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ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE FERNANDO PESSOA

Benefícios da verticalização
Docentes: Mariana Duarte
Ricardo Cardoso
Sílvia Queirós Licenciatura Em
Fisioterapia
MTF V – PL2

Ano letivo 2023/24


 Ao longo da evolução, o ser humano transformou-se,
onde não só se consegue verticalizar mas também
caminhar.
Posição  Os recém-nascidos não têm essa capacidade, mas
Bípede assim que o ser humano consegue permanecer de pé e
caminhar, torna-se na forma de se mover sem ajuda.
 A perda destas funções básicas devido a doença, lesão
ou envelhecimento tem consequências físicas e
psicológicas significativas.
 Melhoria da função respiratória
 Melhoria da circulação sanguínea
 Melhoria da funcionalidade gastrointestinal
Vantagens da  Melhoria da densidade mineral óssea
verticalização  Redução de contraturas e espasticidade
 Alívio de pontos de pressão
 Input aferente importante ao SNC (aumento da
representação cerebral da posição de pé)
 Prevenção do fenómeno de hipotensão ortostática
Os problemas respiratórios podem dever-se a
complicações restritivas e/ou obstrutivas:

 Complicações restritivas incluem paralisia dos


músculos respiratórios (exemplo, o diafragma, os
Melhoria da músculos intercostais e/ou os músculos auxiliares de
respiração no pescoço), enfraquecendo a função de
função expandir e contrair a caixa torácica, que permite
respiratória encher e esvaziar ar dos pulmões.

 Complicações obstrutivas levam à redução do


diâmetro da traqueia (exemplo, devido a espasmos –
como acontece com a asma e nas doença pulmonar
obstrutiva crónica).
(Chang et all., 2004; Stainsbury e Thornton, 1999)
 Ambas as complicações reduzem a quantidade de ar
disponível para trocas gasosas nos alvéolos
Melhoria da pulmonares.

função
 As consequências podem incluir fadiga, dores de
respiratória cabeça, pressão arterial alta e acumulação de muco nas
vias respiratórias (levando a infeções).

(Chang et all., 2004; Stainsbury e Thornton, 1999)


 Com a verticalização, a cavidade peitoral expande-se,
facilitando os movimentos do diafragma e a respiração.

 Ao conseguir um maior enchimento dos pulmões


Melhoria da durante cada respiração (exemplo, ao aumentar o
função volume corrente), a limpeza dos mucos das vias
respiratórias pode melhorar, particularmente devido ao
respiratória aumento da frequência da tosse.

 As melhorias na respiração podem contribuir para uma


melhoria na capacidade de comunicação, facilitando a
fala.

(Chang et all., 2004; Stainsbury e Thornton, 1999)


 Devido à imobilização, muitos utilizadores de cadeiras
de rodas sofrem problemas cardiovasculares e,
consequentemente, má circulação.

Melhoria da  Em casos de paralisia dos membros inferiores, existe


circulação uma desvantagem adicional, pois o sangue não é
bombeado pelos músculos das pernas, que facilitavam
sanguínea o retorno do sangue venoso desde as extremidades
inferiores até ao coração.

 Permanecer verticalizado elimina as constrições à


circulação do sangue criadas pela posição de sentado.

(Dunn et al., 1998)


 Muitos utilizadores de cadeiras de rodas têm lesões no
sistema nervoso, que leva a distúrbios do sistema
gastrointestinal.
Melhoria da
funcionalidade  A obstipação é o problema mais frequente causado
gastrointestinal pela imobilização e paralisia.

 Durante a verticalização a gravidade ajuda a digestão,


promovendo o aumento dos movimentos peristálticos.

(Eng et all., 2001; Glickman , Geigle e Paleg, 2010 )


 O suporte de peso é importante para o fortalecimento
dos ossos. Astronautas em condições de falta de
gravidade podem diminuir a densidade mineral óssea.

