Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação
Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica
Assistentes
Carla Lopes
Fabiano Farias de Souza
Roberto Farias
Texto e conteúdo
Prof. Alexandre Botelho José
CIEP 394 Cândido Augusto Ribeiro Neto
Prof. Vitor Dantas de Moraes
C.E. Irineu José Ferreira
Profª. Joana da Costa Macedo
C.E. Professora Luiza Marinho
Capa
Luciano Cunha
Revisão de texto
Este documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à
experiência autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma
orientação de estudos.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 6
2. AULA 1: Hora do vídeo! .................................................................................... 7
3. AULA 2: Valores, Moral e Ética? ...................................................................... 7
3.1. Como construímos os nossos valores? ..................................................... 8
3.2. Qual a diferença entre Moral e Ética? ..................................................... 11
4. AULA 3: #Papo de Filósofo: José Ortega y Gasset ........................................ 13
4.1. Política e ética ......................................................................................... 13
4.2. Vamos refletir: ......................................................................................... 14
5. AULA 4: Os impactos da tecnologia ............................................................... 15
5.1. As tecnologias na educação .................................................................... 15
5.2. Inclusão, informação e tecnologia ........................................................... 16
5.3. O que pensar sobre o sujeito nos dias atuais? ........................................ 17
6. AULA 5: O “Enem” sabia disso? ..................................................................... 19
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 21
7.1. Leitura Sugerida: ..................................................................................... 22
8. RESUMO ........................................................................................................ 22
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 23
DISCIPLINA: Filosofia.
META:
Apresentar algumas questões trazidas pelo desenvolvimento tecnológico e
identificar alguns dilemas éticos surgidos por conta do mundo digital.
OBJETIVOS:
Ao final destas Orientações de Estudos, você deverá ser capaz de:
5
1. INTRODUÇÃO
Caros alunos,
Vocês já se perguntaram como nossas vidas mudam e são impactadas
pelas tecnologias? Muitas vezes é difícil ter a real noção desse impacto, não é
mesmo?
Nesta Orientação de Estudos (OE), nós vamos problematizar e
compreender como o desenvolvimento da tecnologia e a sua consequente
introdução em nossas vidas, mudaram nossa forma de viver e ver o mundo. Até a
forma que nos relacionamos foram afetadas. Justamente por causa desses
relacionamentos que acabamos por repensar as nossas próprias atitudes e atos
morais.
E esses atos são fundamentais para nossa vida em sociedade e para o
modo como nos orientamos como indivíduos. A autonomia do sujeito moral é
fundamental para que vocês comecem a pensar a partir dos seus próprios
parâmetros. Tenha em mente que a busca pela felicidade é uma preocupação
primordial nas relações humanas e, por isso, a moralidade, a justiça e outros
conceitos fazem parte do nosso cotidiano.
Dessa forma, sempre que isso ocorre estamos diante de uma decisão
que envolve julgamento moral e temos que decidir com base no que
consideramos bom, justo ou moralmente correto. Com certeza você já deve ter
ouvido as palavras “ética” e “moral”, mas será que elas têm o mesmo significado?
Vamos tentar desvendar essa dúvida?
Bons estudos!
6
2. AULA 1: Hora do vídeo!
Acesse:
https://youtu.be/T0ZdMP3DVos
Agora nesse próximo vídeo, o prof. Silvio Meira e a Prof.ª Viviane Mosé
discutem o impacto das tecnologias nas nossas vidas cotidianas. Essa reflexão
está inserida em um contexto no qual o desenvolvimento da tecnologia fez com
que celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos passassem a fazer
parte das nossas vidas. Nesse sentido, precisamos encarar outra realidade, a
virtual, que promove outro tipo de relacionamento entre as pessoas, além do
instantâneo nas nossas vidas.
Vamos assistir?
Acesse:
https://youtu.be/tpHnyGEqHMw
Caro aluno,
Como dissemos, os seres humanos agem conscientemente e cada um
de nós é responsável pela sua própria vida e, consequentemente, pelas decisões
que toma. Mas, como decidimos o que fazer? Você já pensou como tomar as
decisões sobre o que fazer em determinada situação? Você age impulsivamente,
7
fazendo “o que der na telha” ou analisa cuidadosamente as possibilidades e as
consequências, para somente depois decidir o que fazer?
