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1.

Introdução
O experimento de determinação de teor de etanol em gasolina foi realizado
através de uma extração líquido-líquido caracterizada pela separação de duas
substâncias formando um sistema heterogêneo, ou seja, envolvendo substâncias
imiscíveis (FACCHIN; PASQUINI, 1997), como a gasolina e a água. O que permite
que a mistura seja heterogênea é a polaridade, a gasolina é apolar e a água é polar,
sendo de polaridades diferentes não se misturam, pois “semelhante dissolve
semelhante”.
A gasolina tem como composição hidrocarbonetos e álcool (etanol) (CVS,
2001). No experimento, quando se tem a mistura com a água, ela entra em contato
com o etanol (C2H5OH), por terem a mesma polaridade. Retirando-se assim, as
moléculas de etanol da gasolina.
A fim de determinar o teor de etanol na gasolina, será pela quantidade de
etanol que está presente na água. No experimento, pela metodologia que será
apresentada, o resultado foi obtido pela diferença de volume, inicial e final, utilizando
a proveta para a medição. Com o valor da diferença de volume divide-se pelo volume
inicial de gasolina multiplicado por cem, assim se obtém o valor percentual de etanol.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP), o teor de etanol pode variar entre 18% a 27% (BRASIL, 1997).

2. Objetivo
Verificar experimentalmente que algumas substâncias possuem a propriedade de
extrair por semelhança, realizar uma extração líquido-líquido e determinar o teor de
álcool na gasolina.

3. Procedimento experimental
3.1.1. Materiais
● 2 Provetas de 100 mL - DiogoLab;
● Funil de separação - DiogoLab;
● Aro para funil - Sem marca;
● Béquer de 50 mL - Qualividros.
3.1.2. Reagentes
• Gasolina - Posto local;
• Água destilada - Produzida em laboratório.

3. 2 Métodos

A primeira etapa do experimento foi organizar e ajustar o funil de separação e a


proveta de 100 mL, em seguida, foram adicionados 50 mL de gasolina de um posto local com
o auxílio de uma proveta de 100 mL em um funil de separação de 125 mL, logo após, com a
ajuda de outra proveta de 100 mL foram adicionados 50 mL de água destilada produzida em
laboratório no funil junto com a gasolina.
Depois disso, o funil foi tampado e agitado por poucos segundos, visando uma “mistura”
entre a gasolina do posto local e a água destilada produzida em laboratório. Após o processo
de agitação, a tampa foi aberta a fim de liberar os gases formados durante a agitação, e então,
o funil de separação foi colocado novamente em seu suporte e foi deixado de repouso por
cerca de 5 minutos.
Após o repouso, foi aberta a torneira a fim de transferir de forma contínua a fase inferior do
funil (aquosa) para um béquer de 50 mL, a parte posterior mais densa continuou no funil de
separação para observar-se e calcular o percentual do teor de etanol dissolvido na gasolina.

4. Resultados e discussão
Após a adição de ambos os líquidos, houve uma mistura heterogênea com duas fases,
onde a fase orgânica era composta pela gasolina (apolar) e a fase aquosa era composta pela
água e pelo álcool (polares). Por apresentar uma densidade menor que a água, a gasolina
ocupou a parte superior do funil enquanto a água e o álcool ficaram na parte inferior.
O percentual de álcool da gasolina foi calculado utilizando a seguinte fórmula:
Percentual alcoólico (%) = Variação do Volume (ml) x 100
Volume inicial (ml)

No experimento, foi adicionado 51 mL de gasolina e 51 mL de água, após a


homogeneização de ambos, foi feita a abertura do funil para separar a fase aquosa da orgânica
resultando em 65 mL de álcool + água e 36 mL de gasolina. subtraindo o valor final de fase
aquosa e o valor inicial de água, temos:
65 mL - 51 mL = 14 mL
O valor de 14 mL está relacionado com a quantidade de álcool que foi arrastado pela
água por conta da polaridade semelhante.
Utilizando a fórmula acima do percentual alcoólico:
Percentual alcoólico (%) = 14 x 100 = 27,45%
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Conforme a portaria nº 75, de 5 de março de 2015 do MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Resolução nº 1, de 4 de março de 2015 do CIMA
(Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool), é estipulado o percentual máximo de
álcool anidro presente na gasolina, sendo este valor de 27%.
De acordo com a legislação, houve adulteração da gasolina utilizada no experimento.

5. Conclusão
De acordo com os resultados obtidos, concluiu-se que o combustível do
experimento estava adulterado, já que o permitido pela legislação é de apenas
27%.
Importante ressaltar também a diferença de polaridade dos reagentes
observados, uma vez que, a gasolina é uma substância apolar e a água destilada,
polar.
6. Tratamento de resíduos
Tratamento de gasolina deve ser eliminado como resíduo perigoso de acordo com a
legislação local. O tratamento e a disposição devem ser avaliados especificamente para cada
produto. Devem ser consultadas legislações federais, estaduais e municipais, dentre estas: Lei
n°12.305, de 02 de agosto de 2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos). (FISPQ, 2021)
O tratamento de água destilada deve ser consultado nas legislações federais, estaduais
e municipais, dentre estas: Lei n°12.305, de 02 de agosto de 2010 (Política Nacional de
Resíduos Sólidos). (FISPQ, 2021).
7. Referência
BRASIL. Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997. Dispõe sobre a política
energética nacional, as atividades relativas ao monopólio do petróleo, institui
o Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo
e dá outras providências. Política Energética Nacional, Brasília, 1997.
Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9478.htm#:~:text=LEI%20Nº
%209.478%2C%20DE%206%20DE%20AGOSTO%20DE
%201997&text=Dispõe%20sob. Acesso em: 2 ago. 2023.

CVS - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (São Paulo). Composição da


Gasolina. São Paulo: N/D, 2001. 15 p. Disponível em:
https://cvs.saude.sp.gov.br/up/8%20-%20Composi%C3%A7%C3%A3o
%20da%20Gasolina%20-%20Neli%20Pires%20Magnanelli%20(DVST).pdf.
Acesso em: 01 ago. 2023.

FACCHIN, I.; PASQUINI, C. Extração Líquido-líquido em sistema de fluxo.


Química Nova, Campinas, p. 60-68, 7 abr. 1997. DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-40421998000100010. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/qn/a/m6SJLwTSfG7PgCWP7VqWW9q/?lang=pt.
Acesso em: 1 ago. 2023.

Brazilian Journal of Animal and Environmental Research, Curitiba, v.4, n.4, p.


5669-5678 out./dez.. 2021.

ANP. Agência nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis.


Orientação ao consumidor: Qualidade e adulteração de combustíveis.
Disponível em: http://www.anp.gov.br.

Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ


http://vibraenergia.com.br/sites/default/files/2021-09/fispq-comb-gaso-auto-
gasolina-comum-c.pdf
Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos - FISPQ
https://www.quimesp.com.br/pdf/agua-destilada.pdf

MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Disponível em:


http://agricultura.gov.br/. Acesso em 7 de ago 23

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