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Mantenedora
Faculdade Vitória em Cristo
Diretor Geral
Prof. Me. Isaías Luis Araújo Júnior
Vice-diretor-Geral
Prof. Me. Ronaldo de Jesus Alves
Diretor Financeiro
Oldair Leal Santos
Diretor Administrativo
Josué de Souza Sobrinho
Equipe Multidisciplinar
Bem-vindo mais uma vez! Sabemos que o estudo de uma disciplina de graduação
traz alguns afazeres, e estar preparado é fundamental para se chegar ao fim desta
jornada. Assim, antes de iniciarmos nossa disciplina, preparamos algumas dicas para
tornar seus estudos mais fáceis, práticos e agradáveis. Vamos lá?
Tenha Compromisso
O caminho para o sucesso da disciplina passa por você e por sua vontade e
determinação. Assuma um compromisso com você mesmo, seja constante e não
procrastine.
Seja você o agente do seu aprendizado, não fique esperando o professor/tutor,
ou algum colega te perguntar se fez ou não determinada tarefa, simplesmente faça!
Cada passo conta como uma vitória, o conhecimento adquirido é seu, somente
seu, e não esqueça que o nosso cérebro é o órgão do nosso corpo que, quanto mais
usamos, melhor fica!
Se organize, crie uma agenda própria para estudar, faça um compromisso com
você mesmo e evite ao máximo trocar seus estudos por outra atividade qualquer. O
maior beneficiado é você mesmo.
O ideal é estabelecer uma meta diária de horas de estudo e buscar todos os dias
atingir essa meta. Mas calma, se a semana ficou difícil e você não conseguiu, lembre
que pode reajustar a rota e recuperar o tempo perdido. Só não faça da exceção, a regra.
Se prepare
Se prepare! Encontre um lugar adequado, separe tudo o que vai precisar, não
deixe nada e nem ninguém te atrapalhar e lembre, a tranquilidade e o conforto contam
muito nessa hora.
Toda dúvida precisa ser sanada, não deixe de pedir auxílio, o professor/tutor está
habilitado para te ajudar e aliás, essa é a função dele.
Crie uma lista de dúvidas e prioridades, não deixe que acumulem e peça sempre
orientação logo que elas aparecerem.
Exercícios e Avaliações
1 11
Introdução à Ética 12
1.1 Ética e moral 12
1.1.1 A ética socrática 13
1.1.2 A Ética de Aristóteles 14
1.1.3 Diferença entre ética e moral 15
1.2 Os Valores Humanos 17
1.2.1 Exemplos de valores humanos 18
1.2.1 Os valores e a questão da alteridade 20
1.2.2 A alteridade e a empatia não são a mesma coisa? 21
1.3 A ética profissional 22
1.4 A integridade como eixo do procedimento ético 24
2 27
Responsabilidade Sócio-Ambiental 27
2.1 Organizações e comunidade 27
2.1.1 Comunidade 30
2.2 Empresas e responsabilidade social 30
2.2.1 A importância da Responsabilidade Social 32
2.2.2 Exemplos de ações de responsabilidade social 34
2.2.3 Responsabilidade socioambiental (RSA) 38
Unidade Revisional 1 40
Atividades de Aprendizagem 48
3 53
4 71
Unidade Revisional 2 83
Gabarito 93
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 94
Prezado aluno da FVC, tudo na Paz? Nesse semestre, vamos estudar alguns dos
fundamentos teóricos e conceituais dos Fenômenos sociais, políticos e culturais das
sociedades contemporâneas, como por exemplo o conceito de Ética, Moral e Valores
humanos. Pode acreditar que essa jornada será bem interessante. Você está preparado?
Então vamos nessa!
Em primeiro lugar, nesta Unidade 1, vamos tratar de assuntos como Ética e moral,
valores e a questão da alteridade e a questão da integridade como eixo do procedimento
ético.
Para falar a verdade, o conceito de Ética (do grego ethos, "costume", "hábito"
“disposição” ou "caráter") nosso primeiro objeto de estudo nesse período, embora
existente em todas as sociedades humanas, pode ser entendido como algo que todo
mundo sabe o que é, mas que encontra dificuldades para explicar, quando é perguntado.
Então, para que a gente possa compreender melhor esse conceito, antes mesmo
que a gente recorra à uma definição mais filosófica, vamos buscar uma explicação da
ética oriunda de Dicionários:
O conceituado Dicionário Aurélio, popularmente denominado Aurélio, assim a
define: “Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à
determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
Você sabia?
