfermagem à gestante, à parturiente, à puérpera e
ao recém-nascido, o acompanhamento da evolução e do trabalho de
parto, bem como a sua execução.
b) (X) Ao enfermeiro generalista incube, privativamente, a assis-
tência obstétrica em situação de emergência e a execução do
parto com ou sem distócia.

5
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico
c) ( ) Ao enfermeiro obstetra incube a prestação de assistência à parturiente
e ao parto normal e a realização de episiotomia e episiorrafia, com
aplicação de anestesia local, quando necessário.
d) ( ) Ao enfermeiro obstetra incube a identificação das distócias
obstétricas e a tomada de providência até a chegada do médico.

2 O enfermeiro tem grandes contribuições para o período clínico


do parto, podendo ser ressaltadas a valorização do desejo da
mulher, a comunicação entre equipe e paciente, e a promoção
da escuta ativa durante o período do parto, valorizando crenças,
histórias e necessidades físicas e emocionais dela. Com base nas
atribuições específicas do enfermeiro obstetra, que se mostra de
grande importância no meio do processo de parturição, analise as
sentenças a seguir:

I- É de responsabilidade do enfermeiro a avaliação do bem-estar materno


e fetal, sendo um dos cuidados para garantir a saúde da mãe-feto a
realização da ausculta cardíaca fetal e dos sinais vitais maternos.
II- A avaliação da progressão do trabalho de parto pode ser feita a partir do
exame do toque vaginal, no qual se verifica a consistência do cérvix, a
posição do bebê e a dilatação cervical.
III- Uma das atribuições que traz grande autonomia para o enfermeiro
obstetra é o acompanhamento e a execução do parto normal eutócico.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) (X) Todas as sentenças estão corretas.

3 Segundo a Política Nacional da Humanização (PNH), do Ministério


da Saúde, e as recomendações da Organização Mundial da Saúde
(OMS) para uma vivência positiva de parto, a humanização na
assistência ao parto tem, como proposta principal, o respeito
à tríade e aos desejos da parturiente para o momento do parto e
do nascimento, além da promoção do trabalho em equipe, a fim de
tornar o cuidado multidisciplinar. Diante disso, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
6
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) O resgate a autonomia da mulher é um fator determinante da


humanização do parto, o qual deve ser praticado por todos os profissionais
que trabalham direta ou indiretamente com o processo de parturição.
( ) O enfermeiro não necessita estar atento às queixas da parturiente sempre,
visto que esse não é um fator importante para a avaliação de possíveis
riscos e intervenções.
( ) A escuta ativa deve ser promovida por todos os profissionais, tanto
médicos quanto enfermeiros, a fim de promover maior segurança e
conforto ao casal.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) (x) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 A inserção do enfermeiro obstetra, dentro da equipe multidis-


ciplinar, simplifica a forma de atendimento mais humanizado e
também diminui os níveis de intervenções irrelevantes no parto,
fazendo com que a mulher tenha mais autonomia e protagonismo
no momento do nascimento do seu filho. Diante disso, discorra
sobre as principais atribuições do enfermeiro obstetra dentro do
centro obstétrico.

R.: Algumas atividades durante o trabalho de parto da enfermeira obstétrica


são: avaliação do bem-estar materno-fetal, realizando a partir da ausculta
cardíaca fetal e sinais vitais maternos, avaliação da progressão do trabalho
de parto, a partir do exame de toque vaginal e observação do segmento
da fisiologia do parto. Já no parto, a execução do mesmo quando parto
eutócico e a realização de sutura se necessário. No que abrange o
nascimento, como atribuição, está o recebimento desse recém-nascido e
a apresentação dele para a mãe, realizando a promoção do contato pele a
pele. A informação a gestante sobre a sua evolução do trabalho de parto
e as condutas tomadas devem também fazer parte do cuidado integral
do enfermeiro obstetra. Observar e monitorar cada período do trabalho de
parto, diagnosticar e auxiliar durante as fases do trabalho de parto fazem
parte da assistência.

7
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

5 Com o passar dos anos, a mulher perdeu o seu papel de agente


ativo no nascimento do filho e, por isso, atualmente, existe a
necessidade do resgate do parto normal humanizado, no qual a
parturiente tem seus direitos e escolhas respeitados, diante de um
acompanhamento com profissionais qualificados, minimizando
as intercorrências durante do parto e trazendo maior segurança
e qualidade ao atendimento. Diante disso, por que a assistência
multiprofissional deve ser observada como um trabalho de saúde
coletivo no processo de parturição?

R.: A necessidade de articulação dos níveis de atenção, de gestão a saúde,


de atribuições profissionais e organização das competências é urgente neste
cenário, visto que ainda predomina uma tendência de satisfazer aspirações
profissionais individuais, criando hegemonias, não olhando o coletivo e ou
objetivo comum das práticas de interdisciplinaridade no processo de parturição
dentro do centro obstétrico. É necessário nomear e respeitar os saberes e
competências de cada profissional, tornando a assistência multidisciplinar
entre médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicológicos, fisioterapeutas e
doulas, clara e que busque atender as necessidades da tríade mãe-bebê-
parceiro(a)

TÓPICO 3

1 Acerca do acolhimento e da classificação de risco obstétrico, que


tem como objetivo priorizar os atendimentos com mais urgência,
conforme sinais, sintomas e queixas da mulher, e das rotinas
do enfermeiro na triagem obstétrica, quando realizado o A&CR
obstétrico, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) Chamar a mulher pelo nome, solicitando também a presença de um


acompanhante, caso seja desejo da paciente.
b) ( ) Registrar dados da classificação na ficha de atendimento,
sinalizando, por meio de cores, a classificação da mulher.

8
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

b) (X) Não devem ser reclassificadas as pacientes quando forem


identificadas alterações pela equipe.
d) ( ) Supervisionar o trabalho do técnico/auxiliar de Enfermagem e do
estagiário, orientando corretamente quando necessário.

2 Considera-se que, segundo as Diretrizes nacionais de assistência


ao parto normal (BRASIL, 2017a), se a parturiente estiver com
trabalho de parto estabelecido, ou seja, com mais de 4 cm de
dilatação e contrações efetivas, já pode ser admitida para
internação. Com base nas rotinas assistenciais de admissão da
gestante, analise as sentenças a seguir:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto


Normal. Brasília: Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos, 2017a. Dispo-
nível em: http://twixar.me/RgQm. Acesso em: 10 jul. 2022.

I- Deve-se perguntar sobre o plano de parto, se houver, sendo importante


realizar a leitura para saber expectativas e desejos do casal sobre o
parto, registrar no prontuário e informar à equipe.
II- A realização dos testes rápidos de HIV e VDRL é rotina na admissão
no centro obstétrico, bem como saber o tipo sanguíneo e o fator Rh
materno, para casos de profilaxia anti-D no pós-parto.
III- O procedimento de enema (limpeza intestinal) deve ser realizado em
todas as gestantes na admissão, junto à tricotomia (corte dos pelos
pubianos), para evitar possíveis infecções.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) (X) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Segundo as Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal,


do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017a), a vigilância do bem-estar
materno fetal também se dá pela avaliação da ausculta cardíaca
fetal com o Sonar Doppler ou com o aparelho de Pinard, sendo

9
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

a monitoração da vitalidade fetal um dos cuidados principais


nas salas de partos, para garantir a saúde do feto. Diante disso,
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto


Normal. Brasília: Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos, 2017a. Dispo-
nível em: http://twixar.me/RgQm. Acesso em: 10 jul. 2022.

( ) É recomendada a cardiotocografia contínua durante todo o período do


trabalho de parto em gestantes de alto e baixo risco.
( ) O parâmetro normal, para a frequência cardíaca fetal, é de 110 a 160
bpm, sendo alguns sinais de aceleração positivos, porém sinais de
desacelerações devem ser observados com alerta.
( ) A ausculta cardíaca fetal pode ser vista de 30 em 30 minutos no período
expulsivo, conforme as recomendações.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) (X) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 A organização da sala cirúrgica é de responsabilidade do enfermeiro


do setor, sendo importante lembrar que as competências da
Enfermagem vão além da assistência; a gerência também faz
parte do cuidado de rotina, assim como, por exemplo, a provisão,
a previsão e o controle de materiais na sala cirúrgica são cuidados
de rotina gerenciais que o enfermeiro deve ter. Diante disso,
disserte sobre outras rotinas que o enfermeiro deve realizar na
sala cirúrgica obstétrica.

R.: O enfermeiro deve realizar a leitura do pedido de cirurgia, certificando-se do


tipo de cirurgia, idade da paciente, aparelhos e solicitações especiais, verificar
as condições de limpeza da sala antes de montá-las e testá-las os aparelhos
para garantir que estejam em bom funcionamento, revisar o carro de anestesia
e repor os materiais descartáveis necessários nas bancadas, além de repor
os pacotes e campos esterilizados, como as caixas de instrumentos e outros

10
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

materiais para a cirurgia ou procedimento a ser realizado na sala cirúrgica. O


acompanhamento da paciente até na sala e durante o procedimento também
é necessário, monitorar a paciente e mantê-la calma.
Itens importantes antes e após o procedimento é contar as compressas que
foram utilizadas, bem como o número de materiais em campo. Por fim, registrar
tudo em sistema ou prontuário.

5 No puerpério imediato, deve-se ter uma grande atenção a todos


e quaisquer sinais da mulher que não estejam estáveis, em todos
os sistemas corporais, evitando possíveis riscos maternos
desencadeados por hemorragias, infecções e entre outras
condições que levam ao risco da puérpera. A vigilância adequada
em sala de recuperação pode evitar morbidades maternas. Nesse
contexto, disserte sobre os principais cuidados do enfermeiro
na sala de recuperação com uma puérpera de parto normal e de
cesariana.

R.: No caso de parto normal, primeiramente, a avaliação dos lóquios, perceber


a presença ou não dos coágulos devido aos lóquios hemáticos, perceber o
cheiro, se há ausência de odor fétido descartando possíveis infecções, e a
intensidade deste sangramento. A administração de uterotônicos no pós-
parto imediato, como a ocitocina 10 UI, por via intramuscular ou endovenosa.
A avaliação da formação do globo segurança e da hemorragia genital cada 15
minutos nas primeiras, avaliação do pulso radial e pressão arterial a cada 15
minutos com medidor automático, nas primeiras 2 h, colocação do recém-
nascido junto à mãe e início da amamentação logo que possível (exceto se
contraindicada) e remoção do cateter epidural 2 h após o parto.
No caso de cesariana, a avaliação do sangramento também deve ser
observada, evitando riscos de hemorragia. A administração de uterotônicos
também se faz necessária, muitas vezes ainda em sala cirúrgica. A avaliação
dos sinais vitais durante 4 primeiras horas após-cesariana, registrados a
cada 30 minutos. Hidratação e reposição de eletrólitos por via endovenosa,
conforme prescrição médica. Auxílio no levante da paciente após a anestesia,
não a deixando sozinha neste momento devido a hipotensão postural e risco
de queda. Observar também a presença ou não de diurese, e retirar o curativo
após 24 horas de cesariana, não sendo necessário realizar um novo curativo.

