Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O problema?
Sexo.
— Digamos que é uma cidade que você não vai esquecer tão
cedo.
2 O estado mental de quem não tem consciência do que realmente está acontecendo.
Harley
— Posso ajudar?
— Sério?
— Saint?
— Eu não percebi.
Incluindo a de Saint.
— Fora da cidade.
— Eu odeio a neve.
Tento pular para trás, mas suas mãos se fecham sobre meu
bíceps para me firmar, de modo que agora estamos cara a cara.
Um cara a cara muito próximo que me faz pensar em como seria
muito fácil me inclinar e beijar esses lábios incríveis dele.
— Elfos?
— O que seria?
— Espere aí. Você mora aqui? Pensei que tivesse dito que é
onde mora o dono.
Não demora muito para que o frio ao qual ele parece imune
corra as camadas de minha jaqueta. Então eu começo o processo:
vou para o meu carro de volta por esta cidade alegre, pego minha
mala enquanto meus pensamentos estão cheios de Saint e seu
sorriso, e então sento no sofá com um suspiro alto que ninguém
mais ouve além de mim.
Ou ver Saint.
Nada mesmo.
Saint
Harley Humbug.
— Sobre? — Pergunta.
— Sério.
Harley Humbug.
Mas eu sei.
Ignore isso, Sophie. Ele disse que não te amava. Ele disse
que não passava de um bom sexo e momentos divertidos. Ele disse
que não queria você.
Ah, então Saint disse a ela o que eu faço para viver. Espero
que as perguntas cheguem, mas fico agradavelmente surpresa
quando elas não chegam.
— Obrigada.
— Tive sorte.
— Sim, bem, tudo bem... até que você não queira mais voltar.
O ciúme aumenta.
Isso poderia ter sido eu. Ainda na escola, ainda vindo aqui e
esperando cada uma das palavras de Luke, e perdendo a
oportunidade única na vida.
E mais do que tudo, como não percebi que ele está sorrindo
apesar da dor porque ainda a ama de verdade?
— Então por que você não pode simplesmente ficar feliz por
mim? Por que você não pode ser legal? — Eu quase imploro e odeio
o desespero em minha voz.
Vou agarrar seu braço enquanto ele passa por mim, e antes
que eu possa processar, um instante depois Luke me vira e me
prende à parede do prédio atrás de mim. Suas mãos apertam
meus pulsos enquanto ele olha para mim com uma raiva frustrada
que eu nunca vi nele antes.
Levo meu tempo voltando para a mesa que Vix disse que
cuidaria de mim e verifico as fotos em preto e branco que
revestem as paredes. E eu estava certa. São todas fotos de Saint
Nick's Hollow durante várias décadas.
É legal.
— Eu não estou.
— Não. Eu não.
— Experimente.
— E?
— E? — Repito.
— Eu.
— Isso aí? É isso que Luke precisa fazer com Sophie. É disso
que as mulheres gostam. O que você alegou ter desejado. — Ele
pisca enquanto eu fico lá, tentando ter certeza que o ouvi
corretamente pela segunda vez em alguns minutos. — Eu preciso
voltar ao trabalho.
— Você leu ...o trabalho na minha tela. — As palavras saem
em uma gagueira confusa.
Claro e simples.
Apaixonada, Harley?
— Obrigada.
Ela acena com a mão para mim. — Saint disse que é por
conta da casa.
— Isso é ridículo.
Ela ri. — Pela aparência de como ele beijou você, falar não
vai adiantar nada.
— Diga que foi bom. Diga que foi incrível. Tudo bem admitir.
Eu rio, surpresa com a facilidade com que ela pode me
deixar à vontade. — Estou bem escrevendo beijos assim, mas
experimentando-os...
— Pergunte.
Você.
Outro beijo.
Todos acima.
— Não, — eu gaguejo sobre os pensamentos que querem se
manifestar em palavras. Palavras que escrevi milhares de vezes
em meus livros, mas nunca ousaria ser corajosa o suficiente para
proferir na vida real. Em vez disso, ofereço um sorriso tenso. —
Estou bem. Obrigada. Eu... — Jogo minhas mãos para cima,
obviamente sem palavras. — Agradeço a hospitalidade.
Mova os pés.
E pensar que talvez algum dia alguém que passe por aqui
volte, só por mim.
Vá para casa.
Ir para casa.
A questão é: por qual porta da propriedade que possuo devo
passar?
Dela ou minha?
Harley
— Oi.
Eu.
Agora.
Cristo.
— Com?
— Não entendi?
— Em outras?
— Em outras. — Ele esfrega a mão no queixo, a irritação de
sua barba por fazer contra sua mão enchendo a sala. Ele olha
para o chão, emite uma risada e então encontra meus olhos
novamente. — Em outras, a progressão não importa. Química.
Luxúria. A necessidade é tudo o que importa.
— Necessidade?
Mais.
Agora.
Deus, sim.
Sem Saint.
Sem nada.
— Que diabos?
Levanto e sinto uma dor entre as coxas que diz, sim, foi real.
Mas eu entendo.
Entendo.
Sei que não devo mais dinheiro, pois deixei mais do que o
suficiente para a comida e a acomodação.
HARLEY...
Obrigado por uma noite que não esquecerei tão cedo. Talvez
eu possa retribuir o favor algum dia.
-Saint
Vou fazer com que ela volte e diga ao homem que ama que
ele é tudo para ela.
Um mês depois