Em sua célebre obra Ética a Nicômaco, Aristóteles desenvolveu as bases para a compreensão da
ética enquanto área específica da Filosofia. O pensamento do filósofo sobre a finalidade da vida humana, a
prática das virtudes (a Prudência, a Fé, a Justiça, a Fortaleza, a Temperança, a Caridade e a Esperança) e
os vícios (e as coisas censuráveis que se lhe seguem tais como a Estultícia, a Ira, a Inveja, a Inconstância, a
Injustiça, a Infidelidade e o Desespero), é considerado um marco dos estudos da ética.
Agora, meus filhos, escutem o que eu digo, porque felizes são os que guardam os meus
caminhos. Sl 32.8
Fig. 2 https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/09/quem-escreveu-proverbios.html.
Acesso em 22.06.2022
Os valores funcionam como um guia para nossas vidas orientando-nos em toda a nossa
maneira de pensar e agir. Cada ser humano possui seus próprios valores, e eles representam, sobretudo,
aquilo em que cada um de nós acreditamos, sendo assim, imprescindíveis para o estabelecimento de nossas
relações sociais e profissionais e, não obstante, eles possam variar de pessoa para pessoa, existem aqueles
que devem fazer parte da mentalidade, serem compartilhados e praticados por todos, por isso eles são
denominados de valores humanos.
E a Ética Cristã?
Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2022-04/conselho-de-etica-da-camara-instaura-
processos-contra-seis-deputados# . Acesso em 22/06/2022
Você sabia?
Dentro da Sociologia, existe um ramo dedicado ao estudo e análise dos aspectos sociológicos que
influenciam o modo de funcionamento de empresas, fundações, órgãos públicos e outras atividades. É a
chamada Sociologia das Organizações, que teve início nos trabalhos do sociólogo Max Weber, que observou
paralelos entre a mecanização da indústria e a proliferação de formas burocráticas de organização. O trabalho
de Weber procurou compreender os fatores que influem no desenvolvimento das organizações, como também
entender sob um ponto de vista sociológico, os fenômenos que ocorrem dentro de seu dia-a-dia, em seu
ambiente interno.
De maneira bem simples, podemos dizer que a Responsabilidade Social é a maneira com a
qual uma empresa busca, de forma ética, criar e proporcionar melhor qualidade de vida para a sociedade,
contribuindo para o seu bem da sociedade através de ações voluntárias que visem trazer benefícios aos seus
públicos: interno (empregados, seus dependentes, sócios, acionistas, etc.) e externo (parceiros, fornecedores,
comunidade local, governos, mídia, etc.).
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Sendo assim, podemos entender que pensar e agir de forma ética, praticando o
bem e buscando o bem-estar comum e do próximo pode estar diretamente ligada a
uma ação, realizada por um indivíduo; mas quando esse tipo de ação, é realizado por
uma pessoa jurídica e tem como principal objetivo principal contribuir para uma
sociedade mais justa, ela pode ser denominada como uma ação de Responsabilidade
Social Empresarial ou simplesmente RSE.
Esse modo de encarar a responsabilidade Social faz com que as empresas
norteiem suas relações de forma ética na busca do atendimento das expectativas dos
seus consumidores, como também de toda a sociedade, incluindo aí todos os públicos
por ela impactados, os chamados stakeholders, dos quais falamos acima – cidadãos,
autoridades públicas, seus próprios colaboradores e investidores. Ou seja, são ações que
a empresa pode fazer para a sociedade ao pensar coletivamente para o bem de todos.
O cerne da questão da Responsabilidade Social não está atrelada simplesmente
ao cumprimento, por parte da empresa, de aspectos legais ou jurídicos. O que deve se
pensar é que se a empresa (ou pessoa) tem responsabilidade sobre alguma coisa, é
porque ela tem esfera de ação sobre ela e, portanto, poder para agir. Organizações com
forte apelo de RSE, tem em sua alma corporativa a ideia de atuar como agentes de
transformação de uma realidade, ou seja, como empresa cidadã, através de uma postura
de maior responsabilidade pelos impactos por elas gerados como também, incutir a
Pare e pense.
Pare e pense.
