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SUMÁRIO

1. PROGRAMA DA DISCPLINA ............................................................................. 1


1.1 EMENTA .......................................................................................................... 1
1.2 CARGA HORÁRIA TOTAL ................................................................................... 1
1.3 OBJETIVOS ..................................................................................................... 1
1.4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO ............................................................................. 2
1.5 METODOLOGIA ................................................................................................ 2
1.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO ............................................................................... 2
1.7 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA .......................................................................... 3
CURRICULUM VITAE DO PROFESSOR ....................................................................... 4

2. TEXTO PARA ESTUDO ...................................................................................... 5


2.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5
2.2 10 MANEIRAS PARA ESTIMULAR A ÉTICA CORPORATIVA ...................................... 6
2.3 SUSTENTABILIDADE ......................................................................................... 7
2.4 O TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE: UMA VISÃO ECOLÓGICA, ECONÔMICA E SOCIAL 10
2.5 ASSERTIVIDADE - UMA FILOSOFIA DE VIDA, MAIS DO QUE UM COMPORTAMENTO. 20

3. ALINHAMENTO DOS INTERESSES CORPORATIVOS E INDIVIDUAIS .............. 25


3.1 O DESAFIO DE CONCILIAR OS INTERESSES CORPORATIVOS E INDIVIDUAIS ......... 25
3.2 DIFERENÇAS INTERGERACIONAIS: ATITUDES E VALORES ................................... 26

4. LIDERANÇA PARA OS NOVOS TEMPOS .......................................................... 27


4.1 CONCEITOS E PAPÉIS DA LIDERANÇA ............................................................... 27
4.2 MODELOS DE LIDERANÇA: DIFERENTES ABORDAGENS DOS REQUISITOS DE UM
LÍDER ................................................................................................................. 29

5. CULTURA ORGANIZACIONAL: IMPLEMENTE NA SUA EMPRESA ..................... 31

6. ARTIGOS....................................................................................................... 36
6.1 CHEFIAR, LIDERAR OU OS DOIS? ..................................................................... 36

7. EXERCÍCIOS ................................................................................................. 38
1

1. PROGRAMA DA DISCPLINA

1.1 Ementa
Ética, moral e valores; Ética e poder nas organizações; Desafios éticos; Responsabilidade
social e governança corporativa; Sustentabilidade como vantagem competitiva.

1.2 Carga horária total


24 horas/aula

1.3 Objetivos
Transmitir teorias e práticas sobre ética e sustentabilidade com o objetivo de facilitar a
reflexão sobre um conjunto de ideias que sirvam de referência para análise crítica de sua
realidade, assim permitindo a identificação do quanto a melhoria da qualidade das relações
éticas e da prática da sustentabilidade nas organizações exigem ações da sua parte.

Ética e sustentabilidade
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1.4 Conteúdo programático


1. Ética, Moral e Valores  diferenciar os conceitos de ética, moral e
1.1. Conceitos, princípios e fundamentos valores.
1.2. Breve genealogia dos valores  identificar modelos de gestão ética;
ocidentais: da Grécia à  reconhecer o papel dos valores na tomada
modernidade de decisão;
1.3. Modelos de gestão ética demonstrar como enfrentar dilemas éticos;
1.4. Como enfrentar dilemas éticos
2. Ética nas organizações  identificar os impactos das estruturas e das
2.1. Desafios éticos da pós-modernidade relações de poder sobre o comportamento
2.2. Ética e poder nas organizações: o ético nas organizações;
papel do líder  relacionar os desafios éticos da pós-
2.3. Moral nas organizações brasileiras modernidade à moral nas organizações
2.4. Código de conduta e comitê de brasileiras;
ética avaliar a importância dos códigos de conduta e
dos comitês de ética;
3. Responsabilidade social e  conhecer os conceitos de responsabilidade
governança social, cidadania corporativa e governança
3.1 Fundamentos da responsabilidade corporativa;
social  identificar as normas de responsabilidade
3.2 Responsabilidade social e cidadania social;
corporativa reconhecer a importância do balanço social e
3.3 Balanço social e indicadores GRI dos indicadores GRI para uma organização;
3.4 Normas de responsabilidade social
3.5 Relatórios de agências reguladoras
3.6 Governança corporativa
4. Sustentabilidade como vantagem  identificar os modos como a
competitiva sustentabilidade pode se tornar vantagem
4.1 Conceitos, princípios e fundamentos competitiva;
4.2 Estágios para a sustentabilidade  analisar os modelos de avaliação de
corporativa. sustentabilidade; relacionar as demandas
4.3 Múltiplas demandas dos dos stakeholders à implementação de
stakeholders condutas empresariais sustentáveis.
4.4 Do desenvolvimento sustentável ao
Triple Bottom Line
4.5 Modelos de avaliação de
sustentabilidade.

