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AULA 4
CONTEXTUALIZANDO
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Assim, num primeiro momento são estabelecidos os objetivos que levam
a organização a estabelecer os controles, sendo os mesmos implementados por
meio de técnicas e procedimentos, e sendo relacionados a uma determinada
área. Por fim, os controles devem ser avaliados para que seja medido o seu
desempenho a fim de se estabelecer medidas de correções dos mesmos.
A figura 01 demonstra a integralização dos controles internos com a
organização conforme essa perspectiva.
Avaliação do controle
interno
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Figura 2 – Ciclo do controle
Determinação de
objetivos e metas
1 Planejamento de
Compara as Metas Atingidas Longo Prazo
com as Metas Desejadas e 8 2
com os Objetivos
Organizacionais
Início de Operações
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da entidade. De acordo com Padoveze (2010), uma das premissas do enfoque
em resultados é que os gestores são responsáveis pelo “lucro” das atividades
sob sua responsabilidade, impondo-se com isso a necessidade de um
subsistema contábil para o gerenciamento das diversas áreas da empresa.
Diante desse aspecto, para que seja possível gerenciar as diversas áreas
da empresa no sentido de atribuir responsabilidades aos gestores, conta-se mais
uma vez com os controles gerenciais. Conforme descrito por Figueiredo e
Caggiano (2004), o controle exige que a estrutura organizacional defina a
responsabilidade de assegurar o desempenho de tarefas individuais e que, para
tanto, são estabelecidos centros de responsabilidades, os quais são definidos de
acordo com as responsabilidades conferidas aos gestores.
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Para ficar mais fácil o entendimento sobre os centros de
responsabilidades, apresenta-se a seguir, um organograma organizacional com
descentralização.
Recursos Pesquisa e
Marketing Produção Finanças
Humanos Desenv.
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2.1 Análise da técnica de descentralização
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resultados com os dos demais, iniciando um processo de melhoria contínua nas
áreas.
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medida que as organizações se desenvolvem, dois problemas surgem para a
alta cúpula organizacional, sendo eles (i) a forma de divisão das atividades e
responsabilidades e (ii) como serão coordenadas as subunidades. Diante desses
problemas, “inevitavelmente, o gerente geral para decidir tem de conferir
autoridade aos vários gestores divisionais, e, à medida que isso ocorre, o
resultado é a descentralização do processo de tomada de decisão” (Figueiredo;
Caggiano, 2004, p. 235).
Nesse contexto, surge o controle gerencial possibilitando a divisão da
empresa em departamentos ou áreas, atribuindo autonomia e responsabilidades
aos gestores, mas, ao mesmo tempo, fazendo da descentralização uma forma
de medida de avaliação de desempenho, uma vez que ela possibilita que os
resultados alcançados por cada área possam ser comparados com as metas
estabelecidas para essa área.
O centro de responsabilidade é uma das divisões feitas na empresa como
um todo no momento em que a diretoria optou pela descentralização das áreas.
Assim, cada área formada torna-se um centro de responsabilidade no qual o
gestor passa a ser o responsável por gerir todos os recursos, sendo eles
materiais ou humanos. Por exemplo, se o centro de responsabilidade for o
departamento de cortes da fábrica, cabe ao gestor a responsabilidade pelo uso
adequado das máquinas, dos materiais, dos funcionários, do setor como um
todo. O gestor deve garantir que as máquinas estejam funcionando
adequadamente para evitar que o mau funcionamento delas acarrete em
desperdício de materiais. Também é responsabilidade do gestor realizar
treinamentos para que a equipe de trabalhadores esteja preparada para
manusear os produtos e operar as máquinas, também visando ao
aproveitamento máximo dos recursos. Esse centro de responsabilidade tem
como função entregar o seu produto para o próximo departamento com
qualidade e sem desperdício de recursos. No fim do período, esse gestor será
avaliado pelo desempenho alcançado pela sua área.
Esse contexto é descrito por Anthony e Govindarajan (2002, p. 181), ao
afirmarem que “o controle gerencial concentra-se no comportamento dos
executivos dos centros de responsabilidade” e consequentemente, a avaliação
de desempenho setorial deve ser também parametrizada pelo resultado gerado
pelas atividades sob a responsabilidade de um gestor (Padoveze, 2010, p. 267).
