SUBCONTROLADORIA DE AUDITORIA

MANUAL DE
CONTABILIZAÇÃO DE
BENEFÍCIOS

Outubro de 2021

CONTROLADORIA-
GERAL DO MUNICÍPIO
SUMÁRIO:
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 3
2 CONCEITOS............................................................................................................................................ 3
3 REQUISITOS .......................................................................................................................................... 4
3.1 Impacto Positivo na Gestão ...................................................................................................................... 4
3.2 Nexo Causal ........................................................................................................................................................ 4
3.3 Benefício Financeiro Líquido................................................................................................................... 5
4 REGRAS DE CONTABILIZAÇÃO .................................................................................................... 6
4.1 Critério Temporal ............................................................................................................................................. 6
4.2 Evidenciação ....................................................................................................................................................... 7
5 REGISTRO DOS BENEFÍCIOS........................................................................................................... 8
5.1 Demonstração e Registro.......................................................................................................................... 9
5.2 Oportunidade de Registro......................................................................................................................... 9
5.3 Registro de Benefícios Advindos de Trilhas de Auditoria................................................. 9
5.4 Validação dos Benefícios........................................................................................................................... 9
5.5 Planilha de Registro de Benefícios..................................................................................................... 9
6 ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS............................................................................................................... 10
7 EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO DE BENEFÍCIOS............................................................. 12
7.1 Benefício Financeiro....................................................................................................................................... 12
7.1.1 Economia.................................................................................................................................................... 12
7.1.2 Ganho .......................................................................................................................................................... 14
7.1.2 Ressarcimento ..................................................................................................................................... 15
7.2 Benefício Qualitativo .................................................................................................................................... 15
8 DIRETRIZES PARA CONTABILIZAÇÃO DE CASOS ESPECÍFICOS .................................. 21

MANUAL DE CONTABILIZAÇÃO DE BENEFÍCIOS

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 1. INTRODUÇÃO
O registro dos benefícios do controle é fundamental para evidenciar a importância do
órgão de controle na Administração Pública, à medida que demonstra o quanto a
atuação integrada das funções de controle, em especial, da atividade de auditoria
interna, contribui para o aperfeiçoamento da Gestão Pública. Esse registro possibilita
ainda uma prestação de contas à sociedade dos resultados alcançados e,
consequentemente, dos recursos empregados na atividade de controle e, não menos
importante, serve como ferramenta motivacional para os auditores de controle
interno, que têm a oportunidade de ver o impacto positivo de sua atuação no
aprimoramento da Gestão Pública.

O embasamento normativo do presente manual é a Portaria CTGM 022/2018, de 04

de outubro de 2018, que estabeleceu a sistemática de identificação, apuração,
registro, acompanhamento e consolidação dos benefícios das ações de controle
interno, relacionadas à atividade de auditoria da SUAUDI.

2. CONCEITOS
Para os fins deste Manual, considera-se:

1. Benefício: impacto positivo resultante das ações de controle interno.

2. Benefício financeiro: benefício passível de representação monetária e
demonstrado por documentação comprobatória, podendo ser classificado como:
a. Economia: projeção de saídas financeiras inferiores às observadas
anteriormente à ação de controle interno;
b. Ganho: projeção de entradas financeiras superiores às observadas
anteriormente à ação de controle interno;
c. Ressarcimento: efetiva reposição de bens e valores.
3. Benefício Qualitativo: benefício não passível de representação monetária, que
resulta do impacto positivo na gestão de forma estruturante, tal como melhoria
gerencial, melhoria nos procedimentos de controle interno, aprimoramento de
normativos e processos, dentre outros.

Importante explicitar, ainda, a diferença entre benefício potencial, que é aquele

decorrente de orientação e/ou recomendação cujo cumprimento, pela unidade
auditada, ainda não foi verificado, e benefício efetivo, que é concretizado em
decorrência das ações de controle interno, com real impacto na gestão pública.

No âmbito deste manual e para a contabilização e publicação dos resultados da

SUAUDI, o termo benefício é utilizado como sinônimo de benefício efetivo.

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 3. REQUISITOS
3.1 Impacto Positivo na Gestão
Pode-se identificar “impacto positivo na gestão pública”, neste sentido, quando há
melhoria na implementação das políticas públicas e/ou macroprocessos, em um ou
mais dos seguintes aspectos:

Eficácia: garantir a entrega de produtos e serviços à sociedade, conforme

definidos nos instrumentos de planejamento.
Eficiência: maximizar os processos de entrega de produtos e serviços à
sociedade, a partir dos recursos disponíveis.
Legalidade: garantir que os processos de entrega de produtos e serviços à
sociedade sejam executados conforme previsão legal.
Efetividade: garantir que os objetivos propostos para a política pública e/ou
macroprocesso sejam atingidos.

3.2 Nexo Causal

De acordo com a Portaria, os benefícios financeiros e não financeiros devem decorrer
de orientações e/ou recomendações das atividades de controle interno. Nesse
sentido, para a contabilização de benefício, deve ser possível demonstrar a existência
de relação causa-efeito (nexo causal) entre a atuação da SUAUDI e a medida adotada
pelo gestor que gerou impacto positivo à gestão.

Em geral, da constatação de situação com potencial de melhoria na gestão, realizada

durante a ação de controle, decorrem orientações/recomendações ao gestor. A
medida adotada pelo gestor, em atendimento às orientações/recomendações, gera
impacto positivo na gestão.

Podem ser contabilizados benefícios em situações em que a ação da SUAUDI foi

realizada em parceria com outros órgãos.