11
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

TÓPICO 4

1 Na atuação direta do enfermeiro com recém-nascido na sala de


parto, para realizar as condutas de forma adequada e segura, é
necessário o conhecimento antecipado de algumas informações.
Diante disso, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) É necessário ter conhecimento sobre a vigilância pré-natal, as


consultas e os exames da gestante antes do atendimento ao
recém-nascido.
b) ( ) Saber da história da gravidez, a evolução, as doenças, as
medicações de uso e as drogas usadas na gestação são outros
fatores importantes para um cuidado adequado ao recém-nascido.
c) (X) Os antecedentes maternos e paternos do recém-nascido não
são informações relevantes.
d) ( ) Aspectos psicossociais do parto também são importantes, como
saber se houve a preparação para o parto, se a gestante teve
suporte emocional durante o trabalho de parto e o envolvimento
familiar nesse evento.

2 A Escala de Apgar é considerada uma forma importante de


sistematizar e avaliar o período em que o bebê se adapta à vida
extrauterina, pois os primeiros minutos são essenciais e, por
isso, deve-se avaliar as necessidades do recém-nascido, a partir
de uma boa observação dos sinais que ele apresenta. Com base na
Escala de Apgar, analise as sentenças a seguir:

I- O valor mínimo da Escala de Apgar é 0 e o máximo, 10 e, a partir da


avaliação, se dá o escore final.
II- Se, por acaso, o escore for de 0 a 3, o recém-nascido está em boas
condições de saúde e pode permanecer no colo da mãe.
III- Deve ser determinado o escore no primeiro e no quinto minuto de
vida, não sendo utilizado para indicar procedimentos na reanimação
neonatal, pois permite avaliar a resposta neonatal às manobras
realizadas.

12
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Quando os cuidados básicos ao recém-nascido não o estabilizaram,


provavelmente, será necessário outro método de estabilização
e/ou reanimação. Se o bebê tiver nascido acima de 34 semanas,
não demonstrar o choro ou movimentos respiratórios regulares,
não tiver tônus muscular e, em geral, não apresentar uma boa
vitalidade, deve ser conduzido para a sala de reanimação, para
iniciar a estabilização desse recém-nascido. De acordo com o
fluxograma de reanimação neonatal do recém-nascido maior que
34 semanas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para
as falsas:

( ) O minuto de ouro é caracterizado pelos primeiros 60 segundos de


vida do recém-nascido. Nesse primeiro minuto, a equipe deve realizar o
briefing, verificar material, realizar anamnese materna, se perguntar se a
gestação é a termo, se o recém-nascido está chorando ou respirando,
se tem tônus – se essas respostas forem negativas, deve ser realizado
o clampeamento imediato do cordão umbilical e o recém-nascido deve
ser levado para estabilização.
( ) Se frequência cardíaca for menor que 100 bpm e respiração irregular ou
apneia, deve-se iniciar ventilação com pressão positiva, com oxigênio a
100%, e monitoração.
( ) Se a frequência cardíaca for menor que 60 bpm, deve-se iniciar a
ventilação com cânula traqueal, oxigênio a 100%, massagem cardíaca
coordenada com ventilação, 3:1.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

13
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

4 Os cuidados com o recém-nascido abrangem muito mais que


as técnicas assistenciais e gerenciais, como a promoção da
vinculação da tríade mãe-bebê-pai. O enfermeiro pode realizar
algumas condutas para promover e melhorar a vinculação, além
de auxiliar na adaptação da vida extrauterina. Disserte sobre as
condutas e as medidas que o enfermeiro pode promover para a
família.

R.: Conhecida como a hora de ouro do recém-nascido, é nesta primeira hora


de vida que algumas medidas como o contato pele a pele ao nascer, são de
extrema importância para auxiliar na vinculação entre mãe e bebê, e também
para a adaptação a vida extrauterina, a termorregulação é um dos principais
itens, nesse sentido, prevenindo a hipotermia do recém-nascido, além de
promover também a amamentação. O contato, pele a pele, propicia também
os estímulos de toque, odor e promovem a liberação de ocitocina materna,
auxiliando também para a ejeção do colostro. A amamentação é outra
medida que pode ser promovida na primeira hora, muitas vezes, precisando
de auxílio do enfermeiro para realizar a informação de posição e pega para
amamentação. Esse momento auxilia na regulação na glicemia, do sistema
térmico e do sistema cardiorrespiratório. Para essas duas condutas, faz-se
importante respeitar no mínimo 1 hora de contato e vinculação após o parto
entre a tríade.
Outra conduta que beneficia a vinculação e a adaptação a vida extrauterina
é clampeamento do cordão umbilical tardia, esperando no mínimo 1 minutos
após o nascimento e podendo se prolongar este tempo até parar de pulsar, o
enfermeiro neste momento pode promover a participação paterna no corte do
cordão umbilical.
É importante salientar que essas medidas só devem ser realizadas se o recém-
nascido estiver estável e em bom estado geral.

5 O enfermeiro é o profissional responsável pelos cuidados imediatos


após a expulsão do recém-nascido, que devem ser realizados de
forma correta visando ao bem-estar do bebê, sempre importante
também o registro, posteriormente, de tudo na caderneta da
criança. Quais são esses cuidados imediatos realizados pelo
enfermeiro ainda na sala de parto?

14
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

R.: Preparar e verificar o material necessário para a apresentação de cuidados


imediatos ao recém-nascido; coletar informação; utilizar luvas de proteção
para cuidar do recém-nascido; verificar a hora exata do nascimento; perceber
o recém-nascido em um campo, previamente aquecido, de preferência,
que seja macio; proceder ao clampeamento definitivo do cordão umbilical,
conforme recomendações, se a condição geral do recém-nascido não o
permitir, o clampeamento deve ser imediato, cortar o cordão com tesoura
esterilizada, posicionar o recém-nascido no colo da mãe, secar o recém-
nascido com movimentos suaves, com estimulação tátil, tendo o cuidado de
manter a cabeça coberta; substituir o campo por panos novos e aquecidos;
avaliar o índice de Apgar; identificar o recém-nascido, conforme protocolo da
instituição; fomentar o processo de vinculação através do contato pele a pele,
quando recém-nascido estável; após recomendações do período de contato
pele a pele, transportar o recém-nascido para o posto de cuidados o bebê,
colocá-lo sob fonte de calor, posicionar o recém-nascido em decúbito dorsal,
aspiração, somente se necessário, conforme recomendações e avaliações
clínicas; realizar a observação inicial, para detectar malformações externas ou
outros indicadores passíveis de influenciar a evolução neonatal; administrar
1 mg de vitamina K, por via intramuscular, no terço médio do músculo vasto
lateral da coxa esquerda; administrar método Credé em região ocular; pesar
e realizar as medidas antropométricas; dar banho com água corrente apenas
em situações de suspeita ou confirmação de infecção materna, conforme
protocolo hospitalar, colocar fralda.
Manter o coto umbilical exterior a fralda, vestir o recém-nascido com roupa
previamente aquecida, envolver o recém-nascido em uma manta quente, e
estimular a amamentação.
Registrar todos os procedimentos.

15
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 O aborto é um produto da concepção eliminado no processo de


abortamento. Sobre a definição de abortamento, especificamente
sobre a idade gestacional da perda e as classificações quanto a
sua cronologia, com base no Ministério da Saúde (BRASIL, 2022a),
assinale a alternativa CORRETA:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento


de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção técnica para prevenção, avaliação
e conduta nos casos de abortamento. Brasília, 2022a. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_avaliacao_conduta_abortamento_2ed.pdf. Acesso
em: 28 ago. 2022.

a) (X) Interrupção da gravidez até a 20ª ou a 22ª semana e com o


produto da concepção pesando menos de 500 g, podendo ser
abortamento precoce, se ocorrer até 12 semanas, e tardio, se
ocorrer entre 12 e 20 semanas de gestação.
b) ( ) Interrupção da gravidez até a 12ª ou a 20ª semana e com o produto
da concepção pesando menos de 500 g, podendo ser abortamento
precoce, se ocorrer até 12 semanas, e tardio, se ocorrer entre 20 e
22 semanas de gestação.
c) ( ) Interrupção da gravidez até a 20ª ou a 22ª semana e com o produto
da concepção pesando menos de 600 g, podendo ser abortamento
precoce, se ocorrer até 10 semanas, e tardio, se ocorrer entre 12 e 22
semanas de gestação.
d) ( ) Interrupção da gravidez até a 12ª ou a 20ª semana e com o produto
da concepção pesando menos de 600 g, podendo ser abortamento
precoce, se ocorrer até 12 semanas, e tardio, se ocorrer entre 12 e 20
semanas de gestação.

