SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
PARÁ
CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE ALIMENTOS
ASSOCIATIVISMO E COOPERATIVISMO – PROF. DAYAN RIOS

ANDRESA FERREIRA
BEATRIZ RIBEIRO
CAMILA FARIAS
JOYCE COSTA
LUCAS SOUSA

O SOCIALISMO ASSOCIATIVISTA

CASTANHAL - PA
2021
O Socialismo Associativista – Questões Reflexivas
Questão 1: Na obra "Teoria dos Quatro Movimentos" de 1808, o francês Charles
Fourrier (1772+_1837*) a humanidade apresenta quatro estágios evolutivos onde o
ápice seria a Harmonia. O que representou, na visão do autor, o processo evolutivo
social dentro de um contexto social naturalista?
Resposta: O filósofo, criticava arduamente a etapa da “civilização” (que era a fase em
que ele estava inserido), para ele, esse estágio representava desordem e uma falsa ideia
de progresso. Era nesse período, que as paixões humanas eram reprimidas, ou
sobrepostas umas às outras. Além disso, o homem tinha a característica de ser
expressivamente materialista, objetivando a riqueza, o que perpetuava a desigualdade
social, miséria, individualismo, injustiça social, etc. Dentro do contexto naturalista,
Fourier acreditava na “bondade natural do ser humano”, assim como Rousseau, e admite
que a sociedade industrial (civilização), converte os instintos naturalmente bons em
tendências degenerativas e agressivas.

Questão 2 - Em que consistia o "Falanstério" com base na vida social e jurídico?

Elabore um exemplo ilustrativo da repartição da renda gerada no âmbito do Falanstério.
Resposta: As Falanges seriam pequenas unidades socias, em escala planetária, com
populações entre 1.620 habitantes. Cada falange possuiria um edifício chamado
falanstério, e nele, todos habitantes viveriam harmoniosamente. No âmbito social, o
trabalho deveria ser feito com prazer e vocação; não poderia haver expressões de
violência; o teatro era um grande difusor da cultura, pois, atrelava arte e sociabilidade; a
educação das crianças deveria ser espontânea, com o mínimo de interferência dos
adultos; e a a monogamia era condenada, pois, o ser humano é livre para acessar seus
prazeres e paixões. Na vida jurídica, a proposta de Fourier era minimizar a desigualdade
e injustiça sociais. Com relação ao modelo econômico, o filósofo francês adotava a
agricultura e inviabilizava a formação da grande indústria. No que diz respeito a
distribuição de renda, previa-se que esta seria orientada de acordo com a qualidade do
trabalho produzido por cada um, e não por diferentes tipos de trabalho. Assim, o que era
analisado, era a eficiência e o benefício real que aqueles profissionais estariam
proporcionando para a população. Por exemplo, quanto menos doentes tivessem um
falanstério, mais os médicos deste falanstério seriam bem remunerados; quanto menos
problemas estruturais ou de manutenção afligissem o Edifício, mais ganhariam os
engenheiros e assim por diante. Dessa forma, cada série de profissionais se dedicaria ao
máximo para elevar o nível da sua mão de obra, e com isso, seus próprios ganhos.

Questão 3 - Por que no Falanstério, Fourier admite a existência de classes diferentes

(pobres e ricos) mas sem conflitos de interesses entres estas? Explique o termo cunhado
pelo autor de "cupidez simples e composta".
Resposta: O modelo econômico que vigora nos falanstérios, defendido por Fourier,
permite que habitantes possuam dinheiro, terras privadas e pratiquem o comércio,
porém essas práticas não teriam o mesmo significado individualista e egoísta que
representam em uma sociedade “civilizada”. Fourier acreditava que na vida harmoniosa
do falanstério, não haveriam conflitos nem padrões egoístas e individualistas expressos
pelos cidadãos. Além disso, Fourier não desejava uma completa igualdade econômica,
porque a equidade de fortuna levaria a uma completa equivalência dentro do falanstério.
Portanto, a plena igualdade de riqueza seria prejudicial a diversidade, pois, o filósofo
admitia que a harmonia dentro de um falanstério só iria ser alcançada através da
diferença. Como todos os habitantes, independentemente das distinções de classes,
contribuiriam para o funcionamento da associação, não haveria um confronto entre as
classes, pela disputa de bens individuais (cupidez simples), mas sim, uma ação coletiva
para eficiência dos bens gerais, que é o mais forte dos elos sociais (cupidez composta).

Questão 4 - Como se dá, segundo Fourier a passagem de uma fase histórica social a
outra?
Resposta: A sociedade desde os primórdios vem sofrendo alterações sociais e políticas;
primeiro com os primatas, logo após a selvageria, o patriarcado e atualmente a
civilização. Fourier acreditava que poderá existir ainda uma próxima etapa, a harmonia.
Para alcança- lá, o filósofo não propunha uma revolução, ele não propagava a violência.
E sim, acreditava que a passagem de uma fase da história para outra, só iria acontecer de
maneira natural e no tempo ideal. Fourier, admitia que a própria natureza seria
responsável por alterar o estado de civilização para o de harmonia, e que algum dia, um
mecenas investiria na sua ideia de instituir um falanstério.
 REFERÊNCIAS

BARROS, A. J. Os falanstérios e a crítica da sociedade industrial: revisitando Charles Fourier. 1. ed.

Londrina: Mediações, 2011. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/7752/8. Acesso em: 28 set. 2021.

Histoire de la pensée économique.2. ed. França: Presses universitaires de france, 1974.