1.5 Metodologia
Integração entre a base conceitual, por exposição compartilhada, debates e leituras e a
aprendizagem vivencial, através de dinâmicas e estudos de casos.

1.6 Critérios de avaliação


. 80% referentes à avaliação final, sob forma de prova individual, a ser realizada após o
término da disciplina.
. 20% referentes as participações e trabalhos de grupo realizados em sala de aula.

Ética e sustentabilidade
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1.7 Bibliografia recomendada


ARBACHE, A.P.; GUARANI, G.P.B. Responsabilidade social e diversidade. Rio de
Janeiro: FGV, 2020.
BECKER JR, Luiz Carlos et al. Desenvolvimento de Equipes. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
BECKER JR, Luiz Carlos et al. Planejamento e gestão estratégica em organizações
de saúde. 2ª ed. Rio de janeiro: FGV, 2016.
BELASCO, A. James. Ensinando o elefante a dançar – como estimular mudanças na sua
empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
BLANCHARD, Kenneth. Liderança e o gerente minuto. Rio de Janeiro: Record, 1986.
DI MICELI, A.S. Ética empresarial na prática: soluções para gestão e governança no
século XXI. Rio de Janeiro: Alta Books, 2018.
DRUCKER, Peter F. Administrando em tempos de grandes mudanças.
4ª ed., São Paulo: Pioneira, 1997.
DRUCKER, Peter F. Desafios gerenciais para o século XXI. São Paulo: Pioneira, 2001.
ELKINGTON, John. Sustentabilidade: canibais com garfo e faca. São Paulo: M. Books,
2011.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2004.
LE BOTERF, Guy. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
MACÊDO, Ivanildo et al. Ética e sustentabilidade. Rio de Janeiro: FGV, 2015.
MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal : treinamento em grupo. 7ª ed., Rio
de Janeiro : José Olympio, 1997.
MOTTA, Fernando C. Prestes e CALDAS, Miguel P. – organizadores. Cultura
organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.
MOTTA, Paulo Roberto. A ciência e a arte de ser dirigente. Rio de Janeiro: Record,
1991.
RODRIGUES, Denize; JOHANN, Maria Elizabeth; CUNHA, Neisa Maria; MACÊDO, Ivanildo.
Aspectos Comportamentais da Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
SROUR, Robert Henry. Ética empresarial: posturas responsáveis nos negócios, na política
e nas relações pessoais. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
TAYLOR, Carolyn. Walking the talk – a cultura através do exemplo. Rio de Janeiro: Publit,
2014.
TAYLOR, Carolyn. Accountability no trabalho: como comprometer-se, cumprir o
prometido e conseguir que outros façam o mesmo. Rio de Janeiro: Publit, 2021.
TOFFLER, Alvin. A empresa flexível. Rio de Janeiro: Record, 1985.
TOFFLER, Alvin. A terceira onda. Rio de janeiro: Record, 1981.
WALGER, Carolina; VIAPIANA, Larissa; MONFORT BARBOZA, Mariana. Motivação e
Satisfação no Trabalho: em busca do bem-estar de indivíduos nas organizações. 1°
Edição. Curitiba: Intersaberes, 2014.

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Curriculum Vitae do professor


Luiz Carlos Becker Junior é Mestre em Administração pela Unigranrio com Pós-Graduação
e Especialização em Políticas Públicas e Governo pela Escola de Governo da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Bacharel em Formação de Executivos e em Direito pela
Universidade Estácio de Sá/RJ. Especialista em Gestão da Qualidade de Serviços pelas
Fundações Cristiano Ottoni/MG e Dom Cabral/MG.

