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DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
TEORIA DO CONHECIMENTO
Sobre isso, a abordagem reducionista oferece uma solução pobre e inexata para o
problema da circularidade. Além de uma avaliação sobre o histórico de confiabilidade
do falante, além da avaliação de correlação entre o falante e o que é falado, é preciso
uma avaliação do modo como o falante se apresenta a explicitar seu conhecimento, se o
faz em uma aparência x, com uma pose y, se é notado um comportamento z. Esse
processo se mostra ineficaz, pois se alheia as diversas variáveis não epistêmicas que
interferem nessa avaliação da apresentação do falante, visto que há uma diversidade de
modos e formas de se pôr em uma sociedade, esta que ainda atribui valor a umas,
enquanto a outra não.
Contemporâneo a Hume, o filosófo Thomas Reid oferece uma nova visão acerca
da epistemologia testemunhal. Baseado no que acredita ser uma faculdade inata aos
seres humanos, o homem está disposto a acreditar no relato do outro, seguindo o
princípio da credulidade. Reid exemplifica esse princípio com a completa credulidade
que temos quando somos crianças, sempre inclinados a acreditar no que nos é falado.
Apesar de haver essa natureza, a justificativa para qual um testemunho pode ser
considerado falso ou incorreto está em uma razão sólida que leve a desconfiança.
Reid ainda fala sobre como somos propensos não só a acreditar, mas a
manifestar a verdade, seja de forma verbal ou não. Segundo Thomas Reid, mentir é algo
que vai contra a natureza humana e que corpo e mente tendem a verdade. É a partir
desses preceitos que se justifica o conhecimento por testemunho, pois confiar, assim
como contar a verdade, é um caminho natural a se seguir.