Essas são questões filosóficas e a Filosofia pode nos ajudar a pensar
sobre a nossa própria vida por meio dessa área que se chama Ética, é ela que se
dedica a pensar as ações humanas, os seus fundamentos e faz uma análise das
consequências. Um dos primeiros filósofos a pensar a Ética foi nosso amigo
Aristóteles, que viveu na Grécia no século IV a.C.; ele ensinava numa escola à
qual deu o nome de Liceu e muitas de suas obras são resultado das anotações
que os discípulos faziam de suas aulas. As explicações sobre a Ética foram
anotadas pelo filho de Aristóteles chamado Nicômaco, por isso esse livro é
conhecido por nós com o título de Ética a Nicômaco.
Em suas aulas, Aristóteles fez uma análise do agir humano que marcou
decisivamente o modo de pensar ocidental, ele ensinava que todo o
conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, o bem é a finalidade de toda
ação, a busca do bem é o diferente, é o que difere a ação humana da de todos os
outros animais. E você, tem buscado o “bem” como finalidade de toda ação?
Cabe ainda destacar, que para Aristóteles esse “bem” seria o mais
precioso e é a maior busca do ser humano, ou seja, a “felicidade”. Mas, o que é
felicidade? Essa pergunta não é respondida igualmente por todos, pois cada um
de nós responde de uma forma diferente, de forma singular. Essa singularidade
na resposta é partilhada por outros indivíduos com os quais convivemos,
portanto, no processo de nossa educação familiar, religiosa e escolar
aprendemos a identificar o ser feliz com os valores que sustentam nossas ações.
Para entendermos melhor como essas questões funcionam em nossas
vidas precisamos compreender como construímos os nossos valores, o que é
Ética e como a moral atua em nossas vidas.
8
aceitas pelo meio social. Consegue perceber que já recebemos tudo isso “pronto”
e que só mais tarde vamos (re)construindo esses valores? Este é chamado
aspecto social da moral.
Mas, a moral não se limita ao aspecto social, pois à medida que o
indivíduo desenvolve a reflexão crítica, a Filosofia, os valores herdados passam a
ser colocados em questão. Você mesmo pode perceber que de muitas das coisas
que lhe ensinaram, hoje você já adquiriu outro olhar. A Filosofia ajuda na reflexão
sobre as normas e decide aceitá-las ou negá-las, a decisão de acatar uma norma
é fruto de uma reflexão pessoal consciente que podemos chamar de
“interiorização”. Essa interiorização da norma é que qualifica o ato como moral.
Caso não seja interiorizado, o ato não é considerado moral, é apenas um
comportamento determinado pelos instintos, pelos hábitos ou pelos costumes.
Temos que entender que a maneira como a consciência individual vai
reagir diante das normas depende de muitos fatores, alguns são pessoais
(formação familiar, caráter, temperamento), mas outros são oriundos de
instituições sociais (regime político, organização social, instituição religiosa,
sistema econômico, instituições culturais, meios de comunicação em massa) que
podem criar possibilidades ou impor obstáculos à criticidade e também à
construção da moral.
Vamos pegar um exemplo corriqueiro para entendermos como o conceito
de interiorização funciona. Imagine um condutor de um veículo, em uma via
urbana, ao parar antes da faixa de segurança de maneira espontânea e permitir
que os pedestres atravessem a rua, ele estará respeitando as pessoas e o
Código de Trânsito Brasileiro, sendo, portanto, um comportamento moralmente
correto. Entretanto, se ele parar o
veículo pelo simples fato de ter
receio em receber uma multa, seu
comportamento se limita a um ato
mecânico e sem reflexão crítica, ou
seja, ele apenas fez pelo
cumprimento da lei. Na charge do
Arionauro vemos o cúmulo da falta
de interiorização, em que, além de
9
parar na faixa de pedestre, em frente a uma escola, o motorista ainda estava
utilizando o celular. Por isso, multa nele, seu guarda! Conseguiram compreender
a diferença?
Para entender melhor, quando falamos de moral temos que ter em mente
que a pessoa sabe aquilo que precisa ser feito, pois após o processo de
interiorização, a atitude moralmente correta acontece de forma natural,
independentemente das vantagens ou prejuízos que possa vir a acontecer, mas
não confunda ato moral com um ato acima de contestações. Isso porque quando
você pratica um ato moral, também está sujeito a sofrer consequências negativas,
pois o que é moral para uns pode ser amoral ou imoral para outros, ou seja, um
sujeito amoral é aquele que desconsidera ou não se importa com as regras ou
normas morais, já o sujeito imoral é aquele que conhece as regras ou normas, mas
é completamente contra elas.
