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Ortodontia Internacional 2023; 21: 100750

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www.sciencedirect.com

A expansão do arco maxilar com Invisalign® é eficiente e previsível? Uma revisão sistemática

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3
Mathilde Bouchant 1,2, Aline Saade , Marwan El Helou 1,2

Disponível on-line: 27 de março de 2023 1. Universidade de Clermont Auvergne, CROC, 63000 Clermont-Ferrand, França 2.
Departamento de Odontologia, Hospital Universitário de Clermont-Ferrand, 63000 Clermont-Ferrand,
França 3. Consultório Privado, Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos

Correspondência:
Marwan El Helou, Universidade de Clermont Auvergne, CROC, 49, boulevard
François Mitterrand, 63000 Clermont-Ferrand,
França. marwan.el.helou@hotmail.com

Palavras-chave Resumo
Invisalign®
Alinhadores transparentes
Antecedentes > O principal objetivo desta revisão é avaliar a eficácia e previsibilidade do
Expansão transversal movimento de expansão transversal realizado pelo Invisalign®. Os objetivos secundários
Eficácia são determinar se a expansão é de natureza dentoalveolar ou esquelética e localizar as
Previsibilidade áreas de expansão na arcada dentária.
Métodos > Dois investigadores utilizaram a base de dados PubMed para busca de artigos relacionados
ao tema. Após utilização de uma equação de pesquisa, foram aplicados critérios específicos de inclusão
e exclusão e a seleção final dos artigos foi feita após leitura na íntegra. A ferramenta ROBINS-I para
estudos não randomizados foi aplicada para avaliar o risco de viés nos resultados de cada estudo incluído.
Resultados > Após leitura dos artigos na íntegra, foram incluídos 12 artigos. Em relação à eficácia, a
maioria dos estudos mostrou aumento em todas as distâncias interdentais medidas, com expansão
máxima no nível dos pré-molares. Quanto à previsibilidade, foram encontradas diferenças significativas
entre os modelos pós-tratamento e os modelos Clincheck®, tornando-a geralmente fraca. Quanto à
natureza e áreas de expansão, o aumento da largura do arco foi devido à inclinação vestibular das
coroas seguindo um gradiente decrescente de anterior para posterior.
Conclusões > O tratamento Invisalign® é eficaz na obtenção de uma expansão transversal da maxila.
Porém, essa expansão é principalmente dentoalveolar, com inclinação da coroa facial dos dentes posteriores.
O software Clincheck® tende a superestimar o movimento de expansão quando comparado ao
resultado clínico, portanto a previsibilidade do movimento é baixa.

tomo 21 > n82 > junho de 2023

https://doi.org/10.1016/j.ortho.2023.100750 © 2023
CEO. Publicado por Elsevier Masson SAS. Todos os direitos reservados.
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M. Bouchant, A. Saade, M. El Helou

Introdução Uma TABELA I

mordida cruzada posterior ocorre quando as cúspides vestibulares Critério de eleição

dos dentes posteriores superiores se envolvem com as fossetas
Critério de inclusão Critério de exclusão
dos dentes posteriores inferiores [1]. Dependendo da etiologia e
da idade do paciente, o tratamento desta má oclusão consiste Estudos clínicos prospectivos ou Estudos observacionais

numa expansão den toalveolar e/ou esquelética [2]. retrospectivos em humanos

Nos últimos anos, a ortodontia testemunhou uma mudança significativa nos Artigos publicados durante os últimos 15 Estudos in vitro

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tratamentos de adultos, de braquetes fixos convencionais para alinhadores anos
transparentes. Um exemplo é o Invisalign® com seu software de Escrito em francês ou inglês Estudos pré-clínicos

planejamento Clincheck® que permite o planejamento individual da movimentação dentária.