Benefício
Ações de Orientações
Financeiro
Providências Impacto
Controle Gestão
Recomendações adotadas Positivo
SUAUDI Benefício
(CTGM)
Qualitativo

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 3.3 Benefício Financeiro Líquido
O custo para implementação, por parte do gestor, de uma medida de atendimento à
orientação e/ou recomendação deve ser considerado (subtraído do benefício
financeiro bruto), sempre que possível (quando forem claros e mensuráveis), para
apuração do impacto positivo decorrente da ação de controle interno.

São considerados como custos de adoção da medida aqueles que incidem sobre o
orçamento do órgão auditado. Não se consideram os custos que incidem sobre o
orçamento da SUAUDI/CTGM associados à ação de controle e ao monitoramento da
recomendação.

Benefício Benefício
Financeiro Custo Financeiro
Bruto Líquido

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 4. REGRAS DE CONTABILIZAÇÃO
4.1 Critério Temporal
4.1.1 Benefícios resultantes de providências adotadas pelo gestor, no exercício
atual ou dentro dos 2 exercícios anteriores

Para permitir o registro de impactos positivos obtidos

em exercícios anteriores, mas somente monitorados
pela SUAUDI no ano corrente, podem ser
contabilizados os benefícios resultantes de 2019
2020
providências adotadas pelo gestor no exercício atual
ou dentro dos 2 exercícios anteriores. A limitação a 2
anos visa racionalizar o processo de registro de
benefícios. 2021
Esta limitação se aplica ao período de adoção da
medida. Não há limitação para o período de emissão
da orientação e/ou recomendação que deu causa à
medida de atendimento.

Exemplo: A SUAUDI constatou o pagamento irregular

de alimentação e aluguel pela PBH ao Consórcio XX
nos anos de 2009 a 2013. Para o ressarcimento dos
valores pagos indevidamente, foram realizadas
glosas nos contratos de rateio dos anos seguintes
até completar o valor total. Neste caso, se o registro 2021
do benefício ocorresse em 2015, apenas as glosas
realizadas em 2013 poderiam ser contabilizadas.

4.1.2 Efeito Continuado

Caso o benefício financeiro tenha efeito continuado nos exercícios posteriores, pode-
se fazer a contabilização do benefício até o limite de 60 meses, contados do exercício
em que a providência foi adotada pelo gestor. Caso haja expectativa de cessação do
pagamento continuado em um período inferior (término contratual, por exemplo),
esta previsão deve ser utilizada para limitação do benefício.

Cabe destacar que, caso não haja garantia de que o gasto continuaria sendo
executado no futuro, ou seja, de que o gasto não seja de efeito continuado
indefinidamente, a equipe de auditoria responsável pode apresentar estudo ou
justificativa que respalde a projeção para o futuro. Entretanto, caso a equipe não
possa apresentar esse respaldo, deve considerar a projeção máxima de um ano.

Exemplo 1 (impacto a partir do exercício atual): Cancelamento de 8 pensões de

beneficiários por dependência econômica que se casaram novamente, tendo em
vista que a contração de novas núpcias acarreta perda da qualidade de beneficiário
do RPPS-BH. Neste caso, como foram canceladas pensões que, somadas, resultaram
em R$ 37.303,50 mensais em dez/2020, o valor projetado para o benefício financeiro
correspondeu ao pagamento não efetuado nos próximos cinco anos, no valor total de
R$ 1.892.242,38.

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 Exercício
Atual

2021 2022 2023 2024 2025

Exemplo 2 (impacto a partir de exercício anterior): Em ação de controle realizada
em 2019 (Trilha de Auditoria nº 20 – Alerta 3), a SUAUDI constatou erros na data de
aquisição de quinquênios de 14 servidores, ocasionando pagamentos indevidos. Em
maio de 2019, atendendo à orientação da SUAUDI, o gestor promoveu a correção no
pagamento dos benefícios desses servidores. A correção do pagamento da
vantagem foi registrada, em 2019, como economia anual de R$ 41.881,73 num período
quinquenal (maio de 2019 a abril de 2024), totalizando benefício de R$ 209.408,65.

Exercício
Atual

2019 2020 2021 2022 2023

Importante registrar que, no caso de benefícios de folha de pagamento, como os
citados nos dois exemplos acima, a projeção de 60 meses deve considerar todos os
pagamentos ocorridos no período, como férias regulamentares e décimo terceiro
salário.

4.2 Evidenciação
Para contabilização de cada benefício identificado pelo trabalho de auditoria, o
documento de registro de benefício deve trazer as evidências de nexo causal entre a
atuação da SUAUDI e o impacto positivo na gestão. Usualmente, as seguintes
evidências são anexadas: (1) orientação e/ou recomendação enviada ao gestor; (2)
manifestação, por parte do gestor, de adoção da medida decorrente da
recomendação, que represente impacto positivo na gestão; (3) evidência da efetiva
adoção de medida; (4) memória de cálculo do benefício, quando for financeiro.

A memória de cálculo do benefício deve ser explicitada, de forma que, a partir das
evidências disponibilizadas, o valor líquido apresentado possa ser verificado.

É possível, também, que as orientações da SUAUDI sejam atendidas pelo gestor

ainda durante os trabalhos de campo da auditoria – por exemplo, em resposta à
Divulgação de Achados. Neste caso, como não haverá recomendação para posterior
monitoramento, a baixa do Achado, com documentos comprobatórios, poderá ser
utilizada para apuração de benefício.