Foi CEO da Soniprev – Gestão e Soluções em Saúde, Subsecretário da Secretaria de


Educação do Estado do Rio de Janeiro e Presidente do Fórum Estadual de Educação do
Estado do Rio de Janeiro. Trabalhou na Indústria de Roupas Pilares, na DELFIN Rio Crédito
Imobiliário e na Caixa Econômica Federal, exercendo diversos cargos executivos. Foi
Consultor-técnico do MEC/INEP. Premiado no III Concurso de Experiências Inovadoras na
Administração Pública Federal – Prêmio Hélio Beltrão – ENAP, 1998. Agraciado com o
Prêmio Lions Educação 2013/2014 como Educador do Ano. Premiado pela FGV e UNIPÊ/PB
como Professor Destaque. Docência em cursos de Pós-Graduação e MBA em Gestão
Empresarial, Gestão Comercial, Gerenciamento de Projetos, Gestão em Saúde, Gestão de
Pessoas, Gestão Industrial, Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV.
Responsável pelas estratégias operacionais dos Programas de Renda Mínima – Bolsa Escola
Federal e Bolsa Alimentação. Ao longo dos últimos 35 anos, proferiu palestras para mais
de 200 mil pessoas em diversos seminários e congressos. Coautor dos livros
Desenvolvimento de Equipes e Planejamento e Gestão Estratégica em Organizações de
Saúde, ambos pela editora FGV. beckerjr@terra.com.br

Ética e sustentabilidade
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2. TEXTO PARA ESTUDO

2.1 Introdução
Diferença entre ética e Moral

A principal diferença entre moral e ética é esta: a moral é o conjunto de regras que diz
às pessoas o que é certo e o que é errado, enquanto a ética é uma reflexão sobre a moral
(ou filosofia da moral).

A moral é o conjunto de normas que dizem respeito ao bem e ao mal, ao certo e ao errado.
Essas normas fazem referência a valores (os chamados valores morais) que são
transmitidos de geração a geração e orientam a conduta dos indivíduos no seu dia a dia.

Já a ética é um campo da filosofia cujo objeto de estudo são os princípios que orientam a
moral. Nesse sentido, a ética é uma reflexão filosófica sobre a moral.

Assim, enquanto a moral aponta para os comportamentos particulares de indivíduos e


grupos, a ética se aproxima aos princípios universais que regem o bem comum e a
convivência entre os seres humanos de modo geral.

O filósofo inglês Bernard Williams (1929-2003) afirma que o objetivo da ética é responder
às questões: "Como viver?" ou "Qual é o modo de vida que conduz à felicidade?".
A moral, por outro lado, diz respeito aos deveres impostos pela sociedade, como não
roubar, não mentir, não matar etc.

A palavra ética também é usada para designar certos deveres profissionais ou


públicos. Fala-se muito da "ética dos políticos" - existe, inclusive, um Conselho de Ética
e Decoro Parlamentar na Câmara dos Deputados, cuja função é aplicar penas em caso de
descumprimento de regras por parte dos deputados.

Também existem os chamados "códigos de ética" profissionais, como o "código de ética


médica", o "código de ética dos jornalistas", o "código de ética dos advogados" etc. Nesse
sentido, a ética é um conjunto de princípios que regulam as ações de um determinado
grupo profissional, em função do cumprimento de certos deveres.

A moral tem a ver com as condutas, com os costumes tradicionais de um determinado


grupo. Há condutas moralmente corretas, e há condutas moralmente condenáveis (ou
imorais). Já a ética, enquanto ciência das condutas, consiste num exame ou reflexão sobre
o significado dos valores morais.

O filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) questionava as pessoas de seu tempo a


respeito de certos princípios sobre os quais elas não paravam para pensar, como as
virtudes e o bem. Sócrates punha os valores morais em discussão e buscava examinar as
bases do pensamento e do comportamento humano.

Aristóteles (384-322 a.C.), em sua obra Ética a Nicômaco, desenvolveu as bases para
a compreensão da ética enquanto área específica da Filosofia. O pensamento aristotélico
sobre a virtude, o vício e a finalidade da vida humana são considerados um marco dos
estudos da ética

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Os seres humanos, enquanto seres sociais, compartilham dos valores morais do grupo dos
quais fazem parte. Os valores morais são tradicionais (isto é, são transmitidos de geração
a geração) e impostos como uma obrigação aos indivíduos. A ética, enquanto reflexão
sobre a moral, pode contestar esses valores. Para o indivíduo moralista, que se orienta
cegamente pelas regras morais, contestar as regras morais é algo impensável.