16
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

2 Considera-se, de acordo com Almeida e Reis (2021), que o


abortamento tem fatores de risco relacionados diretamente com:
idade materna avançada, múltiplos abortamentos provocados,
abortamento espontâneo prévio, nova gestação 3 a 6 meses
após o parto, uso de drogas lícitas e ilícitas, excesso de cafeína,
procedimentos que envolvam a administração de gás anestésico
e, também, o uso de medicações como o misoprostol. Mesmo sem
esses fatores de risco, muitas mulheres em idade fértil poderão
ter algum caso de abortamento em sua vida reprodutiva. Com base
na etiologia do abortamento, analise as sentenças a seguir:

I- As anormalidades cromossômicas são as causas mais comuns de


abortamento, em geral, a trissomia autossômica é a alteração mais
frequente, seguida pela monossomia do cromossomo X, a triploidia,
tetraploidia e, também a aneuploidia.
II- As causas uterinas mais frequentes são: miomas uterinos, sinéquias
uterinas (síndrome de Asherman), incompetência cervical e
malformações uterinas, especificamente defeitos da fusão dos ductos
de Leopold.
III- O uso de agentes nocivos, como tabagismo, álcool, cafeína e drogas,
também fazem parte da etiologia dos abortamentos.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 O abortamento pode ser classificado como de forma espontânea


ou induzida, sendo o produto da concepção com menos de 22
semanas de gestação. O abortamento espontâneo ocorre sem
ação deliberada de qualquer pessoa, enquanto os abortamentos
provocados ou induzidos são aqueles que interrompem a gravidez
antes de atingir a viabilidade fetal. De acordo com as formas clínicas
de abortamento, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:

17
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) Na ameaça de abortamento, o sangramento vaginal é intenso, o orifício


do colo uterino está aberto e há a ausência de cólicas abdominais.
( ) Em casos de abortamento em curso, há dois tipos: completo e
incompleto. O completo já houve a eliminação do produto da
concepção, enquanto o incompleto o produto da concepção ainda
está em processo de eliminação, apresentando sangramento vaginal
intermitente e importante.
( ) No aborto infectado ou séptico, a mulher, na maioria das vezes,
apresenta febre, taquicardia, anemia, abdome doloroso, secreção
purulenta e fétida proveniente do colo uterino. Não há a retenção de
produtos da concepção.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) (X) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Para cada tipo clínico de abortamento, há uma conduta de


tratamento que deve ser adequada, de acordo com o desejo da
mulher, junto à orientação e ao aconselhamento médico e da equipe
profissional envolvida no abortamento. Acerca dos tratamentos
para abortamentos, disserte sobre os tipos que existem e a
eficácia deles para determinado tipo clínico de abortamento.

R.:
• Conduta expectante: principalmente em abortamentos precoces.
Dependendo do tipo de abortamento, a conduta expectante pode ser
considerada a mais segura, em termos de recuperação. Quando, por
exemplo, há um abortamento incompleto, hoje, tem mostrado que a conduta
expectante se tornou uma opção mais saudável para a mulher, visto que há
a eliminação completa do produto após o 3º dia (média) em 79% dos casos,
enquanto, em outro estudo, foi verificada uma taxa de sucesso de 83%
após 7 dias de conduta expectante, tendo 3% das mulheres complicações
relacionadas a infecções e 5% apresentando necessidade de cirurgia de
emergência. Já no aborto retido, a conduta expectante não é a melhor

18
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

opção, segundo os estudos atuais, pois a taxa de sucesso é pequena e os


níveis de complicações maiores. Esse tipo de tratamento deve ser sempre
discutido entre a mulher e o profissional.
• Tratamento medicamentoso: alternativa para mulheres que não desejam
passar por procedimentos cirúrgicos para o tratamento de abortamento.
Tendo o misoprostol efeito na contratilidade uterina e no amolecimento do
colo uterino, utilizado, muitas vezes, pré-curetagem ou, em casos de óbito-
fetal, na indução de parto e também na hemorragia pós-parto. Utilizado em
abortamento precoces com alto grau de satisfação, efetivo e seguro, sendo
preconizada a administração de 800 µg via vaginal a cada 24 horas, por até
2 dias.
• Tratamento cirúrgico: a curetagem uterina é o tratamento mais conhecido
para abortamentos, tanto para o primeiro quanto para o segundo trimestre
da gestação. Indicado em casos de sangramento moderado a intenso,
presença de infecção e, também, no caso das mulheres que não querem
esperar, de forma espontânea/medicamentosa, a eliminação do produto.
Há riscos, sendo eles: infeção, esvaziamento uterino incompleto, laceração
cervical, perfuração uterina, lesão de órgãos pélvicos e hemorragias.
Além da curetagem, há a aspiração elétrica a vácuo e manual em casos
de abortamento no primeiro trimestre. Sendo um método de baixo
custo, mostra diminuição de tempo de procedimento e da necessidade
de internação hospitalar, quando comparado à curetagem, além de a
diminuição de hemoglobina, após o procedimento, ser maior no caso de
curetagem uterina.
• Para evitar mais casos de abortamentos habituais/recorrentes, geralmente
causados por incompetência cervical, a realização da cerclagem do colo
uterino é recomendada em uma nova gestação, prevenindo a abertura
prematura do colo uterino, por meio de uma sutura circular no orifício
cervical. Deve ser realizada entre 12 e 14 semanas de gestação.

5 Sabe-se que o profissional de Enfermagem, no período em que


a mulher estiver hospitalizada em casos de abortamento, sendo
espontâneo ou induzido, é essencial para manter o cuidado
integral à saúde da mulher. Acerca disso, o que o enfermeiro deve
prezar no cuidado à mulher em processo de abortamento, além das
intervenções de Enfermagem?

19
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico
R.: Tratar, de forma digna e respeitosa, e realizar uma escuta ativa ações
que ajudam a mulher se sentir mais segura e confiar no profissional, para
passar por esse momento tendo um sentimento de acolhimento e aceitação
por parte daquele que lhe está proporcionando cuidados nesse período.
Também é necessário seguir as recomendações da humanização no processo
de abortamento do Ministério da Saúde: acolhimento e orientação para
responder às necessidades de saúde mental, social e física das mulheres,
além de outras preocupações que possam surgir; atenção clínica adequada
ao abortamento e suas complicações, segundo referenciais éticos, legais e
bioéticos; oferecimento de serviços de planejamento familiar às mulheres
pós-abortamento, inclusive orientações para aquelas que desejem nova
gestação; e integração com outros serviços de promoção à saúde da mulher e
de inclusão social às mulheres.

TÓPICO 2

1 Com base no Manual de gestação de alto risco, do Ministério da


Saúde (BRASIL, 2022b), a gravidez ectópica ocorre quando a
implantação e o desenvolvimento do blastocisto ocorrem fora do
útero. Sobre essa área do conhecimento da emergência obstétrica,
assinale a alternativa CORRETA:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento


de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco. Versão preliminar. Brasília,
2022b. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_
gestacao_alto_risco.pdf. Acesso em: 28 ago. 2022.

a) ( ) A localização mais frequente da gravidez ectópica é a gravidez


ovariana. No entanto, a gestação ectópica pode ocorrer também
na porção intersticial da tuba, na cérvix, na cicatriz da cesárea e na
cavidade abdominal, quando denominamos de gravidez não tubária.
b) (X) A gravidez ectópica é considerada a principal causa de
mortalidade materna no primeiro trimestre da gravidez.
c) ( ) Com as dosagens da fração beta do hormônio gonadotrófico
coriônico (beta-hCG) e a ultrassonografia abdominal, o diagnóstico
é realizado com maior precisão e em uma fase mais inicial.
20
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

d) ( ) Para evitar que a paciente evolua para quadro grave de abdome


agudo hemorrágico devido à ruptura tubária, é preciso atentar-se
para a realização do diagnóstico tardio, ou seja, de gestação tubária
íntegra.

2 Considera-se que a gravidez ectópica, geralmente, se encontra


associada a fatores de risco que causam lesão tubária ou alteração
no transporte ovular. Com base nos fatores de risco para gravidez
ectópica, analise as sentenças a seguir:

I- A doença inflamatória pélvica ocorre por infecções genitais causadas,


principalmente, por Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae,
que alteram as tubas, podendo obstruí-las, diminuir o movimento ciliar
e o estreitamento, aumentando, assim, a possibilidade de gravidez
ectópica.
II- Apenas o uso do DIU de cobre pode aumentar a chance de gravidez
ectópica.
III- Uma gravidez recorrente de uma reprodução assistida apresenta risco
de evoluir para uma gravidez ectópica, devido ao aumento do volume
sanguíneo de ocitocina.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
b) (X) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) ( ) Todas as sentenças estão incorretas.

3 O enfermeiro tem suas responsabilidades diante da mulher com


gravidez ectópica, desde a triagem no centro obstétrico até o
cuidado durante o procedimento e na recuperação hospitalar. De
acordo as intervenções do enfermeiro com a mulher internada
devido à gravidez ectópica, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

( ) O enfermeiro deve monitorar os sinais vitais, mas não há necessidade de


realizar o balanço hídrico da paciente com gravidez ectópica grave.

21
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) É preciso avaliar e observar a perda sanguínea por via vaginal da mulher,


pois é necessário ficar atento aos sinais de choque hipovolêmico.
( ) Durante o tratamento de gravidez ectópica, quando medicamentoso
com metotrexato, o enfermeiro deve sempre informar os efeitos colaterais
à mulher, assim como, quando for cirúrgico, deve informar sobre o
procedimento e também sobre os cuidados pós-procedimento.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) (X) F – V – V.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Um adequado exame físico pode fazer a diferença na conduta a


ser tomada com a paciente. Os achados podem variar de acordo
com o estado hemodinâmico da paciente. É importante identificar
sinais e sintomas de gravidez ectópica e situações de choque
hipovolêmico já no exame físico, realizado na triagem do centro
obstétrico. Diante disso, quais os principais achados, sinais
e sintomas durante o exame físico com suspeita de gravidez
ectópica?

R.: Dor abdominal, sangramento vaginal e atraso ou irregularidade menstrual,


praticamente um deles estará presente nos casos de gravidez ectópica. No
caso de gravidez tubária íntegra, a mulher referirá cólica contínua em baixo
ventre e sangramento vaginal em pequena quantidade; já na gravidez tubária
rota, a paciente tem dor intensa, comparada a pontadas em baixo ventre,
que podem estar associadas a casos de choque, com presença de sudorese
e angústia. Sinais como o de Blumberg (descompressão brusca dolorosa) e
o de Cullen (equimose periumbilical) caracterizam hemorragia abdominal
grave, devido à gravidez ectópica rota. Geralmente, não há modificação da
temperatura corporal, apenas subfebril, porém, quando é evidente o choque
hemorrágico, percebe-se hipotermia.

22
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

5 Quando se opta pela evolução natural da gravidez ectópica, ou


seja, pela conduta expectante, é necessário que essa gravidez se
encaixe em algumas condições para poder seguir com maior tran-
quilidade a conduta escolhida. Quais são essas circunstâncias?

R.:
• Com estabilidade hemodinâmica.
• Declínio dos títulos de beta-hCG no intervalo de 24 a 48 horas.
• Beta-hCG < 2.000 mUI/mL.
• Ultrassonografia transvaginal com ausência de embrião vivo, massa tubária
inferior a 5 cm e desejo de gravidez futura.

