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PARTE 2
DIARREIA
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trânsito intestinal e aumenta a frequência de evacuações e diminui a
consistência das fezes. Isso é muito comum, que não é diarreia, mas o
mecanismo é igual no reflexo gastrocólico que a gente conversou terça feira.
NA PRÁTICA
A grande maioria das diarreias é por vírus, ocorrem por vírus. O bebê
entre seis meses e dois anos quase sempre é por rotavírus. “Ah, mas ele
tomou a vacina de rotavírus”, isso impede 100% das infecções contra
rotavírus? Não, impede as formas graves. E rotavírus já matou muita criança
antes da vacina. A vacina de rotavírus é as vezes é meio sofrida, causa
sintomas gastrointestinais, mas a infecção de rotavírus causa muito mais.
Então por mais que seja sofrido, por mais que muita mãe não goste, por mais
que muita mãe tenha medo, tem que tomar porque o rotavírus já foi o mais
frequente em todas as faixas etárias e graças a vacina diminuiu muito. É o
principal agente causador entre seis meses e dois anos, mas não causa mais
casos graves em vacinados.
O que a gente precisa observar? Uma infeção por vírus quase sempre
tem outro sintoma acontecendo junto. Por exemplo, é aquele bebê que está
gripado e com diarreia, vomitando e diarreia. A gente já começa a pensar, não
necessariamente, mas já começa a pensar que isso provavelmente é um vírus,
ou virose como toda mãe ouve muito, você vai se acostumar com esse termo.
É uma diarreia que não causa sangue, exceto a rotavírus que pode causar
sangue nas fezes, mas hoje a principal não causa sangue nem muco nas fezes,
geralmente não, na medicina não dá pra dizer nunca, mas geralmente não.
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deixar desidratar porque o próprio organismo vai combater esse vírus com ou
ser o médico, apesar de você ter levado ao médico, isso se for viral, ou seja,
aquele bebê que não está apresentando febre alta, não está desidratado, que
não está com o estado geral diminuído, não está sonolento, está aceitando
bem o alimento, enfim, está ativo, está bem, eu vou ensinar vocês a como se
vê a desidratação, se tudo isso estiver acontecendo dá mais uma segurança de
dizer que ainda não é hora de ir ao médico, eu vou falar quando é a hora de ir
ao médico.
DESINTERIA
É aquela diarreia mais invasiva, mais agressiva, que vai apresentar muco
ou sangue nas fezes. É um quadro mais grave, mais intenso. Ele lesiona mais o
intestino do bebê. Tem vários problemas nisso, tem a diarreia em si, o fato de
ter eliminação de sangue e se for um bebê que já tenha quadro de anemia
pode sentir essa perda de sangue, lesiona maia a mucosa do intestino que
pode comprometer a absorção de nutrientes já que os nutrientes são
absorvidos quase todos no intestino delgado, existem algumas bactérias que
causa diarreias crônicas, mais de 20 dias, 30 dias, então um quadro crônico de
prejuízo na absorção de nutrientes pode ter repercussão e costuma ter
repercussão, podendo levar além a desidratação a desnutrição por causa de
uma diarreia. Hoje é bem pouco frequente, mas nas cidades mais de interior
que tem pouco acesso à médico, a gente ainda encontra com alguma
frequência.
DIARREIA
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episódio único. O que é desinteria? É a diarreia com presença de sangue e/ou
muco nas fezes. Nem sempre vão ser casos de bactérias, mas muitas vezes
será.
Seu filho está com diarreia você vai observar estado geral, se os olhos
estão encovados, fundos, se o choro tem lagrima, como está à sede ou a
aceitação de água, se está aumentada, não necessariamente é um sinal bom, é
o organismo tentando compensar, porque eu já vi as pessoas acharem isso
bom e pode significar desidratação, mucosas secas, você percebe a língua seca
e a diminuição na diurese do bebê, a frequência de xixi, isso é muito
frequente, é a queixa mais clara para mãe.