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 5. REGISTRO DOS BENEFÍCIOS
Todas as ações de controle interno relacionadas à atividade de auditoria deverão ser
mensuradas quanto aos benefícios que lhes são decorrentes, devendo a apuração
ser formalizada por meio do Formulário de Registro de Benefício, conforme modelo
abaixo. Devem ser evidenciadas a fundamentação, a classificação e a valoração,
quando for o caso.

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5.1 Demonstração e Registro
A demonstração do benefício no Formulário de Registro de Benefício deve observar
as orientações gerais:
1. Forma: Descrição em campo próprio dos benefícios financeiros ou qualitativos
com cálculo de menor complexidade e compreensão intuitiva podem ser
demonstrados mediante simples descrição. Benefícios financeiros de apuração e
descrição complexa devem ser demonstrados em memória de cálculo, a ser
anexada ao Formulário.
2. Conteúdo: A descrição e a memória de cálculo devem explicitar:
a. A situação de fato relacionada aos benefícios já confirmados (efetivos) ou às
propostas de encaminhamento da unidade (potenciais);
b. Os cálculos realizados, a taxa de desconto utilizada e as justificativas para o
prazo considerado como de duração dos efeitos do benefício, quando for o
caso;
c. A indicação das peças do processo que contenham os dados necessários à
completa compreensão do benefício.

5.2 Oportunidade de Registro

A identificação e a apuração dos benefícios do controle interno devem ser realizadas
durante a execução da atividade de auditoria e do monitoramento, se for o caso.

5.3 Registro de Benefícios Advindos de Trilhas de Auditoria

As Diretorias que realizarem ações de controle decorrentes do acompanhamento das
informações fornecidas por meio de Trilhas de Auditoria encaminharão à Junta, até
30 dias após o encerramento de cada semestre, o valor de benefícios efetivos
resultantes de cada uma dessas ações, para fins de inclusão no relatório de
consolidação.
O registro dos benefícios será feito por meio do Formulário de Registro de Benefícios
seguindo as orientações do item I.

5.4 Validação dos Benefícios

A validação dos benefícios financeiros e qualitativos decorrentes de ações
executadas pela SUAUDI é feita pelo Diretor responsável pela coordenação do
trabalho, na ocasião do recebimento do Formulário de Registro de Benefício,
mediante conferência das informações registradas e da documentação
comprobatória.
A validação será ratificada pela Junta de Acompanhamento e Consolidação dos
Benefícios do Controle Interno quando da consolidação anual dos benefícios.

5.5 Planilha de Registro de Benefícios

A validação do diretor no Formulário de Registro de Benefícios resulta no lançamento
automático dos benefícios na Planilha de Registro de Benefícios, que é acompanhada
e consolidada pela Junta.
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 6. ESPÉCIES DE BENEFÍCIOS
Para auxiliar no processo de identificação e registro de benefícios e no processo de
comunicação estratégica de resultados da SUAUDI, foram estabelecidas classes que
representam situações mais frequentes de impactos positivos identificados na
gestão, decorrentes da atuação do controle interno. Estas classes serão detalhadas e
exemplificadas nos itens a seguir.

Tipo Classe Espécie

Benefício Economia Interrupção de pagamento indevido

Financeiro Eliminação de desperdício ou redução de custos
administrativos
Redução de valor licitado ou contratado
Cancelamento de licitação/contrato com objeto
desnecessário, inconsistente ou inadequado
tecnicamente
Glosa ou impugnação de despesa
Incremento da eficiência, eficácia ou efetividade de
programa de governo

Ganho Elevação de receita

Execução de garantia
Arrecadação de multa legal ou prevista em contrato
Compatibilização de objeto contratado com as
especificações ou com o projeto

Ressarcimento Ressarcimento de valores pagos indevidamente

Recuperação de bens

Benefício Melhoria da organização administrativa

Não se aplica
Qualitativo Melhoria na gestão de riscos
Melhoria ou implementação de controles internos
Aperfeiçoamento da prestação de serviços públicos
Promoção de sustentabilidade ambiental
Melhoria dos resultados apresentados
Aprimoramento de atos normativos
Aperfeiçoamento da transparência
Aperfeiçoamento do controle social
Regularização de situação funcional
Medida estruturante de
aperfeiçoamento/conformidade de programas e
processos.
Condenação criminal
Declaração de inidoneidade
Demissão, cassação ou destituição
Outros benefícios diretos

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Para qualificar ainda mais a contabilização dos benefícios qualitativos, uma vez que
não podem ser quantificados monetariamente, ficam sugeridas outras dimensões de
classificação, a saber:
1. Em função da dimensão afetada:

Missão, Visão e/ou Resultado: tendo como referência o planejamento estratégico

da unidade auditada, o benefício alcançado afetou os processos finalístico da
organização.
Pessoas, Infraestrutura e/ou Processos Internos: tendo como referência o
planejamento estratégico da unidade auditada, o benefício alcançado afetou os
processos de apoio e/ou gerenciais da organização.

2. Em função da repercussão:

Transversal: benefício trazido pelas providências adotadas pelo gestor

ultrapassou, de alguma forma, o âmbito da própria unidade auditada, tendo sido
tratado ou tendo impacto no âmbito de outras unidades de Administração
Pública.

Exemplo: uma providência adotada por uma entidade da Administração Indireta

relacionada a sua atividade finalística poderá ter impacto em normativos que regulam
outras unidades.