TÓPICO 3

1 Com base no Manual de gestação de alto risco, do Ministério


da Saúde (BRASIL, 2022b), a placenta prévia é definida como a
placenta que se implanta total ou parcialmente na parte inferior
do útero, obstruindo ou não o orifício interno do colo uterino,
podendo ser classificada de três formas. Sobre as classificações
de placenta prévia, assinale a alternativa CORRETA:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco. Versão preliminar. Brasília, 2022b.
Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_gestacao_alto_
risco.pdf. Acesso em: 28 ago. 2022.

a) ( ) A placenta prévia parcial atinge o orifício interno do colo uterino,


cobrindo-o completamente.
b) (X) A placenta prévia total recobre totalmente o orifício interno
do colo uterino.
c) ( ) A placenta prévia total recobre parcialmente o orifício interno do
colo uterino.
d) ( ) A placenta de baixa inserção está localizada próximo ao colo uterino,
cobrindo-o completamente.

23
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

2 Considera-se que o descolamento prematuro de placenta (DPP)


consiste na separação da placenta, normalmente inserida, antes
da expulsão do feto, em gestação de 20 semanas ou mais. De
acordo com os fatores de riscos associados a DPP, analise as
sentenças de casos clínicos a seguir:

I- A paciente M. P. com 40 anos de idade, G3P1C1, tem maior risco para


descolamento prematuro de placenta que a paciente R. S. de 29 anos
de idade, G1.
II- A paciente I. S., 28 anos de idade, G1, sofreu uma queda, ou seja, um
trauma durante sua atual gestação. Já a paciente M. K., de 28 anos de
idade, G1, sofre de hipertensão arterial e é tabagista. Ambas têm risco
para descolamento prematuro de placenta.
III- A paciente A. R., 25 anos de idade, G2P1, diagnosticada com diabetes
melito gestacional na atual gestação, controlada com dieta e exercício
físico, tem risco elevado para descolamento prematuro de placenta.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) (X) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Segundo o Manual de gestação de alto risco, do Ministério


da Saúde (BRASIL, 2022b, p. 92), “Denomina-se vasa previa
a condição em que vasos sanguíneos fetais não cobertos por
tecido placentário ou geleia de Warthon transcorrem através das
membranas ovulares a uma distância ≤ 2 cm do orifício cervical
interno”. De acordo com essa emergência hemorrágica anteparto,
analise as sentenças a seguir:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de


Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco. Versão preliminar. Brasília, 2022b.
Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/manual_gestacao_alto_
risco.pdf. Acesso em: 28 ago. 2022.

24
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) A ruptura de vasa prévia é rara, porém, quando ocorre, é considerada


emergência grave, com alto risco de morte perinatal. Após a ruptura da
bolsa das águas, ocorre desaceleração grave e sustentada da frequência
cardíaca fetal, obrigando à realização de parto de emergência para
salvar a vida do feto.
( ) Quando a vasa prévia está íntegra, no exame do toque vaginal para
avaliação do trabalho de parto, o profissional percebe uma estrutura,
parecida como uma corda, fazendo relevo nas membranas. Nesse
momento, a conduta ideal é a amniotomia, ou seja, o rompimento
artificial da bolsa das águas.
( ) Cabe ao enfermeiro realizar boa anamnese e exame físico completo,
escutando, de forma ativa, as queixas da gestante. Para perceber e
diagnosticar a presença de vasa prévia, o enfermeiro deve tomar a
frente da conduta clínica dessa emergência.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) (X) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Sabe-se que o índice de descolamento prematuro de placenta


(DPP) normalmente inserida tem aumentado nos últimos anos, o
que pode estar associado às mudanças nos fatores de riscos a que
as gestantes são expostas na atualidade. Felizmente, a escuta
ativa, o exame físico e as tecnologias obstétricas contribuem
para o diagnóstico precoce do DPP. Algumas consequências
dessa emergência são: óbito fetal, trabalho de parto prematuro,
restrição de crescimento intrauterino, óbito materno,
coagulopatias, histerectomia e infecções puerperais. Diante
disso, disserte sobre a importância da atuação do enfermeiro nos
casos de DPP.

R.: O enfermeiro tem importância fundamental, sobretudo na detecção


precoce dos casos de DPP e da assistência durante a internação da mulher
com DPP, com o objetivo de salvar a vida de mãe e filho, manter o bem-estar
materno-fetal e agilizar os processos assistenciais de emergência nos casos de

25
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

DPP. Devem ser observadas as condições hemodinâmicas (sinais de choque),


avaliando-se o aumento da frequência do pulso e a diminuição da pressão
sanguínea; realizar a coleta sanguínea para análise também se torna um fator
importante de competência do enfermeiro, bem como no estabelecimento
dos cuidados e da vigilância necessária na internação de gestantes com DPP
crônico, monitorando, de forma contínua, os sinais vitais da mãe e a ausculta
cardíaca fetal.

5 Considerada uma emergência obstétrica frequente, a placenta


prévia pode ocasionar prematuridade, baixo peso ao nascer,
distúrbios respiratórios do recém-nascido e óbitos perinatais.
Estudos mostram que mulheres multíparas, com idade avançada,
com cesárea prévia e também curetagem uterina prévia têm maior
risco de placenta prévia. Diante disso, responda quais as medidas
essenciais da Enfermagem para uma gestante com suspeita de
placenta prévia?

R.: Observar atentamente o quadro clínico da gestante, que, no caso de


placenta prévia, é: sangramento vermelho vivo de início súbito, sem presença
de dor, ocorrendo, em sua grande maioria, no segundo trimestre. O exame de
toque vaginal não deve ser realizado em caso de suspeita de placenta prévia,
pois há o risco de causar hemorragia abundante. O diagnóstico é realizado
a partir da associação dos sinais e dos sintomas da gestante, podendo ser
feita a ultrassonografia para complementar um diagnóstico preciso. Também
é necessário associar os fatores de risco da gestante para a placenta prévia.
Além disso, é importante o enfermeiro acalmar, orienta, e informar a gestante
da situação atual.

TÓPICO 4

1 A parturiente M. S., G2P1, com idade gestacional de 38 semanas,


obesa e diagnosticada com diabetes melito gestacional, no exame
da curva glicêmica realizado com 26 semanas de gestação, segue
o controle de glicemia com uso de insulina, conforme prescrição

26
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

médica. Internada no centro obstétrico em trabalho de parto ativo,


logo apresenta puxos; ao exame de toque, é constatada dilatação
completa. Durante o período expulsivo, a paciente encontra-
se na banqueta de parto, observa-se a saída do polo cefálico do
bebê, porém os ombros não se soltam, sendo observado pelo
profissional que assiste ao parto o “sinal de tartaruga”. Sobre a
situação descrita, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) Trata-se de uma emergência obstétrica, nomeada de rotura


uterina. Nesse caso, iniciam-se as manobras seguindo o acrônimo
“ALEERTA”.
b) (X) Associados os fatores de risco materno e os sinais observados
durante o período expulsivo, trata-se de uma distócia de
ombros. Nesse caso, diante da posição em que a parturiente
se encontra, iniciam-se as manobras seguindo o mneumônico
“A SAIDA”.
c) ( ) Associados os fatores de risco materno e os sinais observados
durante o período expulsivo, trata-se de uma distócia de ombros.
Nesse caso, diante da posição em que a parturiente se encontra,
iniciam-se as manobras seguindo o acrônimo “ALEERTA”.
d) ( ) Trata-se de uma emergência obstétrica, nomeada de rotura uterina.
A conduta é a cesariana imediata entre 5 e 10 minutos até o
nascimento do bebê, garantindo a sobrevida fetal.

2 Considera-se que a rotura uterina é um evento extremamente raro


de hemorragia vaginal, que ocorre durante o trabalho de parto e
o parto, geralmente em mulheres com antecedentes de cirurgia
uterina, caracterizada como um rompimento total ou parcial
do miométrio (camada do útero), juntando a cavidade uterina à
cavidade abdominal. Com base nessa emergência obstétrica de
parto, analise as sentenças a seguir:

I- Trata-se da rotura completa ou incompleta da parede uterina, que ocorre,


sobretudo, além da 12ª semana gestacional e durante o trabalho de
parto, precedida, em sua maioria, por quadro clínico de iminência de
rotura uterina, o que facilita a sua prevenção.

27
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

II- Os fatores de risco incluem: multiparidade, uso de uterotônicos em ex-


cesso, traumatismo, placenta percreta, versão interna e grande extra-
ção.
III- Quando há rotura uterina, são sinais e sintomas: dor súbita em região
hipogástrica, ausência de contração uterina, presença de hemorragia
discreta ou profusa, estado de choque, dependendo da hemorragia;
observa-se o útero em formato de ampulheta, na palpação abdominal,
e, em caso de ruptura completa, pode-se perceber o feto na cavidade
abdominal.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Uma inversão uterina é uma emergência de parto rara, na qual o


corpo uterino vira pelo avesso, ou seja, inverte-se, protraindo-se
através do colo do útero até o interior da vagina ou além da abertura
vaginal. Geralmente, está associada à hemorragia intensa; por
isso, as condutas devem ser realizadas, após o diagnóstico, de
maneira adequada e imediata. De acordo com essa emergência
de parto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as
falsas:

( ) A inversão uterina pode ocorrer quando há muita pressão sobre o fundo


uterino no parto ou quando é puxado o cordão umbilical, muitas vezes,
com muita pressão, durante a dequitação da placenta que ainda não se
descolou.
( ) Os fatores de risco são: bebê PIG, cordão longo, uso prolongado de
ocitocina sintética ou sulfato de magnésio, primiparidade, anomalias
uterinas, remoção manual da placenta e acretismo placentário.
( ) Para a resolução da inversão uterina, devem ser realizadas: a manobra
de Taxe, que é a reposição correta do útero, de forma manual, com
a mão do profissional; a administração de uterolíticos; ou a medida
terapêutica cirúrgica.

28
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 Uma emergência de parto que deve ter uma conduta rápida é o


prolapso de cordão, caracterizado pela saída do cordão à frente
da apresentação, sendo que é possível visualizar o cordão dentro
do colo uterino ou na vagina, uma vez que traz grande risco de
complicações à saúde do feto e contribui para aumento da taxa
de mortalidade materna. Disserte sobre a conduta que deve ser
tomada, no centro obstétrico, caso o profissional de Enfermagem,
durante uma avaliação de toque vaginal, perceba a presença de
prolapso de cordão.