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Diante do exposto, a natureza dos centros de responsabilidade pode ser vista de
forma mais abrangente que uma simples oportunidade dos executivos
organizacionais de libertar-se da responsabilidade de atuarem em cada célula
da entidade, mas, sim, como uma poderosa ferramenta de controle gerencial que
vem melhorar a eficiência e eficácia dos gestores nos processos de suas
respectivas áreas.
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Figura 4 – Centro de responsabilidade
Entradas
Saídas
Trabalho
Recursos usados,
Produtos ou serviços
avaliados a custos
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3.5 Centros de investimentos
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possam responder por alguma responsabilidade atribuída a eles, transformando
seus setores em centros de responsabilidade, sendo o desempenho dos
mesmos avaliados por meio de algum critério estabelecido pela diretoria da
organização.
Importante ressaltar que todos os centros de responsabilidade são
avaliados por seu desempenho considerando-se os critérios estabelecidos pela
diretoria da empresa e, os centros de resultado e as unidades de negócio, em
especial, são avaliados pelo lucro auferido no período. Nesse sentido, esses
centros buscam vender o seu produto ou serviço de forma a alcançar o melhor
preço aceito pelo mercado, enfrentando com isso os preços praticados também
pelos concorrentes.
Mas, e quando os clientes desses centros passam a ser unidades dentro
da própria empresa, como será feito o processo de fornecimento de um centro
para outro? Sobre esse aspecto, Anthony e Govindarajan (2002) explicam que
os bens ou serviços gerados por um centro de responsabilidade podem ser
transferidos para outros centros, pois de acordo com Iudícibus (1998) “todo o
esquema de descentralização envolve o estabelecimento de preços de
transferência entre as subunidades”.
Diante do exposto, o conceito de “preço de transferência” emerge
naturalmente quando da adoção de uma contabilidade setorial (Padoveze, 2010)
pois “o preço de transferência representa o valor cobrado por uma divisão
organizacional, pelos produtos ou serviços que fornece aos demais segmentos
da mesma organização” (Frezatti, 2009, p. 116). Dessa forma, sempre que um
centro necessita de algum produto ou serviço de outro centro, o mesmo é
transferido por um preço que deve ser acordado para a realização desse
processo. Mas qual seria o preço correto para as transferências entre os
centros?
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Não existe uma técnica que defina um método único de estabelecimento
de preço de transferência, pois cada empresa deve avaliar as suas necessidades
e as relações entre os centros de responsabilidades, não esquecendo do
impacto que esse preço poderá trazer na avaliação de desempenho dessas
unidades. Assim, “o preço de transferência correto é aquele que induzirá todo
mundo dentro da organização a tomar decisões certas, isto é, as que maximizam
o lucro” (Crepaldi, 2011, p. 74).
Dessa forma, cada gestor deve levar em consideração todos os aspectos
relacionados as suas metas dentro da organização, pois caso ele forneça
produtos ou serviços por um preço muito baixo, mesmo que esse valor venha a
cobrir o custo incorrido na produção dele, pode ser que isso venha a impactar na
sua avaliação de desempenho. Assim, Iudícibus (1998) contextualiza que na
transferência do centro A para o centro B, para A que transfere, a operação gera
uma receita e, para B que recebe, a operação gera um custo. Nesse
entendimento, ambos os gestores devem ter interesse em determinar bem os
métodos de estabelecimento do preço de transferência, uma vez que isso vai
afetar a rentabilidade de ambas as divisões.
A TRANSFERE B
GERA GERA
RECEITA CUSTO
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Mas, dependendo do objetivo almejado com a transferência, o gestor
ainda pode estabelecer outra forma. Nesse sentido, têm-se uma relação de
alguns dos principais métodos para estabelecer um preço de transferência, de
acordo com Padoveze (2010):
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objetivos com a transferência do bem ou serviço. No entanto, como o centro é
sempre avaliado pelo desempenho, ele deve adotar a melhor alternativa para
que a sua avaliação não seja prejudicada com a transação. Nesse sentido,
Crepaldi (2011) afirma que a melhor alternativa é o preço de mercado, pois ele
obriga as outras unidades a comprar de fornecedores externos, mantendo o
ímpeto competitivo.
