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EXERCÍCIO

Modelo Teal pode ser a chave para acelerar as tomadas de decisão nas empresas
Por Redação Economia SP Em 17 de outubro de 2022 às 14:50
Por Matheus Bombig, co-fundador da Invenis.

Atualmente, é fato que um número crescente de empresas buscam revolucionar


os métodos de gestão para se tornarem mais competitivas. No entanto, as discussões
ficam mais enviesadas em aspectos ligados à Transformação Digital, práticas ESG e, no
fim das contas, pouco se fala sobre as mudanças estruturais que o mercado necessita
tomar em relação ao modelo tradicional de hierarquia. Estudo produzido em 2016 por
Gary Hamel e Michele Zanini, autores do livro “Humanocracia: Criando Organizações tão
incríveis quanto as pessoas que as formam”, aponta que a centralização de decisões traz
um prejuízo de US$ 3 trilhões ao ano somente às corporações dos EUA.
Esse número demonstra o profundo impacto que a burocracia pode trazer à
produtividade das organizações e na economia em si – isso sem contar que esse
montante deve ser ainda maior nos dias atuais. Em organizações com poucos
colaboradores, esse dano pode até ter um efeito menor, mas quando entramos na
esfera das estruturas piramidais das grandes empresas, eles tendem a se acentuar. As
poucas pessoas no topo, por mais inteligentes e competentes que possam ser, não
conseguem mais compreender e nem lidar com toda diversidade que envolve as
tomadas de decisões. E é nesse sentido que o modelo Teal pode ser uma solução para
desburocratizar e até revolucionar o mercado corporativo.
A modalidade possui como pilar central a gestão descentralizada, que,
diferentemente dos modelos tradicionais de tomada de decisão – top-down, consenso
e maioria -, traz um processo mais autônomo. Ou seja, o princípio é de que qualquer
pessoa pode tomar decisões, até mesmo em relação ao dinheiro gasto pela organização
com investimentos pontuais ou contratações. Porém, antes de qualquer ação, existe um
processo de aconselhamento, em que o colaborador colhe a opinião daqueles que serão
impactados pela decisão e de funcionários experientes que vivenciaram situações
parecidas.
Depois, o colaborador irá considerar todos os conselhos recebidos e, se julgar
que sua decisão realmente faz sentido, poderá levá-la adiante. Caso fique em dúvida,
ele pode reajustar o que decidiu e trazer novamente para sessões de aconselhamento
até que se sinta confortável em agir. No final, a decisão do aconselhado é soberana e
ninguém tem o poder de glosá-la. Dessa forma, toda estratégia é sempre influenciada
por uma inteligência coletiva. Ou seja, todos acabam levando os pareceres recebidos
muito a sério, pois do mesmo modo que um funcionário gostaria que o outro prezasse
pela sua opinião, ele também dará crédito a outras visões.
Nessa estrutura, o engajamento do time também é fortalecido. Isso ocorre
porque indivíduos que trabalham com um propósito e possuem liberdade e autonomia
para colocar em prática hipóteses e testes estão sempre mais motivados. Além disso,
existe uma parcela de colaboradores que prefere abrir mão de apenas reconhecimento
financeiro para ter a possibilidade de criar e inovar dentro da marca, fazendo parte da
sua construção e crescimento. Até por esse motivo, a atração de talentos também se
torna uma vantagem para as organizações que adotam o modelo Teal.
Já no que se refere ao atendimento ao cliente, a gestão ganha em velocidade e
resolução, afinal, quem está atendendo o consumidor tem liberdade para tomar
decisões no momento de sanar o problema, sem precisar ficar preso ao “sistema não
permite” ou “a diretoria não aprovou”. Quem está diariamente lidando com o público e
identificou oportunidades de melhorias, ajustes em produtos ou até um possível novo
serviço pode compartilhar a dor e montar um time para desenvolver a solução, sem
precisar subir a questão aos tomadores de decisão, passar pelo setor financeiro ou
demais burocracias.
Apesar de todos esses benefícios, vale destacar que não há uma receita de como
esse modelo deve ser implementado e gerido. Cada empresa deve fazer as adequações
necessárias de acordo com o seu contexto, valores e crenças. Sendo assim, algumas
podem optar em começar por algum departamento, enquanto outras podem preferir
implementar na companhia inteira. No entanto, o certo é que sempre será mais fácil
quando o interesse na mudança vem de cima para baixo, justamente por significar que
quem tem poder e centraliza as decisões já está disposto a seguir um novo caminho.
Em um país que herdou um forte corporativismo, como o Brasil, é importante
disseminar uma discussão como essa. Muitos CEOs e outros c-levels ainda estão
atolados de trabalho, o que se reverbera no processo de tomada de decisão. Hoje, o
tempo desses líderes é tão precioso que a camada gerencial abaixo passa dias ou
semanas preparando apresentações ou materiais para serem levados em reuniões que
geralmente duram poucos minutos. Portanto, imagine quantas decisões foram
tardiamente tomadas ou até mesmo não foram efetivadas por falta de espaço na agenda
dos executivos. Essa é uma estrutura que definitivamente precisa mudar se quisermos
expandir os nossos olhares para fora da gestão convencional. Só assim vamos começar
a transformar verdadeiramente a cultura interna das corporações.
Fonte:https://economiasp.com/2022/10/17/modelo-teal-pode-ser-a-chave-para-acelerar-as-tomadas-
de-decisao-nas-empresas/

1- Segundo o texto qual o modelo de gestão (centralizado ou descentralizado) é o


mais eficiente? Justifique.
2- Retire do texto pelo menos três vantagens do modelo descentralizado.
3- Em que caso o texto aponta que o modelo de gestão centralizado como causador
de menor impacto negativo? Por que isso acontece?
4- O texto aponta algumas considerações para que as empresas adotem o modelo
TEAL, descreva aqui pelo menos 3 delas.
5- Fale com suas palavras qual o risco de má implantação de um modelo de gestão
descentralizado como TEAL?
6- Leia o texto abaixo e responda à questão: Em uma organização não é fácil tomar
decisões e elas precisam ser tomadas sempre e da forma correta pois essa
decisão precisa ser tomada com cautela e conhecimento. Essas tomadas de
decisões podem ser classificadas como centralizada ou descentralizada. Analise
as questões abaixo e assinale a sequência correta: I. Centralização é um tipo de
tomada de decisão, é a maneira como ela está situada no sistema jurídico de
uma empresa II. Descentralização pressiona os níveis mais baixos da hierarquia,
a decisão deve ser tomada o mais longe possível de quem tem autoridade no
assunto abordado. III. São exemplos de fatores que influenciam a centralização
e a descentralização: a cultura da empresa, a tecnologia que é usada no dia-a-
dia e os recursos que são empregados na organização. IV. Quando a carga de
trabalho de alta administração está alta e, ou, muito complexa não é muito
comum que a descentralização aconteça. A sequência correta é:
A Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
B As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
C Apenas as assertivas I, II e IV estão incorretas.
D Somente a assertiva IV está correta.

7- Configura-se como desvantagem da centralização:


A criatividade na busca de soluções.
B agilidade na tomada de decisão.
C facilidade de controle.
D alta dependência da cúpula.
E facilidade de avaliar os gerentes.
8- Assinale a opção que apresenta o arranjo organizacional que tem como vantagem o
fato de as decisões serem tomadas mais rapidamente pelos próprios executores.
A diferenciação
B formalização
C integração
D centralização
E descentralização

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