Fonte: www.significados.com.br/diferenca-entre-etica-e-moral

2.2 10 maneiras para estimular a ética corporativa


Muitas questões que culminam em conflitos internos ou mesmo no desligamento de um
profissional podem ter sua origem numa questão polêmica: a ausência da ética no
ambiente de trabalho. Sabe-se que a mudança comportamental e a quebra de paradigmas
dos profissionais são desafios constantes que a área de Recursos Humanos enfrenta
diariamente. Contudo, é preciso enfrentá-los e trabalhá-los continuamente e dentro desse
contexto, encontra-se o fortalecimento da ética na cultura da empresa. Seguem abaixo,
algumas dicas que podem ser aplicadas por empresas de qualquer segmento e porte.

1 – A cultura organizacional revela-se não apenas pela missão, pela visão e pelos valores,
mas também pelo comportamento dos profissionais de todos os níveis hierárquicos. Por
isso, quando um colaborador ingressa na organização é importante que ele seja informado
de forma objetiva e clara sobre o posicionamento da companhia em relação à ética do
ambiente de trabalho.

2 – Com o passar do tempo, os funcionários mais antigos podem “relaxar” um pouco em


relação às competências comportamentais que a empresa tanto valoriza. Por isso, realizar
treinamentos, promover palestras e uma reciclagem periódica sobre o tema ética é um
ponto fundamental para o êxito de uma gestão.

3 – Formalizar a postura da organização no que ser refere à ética é uma ação estratégica.
Por isso, muitas empresas elaboram Códigos de Conduto de acordo com as suas realidades.

4 – Outro fato relevante para que a ética seja enraizada pela cultura organizacional, é a
participação e o posicionamento dos dirigentes em relação a esse assunto. Sempre que
possível, em eventos de grande porte, eles podem pontuar a questão e reafirmar o
compromisso da companhia de garantir que a integridade dos funcionários é uma das
prioridades da companhia. Esse tipo de postura dará mais segurança aos profissionais,
principalmente para aqueles que atuam em níveis hierárquicos considerados mais simples.
5 – De nada adianta elaborar um “belo” Código de Conduta e deixá-lo “engavetado. É
indispensável divulgá-lo junto a todos os funcionários, para que depois alguém argumente
que agiu de determinada maneira porque não teve acesso a esse documento e ao que a
empresas considera ético ou aético.

6 – Mas, como divulgar um Código de Ética sem que o mesmo se torne um processo
cansativo e seja ignorado pelos funcionários? Se você tem essa dúvida, recorra aos canais
de comunicação interna da empresa. É importante lembrar que a informação deverá ser
adequada ao público que você pretende adotar. Ou seja, se os profissionais que atuam na
linha de produção precisarão de uma linguagem diferenciada em relação à utilizada para
os diretores.

Ética e sustentabilidade
7

7 – Se a formulação de um Código de Conduta é válida, a ética ganha mais respaldo


quando se torna assunto de reuniões entre líderes e liderados. Nesse momento, o gestor
deve abordar o assunto em caráter explicativo e se colocar à disposição para tirar dúvidas,
caso algum membro da equipe faça questionamentos.

8 – Além das reuniões promovidas entre líderes e liderados, a empresa pode realizar um
trabalho de conscientização junto aos seus profissionais. Através de treinamentos e
dinâmicas promovidas pela área de Recursos Humanos, o funcionário chegará à seguinte
conclusão: “A ética no trabalho não beneficia apenas aos demais colegas. Eu também sou
beneficiado pelos procedimentos que adoto”.

9 – Uma empresa que assegura a garantia de sigilo aos funcionários, em caso de possíveis
denúncias que agridam a ética organizacional, mostra-se responsável socialmente. Por
isso, é aconselhável criar um espaço para que os profissionais possam apresentar fatos
que ocorreram com eles ou, então, que presenciaram com alguns colegas e que afetaram
o clima da equipe. Garantir o sigilo de quem toma a iniciativa de defender a ética
organizacional é uma característica de integridade e nobreza para com o ser humano.

10 – Da mesma forma que a organização pode abrir espaço para colaboradores que se
apresentam para comunicar que a ética organizacional foi “ferida”, é indispensável que o
fato seja averiguado com total imparcialidade. Isso garantirá que as chances de serem
cometidas injustiças com alguma pessoa caiam significativamente.

Fonte: Por Patrícia Bispo para o RH.com.br - questsolucoes.com.br/10-maneiras-para-


estimular-a-etica-corporativa/

2.3 Sustentabilidade
Sustentabilidade é a capacidade de sustentação ou conservação de um processo ou
sistema.

A palavra sustentável deriva do latim sustentare e significa sustentar, apoiar, conservar e


cuidar.