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Quase sempre se resolve via oral, com hidratação via oral. Com o
aumento da ingesta de líquidos, pode ser soro caseiro, de farmácia, pode ser
chá, suco, sopa, lembrando que suco é só para maiores de um ano, mas os
outros são para maiores de seis meses. Quase sempre isso resolve. Quando
isso não resolve? Quando tem alguns desses sinais que eu falei acima.
Como é que você vai fazer, seu bebê teve diarreia, não apresentou um
desses sinais, você vai aumentar a quantidade de líquidos que ele vai ingerir,
isso para maior de seis meses, você vai oferecer mais o peito se ele ainda
mama, você vai tentar dar mais água, vai tentar dar mais sopa, mais chá, se for
maior de um ano pode tentar dar mais suco também, não é tão bom, mas
pode.
O que você precisa saber se seu filho está com diarreia? O plano de
hidratação, aumentar muito a ingestão de líquidos, mantém a alimentação
normal e fica de olho nos sinais de alerta. Se você lembrar disso, anotou os
sinais de alerta, os sinais de desidratação, você vai estar preparada e vai ter
mais segurança quando isso acontecer, e isso infelizmente é uma questão de
quando vai acontecer, isso vai acontecer com quase 100% das crianças. E se
for uma desidratação mais grave ai a conduta é no hospital.
CONSTIPAÇÃO
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dor e esforço. Se apresentar pelo menos duas dessas características, por
exemplo, se apresentar o aumento do intervalo e a consistência aumentada já
é o suficiente, mesmo que faça todo dia, mas tenha muita retenção, faça só as
bolinhas e fizer com muita dor, já é constipação. Então não é só o intervalo,
não é só a quantidade de fezes.
E o que fazer? Se por acaso seu bebê estiver constipado, claro que se
ele tiver menos de seis meses você deve ir ao pediatra, bebê menor de seis
meses não é para ter constipação, mas tem algumas coisas que podem causar,
uma doença chamada megacólon congênito, alguns casos de APLV que
causam constipação. Se por acaso o bebê está em aleitamento materno
exclusivo tem que lembrar desses casos, a constipação não é para acontecer, a
pseudo-constipação do leite materno é muito frequente.
Já o bebê com mais de seis meses até os dois anos, depois dos dois
anos mudam algumas coisas, tem constipação funcional, então eu posso fazer
depois outra aula sobre isso, mas entre seis meses e dois anos vale essas
orientações que eu vou dizer aqui agora, se você detectou constipação nessa
criança a primeira coisa que você deve fazer é se informar se isso tem sinal de
impactação fecal, as fezes ficam impactadas no intestino e não saem ou não
saem completamente, vai causar um quadro de dor, de cólica na criança e vai
ser desconfortável. O primeiro sinal é isso, e quem vai detectar isso? Tem mãe
que já sofre muito com isso e acaba sabendo, é uma habilidade que não
recomendo para ninguém, mas basicamente quem detecta isso é o pediatra, é
o pediatra que vai ver isso. Presença de fecaloma, que são aquelas fezes em
grande calibre, em grande volume que ficam presas no intestino e não saem.
As vezes sente quando apalpa o abdome. E também pode haver a presença de
incontinência fecal, como eu expliquei terça, tem tantas fezes impactadas que
as fezes mais liquidas extravasam pela periferia, é aquela criança que não fez
o esforço que você conhece para evacuar e quando vai trocar a fralda está suja
de fezes, isso é incontinência fecal secundaria causada pela constipação . Se
seu filho tem constipação, se você percebeu constipação e dois daqueles
sinais que eu falei, você precisa ir no pediatra para ele avaliar se tem sinal de
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impactação, se tiver impactação, tem que fazer a desimpactação. As vezes é
preciso um raio x para detectar esses sinais de impactação.
Então, a primeira coisa que você precisa fazer é ir ao pediatra para ele
avaliar isso. Se não tem, ótimo.
