O direito trabalhista e a relação contratual é regida por diversos princípios,
sendo um deles a continuidade do vínculo empregatício. Contudo, em determinadas circunstâncias, mesmo nos contratos de prazo indeterminado, pode haver necessidade de interrupção por motivos específicos. Essa interrupção é regulamentada por dois institutos diferentes: a suspensão e a interrupção. A principal diferença entre eles está relacionada às obrigações de pagamento do salário. Na suspensão, tanto as responsabilidades do empresário (como a prestação de serviços) quanto as do empregador (como o pagamento salarial) ficam temporariamente paralisadas. Já na interrupção, a pausa ocorre apenas no que diz respeito ao empregado, mantendo-se as obrigações do empregador ativas. Quanto à cobrança de verbas durante o período de interrupção, especificamente no que se refere ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), também existem diferenças a serem observadas. Na interrupção, o empregador deve continuar a realizar os depósitos do FGTS nos casos previstos na lei, conforme previsto no artigo 28 do Decreto 99.684/90. Esses casos incluem: I - prestação de serviço militar; II - licença para tratamento de saúde com duração de até quinze dias; III - licença por acidente de trabalho; IV - licença à gestante; e V - licença-paternidade. No entanto, nos casos de suspensão do contrato, onde o empregador não tem a obrigação de efetuar o pagamento do salário, presume-se, em regra geral, a não obrigatoriedade do depósito do FGTS. No entanto, há abordagens em que o FGTS deve continuar sendo depositado mesmo durante a suspensão contratual, como nos casos de: a) afastamento por doença ou acidente, a partir do 16º dia, conforme o artigo 15, § 5º, da Lei 8.036/ 90; b) prestação de serviço militar, de acordo com o artigo 15, § 5º, da mesma lei; ec) eleição para o cargo de conselheiro de sociedade anônima, desde que seja uma escolha do empregador, conforme previsto nos artigos 15, § 4º e 16 da Lei 8.036/90.