R.: É indicada, imediatamente, a cesariana, enquanto o dedo que fez a avaliação


deve permanecer na vagina da mulher até o último minuto, quando estiver tudo
preparado e a paciente, anestesiada e operada. Se possível, até organização
da sala cirúrgica, a paciente deve ser mantida em posição genupeitoral ou
decúbito dorsal, acentuado cefalodeclive, e o profissional que estiver com os
dedos na vagina deve fazer uma pressão do polo de apresentação, evitando a
piora da condição fetal. Tudo isso não deve demorar mais que 5 a 10 minutos
até o nascimento por cesariana. Além disso, é necessário acalmar a paciente
nesse momento, para que ela colabore com as condutas necessárias e não
fique agitada.

5 Atualmente, há alguns algoritmos, propostos por diversos autores,


para a resolução de distócia de ombros com manobras específicas,
para melhor facilidade e organização da equipe nessa emergência.
Considerando os benefícios associados aos partos em posição
vertical e a necessidade de iniciar a conduta das manobras
menos para as mais invasivas. O mnemônico “A SAIDA” tem
mostrado sucesso na maioria dos casos de distócia de ombros.
Nesse contexto, disserte sobre o passo a passo da “A SAIDA” no
momento do diagnóstico de uma distócia de ombros.

29
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

R.: “A: chamar ajuda, avisar parturiente, aumentar agachamento; S: pressão


suprapúbica; A: alterar posição para quatro apoios (manobra de Gaskin); I:
manobras internas (Rubin II, Wood, parafuso invertido); D: desprender ombro
posterior; A: avaliar manobras de resgate” (AMORIM et al., 2013, p. 115).

1 Com base nas Recomendações assistenciais para prevenção,


diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica, da OPAS
(2018), a estratégia 0MMxH foi criada para prevenção da
mortalidade materna por hemorragia pós-evento obstétrico
e para fortalecer as capacidades dos profissionais da área da
saúde em habilidades para controle das emergências obstétricas
hemorrágicas, visto que profissionais capacitados, treinados e
atualizados atingem os objetivos, eliminando as barreiras de acesso
a qualidade da assistência durante a HPP. Sobre os conhecimentos
e técnicas de HPP, assinale a alternativa CORRETA:

Fonte: OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Recomendações assis-


tenciais para prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica.
Brasília: OPAS, 2018. Disponível em: http://twixar.me/y9Qm. Acesso em: 8 set. 2022.

a) ( ) Define-se hemorragia pós-parto quando há a perda sanguínea acima


de 500 mL após cesariana ou acima de 1.000 mL após parto normal
nas primeiras 24 horas.
b) ( ) Uma das definições da hemorragia pós-parto maciça é o
sangramento, após 24 horas do parto vaginal, superior a 2.000 mL.
c) (X) A classificação de hemorragia pós-parto primária é, basica-
mente, aquela que ocorre nas primeiras 24 horas após o parto.
d) ( ) Entre as causas específicas da hemorragia pós-parto primária,
estão: atonia uterina, trauma no canal do parto, infecção puerperal
e doença trofoblástica gestacional.

2 As condutas ativa e de prevenção de HPP, após o parto, no período de


dequitação da placenta, são intervenções dirigidas para facilitar
a saída da placenta pelo aumento da contratilidade uterina e para

30
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

evitar a hemorragia pós-parto por uma atonia uterina. Com base


nas medidas de prevenção da HPP que devem ser incorporadas na
rotina de todos os profissionais do parto, analise as sentenças a
seguir:

I- O uso universal da ocitocina após o parto é recomendado, sendo


administrada 10 UI, via intramuscular, em todos os partos, logo após o
nascimento.
II- O clampeamento oportuno do cordão umbilical também é uma medida de
prevenção da HPP, sendo recomendado o clampeamento nos primeiros
30 segundos após o nascimento do bebê.
III- A tração controlada do cordão umbilical, realizando, em conjunto com
manobras específicas para estabilização uterina, é uma medida que
pode ajudar para evitar HPP, sendo que qualquer profissional pode
realizar essa medida, não sendo necessário o conhecimento prévio.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
d) (X) Somente a sentença I está correta.

3 Alguns autores consideram placenta retida quando o terceiro


período não se completou decorridos 30 minutos do parto fetal. Já
a retenção de cotilédones pode ocorrer no momento da extração
manual da placenta, quando há zonas de acretização, e, nesse
caso, os fragmentos placentários impedem a oclusão dos vasos
uterinos e sua involução, ocasionando, assim, uma HPP por tecido.
De acordo com a HPP por retenção placentária, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Os casos de cesarianas e de acretismo placentário são fatores que


aumentam o risco de uma HPP por retenção placentária.
( ) Quando a placenta não se desprende do útero no tempo adequado,
pode ser necessária a extração manual da placenta.

31
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) Quando há restos de tecidos placentários, pedaços de cotilédones, que


ficaram retidos no útero, a abordagem adequada seria a realização de
curetagem.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – F.
b) (X) V – V – V.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – V.

4 A existência do mnemônico “4Ts” mostra as quatro principais


causas de hemorragia pós-parto, uma vez que há a possibilidade
de existir mais do que um fator causador da HPP. A “hora de ouro”
foi adotada para evitar atrasos no diagnóstico da HPP, bem como as
condutas que devem ser tomadas imediatamente para controle de
sangramento, diante da origem dele. Descreva quais são os “4Ts”
e as causas específicas de HPP.

R.:
• Tônus: causa atonia uterina.
• Trauma: causa lacerações, hematomas, inversão e rotura uterina.
• Tecido: causa retenção de tecido placentário, coágulos e acretismo placen-
tário.
• Trombina: causa coagulopatias congênitas ou adquiridas, uso de medica-
mentos anticoagulantes.

5 Segundo a OPAS (2018, p. 9), “O diagnóstico precoce e a execução


das ações de controle do sangramento, de forma sequenciada,
consciente, correta e sem perda de tempo, devem ser objetivos da
abordagem de um quadro de HPP”. Nesse contexto, o enfermeiro
pode identificar os fatores de risco para HPP? Quais são as ações
que devem ser realizadas para conter a HPP?

Fonte: OPAS – ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Recomendações assis-


tenciais para prevenção, diagnóstico e tratamento da hemorragia obstétrica.
Brasília: OPAS, 2018. Disponível em:http://twixar.me/y9Qm. Acesso em: 8 set. 2022.

32
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

R.: A realização de um exame físico detalhado e a anamnese da paciente


durante as consultas pré-natais e, principalmente, no parto e no período
pós-parto fazem a diferença da identificação de fatores de risco para HPP.
As puérperas do centro obstétrico da instituição hospitalar que apresentarem
sangramento vaginal importante e/ou sinais de instabilidade hemodinâmica
devem ser imediatamente encaminhadas para o atendimento de emergência,
com risco de choque hipovolêmico; nesse caso, a monitoração da paciente
deve ser realizada e as abordagens para controle da HPP devem ser feitas de
forma ágil. Após o parto, devem ser tomadas as medidas preventivas de HPP,
como o uso universal de ocitocina após o parto.
Os procedimentos para controle de HPP incluem: massagem uterina bimanual,
realização de acesso venoso calibroso, administração de drogas uterotônicas,
reposição de volemia e hemoderivado, se necessário. Se útero estiver contraído
e a hemorragia continuar, deve ser realizada a revisão do canal do parto para
possível HPP por trauma e, se houver retenção de tecidos placentários, resolver
com curetagem. A histerectomia seria a última opção para HPP grave.

TÓPICO 6

1 Atualmente, as indicações de cesárea, na grande maioria dos


casos, são indicações obsoletas e sem base científica. Alguns
fatores podem explicar o aumento na taxa de cesarianas, como
a medicina defensiva. Hoje, as indicações são divididas por
indicações de causa materna ou de causa fetal. Sobre as indicações
para a cesárea, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) São indicações reais: prolapso de cordão, herpes genital sem lesão


ativa no dia do parto e pelve materna pequena.
b) (X) São indicações reais, que podem ocorrer durante o trabalho
de parto, mas que devem ser diagnosticadas de forma correta
e com atenção: DCP, sofrimento fetal agudo e parada da
progressão do parto.

33
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

c) ( ) O HIV e a apresentação fetal pélvica são indicações absolutas de


cesariana, sem a possibilidade de realizar alguma estratégia antes
para viabilizar o parto normal.
d) ( ) Mulher que tem a pelve pequena, que seja muito magra ou se o
bebê for muito grande e a mulher obesa são fatores que já indicam
a realização de cesariana.

2 Sobre as taxas de cesarianas, é salientado que “a cesárea pode


causar complicações significativas e às vezes permanentes,
assim como sequelas ou morte, especialmente em locais sem
infraestrutura e/ou capacidade de realizar cirurgias de forma
segura e de tratar complicações pós-operatórias” (OMS, 2015, p.
1). Com base nas complicações da cesariana, analise as sentenças
a seguir:

Fonte: OMS. Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas. Genève: OMS, 2015.
Disponível em: http://twixar.me/x9Qm. Acesso em: 8 set. 2022.

I- A complicação mais incidente, durante a cesariana, e que aumenta


os riscos quando a gestante tem cesarianas anteriores é o acretismo
placentário.
II- As lesões pulmonares podem acontecer com frequência nas cirurgias
ginecológicas, especificamente com maior risco na cesariana.
III- A temida rotura uterina é uma complicação que pode ocorrer durante
a cesariana e que aumenta o risco quando a gestante tem cesarianas
prévias.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) (X) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 Sendo uma cirurgia bastante comum na área da obstetrícia, a


técnica para a operação da cesariana deve se basear em alguns
fatores: a segurança da mulher, o custo do procedimento, o tempo
que irá levar, a perda de sangue e, também, o risco de infecção na
ferida cirúrgica. A equipe deve estar capacitada e familiarizada
34
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico
com a técnica escolhida, para oferecer uma assistência de
qualidade para a mulher. De acordo com as técnicas de incisão
para a realização de uma cesariana, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

( ) Atualmente, a técnica mais utilizada é a incisão longitudinal, vertical


infraumbilical.
( ) A incisão de Pfannenstiel, conhecida como a incisão transversa,
é a técnica de preferência entre os obstetras, sendo considerada,
atualmente, a mais segura e confortável para a mulher.
( ) Após a extração do feto e da placenta, é realizada a sutura e a
histerectomia, com pontos separados ou contínuos, sendo a pele,
preferencialmente, fechada com sutura contínua intradérmica.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) (X) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 O uso da classificação de Robson é recomendado pela OMS,


pois permite a comparação/análise das taxas de cesáreas
entre esses grupos, podendo, assim, monitorar as taxas de
cesarianas nas instituições hospitalares. Diante disso, quais são
as características dos grupos observados na classificação de
Robson e como esta classificação deve ser realizada?