Vejamos algumas questões que norteiam o vasto campo da moral, estas
são as perguntas fundamentais que nos ajudam a refletir e a interiorizar:
● O que devo fazer para ser justo?
● Quais valores devo escolher para guiar minha vida?
● Há uma hierarquia de valores que deve ser seguida?
● Que tipo de ser humano devo ser nas minhas relações comigo
mesmo, com meus semelhantes e com a natureza?
● Que tipos de atitudes devo praticar como pessoa e cidadão?
Valor (lat. valor) Literalmente, em seu sentido original, "valor" significa coragem,
bravura, o caráter do homem, daí por extensão significar aquilo que dá a algo um caráter
positivo.
Do ponto de vista ético, os valores são os fundamentos da moral, das normas e regras
que prescrevem a conduta correta. No entanto, a própria definição desses valores varia
em diferentes doutrinas filosóficas. Para algumas concepções, é um valor tudo aquilo que
traz a felicidade do homem. Mas trata-se igualmente de uma noção difícil de se
caracterizar e sujeita a divergências quanto à sua definição. Alguns filósofos consideram
também que os valores se caracterizam por relação aos fins que se pretendem obter, a
partir dos quais algo se define como bom ou mau. Outros defendem a ideia de que algo é
um valor em si mesmo. Discute-se, assim, se os valores podem ser definidos intrínseca
ou extrinsecamente. Há ainda várias outras questões envolvidas na discussão filosófica
sobre os valores, p. ex., se os valores são relativos ou absolutos, se são inerentes à
natureza humana ou se são adquiridos etc.
JAPIASSÚ, H. Dicionário Básico de Filosofia. 5 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
10
3.2. Qual a diferença entre Moral e Ética?
A palavra moral deriva das palavras, em latim, moralis e mor que
significam “costume” e como você pode perceber, nossa vida é orientada por
diversos costumes. Temos costumes que regulam praticamente tudo em nossas
vidas, as roupas que vestimos (se vamos a uma igreja, por exemplo, os nossos
costumes sociais não nos permitem usar sunga de banho), as palavras que
usamos em diversas ocasiões (se estamos conversando com um amigo, não o
chamamos de “meritíssimo” ou “meu senhor”), os nossos gestos (muitas pessoas
fazem o sinal da cruz quando passam em frente de uma igreja), até nas redes
sociais temos nossos costumes e para isso criou-se até uma “netiqueta”, que são
as regras de comportamento quando estamos no mundo virtual, além de muitos
outros comportamentos que usamos no dia a dia.
Mas, para você entender melhor a
moral se refere a outro tipo de costume,
trata-se de costume que diz respeito aos
valores que já comentamos e que estão
ligados ao sentido de bem e mal. Esses
valores fundamentais estruturam outros,
como: justo / injusto, certo / errado, digno /
Fonte: https://medium.com/@lucasdemelo274/ética-no-dia-
a-dia-das-relações-pessoais-e-profissionais-8babeb86598e
indigno, dentre outros. Costumes morais
são aqueles que se relacionam com os modelos de bem e mal da nossa
sociedade, ou seja, estão ligados também ao tempo, ao momento, à cultura, a
uma época etc., por isso, todos os dias emitimos julgamentos morais em relação
aos nossos comportamentos e aos comportamentos dos outros, a partir do nosso
ponto de vista, daquilo em que acreditamos. Em outras palavras, estamos
sempre avaliando os nossos atos e os atos dos outros segundo os valores de
bem e mal da nossa sociedade e de nosso meio. Cabe aqui destacar, que nem
sempre nós concordamos com os padrões morais da nossa sociedade, em
alguns casos, nem devemos mesmo, pois a crítica deve fazer parte da nossa
vida. Por isso, nós confrontamos e criamos valores morais diferentes dos nossos
e dos outros e isso mostra que a moral está presente em dois setores da vida
humana: no âmbito individual e pessoal, e no âmbito social, isto é, na sociedade.
Mais que isso, pode-se dizer que há uma moral individual e uma moral social.