No Jardim do Éden, a noção de Responsabilidade Social não era uma
preocupação humana. Como a relação do homem com Deus ainda não havia
sido “quebrada” pelo pecado, o Jardim era um lugar de pureza, justiça e perfeição
e o trabalho não era algo penoso. Não havia nenhuma relação de corrupção,
escravidão, fome e nem desigualdade econômica. “E viu Deus tudo quanto tinha
feito, e eis que era muito bom;” Gn1.31
Não obstante, muitas dessas ações, terem sido realizadas de maneira anônima, o
que fez com que passassem despercebidas no dia a dia, podemos ter certeza de que, a
médio e longo prazo, elas certamente irão gerar resultados positivos e perceptíveis para
a população.
A admirável responsabilidade social das pessoas anônimas faz a
verdadeira, generosa e vital importância na vida dos abandonados,
desassistidos e desprotegidos desabrigados.
- di matioli
Fig. 4. A Casa de Maquir é uma casa de recuperação para dependentes químicos localizada em Campo
Grande (RJ) que desde sua fundação é apoiada pela AVEC.
2. Ações de voluntariado
Doação de tempos e talentos: essa pode ser a maneira pela qual as pessoas
podem se tornar socialmente responsáveis na realização de ações de voluntariado. As
ações podem variar desde a participação de uma campanha social, onde profissionais
podem ajudar alguém fornecendo atendimento gratuito a pessoas que precisam do seu
serviço, mas não possuem recursos para adquiri-lo, visitas à hospitais, asilos e centros
de recuperação de dependentes químicos, promoção de campanhas de conscientização
sobre prevenção de drogas, ou a consequências do aborto em escolas, organizações
sociais ou para outros públicos.
As Organizações também podem optar por doar para alguma organização social
ou ambiental, parte dos recursos adquiridos com a venda de seus produtos (ex,.O McDia
Feliz , do McDonalds, em que, no último sábado de agosto de cada ano a venda de seu
sanduíche “carro-chefe”, o Big Mac é destinada ao combate ao câncer infantil) ou até
mesmo toda a renda de um projeto (como por exemplo o SBT, com apoio de empresas
anunciantes, que através do Teleton, destina toda a verba do evento para a AACD). A
escolha dessas parcerias geralmente leva em conta a associação com causas que sejam
condizentes com seus valores e posicionamentos institucionais.
Você sabia?
É claro que sabemos que os homens não são salvos pelas boas obras, visto que
a salvação é somente pela graça de Deus que é o oposto de ser salvo pelos méritos
humanos. Porém, o cristão deve entender que ele é salvo para praticar boas obras e
assim, contribuir para o alcance da mensagem do Evangelho. A Graça de Deus nos faz
segui-lo, obedecê-lo e também praticar boas obras.
Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de
vocês, é dom de Deus;. não por obras, para que ninguém se glorie.
Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para
fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que
nós as praticássemos.
Efésios 2:8,9
Figura 7: O ato de votar também deve ser dirigido por princípios éticos
Muito embora, a questão do ser ético (ou ter “caráter”) esteja vinculada ao é agir
de acordo com a ética e com a moral, é importante diferenciar esses termos: podemos
dizer que a ética diz respeito ao comportamento individual e refletido de uma pessoa
com base em um código de conduta que deve ter aplicabilidade geral. Exemplo:
envolver-se em corrupção é um comportamento antiético em qualquer sociedade.
A moral, por outro lado, está relacionada com o conjunto de regras (valores
morais) aplicadas no cotidiano por cada cidadão, conforme seu próprio entendimento
sobre o que é bem ou mal, certo ou errado e que são impostos pela sociedade, como
não matar, mentir ou roubar, por exemplo.
Vamos dar um exemplo para clarear o assunto: imagine que um país islâmico,
uma mulher seja condenada à morte por apedrejamento, por cometer adultério (a gente
já viu isso na Bíblia, não? A morte por esse tipo de desvio, faz parte do arcabouço moral
daquela sociedade, contudo não é eticamente correto. Imagine se, em uma situação
hipotética, você se propõe (com o risco da própria vida é claro), a salvar essa mulher
Como veremos mais a frente, na Unidade 2, por mais que existam códigos de
conduta diferentes e práticas inseridas em contextos culturais e em determinados
códigos de conduta moral diferentes do que estamos acostumados, alguns elementos
devem ser sempre respeitados por alguém que pretenda agir eticamente, por se
sobreporem ao costumes morais, do contrário, podemos cair no chamado relativismo
cultural (ou moral), por aceitar qualquer prática, por mais que seja absurda, por entender
que ela faz parte da cultura daquele povo. Ex. Mutilação dos genitais de adolescentes
africanas.