R.: Os grupos são criados a partir de cinco características obstétricas


coletadas de rotina em todas as maternidades: paridade (nulípara ou
multípara com e sem cesárea anterior); início do parto (espontâneo,
induzido ou cesárea antes do início do trabalho de parto); idade gestacional
(pré-termo ou termo); apresentação/situação fetal (cefálica, pélvica ou
transversa); e número de fetos (único ou múltiplo).
A classificação é simples, robusta, reproduzível, clinicamente relevante
e prospectiva, o que significa que todas as gestantes internadas para o
parto podem ser imediatamente classificadas em um dos dez grupos,
usando apenas algumas características básicas. A classificação permite a
comparação e a análise das taxas de cesáreas dentro e entre esses grupos.
35
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

5 Alguns aspectos são imprescindíveis na assistência prestada pelo


enfermeiro na cesariana, como o consentimento livre e informado
da mulher, a garantia de indicação clínica da cesariana e também
a oferta de apoio emocional para a mulher. Disserte sobre os
cuidados técnicos específicos da assistência do enfermeiro nos
períodos pré e pós-operatório da cirurgia de cesariana.

R.: São cuidados técnicos específicos da assistência do enfermeiro nos


períodos pré e pós-operatório da cirurgia de cesariana:

• Educação à paciente: informar sobre o procedimento, as indicações, os


riscos e a recuperação.
• Administração dos medicamentos anestésicos: conforme prescrição
médica.
• Preparo intestinal: não está mais recomendado antes da realização da
cesariana, devido ao alto desconforto materno.
• Jejum: estudos atuais mostram que não há aumento de complicações
devido ao jejum curto e, por isso, encoraja-se que as gestantes ingiram
líquidos claros, com um tempo mínimo de 2 horas antes da cesariana, e
realizem refeições leves até 6 horas antes.
• Antibioticoterapia profilática: administrada 30 a 60 minutos antes de
cesariana, conforme prescrição médica.
• Preparo da pele: utilizar solução de clorexidina alcoólica na região da
cirurgia.
• Monitorização dos sinais vitais: em monitor de sinais vitais, bem como
controle da temperatura.
• Manejo de fluidos: manter a reposição de volemia conforme prescrição
médica.

36
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

UNIDADE 3

1 Com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE)


no centro obstétrico para gestantes e puérperas, é importante
ressaltar a vasta opção de planos de cuidados, de acordo com as reais
necessidades da mulher. Por isso, a importância da realização de
uma boa anamnese, um exame físico e a formação do diagnóstico
de Enfermagem, para, então, planejar as ações, implementá-las
e avaliá-las. Sobre a SAE para a gestante e puérpera, assinale a
alternativa INCORRETA:

a) ( ) Podem ser identificados alguns diagnósticos de Enfermagem no centro


obstétrico, como contração uterina normal, dor de trabalho de
parto, medo do trabalho de parto, fadiga, expulsão uterina fetal sem
distócias ou intercorrências, laceração do períneo ou vagina e corte
na região médio-lateral do períneo.
b) (X) As alterações orgânicas desencadeadas na mulher, enquanto
gestante, parturiente e puérpera, promovem necessidades que
são prioritárias na assistência de Enfermagem. Nesse sentido,
as necessidades psicossociais e psicoespirituais podem ser
negligenciadas.
c) ( ) Dentro do centro obstétrico, quando avaliado, na parturiente, o
fator “dor” é um dos diagnósticos mais frequentes nas mulheres em
trabalho de parto.
d) ( ) O primeiro passo no pré-parto é a realização do exame físico e da
anamnese da gestante; para facilitar essa etapa, pode ser utilizado
um instrumento de coleta de dados.

2 O planejamento de ações, a partir do diagnóstico de Enfermagem,


para a gestante e a parturiente, faz parte da SAE. O enfermeiro
deve estar atento às taxonomias, aos resultados esperados e às
intervenções que irá prescrever para a equipe de Enfermagem
pôr em prática. Diante disso, analise as sentenças a seguir:

37
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico
I- Para o diagnóstico de Enfermagem de contração uterina normal, algumas
intervenções de Enfermagem são: avaliar a dinâmica uterina da ges-
tante, descartando alterações como taquissistolia ou hipertonia uterina,
monitorar o batimento cardíaco fetal durante e fora das contrações.
II- Para o diagnóstico de Enfermagem de medo do trabalho de parto, algu-
mas intervenções de Enfermagem são: conversar com a gestante usando
uma abordagem calma e segura, explicar os mecanismos do parto, per-
mitir a presença do acompanhante durante o processo de parturição e
oferecer terapias alternativas, para auxiliar no relaxamento e na auto-
confiança materna.
III- Para o diagnóstico de Enfermagem de laceração do períneo, algumas
intervenções de Enfermagem são: avaliar o canal de parto antes da
expulsão da placenta, realizar a sutura da laceração, sem a necessidade
de anestésico local, e orientar sobre a higiene da vulva.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) (X) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença III está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença I está correta.

3 Sendo a Enfermagem uma das profissões que tem um maior número


de profissionais e equipes dentro de uma instituição hospitalar,
é importante a realização de um bom gerenciamento. Dentro do
centro obstétrico, a gestão deve trabalhar de modo facilitar a
assistência de Enfermagem oferecida à parturiente, ao bebê e
aos familiares. Nesse sentido, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:

( ) Utilizam-se ferramentas gerenciais, capazes de auxiliar na organiza-


ção, no planejamento, na coordenação, na delegação ou na prestação
dos cuidados e da supervisão.
( ) A previsão e a provisão de recursos e a capacitação da equipe também
são ferramentas indispensáveis na gestão.
( ) O desenvolvimento de medidas educativas com a família e a
interação com outros profissionais são ações necessárias para que
o funcionamento do setor ocorra de maneira fluida, tanto para os
profissionais como para o paciente.
38
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) (X) V – V – V.

4 A primeira etapa da SAE, para a gestante ou a puérpera, é


coletar os dados e realizar uma anamnese, ou seja, um histórico
de Enfermagem. Nesse momento, é estimulada a criação de
formulários de elaboração do histórico de Enfermagem com
a gestante/parturiente, facilitando, assim, o atendimento, a
organização e a agilidade dessa etapa. Sobre a primeira etapa da
SAE, em gestantes ou puérpera, quais são os principais dados que
devem conter nesse instrumento?

R.: Dados de identificação como: nome, idade, ocupação, escolaridade,


estado civil. Dados obstétricos, como número de consultas de pré-natal,
data da última menstruação, idade gestacional, número de gestações,
partos, abortos, cesarianas e outras cirúrgicas ginecológicas. Exame físico
da mulher que abrange os sinais vitais, exame das mamas, manobra de
Leopold, altura uterina, batimento cardíaco fetal, dinâmica uterina, se
estiver em trabalho de parto. Exames laboratoriais: grupo sanguíneo e fator
Rh, testes de HIV, hepatites, VDRL, toxoplasmose e swab vaginal. Ainda,
dados do parto, se puérpera: qual o tipo de parto, como foi o parto, se houve
intervenções e observações no final. Podem ser adicionadas, na coleta de
dados da gestante, as expectativas de parto, bem como a coleta do plano
de parto dela.

5 A gestão é uma das principais atribuições do enfermeiro, sendo


algumas responsabilidades: manter o setor em plena organização
e fluidez, prever materiais, delegar funções, integrar os profis-
sionais, enquanto equipe, assegurar a qualificação e o aperfei-
çoamento do indivíduo, visando a oferecer uma assistência com
qualidade e segura ao paciente. Nesse contexto, disserte sobre a
importância da liderança do enfermeiro no centro obstétrico.

39
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

R.: A liderança acontece por meio das estratégias planejadas em reuniões


de colegiado gestor, do processo de tomada de decisão compartilhada e da
educação permanente. Entende-se que a gestão em Enfermagem abrange
um conjunto de atividades gerenciais e assistenciais, caracterizado pelo
exercício da liderança, de tal modo que a influência atinja todos os liderados.
Isso ocorre desde a realização dos procedimentos técnicos, na elaboração
de critérios de qualidade e nas principais decisões tomadas.

TÓPICO 2

1 Embora a tecnologia tenha sido um grande marco para a medicina,


na área da obstetrícia, ainda há um uso exagerado, quando
sem necessidade, de forma a criar um modelo tecnocrático
de atendimento ao parto, em que há, consequentemente, a
institucionalização e a medicalização do parto, tornando-o,
muitas vezes, uma experiência negativa para as mulheres e cheia
de intervenções, quando poderia ser, em sua maioria, uma vivência
positiva e natural. Sobre o movimento pela humanização do parto e
do nascimento, assinale a alternativa INCORRETA:

a) ( ) A omissão de boas práticas de parto e nascimento, e a negação do


protagonismo das mulheres e sua autonomia durante o parto,
muitas vezes, são o motivo de as mulheres procurarem por partos
humanizados.
b) ( ) Humanização no parto é o reconhecimento dos direitos fundamentais
de mães e crianças e do direito à tecnologia apropriada na assistência, o
que inclui: o direito à escolha de local, pessoas e formas de assistência
no parto; a preservação da integridade corporal de mães e crianças; o
respeito ao parto como experiência altamente pessoal, sexual e familiar;
a assistência à saúde e o apoio emocional, social e material no ciclo
gravídico-puerperal; e a proteção contra abuso e negligência.

40
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

c) (X) O enfermeiro se torna um agente importante para a promoção


da humanização do parto e do nascimento, visto que tal
profissional presta o cuidado à mulher em todo o período
do ciclo gravídico-puerperal. Entretanto, não é de sua
competência realizar um pré-natal informando as mulheres
sobre seus direitos ou mesmo realizar a preparação para o
parto e o nascimento.
d) ( ) O enfermeiro se torna um agente importante para a promoção
da humanização do parto e nascimento, visto que tal profissional
presta o cuidado à mulher em todo o período do ciclo gravídico-
puerperal. Dessa forma, é de sua competência realizar um pré-
natal informando as mulheres sobre seus direitos, além de realizar a
preparação para o parto e o nascimento.