De um modo geral, o preço de transferência passa a ser mais uma
forma de controle gerencial que tende a ser utilizado também como forma de
avaliação do desempenho das divisões da empresa, pois valores mal definido
pode levar ao mal desempenho de uma das unidades, pois a transferidora pode
acabar levando prejuízo e a recebedora poderá comprar por valor mais alto que
do mercado. De acordo com Frezatti (2009, p. 116), “normalmente o preço de
transferência é estruturado para unidades de negócios e centros de
investimento, mas nada impede que seja utilizado para os demais tipos de
centros de responsabilidade.
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Mas o que seria o custo de oportunidade? A definição de custo de
oportunidade é dada por Figueiredo e Caggiano (2004, p. 215) como “o valor da
próxima melhor oportunidade rejeitada, ou os fluxos de caixa perdidos como
resultado de preferir uma alternativa ao invés de outra”. Isso significa que, entre
várias opções para a aplicação de algum recurso, dentre as que foram
renunciadas, o custo de oportunidade seria a que apresenta o maior retorno para
o negócio em questão.
Nesse entendimento, se considerarmos todas as opções dadas
anteriormente para o preço de transferência, o custo de oportunidade seria o
maior valor renunciado que seria cobrado pelo bem ou serviço transferido.
Assim, o que se espera com o custo de oportunidade é que, o valor que se cobra
pelo bem ou serviço seja sempre maior que o custo de oportunidade.
Lembrando que os centros de responsabilidade são avaliados por meio
de algum critério, Nascimento e Reginato (2013) ressaltam que as técnicas
contábeis evidenciam informações para os usuários internos para a tomada de
decisão e para a avaliação dos resultados econômicos alcançados. De acordo
com os autores:
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pode também estabelecer preços muito altos, levando o recebedor a ter uma má
avaliação de desempenho em decorrência da transação.
Assim, para que nenhum dos centros seja prejudicado, é necessário que
seja estabelecido um preço que possibilite a análise do custo de oportunidade
para ambos os centros, pois, dessa forma, tanto o transferidor quanto o
recebedor poderão avaliar qual a melhor alternativa para essa transação.
Nesse sentido, Padoveze (2010, p. 587) expõe que “todas as atividades
devem ser avaliadas pelo mercado, que representa o custo de oportunidade de
manter determinada atividade”. O autor afirma ainda que um dos conceitos de
custo de oportunidade é explicado como “preço de mercado e preço de
transferência com base no preço de mercado, para avaliação dos estoques e
dos produtos finais, e dos produtos e serviços produzidos pelas atividades
internas”.
De um modo geral, o custo de oportunidade deve ser utilizado para
avaliação da melhor forma de realizar as transações da empresa. No contexto
utilizado aqui, ele diz respeito aos valores cobrados pelos centros de
responsabilidade para a transferência de produtos ou serviços para outros
centros, mas esse conceito pode ser utilizado para a avaliação de qualquer
transação a ser feita pela empresa que envolva o uso de recursos ou capital.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
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empresa. Esse processo envolveu a maioria das áreas da empresa, obtendo-se
as seguintes classificações:
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2. O controle gerencial é a principal ferramenta de auxílio aos gestores no
contexto organizacional, mas o seu alcance não se limita aos níveis
operacionais, pois esses controles também são utilizados pela alta cúpula
organizacional no auxílio ao gerenciamento das operações.
A) Controle Gerencial
B) Planejamento Estratégico
C) Ciclo do Controle
D) Plano Orçamentário
E) Centro de Responsabilidade
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I. Os centros de responsabilidades têm a função de ajudar a alcançar o objetivo
estabelecido no planejamento estratégico.
A) V – F – V – V – F
B) F – V – V – F – V
C) V – F – V – F – V
D) F – V – F – V – V
E) V – V – V – V – V
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Com base no exposto, analise as assertivas a seguir:
II. O método utilizado para determinar o preço a ser cobrado dos setores de
produção é o custo-padrão.
III. O método utilizado para determinar o preço a ser cobrado dos demais centros
é o preço de mercado.
V. A análise feita pelas áreas ao verificarem que era mais vantajoso comprar de
terceiros foi a de custo de oportunidade.
FINALIZANDO
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O controle gerencial nas organizações
Descentralização da gestão das organizações
Centros de responsabilidade
Preços de transferência
Custo de oportunidade
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REFERÊNCIAS
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GABARITO DAS QUESTÕES DA SEÇÃO “NA PRÁTICA”
1. C
2. D
3. E
4. A
5. B
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