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P/prova 04/12/23

● Etnocentrismo e relativismo cultural

O etnocentrismo é denominado pela rejeição das práticas culturais e dos grupos ou


indivíduos que as praticam diferentes das culturas dominantes que tem sido
constante em quase todo mundo. O etnocentrismo é por definição a visão de mundo
característica de quem considera sua cultura ou grupo étnico mais importante do que
os demais. O etnocentrismo julga como atrasados ou sem sentido as práticas e os
valores culturais de outros povos ou grupos sociais.

O olhar etnocêntrico sobre o mundo produz duas formas de agir que negam a diver-
sidade cultural: o preconceito e a discriminação. O preconceito ocorre quando
grupos ou indivíduos avaliam as práticas culturais de outros com base em valores e
opiniões preestabelecidas. Efetiva-se na realidade por meio de atitudes
discriminatórias, ou seja, que tratam de modo distinto e pejorativo práticas, valores e
costumes de outras culturas.

Em oposição às ações e aos valores que rejeitam a diversidade cultural, as Ciências


Sociais defendem o relativismo cultural. Essa forma de pensar compreende que cada
manifestação cultural é legítima quando avaliada de acordo com seus próprios
critérios. A diversidade cultural é vista como positiva no âmbito da prática relativista,
que a compreende como portadora dos fundamentos do direito de se expressar e,
mais amplamente, de existir.

● O conceito de ideologia como falsa consciência

Nas Ciências sociais o uso do conceito de ideologia está inicialmente relacionado


aos estudos desenvolvidos por Karl Marx. Com base em um debate travado com
outros pensadores sobre o desenvolvimento das ciências, Marx, em parceria com
Angels, desenvolveu o conceito de ideologia como ilusão ou falsa consciência, em
uma série de manuscritos de 1846 que se tornaram conhecidos como a ideologia
alemã. Na visão de Karl Marx infraestrutura e superestrutura são duas esferas da
sociedade que estão relacionadas e se complementam.

Nessa definição Marx procura se contrapor a visão dominante em seu tempo de que o
desenvolvimento da razão humana por si só pode modificar o mundo, ou seja, as
ideias seriam o fundamento da realidade. Mas contra-argumenta explicando que a
sociedade é compreendida em duas esferas. A esfera estrutural é a esfera da
produção material que produz os bens que satisfazem as necessidades materiais. Já
a superestrutura representa o conjunto das ideias, das leis, das religiões da moral e
das organizações políticas existentes em uma sociedade estrutural.
Afirmar que as ideias (que pertencem a super estrutura) são autônomas consiste
numa representação falseada das relações sociais, desenvolvida pelas classes
dominantes como com o objetivo de manter as classes trabalhadoras sobre seu
controle. Significa considerar que as relações materiais de produção construídas
fundamentam o modo como cada um explica e interpreta o mundo. Por isso, nesse
sentido, a ideologia é vista por Marx como uma falsa consciência da realidade.

Como explicar? Isso nas últimas décadas houve mudanças fundadas na forma de
organização das empresas, em todo mundo. Com base em propostas para maximizar
os ganhos e minimizar os custos de produção, foram implementados, com a anuência
do estado, diversas estratégias que, entre outras consequências, reduzem o número
de trabalhadores empregados e aumentam o desemprego. Na concepção defendida
por as mudanças na base imaterial (formas de organização de produtos na produção)
e na postura do Estado (superestrutura) explicam as dificuldades dos trabalhadores
de encontrar.

● Ideologia como visão de mundo

Outra abordagem teórica sobre a temática da ideologia é a do filósofo e político


italiano Antonio Gramsci. Seus estudos procuraram valorizar o papel da cultura
no desenvolvimento da luta de classes.

Para Gramsci, a ideologia pode ser compreendida como visão de mundo, um


conjunto de perspectivas produzidas pelas diferentes classes sociais que se
materializam nas práticas sociais ao mesmo tempo que são influenciadas por elas,
formando um sistema de valores culturais. Duas consequências importantes derivam
dessa visão. A primeira é a valorização da cultura na análise das relações sociais. A
segunda é o papel que as classes dominadas podem ter no processo de
transformação da sociedade.

Na visão de Gramsci, as ideologias são expressões das experiências sociais de


grupos ou classes sociais e estão profundamente vinculadas às práticas culturais
de sujeitos coletivos.

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