Tratamento da dimensão transversal Relatos de casos
Os pacientes recebem um conjunto de alinhadores, que devem ser em ortodontia
trocados a cada duas semanas e usados 22 horas por dia. A movimentação Pacientes tratados
Envolvendo pacientes de todas as idades tratados
dentária e a retenção dos alinhadores são permitidas por fixações de com alinhadores transparentes com aparelhos fixos,
resina composta coladas às superfícies vestibulares [3]. Um estudo remoção e/ou extrações
mostrou que mais pacientes adultos estão recorrendo ao tratamento com
alinhadores porque o consideram mais estético do que os braquetes
convencionais e mais confortável do que a ortodontia lingual [4].
A primeira revisão sistemática com o objetivo de estudar os efeitos do
tratamento dos alinhadores foi publicada em 2005. No entanto, não foi
possível tirar quaisquer conclusões sobre a eficácia do sistema Fontes de informação e processo de seleção Os estudos

Invisalign® na movimentação dentária [5]. Desde então, muitos incluídos nesta revisão foram selecionados por dois investigadores da

estudos investigaram a capacidade dos alinhadores transparentes em base de dados eletrônica PubMed entre junho de 2022 e janeiro de 2023.

realizar vários movimentos dentários, como distalização, intrusão,

extrusão, nivelamento da curva de Spee, alinhamento dos dentes e controleArotacional
seguinte [6].
Poucos se interessaram em estudar a expansão transversal
dos arcos. Aliás, uma revisão sistemática recente investigou a
precisão e eficiência dos movimentos dentários com Invisalign®,
uma das variáveis estudadas foi o movimento transversal em
casos de apinhamento leve e severo, mas as medidas de
distância intercaninos e inclinação faciolingual foram apenas
realizado no arco mandibular. Nenhuma informação foi
mencionada sobre a capacidade do sistema em corrigir a
mordida cruzada posterior com expansão da arcada superior
[7]. Até onde sabemos, nenhuma revisão da literatura resumiu
o conhecimento atual sobre a expansão transversal superior
permitida pelos alinhadores Invis align®. O principal objetivo
desta revisão é avaliar a eficácia e a previsibilidade do
movimento de expansão transversal realizado pelos
alinhadores transparentes. Os objetivos secundários são
determinar se a expansão é de natureza dento-veolar ou
esquelética e localizar as áreas de expansão na arcada dentária.
equação de busca foi utilizada na barra de busca do
PubMed: "Invisalign'' AND (Transverse OR Expansion OR Expand* OR Arch).
Os dois investigadores procuraram separadamente artigos no
PubMed com a equação citada acima, leram o título e depois o
resumo. Eles não foram cegados quanto ao local do estudo,
nomes dos autores ou resultados obtidos. Os artigos que
atenderam aos critérios de elegibilidade foram então lidos na
íntegra, após o que a seleção final foi estabelecida por discussão
entre os dois investigadores.
Após a leitura completa dos estudos selecionados, os seguintes dados
foram extraídos e tabulados da seguinte forma:
título do
estudo; autor(es) e ano de
publicação;
design de estudo; resultados incluindo medição de distâncias
de expansão, eficácia e
previsibilidade; conclusões dos autores.

Avaliação de viés de relato Para cada

estudo, a ferramenta ROBINS-I para estudos não randomizados foi aplicada
Métodos para avaliar o risco de viés [9].
Protocolo
Resultados
Para atender aos objetivos mencionados acima, foi realizada uma
revisão da literatura seguindo o protocolo PRISMA [8]. Seleção dos estudos
Na primeira etapa foram identificados 16 estudos a partir de seus títulos.
Após a leitura dos resumos, dois estudos foram excluídos porque um era
Critério de eleição um relato de caso [10] e o outro estava escrito em chinês. Depois de ler os
Os critérios de inclusão e exclusão encontram-se na tabela I. artigos completos, dois estudos adicionais