Certamente você já entendeu que a prática da corrupção é uma forma de quebra dos
parâmetros de ação estabelecidos pela ética, contudo, se você acha que que somente
quem ocupa altos cargos políticos pode se tornar corrupto, você está redondamente
enganado.
Algumas situações cotidianas e corriqueiras podem ilustrar o que é agir de maneira
ética, sendo elas mais simples ou mais complexas. Exemplos:
Não obter benefício próprio por meio de ações incorretas como:
Furar uma fila no banco para ganhar mais tempo;
Não dar nota fiscal;
Não declarar Imposto de Renda;
Tentar subornar o guarda para evitar multas;
Falsificar carteirinha de estudante;
Dar ou aceitar troco errado;
Roubar assinatura de TV a cabo;
Comprar produtos falsificados;
No trabalho, bater ponto pelo colega, ;
Falsificar assinaturas, etc.
Se apropriar da propriedade alheia, independentemente do valor em questão;
Se utilizar de cargos públicos, políticos ou não, ou de cargos em empresas privadas
para obter vantagem pessoal ilícita;
Não respeitar a vida e a individualidade das pessoas.
Também aprendemos nessa Unidade 1 que a chamada Ética profissional nada mais
é que a junção de normas, valores e comportamentos pessoais, que está concentrada nos
padrões, regras e hierarquia e de conduta social aprovadas em convenções sociais no
campo das profissões.
É importante ressaltar que a ética profissional é uma das qualidades mais valiosas
do mercado, chegando a ser uma competência comparável a qualquer conhecimento
técnico. Possuí-la significa benefícios diretos para o desenvolvimento pessoal, profissional
e organizacional. Todo profissional deve agir eticamente, respeitando o seu campo de
trabalho, as normas de conduta da profissão, os colegas de trabalho e todas as pessoas
que estão à sua volta.
Em nossos estudos, demos como exemplo a situação de um médico, que jurou
respeitar os códigos de conduta estabelecidos dentro do campo da medicina, bem como
respeitar a vida e a individualidade dos seus pacientes.
Os valores humanos
Vimos nesta Unidade 1 que, os valores humanos são normas de conduta, princípios
que podem orientar e determinar decisões importantes nos comportamentos das pessoas
de modo a garantir que a convivência entre elas seja pacífica, honesta e justa. Os valores
são construídos socialmente e se constituem num importante elemento da formação da
consciência e da maneira de agir e se relacionar em uma sociedade.
E embora, cada indivíduo tenha os seus próprios valores, existem aqueles que
devem estar sempre presentes na mentalidade de todos, como honestidade, respeito,
responsabilidade, tolerância e humildade, que são os chamados valores humanos.
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Sugestão de Vídeo
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Definindo Conceitos
O capítulo 1 do livro de
Tiago, no vs.27 mostra
uma ética tanto pessoal
como social, como
quando nos encoraja a
“visitar os órfãos e as
viúvas nas suas
tribulações, e guardar-se
da corrupção do mundo”.
Deus não nos ordenou
multiplicar o pão. Isso é
tarefa dele. Ele mandou a
gente dividir. Pv 22.9
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Unidade 1
A. Aristóteles
B. Sócrates
C. Platão
D. Rousseau
3. Esta virtude está relacionada com o conjunto de regras aplicadas no cotidiano por
cada cidadão, conforme seu próprio entendimento sobre o que é bem ou mal, certo
ou errado e que são impostos pela sociedade, como não matar, mentir ou roubar.
Estamos falando:
A. Da Ética.
B. Da Integridade
D. Da Moral
4. Dentro dos princípios que guiam uma conduta ética, essa característica é sinônimo
de honestidade, retidão, imparcialidade. Estamos falando da?
A. Virtude
B. Moral
C. Integridade
D. Justiça
2. A maneira com a qual uma empresa busca, de forma ética, criar e proporcionar
melhor qualidade de vida para a sociedade, contribuindo para o seu bem da
sociedade através de ações voluntárias que visem trazer benefícios aos seus
públicos, é denominada de:
A. Responsabilidade Social
B. Responsabilidade Ambiental
C. Responsabilidade Fiscal
D. Responsabilidade Civil
Quando falamos de valores, o que vem à nossa cabeça? Ora, podemos dizer que,
inevitavelmente, o que vem à nossa mente é a ideia de bens, haveres ou riquezas. Um
valor é uma qualidade que confere às pessoas, coisas ou situações uma estimação. Na
verdade, essa ideia de posse, ou daquilo que não queremos abrir mão, encontra uma
forte correlação com o conceito de valores humanos. E esses valores humanos também
nos falam de pertença, daquilo que temos de mais precioso: eles são os princípios morais
e éticos que conduzem a vida de uma pessoa, e dos quais ela não está disposta a abrir
mão, por que fazem parte da formação da sua consciência, norteiam sua conduta e a
maneira de se relacionar em uma sociedade.