Melhoria da  A distribuição do peso proporcionada pela verticalização


densidade aumenta a densidade mineral dos ossos.
mineral óssea  A extensão do tronco e o alinhamento da anca durante a
verticalização ajuda a combater as deformidades da
estrutura óssea.
 O melhor posicionamento dos ombros melhora a
mobilidade dos membros superiores.

(Whedon, 1082, 1985; Whedon et all., 1976 )


 A verticalização melhora a capacidade e a amplitude de
movimentos proporcionando sensações propriocetivas
(exemplo, sensação física de posição bípede).

Redução de  A redução da espasticidade contribui para


contraturas e transferências mais seguras, um melhor sono e um
melhor posicionamento na cadeira de rodas.
espasticidade
 Possibilidade de alongar músculos que permanecem
por longos períodos de tempo em encurtamento (e.g.
isquiotibiais).

(Eng et all., 2001; Glickman , Geigle e Paleg, 2010 )


 Permite aliviar a pressão das áreas que estão ativas nos
Alívio de restantes decúbitos.

pontos de
pressão
 Prevenção de úlceras por pressão.

(Eng et all., 2001; Glickman , Geigle e Paleg, 2010 )



A informação propriocetiva decorrente da verticalização
induz a produção de estímulos aferentes ao SNC que
traduzem uma resposta cerebral de ativação do sistema
sensório-motor e das vias vestibulares, com aumento da
atividade da musculatura antigravítica.
Informação
aferente ao 
Bastante importante para a ativação do sistema vestibular e
melhoria do controlo postural e representação cerebral da
SNC posição de pé (Maggio et al., 2022)


Estudos indicam que a verticalização precoce induz
alterações plásticas ao SNC que aumentam
exponencialmente o potencial de recuperação funcional
(Calabrò et al., 2015; Daunoraviciene et al., 2018; Makarova
et al., 2013)

A hipotensão ortostática é um fenómeno de disfunção
neurogénica, mas ocorre por vezes sem um fenómeno
patológico conhecido ou ainda devido a causas
cardiovasculares.

Por definição ocorre um decréscimo de pelo menos 20
Prevenção da mmHg na tensão arterial sistólica e de 10 mmHg na
tensão arterial diastólica nos 3 primeiros minutos de
Hipotensão verticalização (Velilla-Zancada et al., 2016).
Ortostática 
Nos pacientes com lesão vértebro-medular a hipotensão
ortostática ocorre sobretudo devido a disfunção do
sistema nervoso autónomo (SNS e SNP).

Estudos indicam que a verticalização precoce, prepara
os pacientes para tolerarem melhor a posição de pé de
forma autónoma, prevenindo o fenómeno de
hipotensão ortostática (Daunoraviciene e al., 2018;
Sorbera et al., 2019).
 Calabrò, R. S., Naro, A., Russo, M., Leo, A., Balletta, T., Saccá, I., De Luca,
R., & Bramanti, P. (2015). Do post-stroke patients benefit from robotic
verticalization? A pilot-study focusing on a novel neurophysiological
approach. Restorative neurology and neuroscience, 33(5), 671–681
 Chang AT, Boots RJ, Hodges PW, Thomas PJ, Parats JD. Standing with
the assistance of a title table improves minute ventilation in chronic
critically ill patients. Arch Phys Med Rehabil, Dec 2004;85(12):1972– 6.
 Daunoraviciene K, Adomaviciene A, Svirskis D, Griškevičius J, Juocevicius
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 Maggio MG, Naro A, De Luca R, Latella D, Balletta T, Caccamo L, Pioggia
G, Bruschetta D, Calabrò RS. Body Representation in Patients with Severe
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 Sorbera C, Portaro S, Cimino V, Leo A, Accorinti M, Silvestri G, Bramanti P,
Naro A, Calabrò RS. ERIGO: a possible strategy to treat orthostatic
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Neurol. 2019 Apr/Jun;34(2):93-97. PMID: 31556389.
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