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figura 1
Fluxograma

foram excluídos. O primeiro não atendeu aos objetivos mencionados modelo pós-tratamento: modelo de situação clínica real obtido após
o tratamento.
acima [11], e o segundo tratou apenas das consequências periodontais
da expansão [12]. Finalmente, 12 artigos [13–24] foram incluídos nesta Modelos pré e pós-tratamento foram obtidos com o scanner intraoral

revisão. O fluxograma é mostrado na figura 1.
Características dos estudos
Os estudos incluídos foram realizados entre 2016 e 2021 em
universidades. Dois estudos foram prospectivos [18,24] e os demais
foram retrospectivos [13–17,19–23]. Todos os estudos foram realizados
em pacientes com dentição permanente tratados com Invisalign®, mas
dois foram tratados com Invisalign First® na dentição mista [13,24].
Métodos de avaliação
iTero® para 6 estudos, por conversão digital de modelo de gesso para
dois estudos e não foram especificados para um estudo.
Medições lineares e angulares foram então realizadas para serem
comparadas entre os diferentes modelos.
As rugas palatinas serviram de referência para sobreposição dos
modelos. As distâncias interdentais nos estudos realizados na dentição
permanente foram medidas conforme explicado na tabela II e na figura 2.
Já no estudo de Levrini et al. no Invisalign First®, as distâncias
interdentais dos caninos decíduos, molares decíduos e primeiros

Comparação usando modelos digitais molares permanentes foram medidas ao nível das cúspides vestibular

Em todos os estudos incluídos, os autores compararam diferentes e mesiovestibular e ao nível dos colares gengivais [13].

modelos digitais:
modelo pré-tratamento: modelo do arco maxilar antes do tratamento A inclinação faciolingual dos primeiros molares permanentes foi

Invis align®; medida em 6 estudos, para diferenciar o movimento corporal da

Modelo Clincheck®: modelo de situação clínica final planejado pelo inclinação da coroa.
software Clincheck®;

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TABELA II Medidas interdentais e pontos de referência.

Distâncias medidas Pontos de referência

CDI = distância intercaninos Entre as pontas das cúspides de 13 e 23

IPMD = distância interpremolar Entre as cúspides vestibulares ou palatinas

Entre as cúspides mesiopalatais ou distovestibulares do

DMI = distância intermolar

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primeiro molar (M1)
Entre as cúspides mesiovestibular ou distovestibular
do segundo molar (M2)
IDDG = distância interdental ao nível Entre os colares gengivais de caninos, pré-molares,
dos colares gengivais primeiros e segundos molares

Figura 2
Modelos digitais maxilares com apresentação das medidas transversais lineares medidas (Lione et al. [18]). Distâncias interdentais nos
caninos (A); primeiros pré-molares (B); segundos pré-molares (C); cúspides MB de M1 (D); cúspides DB de M1 (E); cúspides MB de M2 (F);
Cúspides DB de M2 (G). Distâncias interdentais ao nível do colar gengival de M1 (H) e M2 (G)

Comparação da arquivos para avaliar alterações nos rebordos alveolares e movimento

TCFC No estudo de Zhou e Guo [19], os autores utilizaram TCFC transversal do primeiro molar após a expansão. O torque inicial do primeiro
pré e pós-tratamento, orientadas de forma padronizada, para molar foi medido por meio de análise vetorial radicular. As medidas foram
compará-las. Medições lineares e angulares foram realizadas em ambos
feitas em um corte no nível M1 conforme mostrado na figura 3.

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Figura 3
Seções de TCFC com apresentação das medidas lineares e angulares realizadas (Zhou e Guo [19]). BBW: Largura da maxila nos pontos
mais côncavos do osso basal vestibular, próximo aos ápices dos primeiros molares; BCPW: largura da maxila ao nível dos pontos mais
convexos do osso alveolar; PACW: distância entre as cristas alveolares palatinas; BACW: distância entre rebordos alveolares bucais; BAW:
distâncias intermolares entre ápices radiculares vestibulares; PAW: distâncias intermolares entre os ápices palatinos das raízes;
PCTW: distâncias intermolares entre as cúspides palatinas; BCTW: distâncias intermolares entre as cúspides vestibulares; HLA:
inclinação do primeiro molar em relação ao plano palatino; UPAW: distância que separa o ápice palatino do plano sagital médio

