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Eu passarinho!
5. O Direito das Crianças, de Ruth Rocha
se começa a trovejar,
Oh! que saudades que Naquele ingênuo folgar! Atrás das asas ligeiras
tenho O céu bordado Das borboletas
Da aurora da minha
d’estrelas, azuis!
vida,
A terra de aromas cheia Naqueles tempos
Da minha infância
As ondas beijando a ditosos
querida
areia Ia colher as pitangas,
Que os anos não trazem
E a lua beijando o Trepava a tirar as
mais!
mangas,
Que amor, que sonhos, mar!
Brincava à beira do
Oh! dias da minha
que flores, mar;
infância!
Naquelas tardes Rezava às Ave-
Oh! meu céu de
fagueiras
primavera! Marias,
À sombra das
Que doce a vida não era Achava o céu sempre
bananeiras, Nessa risonha lindo.
Debaixo dos laranjais! Adormecia sorrindo
manhã!
Como são belos os dias E despertava a cantar!
Em vez das mágoas de
Do despontar da Oh! que saudades que
agora,
existência!
Eu tinha nessas delícias tenho
– Respira a alma
De minha mãe as Da aurora da minha
inocência
carícias vida,
Como perfumes a flor;
E beijos de minha Da minha infância
O mar é – lago
querida
irmã!
sereno, Que os anos não trazem
Livre filho das
O céu – um manto
montanhas, mais!
azulado,
Eu ia bem satisfeito, – Que amor, que
O mundo – um sonho
Da camisa aberta o sonhos, que flores,
dourado,
peito, Naquelas tardes
A vida – um hino
– Pés descalços, braços fagueiras
d’amor! A sombra das
nus –
Que aurora, que sol, bananeiras
Correndo pelas
que vida, Debaixo dos laranjais!
campinas
Que noites de melodia
A roda das cachoeiras,
Naquela doce alegria,