Estratégica: benefício trazido pelas providências adotadas pelo gestor foi tratado
pela Alta Administração da Unidade ou teve impacto em mais de uma unidade
jurisdicionada ou área de negócio. Delimita-se assuntos tratados pela Alta
Administração como sendo aqueles tratados no âmbito de colegiado de Diretoria
ou Conselho de Administração, ou equivalentes.

Exemplo: uma avaliação realizada em uma determinada Diretoria de uma unidade

gerou alterações institucionais que afetam outras Diretorias da Unidade ou que foram
discutidas, aprovadas e implementadas no âmbito do Conselho de Administração.

Tático/Operacional: benefício trazido pelas providências adotadas pelo gestor diz

respeito às atividades internas e/ou operacionais da unidade examinada, sem
decorrer de tomada de decisão da Alta Administração da Unidade.

Exemplo: uma avaliação realizada em um determinada Diretoria de uma unidade

gerou melhorias operacionais restritas à própria Diretoria auditada.

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 7. EXEMPLOS DE CONTABILIZAÇÃO DE
BENEFÍCIOS
Exemplos de contabilização de benefícios, para algumas das espécies disponíveis:

7.1 Benefício Financeiro

7.1.1 Economia

1. Interrupção de pagamento indevido

Situações identificadas nas quais os valores pagos em caráter continuado (salários,

aposentadorias, pensões, etc.) são considerados não aderentes aos princípios da
legalidade ou economicidade e são interrompidos. Tendo em vista que se trata de
pagamento continuado, sem previsão de término, deve ser considerado para efeito
de contabilização um período de no máximo 60 meses, a partir do momento da
suspensão do valor.

Exemplo: A SUAUDI verificou a regularidade da concessão de aposentadorias e

pensões no mês de dezembro/2014, tendo sido constatada a inclusão de verbas
indevidas na base de cálculo do quinquênio pós EC 19/98. Em decorrência desta
ação de controle, a base de cálculo do quinquênio foi corrigida resultando em uma
economia de R$ 60.864.036,65 para os 60 meses após o implemento da correção.

2. Eliminação de desperdício ou redução de custos administrativos

Situações nas quais são identificados excessos de custos durante a execução de

política pública ou processo administrativo da unidade examinada. O benefício
financeiro poderá ser contabilizado tão logo seja comprovada a eliminação dos
excessos, seja por manifestação do gestor, seja por documentação que demonstre o
novo desenho do processo ou política pública após o atendimento das orientações
do órgão de controle. O valor do benefício deverá ser estimado como o referente aos
custos não executados ou à diferença entre o processo ou política pública inicial e
final.

Quando se tratar de redução de desperdício ou redução de custos administrativos

com impacto continuado ao longo dos anos, deve ser considerado para efeito de
contabilização um período de, no máximo, 60 meses a partir do momento da
verificação da eliminação do desperdício ou redução dos custos administrativos.

Exemplo (hipotético): Foi constatado que um contrato de manutenção predial

possuía um elevado grau de ineficiência, materializado no estado precário e nas
condições gerais dos prédios administrados, a despeito dos altos valores contratados
e do elevado quantitativo de profissionais alocados. Diante deste fato foi
recomendada uma revisão do contrato vigente, objetivando uma maior eficiência dos
gastos e, simultaneamente, a obtenção de uma adequada qualidade de suas
instalações. Diante disso, o gestor providenciou a redução dos valores mensais do
contrato em R$ 10 mil em agosto de 2018, resultando no valor de R$ 600 mil em
benefícios financeiros no período de 60 meses.
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3. Redução de valor licitado ou contratado

A partir da identificação de sobrepreços/superfaturamento em licitações e contratos,

obtidas por meio da comparação entre os valores licitados/contratados e valores de
mercado ou de referência, recomenda-se a realização de novo certame ou o ajuste
do instrumento contratual. Esta espécie de benefício financeiro também inclui
situações identificadas pela SUAUDI/CTGM quanto à existência de custos
administrativos desnecessários para o atingimento das finalidades pretendidas.

Tão logo haja sucesso na adoção da providência (licitação de nova empresa ou ajuste
contratual para fornecimento do mesmo objeto por valores menores), pode-se
contabilizar como benefício financeiro a diferença entre o valor anterior e aquele
constante da nova licitação/contrato, verificando a manutenção da mesma
quantidade e qualidade necessária de bens e serviços.

Exemplo: Em 2015 SUAUDI avaliou a regularidade dos valores pagos pela PBH em
razão do contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa XXX, tendo
sido constatada que a taxa de administração praticada superava o padrão adotado no
mercado. A ação de controle interno culminou na repactuação contratual junto à
contratada, com redução da taxa de administração. O benefício financeiro foi de R$
3.429.154,08.

4. Cancelamento de licitação/contrato com objeto desnecessário, inconsistente

ou inadequado tecnicamente

Em geral, o cancelamento da licitação/contrato na qual tenha sido identificada

alguma irregularidade não gera benefício financeiro algum imediatamente, pois
pressupõe que haja nova licitação para fornecimento do mesmo objeto. Entretanto,
há um caso no qual se pode contabilizar o benefício financeiro de forma imediata no
momento do cancelamento da licitação/contrato. Trata-se da identificação de
ausência de necessidade do objeto da licitação/contrato, ou de sua inconsistência ou
inadequabilidade técnica, pois em sendo constatado e devidamente evidenciado que
o bem ou serviço que seria fornecido era inadequado, não há de se falar em nova
contratação com o mesmo objeto, e nesse caso, o valor de todas as parcelas ainda
não pagas deve ser registrado como benefício financeiro.