A segunda coisa que você tem que fazer, você já fica mais tranquila, isso
que era o grande desconforto já passou, você passa para a segunda medida,
que é você não postergar ou não ignorar o desejo de evacuação, isso acontece
em todas as idades, mas principalmente aquela criança de um ano, um ano e
pouquinho, ela te mostra, dá sinais bem claros de que quer evacuar e você
está na rua, não trouxe outra fralda e acaba chamando atenção dele, distrair
ele para que ele não faça. Isso não pode acontecer porque aquele processo
que falei de todo o caminho do organismo para evacuar até formar o bolo
fecal, se não evacuar, lembra que eu falei que a função do intestino grosso é
absorver água e eletrólitos, sais mineiras, se isso não for eliminado o intestino
vai continuar absorvendo água, por isso que essas fezes ficam cada vez mais
ressecadas. Então de você perceber, não pode postergar o desejo de
evacuação da criança.
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Na prática a gente observa que melhora e melhora muito. Fibra
melhora a consistência se for administrado junto com água, então aumenta a
quantidade de água administrada para o bebê, água, chá, sopa, suco se for
mais de um ano.
Primeiro, para aquele bebê que tem impactação, está com esse quadro
há muito tempo, tem retenção importante de fezes e precisa desimpactar.
Existem duas formas de fazer, tomar medicação via oral ou medicação via
retal. Via oral, atualmente a gente tem preferido via oral e o principal de
todos é o polietilenoglicol (PEG), para quem tem criança com constipação já
ouviu esse nome, e faz ele em altas doses de 3 a 5 dias para desimpactar,
receitado pelo pediatra é claro. Se por acaso o bebê tiver sofrendo muito,
muita dor, muito desconforto, ele pode ir ao hospital e fazer uma solução de
glicerina via retal porque aí vai desimpactar mais rápido. O pediatra vai ver
isso com você.
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corporal e as vezes até a idade, então não se baseia só pela bula que pode ser
perigoso, pode ser errado, enfim, vai usar laxante via oral com dose
individualizada para obter a regularização desse hábito intestinal.
Então, aquela criança que está com impactação tem que desimpactar
com o PEG e depois fazer a manutenção, de preferência com PEG também, é
só ajustar a dose, uma dose bem menor. Aquela criança que não está com
impactação, mas não melhorou com medida comportamental, não melhorou
retirando os alimentos constipantes, não melhorou aumentando a quantidade
de fibra, água e exercício físico, vai ter que usar medicação, use de preferência
o PEG também, por três meses no mínimo, até a melhora dos sintomas.
Uma coisa importante, se seu filho está com uma ano e meio, dois anos,
e você está querendo fazer o desfralde, não tente fazer o desfralde,
treinamento de esfíncter se o seu bebê constipado e até dois meses após o
tratamento porque pode causar a recidiva, o retorno desse quadro ou a piora
do quadro.
Como se previne? “Meu bebê nunca ficou constipado, como faço para
prevenir?” ou “Meu bebê estava constipado e melhorou, como faço para que
ele não fique constipado de novo?” Por incrível que parece as diretrizes
internacionais não discutem prevenção então tem muita prevenção e
evidência científica brasileira. Para menor de seis meses eles orientam que
seja mantido ao máximo o leite materno por causa dos prebióticos. Os que
tomar fórmulas tem esse risco aumentado, mas cada vez mais as marcas estão
colocando isso nas fórmulas. Não dê água para menor de seis meses, não dê
chá, não dê mamão, não dê alimentos laxantes.
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Se for maior de seis meses é aquele trio, água, fibra e exercício físico.
”Ah meu filho é ruim de aceitar água”. Eu sei, o comum é isso, algumas
crianças já aceitam de cara, mas não é o comum. O comum é que ele tenha
dificuldade mesmo, isso não significa que você deve parar de oferecer. Não
oferecer você vai incentivar esse hábito, ele pode não querer, mas você não
pode aceitar isso, você tem que continuar oferecendo. O pouquinho que ele
bebe cada vez que ele mama já está bom, daqui a pouco oferece mais, e mais e
isso vai aumentar com o tempo. Não vai aumentar se você esperar a natureza
dele querer água, não vai acontecer, a gente precisa agir. Além disso,
alimentos ricos em fibra para maiores de seis meses e atividade física.
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