Avaliação da forma do
arco No estudo de Deregibus et al. [20], as formas do arco maxilar, antes
e após o tratamento, foram sobrepostas no plano transverso (figura 4).
Para avaliar a mudança de forma, os autores definiram um ponto de
emergência coronal para cada dente usando o software GOM Inspect®.
Em vista oclusal:
a origem das coordenadas foi o ponto de contato entre os incisivos
centrais; o eixo x,
definido no sentido transversal, era uma linha reta paralela à linha que
liga os pontos de contato proximais entre os segundos pré-molares e
os primeiros molares; o eixo y foi definido no sentido ântero-
posterior.

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Figura 4
Representação dos formatos dos arcos superiores obtidos após posicionamento dos pontos de emergência coronal: formato do arco
no início (T0) e no final do tratamento (T1) (Deregibus et al. [20] )

Resumo
Eficácia modelos. Na dentição permanente, seis estudos avaliaram a
A eficácia dos alinhadores foi avaliada comparando as eficácia dos alinhadores transparentes e dois estudos na dentição
medidas transversais do pré e pós-tratamento mista. Os resultados são apresentados na tabela III.

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TABELA III

Eficácia dos alinhadores transparentes de acordo com os estudos incluídos

Estudar Expansão Gorjeta Largura óssea

Morales-Burruezo et al. Aumento de todas as distâncias interdentais medidas. Não especificado Não especificado
[16] Expansão máxima ao nível do IPMD.
Expansão mínima nos níveis ICD e
IM2D

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Vidal-Bernardez A maior mudança ocorreu no nível gengival dos Não especificado Uma TCFC não foi feita por
et al. [21] pré-molares (IDDG) razões éticas
A menor alteração ocorreu no nível dos caninos
desses mesmos dentes (IPMD e ICD).
(P < 0,00005)
Cretella Lombardo Aumento da dimensão transversal ao nível dos caninos Não especificado Não especificado
et al. [22] e dos primeiros molares
decíduos P < 0,038

Lyon et al. [24] O maior aumento da largura maxilar foi detectado Não especificado Não especificado
ao nível dos primeiros molares decíduos superiores,
seguidos pelos segundos molares decíduos e
pelos caninos decíduos. Os primeiros molares
superiores
apresentaram maior expansão na largura mesial
intermolar devido a uma rotação que
ocorre em torno de sua raiz palatina (P < 0,001).

Lyon et al. [18] Aumento em todas as distâncias interdentais medidas, exceto Aumento na inclinação da coroa vestibular para todos os Não especificado
IM2D. dentes, exceto para os segundos molares.
Expansão máxima ao nível do IPMD. Aumento dos caninos até os segundos pré-
molares, depois diminuição da expansão
posteriormente.

Zhou e Guo [19] Aumento de todas as distâncias interdentais medidas. Aumento da inclinação da coroa vestibular dos Aumento da distância
Expansão máxima ao nível do IPMD. molares. entre o vestibular e
cristas palatinas.
Nenhuma modificação ao nível
do
osso basal.

Deregius et al. [20]
Levrini et al. [13]
Aumento de todas as distâncias interdentais medidas. Não especificado Não especificado
Expansão máxima ao nível do IPMD.
Aumento de todas as distâncias interdentais maxilares. Não especificado Não especificado
Aumento do ângulo intermolar.
Valores máximos de expansão para os
primeiros e segundos molares decíduos.

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Previsibilidade na dentição permanente, nove estudos avaliaram a previsibilidade dos

A previsibilidade dos alinhadores foi avaliada comparando-se alinhadores transparentes Invisalign®. Os resultados são mostrados em
modelo Clincheck® final e modelo pós-tratamento. Em tabela IV.