Quando falamos de valores humanos universais, a ideia se expande para o
entendimento do que está relacionado com aquilo que pertence ou que é relativo ao
universo, ou seja, comum a todos os indivíduos. Então, a concepção de valores humanos
(universais) é usada para mencionar as características morais que são inerentes a um
sujeito, como por exemplo, a responsabilidade, o respeito, a justiça, o amor, etc..
Assim sendo, podemos compreender a importância de grupos sociais como a
família (que é quem realmente deve educar) e a escola (atuando no reforço dos conceitos
aprendidos na educação familiar) na definição desses valores universais, haja visto que
o processo de socialização implica a interiorização desses conceitos (inculcar, palavra
bíblica) que não são afetados pelo passar do tempo, nas novas gerações por intermédio
de normas de comportamento implícitas, necessárias para uma vida harmoniosa e
pacífica dentro da sociedade.
Definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada na Assembleia Geral das
Nações Unidas (ONU) em 1948, os chamados Valores Universais buscam definir os pilares para a
convivência entre cidadãos de todo o mundo. Um mundo pós guerra, traumatizado e horrorizado pelo
segundo conflito mundial, em menos da metade de um século (I Guerra Mundial, 1914 -1917; II Guerra
Mundial, 1939 – 1945), buscava agora priorizar a garantia ao direito de igualdade e união entre os povos,
respeitando a pluralidade das culturas espalhadas pelo mundo. A Declaração dos Direitos Humanos em
sua elaboração, foi pensada para mostrar a cada ser humano, a melhor maneira de agir para conviver
igualitariamente com pessoas de culturas e tradições diferentes, ao entender a diferença entre o certo e
o errado.
● Respeito à vida;
● Rejeição à violência;
● Prática da generosidade;
● Ouvir para compreender;
● Preservação do planeta;
● Atitudes solidárias
Ainda, quando Ele mesmo fez a paz pelo sangue da sua cruz (Cl 1:20).
A Paz que vem de Deus traz consigo, uma mudança de atitudes, valores e
Pare e pense.
Fig.2. “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister
que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim”. Mt. 24. 6,7.
Extraído de: https://observatorio3setor.org.br/noticias/alem-da-guerra-na-ucrania-mundo-vive-28-
conflitos/ Acesso em: 06/07/2022
3.3.1 Transdisciplinaridade
O termo transdisciplinaridade foi cunhado inicialmente por Jean Piaget, um
biólogo, psicólogo e pensador suíço em 1970 num Seminário Internacional sobre Pluri e
Interdisciplinaridade, realizado na Universidade de Nice (França). Considerado um dos
mais importantes pensadores do século XX , Piaget defendeu a Transdisciplinaridade,
como um princípio teórico que busca uma intercomunicação entre as diversas disciplinas,
ao tratar efetivamente de um tema comum (transversal).
Segundo Piaget, a interdisciplinaridade, ao buscar a aproximação e diálogo entre
essas disciplinas, seria uma forma de se chegar à transdisciplinaridade. Na
interdisciplinaridade, as disciplinas continuam consideradas como estruturadas nas
esferas da disciplinaridade, isto é, dentro de um paradigma em que cada disciplina, é
isolada e abordada de modo fragmentado das demais, o que ocasionaria uma
fragmentação das mentalidades e precarização dos inter-relacionamentos que assim,
perderiam a riqueza oriunda dessas relações.
Na transdisciplinaridade, por sua vez, o que se pode alcançar é um estágio onde
não há mais fronteiras entre as disciplinas e, por conta disso, passa a se considerar como
válidas outras fontes e níveis de conhecimento advindos da exposição do indivíduo a
outras formas de aprender, em outros contextos (emoções, sentimentos, intuição,
autoconhecimento). Esse tipo de abordagem é interessante por que não permite um
aprendizado descontextualizado, simplificação, ou subestimação de culturas ou
realidades, o que acaba por motivar o respeito pelo que é diferente, resguardando suas
complexidades e riquezas.
Você Sabia?