2 Segundo as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal


(BRASIL, 2017), a mulher, em todo o período do ciclo gravídico-
puerperal, deve ser informada de todo o processo em andamento,
com base em evidências científicas, e não em achismos, além de ser
incluída na tomada de decisões, perguntando sobre os desejos e as
expectativas dela para esse momento especial, que é o nascimento
de seu bebê. Com base em alguns cuidados gerais durante o trabalho
de parto, conforme as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto
Normal (BRASIL, 2017), analise as sentenças a seguir:

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Nor-


mal. Brasília: Secretaria de Ciências, Tecnologia e Insumos Estratégicos, 2017. Disponível
em: http://twixar.me/RgQm. Acesso em: 1 out. 2022.

I- Boas práticas de comunicação devem ser incentivadas e realizadas,


como cumprimentar a mulher com um sorriso e uma boa acolhida,
apresentar-se e explicar qual o seu papel nos cuidados, e indagar so-
bre as suas necessidades. Manter uma abordagem calma e confiante e
perguntar à mulher como ela está se sentindo e se alguma coisa em
particular a preocupa.
II- Uma mulher em trabalho de parto não deve ser deixada sozinha,
exceto por curtos períodos ou por sua solicitação. Dessa forma, todas
as parturientes devem ter apoio contínuo e individualizado durante o

41
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

trabalho de parto e o parto, de preferência por pessoal que não seja


membro da equipe hospitalar e, por isso, o apoio por pessoal de fora da
equipe dispensa o oferecido pelo pessoal do hospital.
III- Mulheres em trabalho de parto podem ingerir líquidos, de preferência,
soluções isotônicas, em vez de apenas água. Além disso, as que não
estiverem sob efeito de opioides ou não apresentarem fatores de risco
iminentes para anestesia geral podem ingerir uma dieta leve.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) (X) As sentenças I e III estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 A Portaria nº 569/2000 institui o Programa de Humanização no Pré-


-natal e Nascimento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)
(BRASIL, 2000), com o objetivo de desenvolvimento de ações de
promoção, prevenção e assistência à saúde de gestantes e recém-
-nascidos, promovendo a ampliação do acesso a essas ações, o
incremento da qualidade e da capacidade instalada da assistên-
cia obstétrica e neonatal, bem como sua organização e sua regu-
lação no âmbito do SUS. Sobre os seus princípios, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:

Fonte: BRASIL. Portaria nº 569, de 1 de junho de 2000. Gabinete do Ministro, Ministro


do Estado da Saúde. Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: http://twixar.me/bJQm.
Acesso em: 10 jan. 2022.

( ) Toda gestante tem direito ao acesso a um atendimento digno e de


qualidade no decorrer da gestação, no parto e no puerpério.
( ) Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao puerpério, realizada
de forma humanizada e segura, se houver profissionais que saibam lidar
com partos humanizados.
( ) Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o acesso à
maternidade em que será atendida no momento do parto.

42
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – V – V.
b) (X) V – F – V.
c) ( ) V – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 No documento da OMS (2018) sobre as recomendações para


cuidados durante o parto, para uma experiência de parto positiva, há
estudos que demonstram a proporção de gestantes saudáveis que
são submetidas a pelo menos uma intervenção durante o parto
desnecessariamente e que são potencialmente prejudiciais. Por
isso, a favor do parto normal fisiológico e menos intervencionista,
a OMS emitiu as novas diretrizes para todo o mundo, que incluiu
56 recomendações sobre o que é ou não necessário durante o
trabalho de parto, o parto, o pós-parto e, também, os cuidados
com o recém-nascido. Com base nessas recomendações, disserte
sobre como o enfermeiro pode pôr em prática a humanização do
parto. Dê exemplos de boas práticas de parto e nascimento.

Fonte: OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. WHO recommendations Intrapartum


care for a positive childbirth experience. Geneva, 2018. Disponível em: http://twixar.
me/5JQm. Acesso em: 16 nov. 2022.

R.:
• Garantir a autonomia da mulher durante o trabalho de parto e o parto,
informar sobre suas opções e encorajá-la a escolher conforme seus
desejos. O profissional que está responsável por conduzir o parto dará
a assistência necessária, conforme as práticas baseadas em evidências
científicas, garantindo que ele seja o sujeito passivo desse evento, e não
o ativo.
• Liberdade de opção pela posição que a mulher quiser parir – o enfermeiro
pode e deve orientar e encorajar a mulher a escolher uma posição
confortável para o momento do expulsivo.
• Ofertar técnicas de relaxamento para a mulher, como o uso do banho
morno, massagens, liberdade de movimentação e apoio contínuo de um
acompanhante a escolha da mulher.

43
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

• Se possível, garantir sala privativa para a parturiente durante o trabalho


de parto e o parto, respeitando o seu íntimo e a sua privacidade.
• O partograma também deve ser realizado pelo enfermeiro responsável
pelo parto e, geralmente, essa competência é do enfermeiro obstetra do
setor.
• O clampeamento tardio do cordão umbilical, visto os benefícios que
essa prática traz para o recém-nascido, de forma imediata e ao longo
prazo.

5 Percebe-se que as mulheres ainda sofrem por conta de práticas


utilizadas de modo inadequado no parto normal e, muitas vezes,
desnecessárias. Isso acarreta experiências negativas de partos,
também pondo em risco a vida da mulher e do bebê. Com base no
documento Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à
mulher, do Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), dê exemplos de
práticas que são usadas de forma inadequada no parto normal.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada


à mulher. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher.
Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/cd04_13.pdf. Acesso em: 1 out. 2022.

R.: São exemplos de práticas que são usadas de forma inadequada no


parto normal: restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto;
monitoramento eletrônico fetal de forma contínua em TP de baixo risco;
exames vaginais repetidos ou frequentes, especialmente por mais de
um prestador de serviço; correção do dinâmica uterina com a utilização
de ocitocina; amniotomia precoce de rotina no primeiro estágio do parto;
transferência rotineira do parturiente para outra sala no início do segundo
estágio do trabalho de parto; caracterização do bexiga; estímulo para
o puxo quando se diagnostica dilatação cervical completa, antes que a
própria mulher sinta o puxo; adesão rígida a uma duração estipulada do
segundo estágio do trabalho de parto, se as condições da mãe e do feto
forem boas e se houver progressão do trabalho de parto; parto operatório
em mais de 15% das parturientes; exploração manual do útero após o parto.

44
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

TÓPICO 3

1 Os métodos não farmacológicos para alívio da dor do trabalho


de parto podem e devem ser estimulados e ofertados para as
parturientes em trabalho de parto, em qualquer fase, a fim de
diminuir o nível de estresse materno e, consequentemente,
também os riscos fetais. Proporcionar uma experiência de parto
mais prazerosa, na qual a mulher seja a protagonista desse
evento, é um dos grandes objetivos do cuidado na obstetrícia. Com
base nos métodos naturais para alívio da dor do parto, assinale a
alternativa CORRETA:

a) (X) O uso da hidroterapia ou água morna, durante o trabalho


de parto, produz um efeito positivo, visto que proporciona
conforto para a parturiente, pois promove relaxamento
muscular, facilitando a dilatação, diminuindo a sensação de
dor e aumentando a “entrega” da parturiente no momento do
parto.
b) ( ) O uso da bola suíça, ou bola de pilates, deve ser estimulado no trabalho
de parto, pois auxilia na descida e no giro do feto na pelve materna,
porém, não deve ser usada em mulheres com comorbidades como
diabetes melito gestacional e hipertensão.
c) ( ) A aromaterapia é um método alternativo para alívio da dor do parto,
pois trabalha com diferentes tipos de estímulos de cores e luzes –
cada luz corresponde a um sentimento e uma sensação, que podem
ser estimulados durante o parto.
d) ( ) A cromoterapia é um método alternativo para alívio da dor do parto,
que trabalha com diferentes tipos de estímulos de aromas, pelo
olfato, sendo que cada aroma corresponde a uma sensação que
pode ser estimulada durante o parto.

2 A dor é subjetiva e cada mulher apresentará uma percepção de


dor diferente durante o trabalho de parto e o parto. Por vezes, a
percepção da dor poderá ser física, mas, em outras, psicológica,
relacionada, também, a fatores externos ou internos. Fisiologica-

45
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

mente, a dor do parto tem origem em diferentes vias, dependendo


da fase do trabalho de parto em que a mulher se encontra. Com
base na etiologia fisiológica da dor do parto, analise as sentenças a
seguir:

I- No primeiro estágio do trabalho de parto, considerado o período da


dilatação, a dor é originada pela contração uterina, pelo apagamento
e pela dilatação do colo uterino. Essa dor alcança o sistema nervoso
central no nível da lombar, na região infraumbilical e também na região
sacral.
II- No segundo estágio do trabalho de parto, o período expulsivo, a
contratilidade e a distensão continuam com uma dor localizada no
períneo, devido à compressão da placenta, caracterizando uma dor
aguda localizada.
III- No terceiro e no quarto estágios do trabalho de parto, ocorrem a
dequitação da placenta e a involução uterina. Há a diminuição da
intensidade da dor, os tecidos se recuperam e a dor está relacionada à
contratilidade intestinal, devido à limpeza do intestino.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) (X) Somente a sentença I está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença II está correta.

3 Atualmente, no Brasil, para o parto normal, quando solicitado,


utiliza-se mais a analgesia peridural e a combinação entre
peridural mais raquidiana, podendo eliminar por completo (ou não)
a sensação da dor do parto. É importante salientar que a mulher
deve ser informada também dos possíveis efeitos colaterais
desses métodos e o que pode influenciar ou não na progressão do
seu trabalho de parto, além de mantê-la ciente de que esse tipo
de intervenção aumenta também a probabilidade de realização de
um parto instrumentado, entre outras intervenções. Classifique
V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

46
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

( ) São complicações imediatas da analgesia regional: hipotensão materna


(quando sistólica menor que 120 mmHg), retenção urinária, convulsões
e parada cardíaca.
( ) São algumas vantagens da analgesia combinada: início rápido, risco
tóxico reduzido, pode ser administrada em fase latente ou fase ativa do
trabalho de parto.
( ) São algumas desvantagens da analgesia peridural: risco de lombalgia no
puerpério e risco de punção acidental da dura-máter.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) ( ) V – F – V.
c) ( ) F – V – F.
d) (X) F – V – V.

4 O enfermeiro, durante o processo de parto, entra como um agente


cuidador importante para a parturiente, podendo, além de cuidar
da parte assistencial/técnica, ofertar métodos de alívio da dor
do parto, de preferência, métodos naturais. A percepção da dor
da parturiente, muitas vezes, estará ligada a agentes externos e
que interferem e estimulam a mulher, como o ambiente em que
ela se encontra, o jeito que a tratam, o tipo de comunicação
que usam com ela e, também, o apoio ou não que lhe é ofertado
nesse momento. Disserte sobre quais medidas e condutas os
enfermeiros podem realizar para auxiliar na diminuição da dor da
parturiente.