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TABELA IV
Previsibilidade dos alinhadores transparentes de acordo com os estudos incluídos

Estudar Previsibilidade do movimento transversal (%) Comparação entre o modelo Clincheck® final e o pós
modelos de tratamento

Solano-Mendoza et al. [14] Fraco. Diferenças estatisticamente significativas encontradas entre

transversal interdental
medidas.

Vidal-Bernardez et al. [21] No nível gengival e canino, a previsibilidade para Todas as alterações produzidas foram estatisticamente significativas
caninos foi de 87,71%, (Valor P < 0,00005)
primeiros pré-molares um resultado de 84,03%, para segundos pré-molares
84,28% e para primeiros molares
87,35%

Tien et al. [23] Na maxila: 72,2% caninos, 78,9% primeiros pré-molares, Grande variabilidade foi observada na precisão da expansão
81,1% de segundos pré-molares, 63,5% de primeiros molares e 41,5% com subexpansão e superexpansão observadas
segundo para todos

Molares. dentes (excluindo segundos molares)

Riede et al. [15] 45% com o Smartrack® Não encontrado.

material.

Morales-Burruezo et al. [16] 74,8% para caninos, 80,3% para primeiros pré-molares, 81% para Não especificado.
segundos pré-molares, 79,1% para primeiros molares, 65,2% para
segundo
Molares.

Houle et al. [17] 72,8% Encontrado entre todas as medidas transversais no

Invisalign® tornou-se menos preciso maxila.

quanto mais nos movemos posteriormente.

Lyon et al. [18] Fraco para caninos superiores. Encontrado para distância intercanina
e inclinação canina.

Zhou e Guo [19] Não especificado Encontrado entre todas as medições de seção transversal.

Diferença entre expansão planejada e alcançada

aumenta quanto mais nos movemos

posteriormente.

Deregius et al. [20] Não especificado Foram encontradas diferenças no

medidas dos caninos, mas não foram

clinicamente importante.

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TABELA V
Natureza da expansão e áreas de expansão de acordo com os dados coletados

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Estudar Descobertas

Morales-Burruezo et al. A expansão com alinhadores foi mais eficaz na área dos pré-molares e menos eficaz nos caninos e segundos molares

[16] áreas.

Lyon et al. [18] A taxa de expansão mostra redução progressiva nas regiões caninos, pré-molares e posteriores, com maior aumento

os pré-molares.

Invisalign® poderia aumentar a largura do arco aumentando a coroa

inclinação dos dentes superiores seguindo o mesmo gradiente decrescente de anterior para posterior que o dos dentes superiores.
distâncias interdentais.

Deregius et al. O tratamento Invisalign® Classe II leva a um aumento na largura do arco em

[20] molares e pré-molares.

Houle et al. [17] Maior movimento de inclinação bucal do que o planejado.

Zhou e Guo [19] O sistema Invisalign® pode aumentar a largura do arco inclinando os dentes posteriores.

Riede et al. [15] A rápida expansão palatina antes do Invisalign® deve ser considerada em

pacientes com grande desvio transversal.

Natureza e áreas de expansão estudos [18,24]. A maioria dos estudos apresentou risco moderado de viés
A expansão conseguida teve caráter dentoalveolar. [13–15,17,19–23], e apenas um estudo apresentou sério risco de viés
A inclinação máxima dos dentes ocorreu na região dos pré-molares, [16]. Os resultados são apresentados na tabela VI.
enquanto a inclinação mínima ocorreu no segundo molar. O
os resultados são apresentados na tabela V.
Discussão
Qualidade da pesquisa e processo de seleção
Risco de viés nos estudos Os investigadores preferiram o banco de dados PubMed para pesquisar
Como todos os estudos incluídos nesta análise não foram randomizados, artigos. Para limitar o viés de seleção, a pesquisa foi realizada
a ferramenta ROBINS-I foi usada para avaliar seus por dois operadores separados.
qualidade [9]. Dois estudos foram considerados de baixo risco Todos os artigos incluídos neste estudo não foram randomizados
de viés, o que os tornou comparáveis a ensaios randomizados bem estudos (NRS). Para determinar o risco de viés, usamos o
realizados, eles também são resultados clínicos prospectivos. Ferramenta ROBINS-I para avaliar a qualidade da evidência [9]. Este método

