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Aquisição e desenvolvimento da

linguagem para crianças surdas I


1.
No período Pré-linguístico, temos um fato interessante que ocorre igualmente com
todos os bebês (surdos e ouvintes). Que fato seria esse?
Você acertou!
A.
Neste estágio, ambos os bebês apresentam a balbucio oral e manual.
Neste estágio, tanto o bebê surdo como o bebê ouvinte utilizam o balbucio oral e manual.
A partir do próximo estágio de aquisição, desaparece ou se reduz consideravelmente o
balbucio oral nos bebês surdos, enquanto que nos bebês ouvintes ele se mantém. Já para
o bebê ouvinte, o balbucio manual desaparece ou se reduz consideravelmente, e para o
bebê surdo continua, pois começa a fazer parte da estrutura da língua de sinais que será
base da sua L1. Perceba, que, embora o output linguístico seja igual para ambos no
primeiro ano de vida, o input para o bebê ouvinte é favorecido, pois já vem em sua língua
materna (português oral), enquanto que para o surdo trata-se de sua L2, o que cria uma
desigualdade entre ambos já no nascimento, o que impacta culturalmente a criança
ouvinte, mas não favorece a criança surda (a qual, na maioria dos casos, não tem contato
precoce com sua língua materna (língua de sinais) nem com integrantes de sua própria
cultura surda) e, por último, a capacidade latente de qualquer criança depende de
características subjetivas ou talento nato para o aprendizado (próprias de cada criança),
assim como da quantidade e da qualidade do input linguístico proporcionado a ela.

2.
O processo de aquisição da língua sinais é semelhante ao das línguas orais e o
mesmo pode ser dividido em períodos ou estágios. Marque a alternativa que
contemple todos os períodos.

Você acertou!
E.
Período pré-linguístico, estágio de um sinal, estágio das primeiras combinações, estágio
das múltiplas combinações e estágio de aquisição da linguagem pela criança surda.
Quando a aquisição se desenvolve dentro do período esperado, existem alguns estágios
pelos quais a criança surda passa para adquirir e desenvolver a língua de sinais. Neles, é
característico, primeiramente, o período pré-início de aquisição da linguagem, o período de
produção de um vocábulo apenas, o período de arranjo de mais de um vocábulo, o
período de produção de vários vocábulos combinados e o período de domínio da
linguagem pela criança surda.

3.
O período crítico para aquisição de linguagem segundo a teoria Gerativista se inicia
aos dois anos de idade e vai até a puberdade (aproximadamente 12 anos). Marque a
alternativa que complementa essa afirmação.
Você acertou!
C.
Na puberdade, seria o momento no qual a criança atingiria seu ápice, ou seja, a porta se
fecharia, tornando a aquisição de linguagem mais difícil, além de dificultar que a pessoa
atinja o nível linguístico de um nativo.
Esse período é considerado crítico, pois seria o momento de vida mais sensível para à
aquisição de linguagem pelo indivíduo. Período sensível é a definição adotada pela teoria
Conexionista. Ainda, é a teoria do Behaviorismo que defende o aprendizado vindo
unicamente de inputs exteriores, enquanto o Gerativismo acredita no desenvolvimento por
meio de ideias vindas de fora e de ideias inatas (pré-determinadas pelo sistema biológico).
Deve-se aproveitar ao máximo o período crítico, pois, nessa fase, o processo associativo
identificando regularidades e extraindo padrões probabilísticos é mais forte na criança do
que na fase da adolescência ou na fase adulta. Busque aproveitar o período crítico
visando ofertar à criança um grande número de estímulos de qualidade e no tempo certo,
e assim alcançar o sucesso no desafio de proporcionar a aquisição e desenvolvimento da
linguagem para a uma criança surda.

4.
A privação da língua pode ocasionar alguns sintomas clínicos na criança e,
posteriormente, no adulto que ela irá se tornar. Que tipo de sintomas seriam esses?
Resposta correta.
B.
Isolamento, depressão, distúrbio de personalidade e sensação de inadequação ao meio
social.
A privação linguística proporciona à criança uma experiência negativa, o que clinicamente
a leva a apresentar problemas de interação e convívio social. Lembre-se: a falta de
estímulos é uma característica ou sintoma social externo, e a pronúncia linguística ou a
dificuldade em usar os recursos linguísticos que a língua oferece é uma característica e
não um sintoma propriamente dito.

5.
No ensino e aprendizado do Português como L2 para crianças surdas, o que
podemos destacar como um conjunto de principais problemáticas?
Você acertou!
D.
Português escrito e língua de sinais são línguas de modalidades distintas, tornando o
ensino-aprendizado da escrita portuguesa com L2 um desafio, o qual poderia ser facilitado
se a criança surda aprendesse também a escrita de sinais para ser utilizada como suporte
ao aprendizado do português escrito com L2. Além disso, também temos a falta de
preparo dos professores e problemas na estratégia metodológica adotada pelas escolas.
Você deve assinalar a questão que demonstre um conjunto de principais problemas (mais
de um) no ensino e aprendizado do Português como L2 para crianças surdas. Contudo,
isso não significa que as outras problemáticas citadas de forma isolada não sejam fatores
a considerar. Perceba que a proposta que, segundo a LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE
2002. Art. 1º, a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela
associados são reconhecidos como meio legal de comunicação e expressão dos sujeitos
surdos. Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a
modalidade escrita da língua portuguesa. A escrita em língua portuguesa não pode deixar
de ser ensinada a crianças surdas (está na lei), entretanto nada impede que seja ensinado
também a escrita de sinais nas escolas, entretanto não é o que se percebe na prática,
onde as escolas não adaptam corretamente o currículo (inserindo o ensino da escrita de
sinais) e dificilmente cobram dos professores capacitações visando atender uma criança
surda com qualidade. Na opinião de Quadros, tratando-se do ensino da língua portuguesa
escrita para crianças surdas, considera que há dois recursos importantes a serem usados
em sala de aula: o relato de estórias e a produção de literatura infantil em sinais, o que
dará subsídios às crianças aprenderem a ler as palavras escritas na língua portuguesa
(QUADROS, 2006, p. 24).

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