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AMOR DE PERDIÇÃO: LINGUAGEM, ESTILO

E ESTRUTURA DA OBRA
1- Estrutura
A obra é composta por Introdução, vinte capítulos e conclusão e pode resumir-
se na seguinte sentença: “Amou, perdeu-se e morreu amando”.
AMOU

AMOU PERDEU-SE MORREU AMANDO

- Simão Na sequência da paixão entre Simão:


apaixona-se Simão e Teresa,  morre durante a
por Teresa Simão: viagem para a Índia,
mas  é expulso de casa dos seus depois de ter
- ódio entre as pais conhecimento da morte
duas famílias: mata Baltasar, o primo e da sua amada.
Botelho e pretendente de Teresa
 é preso e condenado ao Teresa:
Albuquerque  morre no
degredo (Índia)
convento
Teresa:
 recusa o casamento com o
primo, imposto pelo pai
 é enviada para o convento.
Na conclusão
 Desfecho da intriga
 Identificação de Manuel Botelho como sendo o pai do narrador/autor.
Simão Botelho era o tio paterno de Camilo Botelho Castelo Branco.

2- Narrador
Narrador/autor - narrador autodiegético
o narrador/autor relata a história, assumindo ser protagonista: utiliza
Na introdução a primeira pessoa como suporte da verdade que vai ser narrada.

Narrador não participante - heterodiegético


Nos vinte capítulos da obra
o narrador narra a história em que não participa como personagem:
utiliza a terceira pessoa e a veracidade dos factos é confirmada pelas
datas, antecedentes familiares e circunstâncias das personagens.
Na novela Amor de Pedição, sentimos constantemente a presença de Camilo Castelo Branco.

3- Os diálogos
Os diálogos em Amor de Perdição são ação e têm a função de:
 Informar sobre sobre determinadas circunstâncias;
 Fazer a expansão sentimental;
 Permitir a confrontação;
 Comunicar decisões tomadas;
 Caracterizar as personagens;
 Imprimir ritmo e e dinâmica teatral à narrativa.

A linguagem utilizada nos diálogos permite a identificação do estatuto social


das personagens.
 Burguesia e nobreza: linguagem cuidada, literária
 Povo: linguagem viva, popular, familiar

4- Concentração temporal da ação


O tempo é cronológico e contínuo. Não há praticamente ações secundárias, o
que contribui para a concentração temporal da ação principal com sucessivas
peripécias. Os diálogos apresentados são concisos e há poucas descrições.
40 anos (antecedentes da ação)
 O início da novela é datado de 1779, mas logo é
Capítulo I sugerida uma época anterior.
 O ritmo narrativo é rápido e a noção cronológica
de tempo é nítida.

6 anos
1801 – Simão tem 15 anos e estuda em Coimbra.
Capítulos I a XX 1802 – Simão tem 16 anos e é preso em Coimbra.
1803 – Simão tem 17 anos e apaixona-se por Teresa.
1804 – Simão tem 18 anos e é preso pela morte de
Baltasar.
1805-1807 – Simão encontra-se preso (20 meses na
prisão mais seis meses antes de partir para a Índia,
degredado).

9 dias
Conclusão 17 de março de 1807 – Simão parte para a Índia e
Teresa morre no convento. Simão adoece.
28 de março de 1807 – Simão morre e Mariana suicida-
se.

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