TABELA VI
Avaliação do risco de viés para resultado de expansão usando a ferramenta ROBINS-I

Referência do artigo 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Viés devido à confusão eu eu M eu eu eu M M M M M eu

Viés na seleção dos participantes do estudo M eu M MILÍMETROS eu M M eu eu eu eu

Viés na classificação das intervenções eu eu M MILÍMETROS eu M eu M M eu eu

Viés devido a desvios das intervenções pretendidas M eu eu S eu eu eu M M M M eu

Viés devido a dados ausentes M M M M eu eu eu M M M eu eu

Viés na medição dos resultados eu M M S eu eu M eu eu M eu eu

Viés na seleção do resultado relatado eu eu eu eu eu eu eu M eu M M eu

Risco geral de viés M M M S M eu M M M M M eu

L: baixo risco; M: risco moderado; S: grave risco de viés; C: risco crítico; N: nenhuma informação.

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M. Bouchant, A. Saade, M. El Helou
revelou que a maioria dos artigos incluídos apresentou um risco
moderado de viés, indicando que cada estudo é metodologicamente
sólido para uma NRS, mas não pode ser comparado a um ensaio
randomizado bem executado. O estudo de Morales-Burruezo et al. [16]
foi classificado como tendo um risco crítico de viés e, portanto, é muito
problemático para fornecer qualquer evidência confiável sobre a
expansão com Invisalign®. Na verdade, os autores utilizaram elásticos
intermaxilares para potencializar a expansão dos alinhadores, o que foi
considerado um viés metodológico.
Métodos de avaliação A
avaliação da efetividade e previsibilidade dos alinhadores nos estudos
incluídos nesta revisão foi realizada por meio da comparação de modelos
digitais que utilizaram rugas palatinas como pontos de referência. No que
diz respeito às distâncias interdentais, a maioria dos estudos mediu a
distância transversal ao nível das cúspides dentárias e dos colares
gengivais. No entanto, Morales-Burruezo et al. [16] descobriram que as
medições gengivais não são confiáveis porque durante o planejamento
do Clincheck®, os técnicos tendem a remover a gengiva do modelo
digital antes que o software calcule todos os parâmetros e protocolos e,
em seguida, reposicioná-la aleatoriamente durante as etapas finais.
Eficácia Um dos
principais objetivos da nossa revisão foi avaliar a eficácia dos alinhadores
transparentes na obtenção do movimento de expansão transversal.
A revisão sistemática de Ke et al. realizado em 2018 comparou a eficácia
dos alinhadores transparentes com os tratamentos fixos convencionais.
Concluíram que ambos os tipos de dispositivos foram eficazes no
tratamento de más oclusões, mas que os aparelhos fixos foram mais
eficazes quando se trata de expansão transversal [25].
Porém, mais estudos foram necessários porque a técnica dos alinhadores
estava em constante evolução em termos de materiais, softwares e
dispositivos auxiliares. Na revisão de Papadimitriou et al., os autores
concluem que não existem recomendações claras baseadas em
evidências sobre as indicações do sistema de alinhadores transparentes,
exceto para o tratamento de más oclusões leves a moderadas, em
pacientes adultos cujo crescimento parou [26] .
Além disso, um estudo recente de Haouili et al. descobriram que a
precisão do movimento com Invisalign melhorou ao longo dos anos,
embora a precisão média tenha sido estimada em cerca de 50% [27].
Porém, o tratamento com alinhadores oferece vantagens significativas
em termos de estética, conforto e higiene para os pacientes. Além disso,
os alinhadores podem ser uma alternativa para pacientes que recusam
os braquetes convencionais. Além disso, o uso de modelos digitais
oferece vantagens significativas em termos de facilidade de
armazenamento, durabilidade e transferência [28].
Dentição permanente Na