11
Mas, como podemos refletir sobre a moral e termos a certeza de que
tomamos as decisões mais acertadas? Apesar de todos os indivíduos agirem
moralmente, alguns refletem filosoficamente sobre a moral e outros não, assim
como os amorais e os imorais, que já vimos. Mas, por que alguns
comportamentos são considerados morais e outros não? Quando é que nós
podemos dizer que alguém está sendo imoral? E, se nos forçarem a fazer algo
que não queremos, estamos agindo moralmente? Quais os valores morais de
uma sociedade podem ser preservados e quais devem ser mudados? Quando a
Filosofia estuda a moral é que surge a Ética. Vamos deixar uma coisa clara:
Ética não é a mesma coisa que a moral. Ética é a reflexão filosófica sobre a
moral humana, ela reflete sobre os conceitos de bem e mal, sobre as condições
que fazem com que um ato possa ser considerado moral e propõe criticamente
normas morais. Como os valores morais são históricos (eles mudam com a
história das sociedades), a Ética é também histórica. A Filosofia refletiu de
diversas formas a experiência moral do homem ocidental, por isso existem
diversas éticas ao longo da história. Por esse motivo, o objetivo da Ética é
entender os conflitos existentes entre as pessoas, buscando suas razões como
resultado direto de suas crenças e valores e, com base nisso, estabelecer tipos
de comportamentos que permitam a convivência em sociedade.
# Curiosidade Filosófica:
Como um ramo da Filosofia, a Ética a influenciou e foi por ela influenciada.
12
4. AULA 3: #Papo de Filósofo: José Ortega y Gasset
O pesar inevitável desta análise ficaria compensado se nos permitisse falar com
clareza de uma escala de distâncias espirituais entre a realidade e nós. Nessa escala os
graus de proximidade equivalem a graus de participação sentimental nos
acontecimentos; os graus de distanciamento, pelo contrário, significam graus de
libertação em que objetivamos o acontecimento real, transformando-o em puro tema de
contemplação. Situados num dos extremos, nos encontramos com um aspecto do
mundo - pessoas, coisas, situações - que é a realidade "vivida"; do outro extremo, em
contrapartida, vemos tudo em seu aspecto de realidade "contemplada". Ao chegarmos
aqui, temos que fazer uma advertência essencial para a estética, sem a qual não é fácil
penetrar na fisiologia da arte, tanto a velha como a nova.
Entre esses diversos aspectos da realidade que correspondem aos vários
pontos de vista, há um do qual derivam todos os demais e que em todos os outros está
suposto: da realidade vivida. Se não houvesse alguém que vivesse em pura entrega e
frenesi a agonia de um homem, o médico não se preocuparia com ela, os leitores não
entenderiam os gestos patéticos do jornalista que descreve o fato e o quadro no qual o
pintor representa um homem no leito rodeado de figuras condoídas nos seria ininteligível.
O mesmo poderíamos dizer de qualquer outro objeto, seja pessoa ou coisa. A forma
primitiva de uma maçã é a que esta possui quando nos dispomos a comê-la. Em todas
as demais formas possíveis que adote - por exemplo, a que um artista de 1600 lhe deu,
combinando-a em um barroco ornamento, a que apresenta uma adega de Cézanne ou
na metáfora elementar que faz dela um pomo de mulher - conserva mais ou menos
aquele aspecto original. Um quadro, uma poesia onde não restasse nada das formas
vividas seriam ininteligíveis, ou seja, não seriam nada, como nada seria um discurso
onde de cada palavra se tivesse extirpado a significação habitual.
13
Quer dizer que na escala das realidades corresponde à realidade vivida uma
peculiar primazia que nos obriga a considerá-la como “a” realidade por excelência, em
vez de realidade vivida, poderíamos dizer realidade humana. O pintor que presencia
impassível a cena da agonia parece “inumano”. Digamos, pois, que o ponto de vista
humano é aquele em que “vivemos” as situações, as pessoas, as coisas, e vice-versa,
são humanas todas as realidades - mulher, paisagem, peripécias - quando oferecem o
aspecto sob o qual costumam ser vividas.
Um exemplo, cuja importância observa o leitor mais adiante: entre as realidades
que integram o mundo se acham as nossas ideias, utilizamo-las “humanamente” quando
com elas pensamos as coisas, ou seja, que ao pensar em Napoleão, o normal é que
consideremos exclusivamente o grande homem assim chamado. Ao contrário, o
psicólogo, adotando um ponto de vista anormal, “inumano”, desconsidera Napoleão e,
vendo seu próprio interesse, procura analisar sua ideia de Napoleão como tal ideia.