O próprio Projeto Pedagógico do Curso de Teologia da FVC foi elaborado dentro de eixos
estruturantes, cujos elementos norteadores levam em consideração essa questão da transdisciplinaridade,
observada na construção de uma matriz curricular e da estrutura do curso, que propõe que as diversas
formas de conhecimento – sejam ou não acadêmicas – são importantes na formação do cidadão. E em
função disto, o conhecimento prévio do aluno deve ser valorizado, não só através da interdisciplinaridade,
O próprio MEC, através da elaboração de Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) busca orientar
as instituições de ensino para alguns princípios básicos da educação que através de concepções
pedagógicas que estimulem o pluralismo de ideias, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade.
Um paradigma pode ser definido como uma visão particular do mundo, uma
espécie de modelo mental composto por metodologias, teorias e experiências
empregadas para criar uma determinada realidade no pensamento dos seres humanos.
O termo foi popularizado por Thomas Kuhn (1922-1996), historiador e filósofo
norte-americano, conhecido pela sua contribuição para a mudança de orientação na
filosofia e sociologia da ciência na década de 1960 em seu livro, The Structure of
Scientific Revolutions (Estrutura das Revoluções Científicas, 1962). Nesta obra, Kuhn
sugere que paradigmas são como teorias gerais que guiam áreas específicas da ciência
normal e que as mudanças que ocorrem em suas ideias, não ocorrem só por causa de
novas descobertas, mas também ocorrem pela pelo surgimento de movimentos políticos
e sociais.
De acordo com Kuhn, a definição de paradigma é uma palavra que vem do grego
‘parádeigma’ e significa modelo, exemplo, plano de arquiteto, modelo de pintor ou de
Você sabia?
Fig.14 Fonte:
https://www.biografiasyvidas.com/biografia/k/kuhn.ht
m
Acesso em 06/07/2022
61 |Teologia, Sociedade e Valores Humanos - FVC
Nos últimos anos, a noção de paradigmas que moldam nossa visão de mundo
saiu do campo científico para se expandir para a discussão de aspectos da nossa vida
cotidiana, pois o termo se popularizou passando a se referir a coisas tão simples quanto
crenças, atitudes e gostos.
Na atualidade, nas mais variadas áreas de conhecimentos, podemos identificar a
existência de diversos paradigmas, até mesmo por que cada área possui suas bases
teóricas, conflitos, referências e pressupostos que incluem diferentes perspectivas. É
comum hoje que a agenda aparentemente legítima proposta para discussão traga alguns
temas que podem ser usados como “Cavalos de Tróia” para a destruição do Cristianismo,
como por exemplo a pauta da Sustentabilidade e da Religião Universal, dentre outros.
Nesse sentido, a “mudança de paradigma” pode realmente ser usada como um
“óculos” que se coloca para passar a ver as coisas de um modo diferente. Esse conceito
de “mudança de paradigmas” então passa a ser usado para fazer com que passemos a
acreditar que certas coisas são normais, como por exemplo aborto, que passa a se
chamar “Direito reprodutivo”, Linguagem neutra ou “não binária” e até mesmo a nefasta
“Ideologia de Gênero” que se propõe a destruir as bases do modelo judaico-cristão de
família.
Você sabia?
O Brasil tem normas jurídicas que visam punir a intolerância religiosa. No Brasil, a Lei nº 7.716, de 5
de janeiro de 1989, alterada pela Lei nº 9.459, de 15 de maio de 1997, considera crime a prática de
discriminação ou preconceito contra religiões.
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/papa-francisco-e-lideres-religiosos-assinam-acordo-
contra-escravidao.html Aceso em: 07/07/2022
No judaísmo , o Rabi Hillel, o ancião, conhecido líder religioso judeu, que viveu
durante o reinado de Herodes, o Grande e um dos grandes mestres do judaísmo,
escreveu: “Não faça ao seu vizinho o que você odeia”.
No islamismo encontramos assim escrito no Alcorão, o livro máximo dessa religião:
Nenhum de nós é crente até que deseje para seu irmão aquilo que deseja para si mesmo.
No budismo, religião cujos princípios baseiam-se nos ensinamentos de Siddhārtha
Gautama, conhecido como Buda, encontramos: ``Não atormentes o próximo com aquilo
que te aflige”. − Udānavarga 5:18
No confucionismo, corrente filosófica e ética baseada nos ensinamentos de Ch'iu
K'ung, ou Confúcio, encontramos o seguinte: Não façais aos outros aquilo que não
quereis que vos façam. − Analectos de Confúcio, 12.2 e 15.24.