dentição permanente, foram observados aumentos significativos em
todas as distâncias intercaninos, interpré-molares e interprimeiros molares
após o tratamento com alinhadores transparentes. Em relação ao
segundo molar permanente, Morales-Burruezo et al. [16] relataram um
10
expansão significativa pós-tratamento, enquanto Lione et al. [18] não
observaram alterações significativas.
Vários fatores podem ter influenciado a eficácia dos alinhadores
ivtesiRs
acitoáãmse
transparentes e introduzido vieses nos estudos incluídos. Em seis dos
estudos realizados na dentição permanente, todos os pacientes tinham
mais de 18 anos, o que eliminou a possibilidade de qualquer crescimento
residual da sutura intermaxilar. Porém, no estudo de Riede et al. [15],
alguns dos pacientes incluídos eram adolescentes, e o crescimento
pode ter contribuído para uma maior expansão, afetando potencialmente
os resultados.
Outro fator importante a considerar é o uso de elásticos para mordida
cruzada intermaxilar, que foi incluído em alguns estudos, como o de
Morales-Burruezo et al. [16]. O uso desses elásticos pode ter
superestimado a expansão obtida com os alinhadores transparentes,
afetando potencialmente os resultados desses estudos.
A experiência do profissional também pode ter desempenhado um papel
na eficácia dos alinhadores transparentes. É possível que profissionais
com vasta experiência no uso do sistema Invisalign® tenham planejado
hipercorreções desde o início do tratamento ou utilizado auxiliares de
expansão para aumentar sua eficácia. Isso pode ter influenciado os
resultados observados nos estudos incluídos.
Dentição mista Na
dentição mista, apenas dois estudos foram incluídos nesta revisão. Na
verdade, o sistema Invisalign First® foi lançado pela Align Technology
muito recentemente, em 2018, pelo que poucos estudos foram realizados
sobre o assunto.
Levrini et al. descobriram que o Invisalign First® foi eficaz na obtenção
de expansão transversal em casos de apinhamento leve ou déficit
transversal maxilar limitado, com um aumento significativo observado em
todas as distâncias interdentais, incluindo caninos decíduos, molares
decíduos e primeiros molares permanentes após o tratamento [13 ] .
Contudo, é importante salientar que a idade média dos pacientes
incluídos neste estudo foi de 9 anos, o que significa que o potencial de
crescimento ao nível da sutura intermaxilar pode ter contribuído para uma
sobrestimação da eficácia dos alinhadores.
Mais estudos são necessários, especialmente ensaios clínicos
randomizados e controlados, comparando os alinhadores Invisalign
First® com aparelhos ortopédicos convencionais de expansão transversal.
Na verdade, se esses alinhadores permitirem a expansão esquelética,
seria necessário determinar até que ponto eles poderiam estimular o
crescimento da sutura intermaxilar e serem usados em vez de expansores palatinos rápidos
Previsibilidade O
segundo objetivo principal da nossa revisão foi avaliar a previsibilidade
do movimento dentário transversal alcançado com alinhadores
transparentes. Muitos ortodontistas relatam que 70 a 80% de seus
pacientes necessitam de refinamentos no meio do tratamento e, em
alguns casos, precisam colar braquetes fixos para finalizar o caso, o que
é desfavorável tanto para o paciente quanto para o profissional. Isso
aumenta o tempo de tratamento e de cadeira,
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a espessura do osso alveolar, que aumenta de anterior para posterior,

requer a remoção do sistema Invisalign® e resulta em um resultado diferente
do que foi inicialmente apresentado ao paciente no Clincheck® [11]. criando maior resistência à expansão; maior carga mastigatória nos setores
posteriores; maior resistência dos tecidos moles das
bochechas na região posterior.