Trata-se, pois, de uma perspectiva oposta à que usamos na vida espontânea. Em vez de
ser a ideia instrumento com que pensamos um objeto, fazemos dela objeto e termo do
nosso pensamento, logo, veremos o uso inesperado que a nova arte faz dessa inversão
inumana.
ORTEGA Y GASSET, J. A desumanização da arte. São Paulo: Ed. Cortez, 2001.
Fonte: https://domtotal.com/charge.php?chaId=2410
14
5. AULA 4: Os impactos da tecnologia
Fonte: http://webquestfacil.com.br/webquest.php?pg=tarefa&wq=11534
15
Isso dá margem para pensar a cidade como um produto social dos atores
nela envolvidos, posto que as tecnologias e o computador representam uma nova
concepção sobre as práticas sociais. Ao perceber o computador como um espaço
de representação no qual a prática espacial se funde com a prática da vivência,
este se torna um prolongamento de uma trajetória – trajetória da totalidade do
espaço social da humanidade.
Sendo assim, um dos caminhos a ser seguido é a inclusão dos cidadãos
uma vez que ela pode levar à igualdade de oportunidades. Como a tecnologia na
nossa sociedade atual já é considerada um elemento dado e fundamental, essa
inclusão deve se dar por meio dela. Assim, a tecnologia seria uma forma de
libertação dos meios alienantes e instrumentalizados que impediria que o
indivíduo tivesse uma visão crítica dos acontecimentos, ela seria um instrumento
de formação da capacidade intelectual e de racionalidade não-instrumental do
indivíduo. Dessa forma, a automatização da educação pode propiciar essa
formação crítica do sujeito.
Entretanto, vale argumentar que construir uma igualdade de condições,
ou seja, ter os mesmos meios e os mesmos recursos, não faz com que
necessariamente os resultados também sejam os mesmos. Nesse sentido, é
interessante a inclusão das tecnologias na educação, pois o que acontece é um
processo dual, ou seja, a inclusão deve ser feita dos cidadãos em interação com
a tecnologia (inclusão digital) e a inclusão da tecnologia na vida cotidiana dos
cidadãos.
16
que quem não está, está à margem desse sistema. Portanto, surge um novo
estado de desigualdade, no caso, desigualdade digital.
Segundo, o mundo tecnológico é bastante abrangente e isso permite que
uma infinidade de informações circulem pelo espaço cibernético. Infelizmente,
não se pode controlar como todas as pessoas irão utilizar a internet, de forma
correta ou não e quando isso acontece espalha-se a desinformação, as
chamadas fake news (falsas notícias) são representantes desse cenário.
A tecnologia seria uma ferramenta para o exercício da democracia, em
seu sentido mais amplo, uma vez que permitiria a todos os cidadãos ter acesso à
informação, e diminuiria a desigualdade digital suscitada por esse novo contexto.
A igualdade de informação favoreceria o desenvolvimento humano,
compreendendo o econômico, o social, o cultural e o político, já que seria um dos
elementos primordiais para, por exemplo, a empregabilidade futura, divulgação
de qualquer tipo, busca por informações diversas, bem como permitir que se
constitua uma condição na qual os cidadãos possam ter a mesma oportunidade
de acesso a esses mesmos conhecimentos.
Além disso, o uso das tecnologias precisa ser pautado em um
comportamento ético no qual a responsabilidade cívica e o interesse público
imperem. Assim, as tecnologias podem ser utilizadas a favor de produção de
novos saberes, e saberes que beneficiem a construção de uma sociedade
melhor. Da mesma forma, a utilização da tecnologia eticamente orientada permite
que os indivíduos se preocupem com o bem viver em coletividade.