É claro que sabemos que, duas ou mais religiões podem compartilhar pontos de
interseção em alguns de seus ritos, mandamentos e valores religiosos, porém o fato é
que, mesmo assim, elas permanecem fundamentalmente diferentes como sistemas de
crenças. Só a título de exemplo, o Cristianismo e o Islamismo acreditam na existência de
um único Deus – mesmo assim, essas religiões definem Deus de forma diferente, como
também sustentam diferenças irreconciliáveis em outras crenças.
Você sabia?
O fenômeno do Sincretismo religioso
O chamado sincretismo religioso está muito presente nas religiões afro-brasileiras. Ao chegar ao
Brasil, os escravos eram muitas das vezes, não somente obrigados a deixarem de praticar suas crenças,
como também eram praticamente obrigados a se converter ao catolicismo. Dessa maneira, para que eles
pudessem pôr em prática suas tradições e culto aos seus deuses, eles passaram a associar seus orixás, aos
santos católicos e assim, “driblar” essas proibições.
Entre as atividades que fazem parte do cotidiano dos índios, estão a caça, a pesca
e a coleta. Os indígenas também dão muita importância à agricultura, daí a manutenção
de grandes áreas de cultivo. É comum, em sua organização de tarefas, haver uma divisão
sexual do trabalho: geralmente as atividades de caça (antas, porcos-do-mato, capivaras
e tatus, aves e macacos são alvos de caça, seja por armadilhas, arco e flecha ou
zarabatanas) e pesca são realizadas pelos homens enquanto as mulheres realizam as
Os povos indígenas tem o seu próprio sistema de crenças, com seus rituais, seus
deuses e suas lendas, porém a figura do pajé (pai’é), em tupi-guarani ou xamã (líder
espiritual que estabelece a intermediação entre o mundo dos espíritos e o mundo
sobrenatural) é comum a todas as etnias e se constitui numa das principais características
das religiões dos povos indígenas. Em suas crenças, os índios acreditam em seres
sobrenaturais ou espíritos dos antepassados ou de animais.
Por serem essencialmente politeístas (isto é, não adoram a um único Deus), as
religiões dos povos indígenas do Brasil cultivam muitas entidades, variam em relação às
suas crenças e transmitem esses sistemas religiosos através da tradição oral, já que não
possuem o registro de suas doutrinas em livros sagrados, como a Bíblia, por exemplo.
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Pare e pense
A questão do infanticídio indígena
Uma das questões indígenas que tem provocado acalorados debates entre movimentos pró-vida,
políticos, indigenistas e “ativistas” da causa indígenas e é um assunto ainda considerado por muitos um tabu,
é o do infanticídio indígena. No Brasil, ainda é comum em algumas etnias a prática do chamado "infanticídio",
que consiste no homicídio ou abandono de crianças
O infanticídio indígena consiste na prática do homicídio (enterradas vivas ou tendo seu corpinho
queimado) ou abandono de crianças recém-nascidas na mata, em razão de serem deficientes físicas ou
mentais, gêmeas, filhas de mães solteiras ou simplesmente indesejadas.
A prática do infanticídio indígena que fere os direitos previstos na Constituição Federal, no ECA e nos
diversos acordos internacionais que se referem ao direito à vida ainda é comum em cerca de 18 etnias
brasileiras.
O artigo 227 da Constituição dispõe ser:
“dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, a saúde, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
Figura 11: A cultura eugênica de alguns indígenas não admite seres nascidos “imperfeitos”, indicando o
“sacrifício”.
Fonte: https://www.ambientelegal.com.br/neo-nazismo-politicamente-correto-infanticidio-agora-e-direito-
indigena/ Acesso em 13/07/2022
O ponto de tensão que vem despertando o interesse público sobre o tema é a contraposição do direito
à vida, garantido constitucionalmente no Brasil e por tratados internacionais dos quais é signatário, e o direito
à preservação dos costumes pelos povos indígenas, também garantido pela Constituição Brasileira e
internacionalmente.
O conflito estabelecido é: o que prevalece é o direito individual à vida ou o direito comunitário dos
indígenas de manterem seus costumes? Essa discussão é somente uma questão de alteridade? Se a cultura
é relativa, o que é visto como um crime e um atentado à vida para os brasileiros, pode ser aceito pelos índios?
Você concorda com esse ponto de vista?