Caso haja cancelamento de licitação/contrato, conforme análise da SUAUDI, mas

não haja evidenciação suficiente quanto a tal desnecessidade, inadequabilidade ou
inconsistência do objeto contratado, haverá apenas a contabilização de benefício não
financeiro levando em conta as irregularidades constatadas.

Exemplo: Em 2013, a SUAUDI verificou a aderência de justificativas em relação às

especificações técnicas do termo de referência no Pregão Eletrônico destinado à
aquisição de lousas digitais para as unidades escolares da PBH. Na auditoria foi
constatada a ausência de justificativa sustentando a necessidade de aquisição do
modelo de equipamento licitado em relação à finalidade pretendida na licitação. A
ação de controle interno gerou economia à PBH com o cancelamento da licitação
com objeto desnecessário trazendo um benefício de R$ 7.329.130,00.

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5. Glosa ou impugnação de despesa

Invalidação de despesas, no todo ou em parte, cobradas por terceiros ao ente

público, em decorrência de falhas entre o que foi acordado em contrato e o que está
descrito em prestações de contas, de despesas que não se referem exclusivamente
à execução do objeto pactuado ou de ausência de documentação comprobatória.

Exemplo: Em 2015, a SUAUDI verificou a regularidade da prestação de contas

relativas à concessão de patrocínio à Federação XX, pela realização do Evento YY,
tendo sido constatadas diversas irregularidades na prestação de contas, como a
ausência de comprovantes de realização de despesas. A ação de controle interno
culminou na glosa dos valores pagos sem comprovação, resultando um benefício de
R$ 217.590,00.

6. Incremento de eficiência, eficácia ou efetividade de programa de governo

Para contabilização do valor deste tipo de benefício financeiro, deve ser realizado
estudo para cada caso, utilizando-se preferencialmente conceitos de análise custo-
benefício. Além disso, é importante que haja a participação do gestor na estimativa
do valor equivalente ao incremento da eficiência, eficácia ou efetividade. Quando se
tratar de incremento da eficiência, eficácia ou efetividade de programa de governo
com impacto continuado ao longo dos anos, deve ser considerado para efeito de
contabilização um período de no máximo 60 meses a partir do momento da
verificação do referido incremento.

Exemplo: A SUAUDI identificou uma redução da população atendida pelo Programa

de Coleta Seletiva de lixo, colocando em risco o atendimento da meta para 2018. A
ação de controle interno resultou no atingimento da meta estipulada para 2018 e
ainda houve uma ampliação do atendimento para mais 10 bairros em 2019,
totalizando 45 bairros contemplados.

7.1.2 Ganho
1.Elevação de receita

Cabe às diversas unidades da Administração Pública Municipal a gestão de processo

de arrecadação de receitas, que podem ser oriundas de diversos fatos geradores. A
SUAUDI pode, durante seus trabalhos de auditoria, identificar gargalos em processos
que prejudicam a arrecadação de receitas de determinado órgão. Caso seja passível
de contabilização o aumento da arrecadação de receita, fruto da implementação de
orientação/recomendação oriunda da ação da SUAUDI, este valor poderá ser
contabilizado como benefício financeiro. Quando se tratar de aumento de receita
com impacto continuado ao longo dos anos, deve ser considerado para efeito de
contabilização um período de no máximo 60 meses a partir do momento da
verificação do aumento da receita.

Exemplo: A SUAUDI verificou processos, procedimentos e controles internos do

órgão XX tendo identificado falhas na arrecadação de um fundo. A ação de controle
interno promoveu uma maior efetividade na aplicação de multas administrativas
resultando em um aumento de arrecadação em 2020 no valor de R$ 5.923.503,98. A
contabilização dos próximos 4 anos deve ser avaliada ano a ano.
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2. Execução de garantia

Execução de garantia contratual decorrente de inexecução total ou parcial de

cláusulas contratuais.

Exemplo (hipotético): Durante a realização de um trabalho de avaliação do processo

de aplicação de sanção na entidade XX, foi identificado que a garantia nunca era
acionada porque nos contratos cobertos por seguro garantia, a apólice continha
cláusula de que a Seguradora deveria ser comunicada logo que detectada a
irregularidade e, como esta comunicação não era realizada tempestivamente, havia
dificuldades para acionar a Seguradora. A comunicação passou a integrar os
procedimentos da entidade e as garantias passaram a ser recebidas.

3.Arrecadação de multa legal ou prevista em contrato

A aplicação de multa legal ou contratual a partir de recomendação do controle

interno não se constitui em benefício financeiro de forma imediata, sendo o mesmo
obtido quando do efetivo recolhimento dos valores aos cofres do Município. Na
hipótese de parcelamento do valor da multa, somente as parcelas
comprovadamente recolhidas serão consideradas como benefício efetivo.

Exemplo: A SUAUDI constatou a inexecução parcial de um contrato firmado com a

empresa XX para realizar auditoria na folha de pagamento da PBH. A ação de
controle interno culminou, entre outras coisas, em arrecadação de multa contratual
aplicada à contratada no valor de R$ 17.594,96.

4. Compatibilização de objeto contratado com as especificações ou com o projeto

Situações identificadas nas quais a execução do objeto contratado não está de

acordo com as especificações ou com o projeto, tendo ainda o objeto executado um
valor de mercado ou de referência inferior ao constante do contrato. O benefício
financeiro poderá ser contabilizado tão logo o objeto tenha suas especificações
compatibilizadas com a contratada. O valor do benefício deverá ser estimado como o
referente aos serviços não executados ou à diferença entre a especificação
inicialmente entregue e a final.

