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Apostila Imunologia / Curso Tecnico de Analises Clinicas / Professor Adriano Theodoro 1

adriano.theodoro1@gmail.com

IMUNOLOGIA
INFLAMAÇÃO

 A inflamação é a reação do organismo à invasão por um agente infeccioso ou apenas


reação à uma lesão física. Esta reação atrai leucócitos e moléculas plasmáticas para o local
de infecção ou dano tecidual e apresenta os sinais cardinais de Celsus – tumor, rubor,
dor e febre.

RESPOSTA LOCAL DA INFLAMAÇÃO

Eventos Vasculares

Os eventos vasculares ocorrem na microcirculação. Em condições normais a


microcirculação é formada por arteríolas (30 a 40mm de diâmetro) que apresenta uma
fina camada muscular. A arteríola ramifica-se em vasos menores (7mm de diâmetro) os
quais fazem a ligação entre os compartimentos arter iolar e venular da microcirculação.
São os vasos capilares. O rubor e o aumento de temperatura local que caracterizam
as regiões de inflamação se devem a maior quantidade de sangue fluindo através dos
vasos locais. O aumento do fluxo sangüíneo, por sua vez, se deve a uma fugaz
vasoconstrição arterial, que logo é seguida por dilatação ativa e intensa das arteríolas,
capilares e veias do local. O edema associado é resultado da exsudação dos vasos a
partir das vênulas.

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Os capilares sangüíneos são revestidos por células endoteliais que apresentam junções
intercelulares muito firmes. O aumento da permeabilidade capilar é causado pela retração
das células endoteliais abrindo as junções intercelulares. Isto permite que moléculas de
maior peso molecular atravessem o endotélio, facilitando a chegada de anticorpo,
complemento e moléculas de outros sistemas enzimáticos do plasma (sistema de
coagulação, sistema fibrinolítico e sistema das cininas) no local da inflamação.

A causa imediata de tais modificações é a ação local dos chamados mediadores


químicos da reação inflamatória aguda. Estes mediadores são desencadeados por injuria
tecidual, e tem como função durante a resposta inflamatória delimitar a área inflamada
impedindo a rápida disseminação do agressor. A histamina e a serotonina estão
envolvidas na vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular no local da
inflamação. A histamina é liberada pelos mastócitos e basófilos.

Eventos celulares

Quando ocorre inflamação em um determinado local ocorre uma reação de atração


de leucócitos de diferentes populações para o tecido inflamado. O aumento da
permeabilidade vascular associado à dilatação do leito capilar e venoso, além de outros
fatores como o aumento da adesividade das plaquetas e a hemoconcentração, colabora
para um progressivo retardo da circulação na área inflamada. Uma das consequências é a
mudança no padrão de circulação. Em condições normais, os elementos figurados do
sangue circulam no centro da corrente e o fluído circula em contato com o endotélio. Na
inflamação esta condição se modifica, as células passam a circular por toda a coluna
sanguínea, facilitando o contato dos leucócitos com as células endoteliais.

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O processo de aproximação dos leucócitos à parede do vaso próximo ao local de


inflamação é denominado marginação dos leucócitos, enquanto que sua adesão
denomina-se pavimentação e sua passagem para o tecido chama-se diapedese. A
migração para a área inflamada ocorre direcionada através de agentes quimiotáticos
que são produtos de origem variada cuja ação resulta em marginação, pavimentação e
diapedese de leucócitos para o tecido inflamado. São agentes quimiotáticos os
fragmentos do sistema complemento ativado; fatores derivados do sistema fibrinolítico,
sistema cininas; produtos de leucócitos e plaquetas; produtos de determinadas bactérias.

Na primeira fase de reação inflamatória, os neutrófilos são os mais numerosos


leucócitos a entrarem no local afetado, encarregando-se da fagocitose, por exemplo de
bactérias. Os neutrófilos morrem durante o processo de destruição do invasor,
constituindo a substância amarelada e espessa chamada pus. Outro efeito combinado de
produtos de neutrófilos e endotoxinas bacterianas (pirogênios) é a elevação da
temperatura corporal, gerando o surgimento da febre.

RESPOSTA SISTÊMICA DA INFLAMAÇÃO

Além das alterações locais numa área inflamatória, há com freqüência diversas
respostas gerais, como uma elevação da temperatura e um aumento dos leucócitos
sangüíneos, designado como "leucocitose" (ou neutrofilia, se o aumento é apenas dos
neutrófilos). Há também um aumento em certas proteínas plasmáticas denominadas
"proteínas da fase aguda". Entre elas a proteína C-reativa, e alguns componentes do
complemento. A proteína C reativa fixa alguns microrganismos e o complexo daí
resultante ativa o complemento.

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Anti-sepsia: é a eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênica e grande parte


da flora residente da pele ou mucosa, através da ação de substâncias químicas (anti-
sépticos).
Anti-séptico: substância ou produto capaz de deter ou inibir a proliferação de
microrganismos patogênicos, à temperatura ambiente, em tecidos vivos.
Assepsia: Método empregado para impedir que um determinado meio seja contaminado.
Quando este meio for isento de bactérias chamamos de meio asséptico.
Bactérias: forma vegetativa; quando estão realizando todas as suas atividades
metabólicas, como respiração, multiplicação e absorção. Os microrganismos, na cavidade
bucal, estão na forma vegetativa.

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Contaminação cruzada: é quando há interposição nos ciclos de contaminação entre um


ou mais pacientes. As barreiras contra a contaminação, SEDA, são os meios indispensáveis
para se evitar a contaminação cruzada, dentro de um consultório.
Descontaminação: tem por objetivo a função dos microrganismos sem eliminação
completa devido à presença de matéria orgânica, realizado em instrumentais e superfícies.
Desinfecção: é a eliminação de microrganismos patogênicos na forma vegetativa de
consultório e demais ambientes da clínica, geralmente é feita por meio químicos
(desinfetantes).
Desinfetantes: substância ou produto capaz de deter ou inibir a proliferação de
microrganismos patogênicos em ambientes e superficies do consultório, à temperatura
ambiente.
Detergente: substância ou preparação química que produz limpeza; possui uma ou mais
propriedades: tensoatividade, solubilização, dispersão, emulsificação e umectação.
Esporos: os esporos nada mais são que a forma mais resistente dos microrganismos,
sendo mais difícil de serem eliminados.
Esterilização: é a destruição dos microrganismos nas formas vegetativas e esporuladas. A
esterilização pode ser por meio físico (calor) ou químico (soluções esterilizantes).
Esterilizante: agente físico (estufa, autoclave) ou químico (glutaraldeído 2%, formaldeído
38%) capaz de destruir todas as formas de microrganismos, inclusive as esporuladas.
Infecção cruzada: é a infecção ocasionada pela transmissão de um microrganismo de um
paciente para outro, geralmente pelo pessoal, ambiente ou um instrumento contaminado.
Bibliografia:
"Manual técnico de biossegurança e controle de infecção cruzada"

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