17
Além disso, a complexidade das relações sociais
que se formam em torno de determinados valores de
status, como por exemplo, a reputação, o dinheiro e o
desenvolvimento dessa sociedade deu origem aos tipos
de relações sociais que conhecemos hoje. Dentro desse
contexto, o conceito de “fluidez” de Zygmunt Bauman
(1925-2017) se torna bastante premente, na “sociedade
líquida” impera relações sociais mais superficiais e
efêmeras. ZYGMUNT-BAUMAN
Fonte:
https://epoca.globo.com/ideias/notic
Em um mundo globalizado, no qual as relações ia/2014/02/bzygmunt-baumanb-
vivemos-o-fim-do-futuro.html
entre tempo e espaço mudaram radicalmente, as formas
de relacionamentos também passaram por mudanças, portanto essas relações
não são sólidas nem duradouras, elas acontecem conforme o interesse e a
necessidade do momento - é como se tentasse, analogicamente, pegar com a
mão uma ducha de água e esta escorregasse por entre os dedos.
Fonte: https://rafadivino.wordpress.com/2010/12/01/tudo-que-e-solido-desmancha-no-ar/
18
estudamos a parte política e a sociedade democrática, pretendemos enfatizar
que há necessidade de pensarmos e agirmos em prol do bem da sociedade
como um todo e nos engajarmos em atitudes que sejam éticas.
De fato, o conceito de sujeito se transformou ao longo do tempo, pois,
incluiu os novos valores sociais e morais que foram surgindo ao longo do tempo,
bem como foi se adaptando a novos formatos de relações sociais guiadas,
principalmente, pelas novas tecnologias e pelas redes sociais.
#Parasabermais:
https://www.infoescola.com/informatica/tecnologia-da-
informacao-e-comunicacao/
1. ENEM 2019
A importância do conhecimento está em seu uso, em nosso domínio ativo sobre ele,
quero dizer, reside na sabedoria. É convencional falar em mero conhecimento, separado
da sabedoria, como capaz de incutir uma dignidade peculiar a seu possuidor. Não
compartilho dessa reverência pelo conhecimento como tal. Tudo depende de quem
possui o conhecimento e do uso que faz dele.
WHITHEHEAD, A. N. Os fins da educação e outros ensaios. São Paulo: Edusp, 1969.
2. ENEM 2013
Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como
19
expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa,
convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e
impulsionado pelo iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero
imperialismo humano, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida,
física e culturalmente”.
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico três enfoques. Scientiae Studia. São
Paulo, v. 2, n. 4. 2004 (adaptado).
3. (Enem/2010)
A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser
constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação interpessoal e
social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável
por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A
relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania
dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos
valores sociais para organizar também uma nova prática política.
CORDI et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
4. ENEM 2018
Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que
sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma
20
sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem mais
afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
a) convicção inata.
b) dimensão apriorística.
c) elaboração do intelecto.
d) percepção dos sentidos.
e) realidade transcendental.
Fonte: https://www.qconcursos.com/
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
21
7.1. Leitura Sugerida:
- Consumidores e Cidadãos
Autor: Nestor Garcia Canclini. Editora: UFRJ.
Resumo: O livro do autor Nestor Canclini apresenta uma
reflexão aprofundada sobre o desenvolvimento do mundo
contemporâneo no que diz respeito ao contexto de surgimento
da tecnologia. O autor reflete sobre como as relações sociais
mudam com as novas tecnologias, transformando, sobretudo, a perspectiva na
qual os indivíduos se inserem no mundo e são por ele interpretados.
8. RESUMO
22
parte de quem somos, bem como ampliamos a discussão sobre o
impacto que o desenvolvimento da tecnologia tem nas nossas vidas;
O que são valores impostos e adquiridos, como eles chegam para nós e
nos fazem decidir sobre as questões mais básicas da vida;
A diferença entre moral e ética, entendendo que moral são os atos
baseados nos costumes e que precisamos lapidar conforme nos
(re)construímos como indivíduos;
Que a Ética é uma parte da Filosofia que nos ajuda a pensar sobre a
moral, o certo e errado, nos ajudando a refletir sobre as decisões que
afetam não só o indivíduo, mas todos ao seu redor;
Com o professor Ortega y Gasset que reflete sobre a realidade vivida e a
experiência que conseguimos ter na vida;
Que alguns impactos da tecnologia na esfera social, especialmente, na
educação;
Que alguns impasses trazidos pela introdução da tecnologia no mundo
como a inclusão digital e as fake news.
Por fim, com alguns exercícios do Enem a praticar as questões de
Filosofia relacionadas aos temas abordadas ao longo dessa OE.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
23
COTRIM, G. Fundamentos de filosofia: história e grandes temas. 15. ed. São
Paulo, 2002.
24