Exemplo (hipotético): Em fiscalização de obras referentes à construção de

residências, identificou-se que, embora constasse no contrato a previsão de lajes, as
casas construídas possuíam apenas coberturas de telhados com forro interno em
policloreto de vinila (PVC). Pelos preços de mercado, considerando as dimensões e a
quantidade de casas construídas, estima-se que a contratada teve um ganho
indevido de R$ 400.000,00. O gestor, após a recomendação, exigiu da contratada a
correção das casas de acordo com o projeto contratado, fato este realizado. Desta
forma, o benefício financeiro no valor de R$ 400.000,00 foi contabilizado.

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 7.1.3 Ressarcimento

1. Ressarcimento de valores pagos indevidamente

Valores pagos indevidamente podem ser registrados como benefício financeiro

quando ocorrer a efetiva devolução do recurso aos cofres públicos ou quando for
realizado o desconto na parcela posterior de pagamento pela Administração
(estorno).

Exemplo: Em 2015, foram identificadas diversas irregularidades no pagamento do

Abono de Estímulo à Fixação Profissional, da área da educação. Após a abertura de
processos administrativos para quantificação e cobrança dos valores pagos
indevidamente, em atendimento à orientação da SUAUDI, foi ressarcido aos cofres
públicos o montante de R$ 861.113,55.

2. Recuperação de bens

Recuperação de bens móveis ou imóveis da PBH cedidos ou extraviados.

7.2 Benefício Qualitativo

1. Melhoria da organização administrativa

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou a melhorias em relação à organização do
trabalho, à distribuição de tarefas, criação de nova estrutura, etc.

Exemplo: Em 2017, a SUAUDI avaliou a regularidade dos fluxos e procedimentos

adotados no âmbito do órgão XX, tendo sido constatada a organização precária do
controle interno, sistemas de informação inadequados ou insuficientes, falta de
capacitação dos servidores, inaplicabilidade de normas municipais, insuficiência
normativa para operacionalização dos serviços e destituição e inatividade de
conselho municipal. Em atendimento às orientações da SUAUDI, houve
recomposição do Conselho Municipal e início da organização do fluxo operacional e
salvaguarda de ativos (processos e patrimônio).

2. Melhoria na gestão de riscos

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou ao aperfeiçoamento da capacidade do
gestor em identificar e analisar os riscos inerentes às suas atividades finalísticas,
assim como à melhoria dos controles internos de forma proporcional às fraquezas e
ameaças.

Exemplo: Em 2018 a SUAUDI auxiliou a Diretoria XX no levantamento dos controles e

riscos inerentes, relacionados a Convênios de Ingresso e Parcerias, gerando
mecanismos de gerenciamento de riscos, que foram implementados e geraram
melhorias no monitoramento de mais de 1500 contratos.

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3. Melhoria ou implementação de controles internos

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou à melhoria de controles já existentes ou a
implementação de novos controles internos.

Exemplo: Em 2017 a SUAUDI constatou na entidade XX a ausência de controle dos

depósitos judiciais e o incorreto lançamento contábil de valores dessa natureza. A
ação de controle interno resultou na criação de um fluxograma para tramitação de
documentos que possibilitou uma melhor comunicação entre os setores envolvidos e
uma correta conciliação da conta Depósitos Judiciais pela Contabilidade.

4. Aperfeiçoamento da prestação de serviços públicos

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM provocou melhoria dos processos ou programas,
refletindo diretamente na qualidade ou quantidade do serviço público entregue à
sociedade.

Exemplo: Em 2014 a SUAUDI avaliou os procedimentos de concessão de alvarás de

construção pelo órgão XX, tendo constatado a utilização de parâmetros urbanísticos
em desconformidade com as normas devido a problemas com as informações do
sistema até então utilizado. A ação de controle interno resultou na
melhoria/aquisição de um sistema com informações mais fidedignas, o que
melhorou os serviços prestados.

5. Promoção de sustentabilidade ambiental

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou à promoção de sustentabilidade ambiental,
à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental, como economia de recursos
naturais.

Exemplo (hipotético): Em ação de controle que avaliou a atuação da empresa XX,

constatou-se a ausência de estrutura para gerenciar mais adequadamente as
atividades relacionadas com à área ambiental, ainda que a mesma possuísse Ação
Estratégica voltada para a responsabilidade ambiental. Ante essa fragilidade, foi
recomendada a criação de um Comitê de Sustentabilidade, que assumisse a
coordenação das atividades estratégicas relacionadas à Responsabilidade Ambiental.
O Comitê foi criado, bem como o seu regimento interno.

6. Melhoria dos resultados apresentados

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou a economia de tempo, ganho em segurança
e em economia de recursos.

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Exemplo: Em avaliação dos procedimentos básicos para formalização de alterações
contratuais relativos a obras públicas no órgão XX foi constatada a inobservância dos
termos legais relativos à prestação de garantia contratual. Com a implementação das
medidas recomendadas pelo controle interno, o prazo para a emissão de
comprovante de recolhimento de garantia passou de aproximadamente 01 (uma)
semana para apenas 01 (um) dia.

7. Aprimoramento de atos normativos

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou à atualização ou ao aprimoramento de
textos legais ou mesmo na normatização de determinada matéria.

Exemplo: Em verificação da regularidade do pagamento de horas extras no âmbito

da entidade XX, foram constatadas diversas fragilidades nos controles relacionados
aos procedimentos de autorização, execução, apuração e pagamento de horas
extras. Em consequência à ação de controle houve a regulamentação dos
procedimentos para a autorização e pagamento de horas extras, por meio da edição
de Portaria e Instrução Normativa.