Nos artigos incluídos nesta revisão, a previsibilidade foi definida como o
percentual de expansão prevista alcançada: Expansão alcançada
Previsibilidade ¼ 100
Expansão prevista
Expansão prevista Em quatro
estudos [14,16,17,19], houve diferenças significativas entre os resultados
planejados no Clincheck® enquanto em três estudos [15,18,20], não houve
diferenças significativas.
Os resultados diferiram em relação aos caninos superiores. Riede et al. [15]
descobriram que esta é a área mais previsível, ao contrário de Lione et al.
[18] e Deregibus et al. [20].
Segundo Lione et al., atenção especial deve ser dada aos caninos superiores,
pois geralmente é esperada uma maior alteração no nível anterior do arco,
para obter alinhamento, nivelamento e fechamento de espaço, portanto, uma
hipercorreção deve ser realizada. ser esperado [18]. Riede et al. [15] , assim
como Zhou e Ghuo [19], encontraram uma correlação negativa entre as
quantidades de expansão planejada e a expansão corporal: quanto maior o
movimento planejado, menos previsível ele era.
Além disso, Castroflori et al. explicaram que a previsibilidade da movimentação
dentária ortodôntica com Invisalign foi limitada por fatores biomecânicos,
como o formato dos acessórios e acessórios utilizados durante o tratamento.
Além disso, os autores apontaram a importância da experiência do profissional
e, em particular, da compreensão das limitações da técnica Invisa lign® para
alcançar resultados de tratamento bem-sucedidos [29].
Natureza e localização da expansão Os estudos
incluídos nesta revisão constataram que a eficácia da expansão diminuiu da
região anterior para a posterior, com maior aumento na área dos pré-molares.
Lione et al. [18] sugeriram que isso se devia ao fato dos pré-molares estarem
localizados em linha reta, resultando em maior tendência à expansão.
ivtesiRs
acitoáãmse
A natureza da expansão transversal permitida pelos alinhadores transparentes
foi puramente dentoalveolar. O único estudo que quantificou a expansão no
nível esquelético não encontrou diferença significativa nas medidas ósseas
basais transversais. No entanto, foi observado um aumento nas distâncias
entre cristas vestibulares e palatinas.
Esta expansão dentoalveolar foi conseguida através da inclinação vestibular
das coroas.
Para promover o movimento de translação corporal em vez do movimento de
inclinação, Zhou e Guo [19] propuseram incorporar o torque da coroa palatina
ao movimento de expansão. Lione et al. [18] também incluíram esse torque,
mas ainda observaram inclinação vestibular de todos os dentes.
Zhou e Guo [19] sugeriram que os profissionais deveriam, portanto, diminuir
a magnitude da expansão de cada alinhador e adicionar um torque de
compensação.
Conclusões
Apesar das limitações dos estudos incluídos, as seguintes conclusões podem
ser tiradas das evidências disponíveis:
Supõe-se que os alinhadores Invisalign® sejam eficazes na obtenção da
expansão transversal da maxila; a
expansão obtida é principalmente dentoalveolar, com dentes posteriores
apresentando inclinação da coroa;
devido à sua fraca previsibilidade, o software Clincheck® tende a
superestimar a expansão; a expansão
segue um gradiente decrescente movendo-se dos segmentos anterior para
posterior e é mais perceptível nas áreas pré-molares; mais estudos
prospectivos e
ensaios clínicos randomizados e controlados são necessários para
confirmar esses achados.

Contribuição: Mathilde Bouchant: pesquisa e redação do manuscrito,

Algumas possíveis explicações para a diminuição da eficácia da expansão
da região anterior para a posterior, como sugerido em [17,18], são: a
anatomia das raízes dos
molares, que são mais numerosas e volumosas, tornando seu movimento
mais desafiador;
Aline Saade: revisou criticamente o manuscrito e participou da
avaliação de viés (ferramenta ROBINS-I) e Marwan El Helou: orientador
e autor sênior.
Divulgação de interesse: Os autores declaram não ter interesses
conflitantes.

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volume 21 > n82 > junho de 2023

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