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Figura 12:
Extraído de: https://br.pinterest.com/pin/667025394805471947/ Acesso em julho de 2022
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Transdisciplinaridade e Paradigmas
Nos assuntos discutidos nessa Unidade, podemos discutir a questão da
transdisciplinaridade, mostrando como ela pode ajudar na construção de uma relação
entre as demais disciplinas (Ciências Sociais, Psicologia, Língua Portuguesa, etc.) mais
compartimentalizadas, a partir de uma mesma problemática, iniciativa ou tema.
Outrossim, o conceito de Paradigmas pode ser entendido como uma espécie de
óculos, uma lente que ajuda a enxergar uma determinada realidade e que através dela,
a pessoa “corrige” uma determinada deficiência e passa a enxergar (dentro da sua
perspectiva) o mundo de uma melhor maneira (pelo menos, é o que se pensa). Assim
como as pessoas se acostumam a usar os óculos, pois entendem que sem o auxílio dele
a imagem pode ficar “distorcida” ou embaçada.
Figura 14: Em Atenas, capital cultural do planeta, Paulo nos brinda com um relato impressionante sobre Deus
e nos dá uma verdadeira aula de estratégia evangelística.
Extraído de:
https://conexaogeral2015.blogspot.com/2016/04/paulo-e-o-impressionante-episodio-do.html
Acesso em: julho de 2022
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Vimos nessa unidade que a cultura é a identidade de um grupo, que o torna
singular no mundo em que habita. Como o planeta em que vivemos tem muitos povos,
todos com seus costumes e tradições, podemos dizer que convivemos rotineiramente
com a diversidade cultural.
Também falamos sobre as leis que tornaram obrigatório o ensino da História e
Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas universidades, ressaltando o seu importante papel
na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social,
econômica e política, destacando as contribuições significativas que esses povos,
juntamente com os europeus, trouxeram à cultura brasileira.
Unidade 3
1. A este pensador é atribuída a criação dessa palavra nas suas pesquisas sobre
epistemologia. Sua obra se tornou um marco teórico para todas as posteriores
pesquisas acerca da produção de conhecimento científico. Estamos falando de:
A. Thomas Moore
B. Thomas Hoobes
C. Thomas Khun
D. Tomás de Aquino
2. “Pode ser definido como uma visão particular do mundo, uma espécie de
modelo mental composto por metodologias, teorias e experiências empregadas para
criar uma determinada realidade no pensamento dos seres humanos”. Este conceito
é denominado de:
A. Referência
B. Paradigma
C. Alteridade
D. Estrutura
4. Assinale a alternativa que mostra de maneira correta, três dos seis pontos
defendidos pela Unesco no “Manifesto por uma Cultura de Paz e Não Violência”.
A. Sincretismo religioso
B. Animismo religioso
C. Fetichismo religioso
D. Pluralismo religioso
A. FUNAI
B. FUNASA
C. SENAI
D. IBAMA
4. Assinale a alternativa correta: Muitos dos africanos que foram trazidos como
escravos para o Brasil vieram dos grupos étnicos
A. Bantos e Sudaneses
B. Bantos e Senegaleses
C. Mantos e Sudaneses
D. Bantos e Suarentos
Unidade Revisional 1
Unidade 1
1. a)
2. c)
3. d)
4. c)
Unidade 2
1. b)
2. a)
3. a)
4. d)
Unidade Revisional 2
Unidade 3
1. c)
2. b)
3. a)
4. d)
Unidade 4
1. a)
2. a)
3. b)
4. a)
DORNAS, Lécio. Interpretação da Bíblia para o homem de hoje. In: ZIMMER, Rudi
(org.). Manual do Seminário de Ciências Bíblicas. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil,
2008. Disponível em: https://ler.amazon.com.br/?asin=B013EK39XM Acesso em: 31 jan.
2022.
GERONE JUNIOR, Acyr de. Teologia das cidades. Curitiba: Intersaberes, 2015.
GERONE JUNIOR, Acyr de. Uma história da difusão das Escrituras Sagradas: a
atuação das Sociedades Bíblicas no Brasil. Rio de Janeiro, 2017. 400p. Tese de Doutorado
– Departamento de Teologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível
em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/35956/35956.PDF Acesso em: 2 fev. 2022.
SANTOS, Pedro Paulo Alves dos. Breve percurso histórico da Hermenêutica Bíblica.
Atualidade Teológica, ano XII nº 28, p. 29-45, janeiro/abril 2008. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/18378/18378.PDF Acesso em: 26 jan. 2022.