8. Aperfeiçoamento da transparência

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou ao aperfeiçoamento da transparência da
gestão pública.

Exemplo: Em avaliação relativa aos Restos a Pagar, no envio das contas do Chefe do
Poder Executivo ao TCE-MG foi detectada a ausência de informações nos
demonstrativos disponíveis no Portal da Transparência da PBH. Em atendimento à
orientação da SUAUDI, as informações dos restos a pagar foram incluídas no referido
Portal.

9. Aperfeiçoamento do controle social

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou ao aperfeiçoamento do controle social.

Exemplo (hipotético): Em ação de controle foi identificada a ausência de algumas

informações referentes aos serviços prestados pela Unidade X na Carta de Serviços
ao Cidadão. Com isso, recomendou-se a inclusão dessas informações na mencionada
carta. A inclusão de novas informações no documento constitui medida de
aperfeiçoamento do controle social.

10. Regularização de situação funcional

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou à regularização da situação funcional de
agentes públicos.

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Exemplo: Na verificação da regularidade de cessões de empregados públicos para o
exercício de cargo em comissão na entidade XX, a SUAUDI constatou desvio de
finalidade na cessão de 14 agentes públicos. Com isso, recomendou o saneamento
das irregularidades, culminando no desligamento de 8 agentes e na regularização da
situação funcional dos outros 6.

11. Medida estruturante de aperfeiçoamento/conformidade de programas e

processos

Situações identificadas nas quais a implementação da orientação e/ou

recomendação da SUAUDI/CTGM levou ao aperfeiçoamento da execução de
programas ou processos, desde que não esteja classificada nos itens ii, iii, iv, viii e ix
anteriores e que a medida tenha sido sobre a causa do problema (estruturante) e não
apenas para resolver questões pontuais.

12. Condenação criminal

Condenações obtidas em qualquer esfera da justiça, desde que no âmbito penal e

decorrentes de trabalhos da SUAUDI.

Exemplo: Em 2014 a SUAUDI apurou uma denúncia referente a fraude na folha de

pagamento da PBH. Os achados da ação de controle interno foram compartilhados
com o Ministério Público de MG e contribuíram para a condenação de 3 servidores
envolvidos.

13. Declaração de inidoneidade

Empresas declaradas inidôneas, desde que decorrente de trabalhos da SUAUDI.

Exemplo (hipotético): Ao se avaliar os contratos relacionados a eventos na entidade

XX, foram identificadas várias fragilidades nos controles relacionados às
contratações. Como resultado do trabalho, foi declarada a inidoneidade de três
empresas envolvidas, que passaram a ser impedidas de serem contratadas pela
Administração Pública.

14. Demissão, cassação ou destituição

Punições expulsivas aplicadas a servidores públicos do Poder Executivo Municipal

envolvidos com práticas ilícitas comprovadas, desde que decorrente de trabalhos da
SUAUDI.

Exemplo: Em ação de controle foram encontradas constatações que apontavam

práticas ilícitas por servidor da PBH cedido para Consórcio de Municípios. As práticas
ilícitas estavam relacionadas à falta de concorrência na contratação de empresas
prestadoras de serviço, bem como à relação familiar entre a diretoria e os
proprietários das empresas contratadas. Também foi constatada a utilização de
recursos públicos de forma diversa ao estabelecido no estatuto do Consórcio. Desta
forma a SUAUDI recomendou a apuração de responsabilidade do servidor envolvido,
e isso resultou no afastamento do mesmo da diretoria do Consórcio municipal.

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15. Outros benefícios diretos

As situações que não se encaixam nas espécies anteriores, bem como aquelas cujo
benefício decorre da própria presença ou atuação da SUAUDI podem ser
classificadas como “outros benefícios diretos”.

Podem ser citados (rol exemplificativo):

1. Incremento da confiança dos cidadãos na atuação da Subcontroladoria de
Auditoria;
2. Redução do sentimento de impunidade;
3. Fortalecimento da imagem institucional;
4. Fornecimento de subsídio para atuação de outros órgãos ou esferas de Poder.

Tais benefícios tem alta carga de subjetividade e são atualmente de inviável aferição.

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 8. DIRETRIZES PARA CONTABILIZAÇÃO DE
CASOS ESPECÍFICOS
1. Como contabilizar a redução do preço de referência de editais, antes da
assinatura do contrato, uma vez que não há garantia de que o próprio mercado
não reduziria o valor final contratado?

Orientação: Contabilizar como benefício financeiro a diferença entre o valor de

referência original e o resultante da atuação da SUAUDI.

Exemplo (hipotético): No caso em que a republicação do edital acarretou redução

de 0,7% no valor total estimado inicialmente e a concorrência resultou em redução
total de 13,4% frente ao valor estimado inicialmente, seria contabilizado como
benefício financeiro o valor equivalente a 0,7%.

2. A instauração de sindicância ou PAD já seria suficiente para registrar, como

benefício qualitativo, a atuação da SUAUDI relacionada à apuração de
responsabilidade?

Orientação: Não se faz necessário chegar ao fim do procedimento para termos um

resultado de benefício (demissão, cassação, etc.). Portanto, configura benefício
qualitativo por si só a instauração de sindicância ou processo administrativo
disciplinar para apuração de responsabilidade.

3. Como contabilizar benefícios financeiros decorrentes de valores advindos de

outros entes federativos ou de suas entidades?