R.: Promoção de um ambiente acolhedor durante o trabalho de parto,


provendo as necessidades básicas da mulher e do casal; incentivar a
presença de um acompanhante de escolha da mulher, para promover o
suporte de apoio contínuo; ofertar dieta e líquidos para a mulher durante
o período de internação no centro obstétrico; ofertar métodos naturais
de alívio da dor, quando disponíveis e quando possível, como aromas,
massagem, rebozo, penumbra, movimentação, exercícios, uso do chuveiro,
uso da bola suíça, deambulação e estímulo à respiração consciente. Se
esses métodos ainda não forem suficientes para auxiliar no alívio da dor
da mulher, o enfermeiro poderá orientar e discutir com o casal o uso de
métodos farmacológicos, se assim desejarem e não houver nenhuma
contraindicação. 47
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

5 A analgesia regional durante o trabalho de parto pode proporcionar


alguns benefícios em relação à percepção da dor na parturiente,
diminuindo, significativamente, a intensidade da contração e
pressão do parto. Claro que esse método de alívio deve ser ofertado
apenas em casos em que a mulher não consegue suportar a dor
do parto mesmo com métodos alterativos. Assim, a monitoração
pós-analgesia é muito importante após a instalação do bloqueio,
seja ele qual for, sendo preciso ter atenção especial. Nesse
contexto, com base no documento do Protocolo de analgesia
de parto vaginal (DISTRITO FEDERAL, 2021), responda quais são
as condutas/cuidados que o profissional de Enfermagem pode e
deve realizar na pós-analgesia.

Fonte: DISTRITO FEDERAL. Protocolo de Analgesia de parto vaginal – Protocolo de


Atenção à Saúde. Portaria SES-DF nº 1123 de 05.11.2021, publicada no DODF nº 215 de
18.11.2021. Governo do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saúde, Subsecretaria de
Atenção Integral à Saúde, Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde, 2021.
Disponível em: http://twixar.me/NJQm. Acesso em: 24 out. 2022.

R.: Toda gestante submetida à analgesia de parto deverá estar com


monitoração básica previamente instalada (pressão arterial não invasiva –
PANI – a cada 5 minutos e oximetria de pulso), pelo menos na primeira meia
hora. Toda parturiente submetida a início de analgesia regional ou doses
adicionais de resgate, seja qual for a técnica, deve ser submetida à ausculta
intermitente da frequência cardíaca fetal (FCF) a cada 5 minutos, por, no
mínimo, 30 minutos. Uma vez alterada, deve-se instalar cardiotocografia
(CTG). Toda gestante, após analgesia regional, deve ser avaliada quanto à
ocorrência de hipotensão arterial, sendo a necessidade de hidratação ou o
suporte com substâncias vasoativas avaliada individualmente. A posição
supina deve ser evitada, pois pode comprometer o estado hemodinâmico,
e, quando a parturiente decidir deambular, deve estar acompanhada e
ser verificada a pressão arterial antes de ela se levantar, bem como seu
equilíbrio e seu bloqueio motor.

48
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

TÓPICO 4

1 O Guia dos direitos da gestante e do bebê, criado pelo Fundo das


Nações Unidas para a Infância (UNICEF, 2011) e pelo Ministério
da Saúde, expõe sobre os direitos das gestantes, parturientes,
puérperas e recém-nascidos no Brasil. Atualmente, políticas
nacionais foram criadas para assegurar e garantir que os direitos
das mulheres, nesse período da vida, sejam respeitados. Assinale a
alternativa CORRETA:

Fonte: UNICEF. Guia dos direitos da gestante e do bebê. São Paulo: Globo, 2011.
Disponível em: http://twixar.me/dyQm. Acesso em: 26 out. 2022.

a) ( ) A Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal desenvolve


ações de prevenção e assistência à gestante, assistência ao
acompanhante e a toda a família, e também à criança acima de 1
ano de idade, garantindo o acesso e a qualidade no atendimento.
b) ( ) A Política de Atenção Integral à Saúde da Criança desenvolve ações
para promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, sem
priorizar a diminuição da mortalidade infantil.
c) (X) Por meio das políticas públicas, os seguintes direitos são
assegurados à gestante: o direito à saúde na gravidez, com
a realização de um pré-natal, um parto e um pós-parto de
qualidade; os direitos trabalhistas; e os direitos sociais. Além
disso, as grávidas têm direito ao Cartão da Gestante.
d) ( ) A Política Nacional de Atenção Integral à Mulher desenvolve ações
que promovem o atendimento ginecológico, de planejamento
reprodutivo, excluindo o de pré-natal, além de abranger as mulheres
e as adolescentes em situação de violência doméstica e sexual.

2 A utilização do consentimento informado, para a realização


dos testes rápidos para HIV, deve ser construída e incentivada,
tendo como base uma troca de informação entre profissional e
paciente, “respeitando, dessa forma, o princípio da beneficência,

49
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

da autonomia e da justiça, alancado no imperativo ético de


respeito pela verdade” (NENÉ; MARQUES; BATISTA, 2016, p. 514).
Nesse contexto, analise as sentenças a seguir:

Fonte: NENÉ, M.; MARQUES, R.; BATISTA, M. Enfermagem de saúde materna e obsté-
trica. Lisboa: Lidel, 2016.

I- O consentimento esclarecido/informado deve ser estimulado e


realizado com a parturiente. Este documento diz se a paciente aceita/
respeita ou não determinado procedimento/diagnóstico, devendo
ser assinado por ambas as partes; antes da assinatura, o profissional
deve informar a paciente sobre todos os aspectos relevantes, como
benefícios, riscos e alternativas, para que possa ser consentido ou não,
de forma livre e esclarecida.
II- As grávidas devem ser informadas quanto à realização do teste rápido de
sorologia, para detecção de anticorpos anti-HIV no sangue. O próprio
profissional deve coagir a mulher a aceitar a realização do teste, visto a
importância para a saúde do bebê.
III- É direito da grávida recusar e não fazer o teste de anticorpos anti-HIV,
mesmo no pré-natal e até na internação no centro obstétrico, à luz do
princípio da autonomia.

Assinale a alternativa CORRETA:


a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) (X) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.

3 É indispensável que o enfermeiro, que trabalha dentro do


centro obstétrico, com a assistência à saúde da gestante e da
parturiente, conheça e assegure os direitos da mulher no parto.
Estes direitos são conquistas, a partir das políticas criadas ao
longo dos anos, e devem continuar direcionando as práticas de
cuidado, para melhorar cada vez mais os indicadores de saúde
das mulheres e de recém-nascidos. De acordo com os direitos da
mulher no parto, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:

50 ( ) A Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005, é conhecida como lei do


Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

acompanhante, tendo sido criada para garantir às parturientes o direito


à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, o parto e o
pós-parto imediato, no âmbito do SUS.
( ) É direito da mulher optar pelo local onde ela vai parir e receber assistência
adequada para tal.
( ) Embora seja direito da mulher escolher a posição que ela quer parir,
o profissional que assiste ao parto deve direcioná-la sempre para a
posição litotômica.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:


a) ( ) V – F – F.
b) (X) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.

4 O modelo intervencionista, que se estabeleceu na obstetrícia, atinge


muitas mulheres, em todo o mundo, tendo como características
a falta de paciência, a medicalização do parto e a falta de
protagonismo da mulher, que trazem, como consequência, a
prática de abuso e maus-tratos nas mulheres durante o ciclo
gravídico-puerperal. A chamada violência obstétrica, reconhecida
pela OMS, é uma realidade que não deve ser naturalizada e muito
menos aceita pelas mulheres nem pelos profissionais que prestam
assistência ao período da gestação, do parto e do pós-parto.
Discorra sobre quais são os tipos de violência obstétrica e cite
exemplos de condutas violentas que não devem ser promovidas
na obstetrícia.

R.: Tipos de violência obstétrica: violência física, violência verbal, violência


psicológica, violência sexual, violência moral e negligência. São exemplos
de violência obstétrica: não uso do consentimento informado; uso de
vocabulário agressivo e abusivo; culpalização da mulher; uso inadequado
de ocitócitos, para apressar o trabalho de parto; indicações errôneas
para realização de cesariana; imobilização durante o trabalho de parto e
parto; jejum intermitente durante o trabalho de parto; realização rotineira

51
Assistência de Enfermagem no Centro Obstétrico

de episiotomia (corte no períneo); realização da manobra de Kristeller


(compressão do fundo uterino); uso de força física, abuso psicológico,
sexual e moral contra a mulher; discriminação e negligência.

5 Como grande influenciador da humanização do parto, as doulas,


atualmente, têm ganhado mais visibilidade no Brasil, vistos os
estudos que surgem e mostram os benefícios de se ter uma doula
durante os períodos de gestação, parto e pós-parto. Trata-se
de uma profissional que se dedica a auxiliar mulheres/casais
que estão grávidos, fornecendo suporte emocional, psicológico,
fisiológico e educacional, não apenas durante o parto, mas em
todo o período de gestação e no pós-parto. Nesse contexto,
responda: qual é a diferença entre o trabalho da doula e do
enfermeiro durante a assistência do trabalho de parto e do parto?

R.: A doula é uma profissional que tem formação apenas para dar o suporte
físico e emocional para a mulher nesse período, ofertando métodos naturais
de alívio da dor, posturas e exercícios que facilitem o parto, suporte de
informações para a mulher decidir, de forma consciente, acerca dos
procedimentos, além de apoio psicológico, que faz grande diferença. Já
o enfermeiro, além de ser um profissional graduado em Enfermagem,
tem respaldo técnico, sendo que suas competências vão além do olhar
humanizado de suporte e apoio à mulher, ou seja, a parte técnica está
presente, como: verificação do bem-estar materno e fetal, a partir da ausculta
do batimento cardíaco fetal e dos sinais vitais da mãe. O enfermeiro também
garantirá que trabalho de parto siga de forma saudável e ficará atento para
possíveis sinais e sintomas maternos e fetais que podem sinalizar algum tipo
de emergência obstétrica.
Os dois profissionais podem e devem saber trabalhar juntos em prol da
mulher grávida, pois, com a soma desses atendimentos, há maiores chances
de a mulher ter uma experiência positiva de parto e nascimento.

52

Você também pode gostar