Orientação: Nos casos de orientações e/ou recomendações provenientes de

atividades relacionadas a recursos financeiros de outros entes federativos ou de suas
entidades, considerar-se-á como benefício qualitativo.

4. Como contabilizar casos de obras em que se identificou sobrepreço ou

superfaturamento, mas pode ter havido replanilhamento sem redução do valor
total, após atuação da SUAUDI?

Orientação: Contabilizar o valor de sobrepreço/superfaturamento, desconsiderando

a possibilidade de replanilhamento, tendo como justificativa técnica o escopo
definido para a auditoria inicialmente. A análise da real necessidade/adequação dos
novos preços dos itens na nova planilha indica novo escopo tendo como
consequência nova ação de controle.

Exemplo: Foi verificado a partir de trabalho instaurado em 2012 a realização de

diversos aditivos que incluíram e excluíram itens da planilha original de uma obra,
tendo sido constatado que o preço de dois itens inclusos por meio de aditivo
contratual não guardou consonância com os preços, à época, praticados no mercado.
Foi expedida recomendação para restituição do dano causado, estimado pela
auditoria em R$1.703.999,24. Como o contrato já havia se encerrado, foi instaurada
TCE. Neste caso, registrar o benefício financeiro potencial de R$1.703.999,24.

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5. Como contabilizar valores inscritos em Dívida Ativa, se não há certeza de que os
mesmos retornarão aos cofres públicos?

Orientação: Valores inscritos em dívida ativa em decorrência da atividade de

auditoria, devem ser considerados benefícios efetivos na proporção correspondente
ao índice de recuperação de créditos inscritos em dívida ativa no Município, a ser
fornecido pela Secretaria Municipal da Fazenda. O índice de recuperabilidade de
créditos inscritos em dívida ativa deve ser consultado periodicamente.

Exemplo: Em avaliação da regularidade da execução física de obras de engenharia, a

SUAUDI constatou a inexistência de comprovação da execução de serviços de
demolições e remoções, transporte de material, execução de painéis de Nylofor,
estrutura de fundações e contenções, escoramento de valas e redes de concreto. Em
decorrência desta ação de controle, não tendo sido realizado o devido ressarcimento,
foi lançado o valor de R$ 1.097.623,22 na dívida ativa. Não tendo sido constatado o
pagamento do valor e considerando o índice de recuperabilidade de créditos
inscritos na dívida ativa de 5,73% à época, foi registrado o valor de R$ 62.893,81 como
benefício financeiro.

6. Como contabilizar valores encaminhados para cobrança judicial, se não há

certeza de que os mesmos retornarão aos cofres públicos?

Orientação: Para as cobranças judiciais iniciadas a partir de

orientação/recomendação do órgão de controle, devem ser seguidos os seguintes
critérios:
Processo ainda não julgado: contabilização de 10% do montante do débito como
benefício financeiro.
Judiciário julga a PGM logra êxito na obtenção do ressarcimento ao erário:
contabilização da integralidade do valor recuperado como benefício financeiro.
Judiciário indefere a cobrança, arquivando-a ➔ não é contabilizado qualquer
retorno. Porém, caso já tenha sido contabilizado o valor de 10% (alínea “a” acima),
o montante será mantido.

7. Como contabilizar valores decorrentes de ressarcimento de vantagens

indevidas consignados na folha de pagamento de servidores?

Orientação: Contabilizar o valor integral da cobrança como benefício financeiro. O

valor total apurado será benefício efetivo desde que já tenha havido o desconto da
primeira parcela, do contrário, será um benefício potencial.

Exemplo: Identificado pagamento de vantagem indevida a um servidor, no montante

de R$ 1.500,00. Após a tramitação do processo administrativo, a unidade de gestão
de pessoas institui o ressarcimento na folha de pagamento do servidor, consignando
a cobrança de 10 parcelas de R$ 150,00. Contabilizar o montante total como benefício
financeiro: R$ 1.500,00.

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8. Como contabilizar valores relacionados à Tomada de Contas Especiais, se não
há certeza de que eles retornarão aos cofres públicos?

Orientação: Para as TCEs instauradas por orientação / recomendação do órgão de

controle, devem ser seguidos os seguintes critérios:

1. TCE é instaurada por recomendação da CTGM. Processo ainda não julgado pelo
TCE/MG: contabilização de 10% do montante do débito como benefício
financeiro.
2. TCE/MG julga a TCE e concorda com a irregularidade. Partes condenadas
ressarcem o erário ainda no âmbito do Tribunal: contabilização da integralidade
do débito como benefício financeiro.
3. TCE/MG julga a TCE e concorda com a irregularidade. Débito vira título executivo
na PGM. PGM logra executar as partes condenadas e obter o ressarcimento ao
erário: contabilização da integralidade do valor recuperado como benefício
financeiro.
4. TCE/MG julga a TCE dando quitação por regularidade com ressalvas; decidindo
pela ausência de pressupostos para sua continuidade ou arquivando-a ➔ não é
contabilizado qualquer retorno. Porém, caso já tenha sido contabilizado o valor de
10% (alínea “a” acima), o montante será mantido.

Obs. 1: sempre que a contabilização da integralidade do débito for precedida de

outra contabilização pelo percentual de 10%, serão necessários lançamentos
compensatórios que impeçam a contabilização em duplicidade de qualquer
benefício.

Obs. 2: considerando benefício como impacto positivo observado na gestão pública a

partir da implementação, por parte dos gestores públicos, de orientações e/ou
recomendações provenientes das atividades de auditoria interna, a instauração da
TCE pelo gestor já é suficiente para a contabilização de benefícios.

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