O conceito de sustentabilidade aborda a maneira como se deve agir em relação à natureza.


Além disso, ele pode ser aplicado desde uma comunidade até todo o planeta.

A sustentabilidade é alcançada através do Desenvolvimento Sustentável, definido como:

"o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer


a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades".

O desenvolvimento sustentável tem como objetivo a preservação do planeta e atendimento


das necessidades humanas. Isso quer dizer que um recurso natural explorado de modo
sustentável durará para sempre e com condições de também ser explorado por gerações
futuras.

Ética e sustentabilidade
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Tripé da Sustentabilidade

O chamado tripé da sustentabilidade é baseado em três princípios: o social, o ambiental


e o econômico. Esses três fatores precisam ser integrados para que a sustentabilidade de
fato aconteça. Sem eles, a sustentabilidade não se sustenta.

• Social: Engloba as pessoas e suas condições de vida, como educação, saúde,


violência, lazer, dentre outros aspectos.
• Ambiental: Refere-se aos recursos naturais do planeta e a forma como são
utilizados pela sociedade, comunidades ou empresas.
• Econômico: Relacionado com a produção, distribuição e consumo de bens e
serviços. A economia deve considerar a questão social e ambiental.

O tripé da sustentabilidade: aspectos sociais, ambientais e econômicos precisam trabalhar


em conjunto

Tipos de Sustentabilidade

Sustentabilidade Ambiental
A Sustentabilidade ambiental abrange a conservação e a manutenção do meio ambiente.

Importante notar que, para que a sustentabilidade ambiental seja efetivada, as pessoas
devem estar em harmonia com o meio ambiente, para obterem melhoria na qualidade de
vida.

O objetivo da sustentabilidade ambiental é que os interesses das gerações futuras não


estejam comprometidos pela satisfação das necessidades da geração atual.

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Sustentabilidade Social
A sustentabilidade social sugere a igualdade dos indivíduos, baseado no bem-estar da
população.

Para isso, é necessária a participação da população, com intuito de fortalecer as propostas


de desenvolvimento social, acesso à educação, cultura e saúde.

Sustentabilidade Empresarial
Atualmente, muitas estratégias de responsabilidade social de empresas estão pautadas na
sustentabilidade.

Produtos e ações sustentáveis na área empresarial ganham destaque e o gosto dos


consumidores. As pessoas estão cada vez mais conscientes do peso ecológico e social de
suas escolhas.

Nesse caso, a empresa possui uma postura de responsabilidade com os valores ambientais
e sociais. Além de fundamentada na preservação do meio ambiente e melhoria da
qualidade de vida das pessoas.

Sustentabilidade Econômica
A sustentabilidade econômica é fundamentada num modelo de gestão sustentável. Isso
implica na gestão de adequada dos recursos naturais, que objetivam o crescimento
econômico, o desenvolvimento social e melhoria da distribuição de renda.

Em resumo, corresponde à capacidade de produção, de distribuição e de utilização das


riquezas produzidas pelo homem, buscando uma justa distribuição de renda.

Exemplos de Sustentabilidade

As ações sustentáveis podem ser adotadas desde indivíduos até o nível global. Veja alguns
exemplos:

Ações Individuais

• Economia de água;
• Evitar o uso de sacolas plásticas;
• Reduzir o consumo de carne bovina;
• Preferência por consumir produtos biodegradáveis;
• Separar o lixo para coleta seletiva;
• Reciclagem;
• Realizar trajetos curtos através de caminhadas ou bicicletas. Adotar transportes
coletivos ou caronas.

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Ação Comunitária
Na comunidade do Vale Encantado, no estado do Rio de Janeiro, os moradores buscaram
investimentos com colaboradores para melhoria do local onde vivem.

Eles implantaram um sistema de esgoto, painéis solares, biodigestores, horta comunitária


e oportunidades econômicas relacionadas com o turismo ecológico. Tais condições
favoreceram a melhoria da qualidade de vida de todos.

A comunidade ficou reconhecida internacionalmente como um modelo de desenvolvimento


sustentável.

Ações Globais

• Limitação do crescimento populacional;


• Garantia de alimentação em longo prazo;
• Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
• Diminuição do consumo de energia;
• Desenvolvimento de tecnologias que possibilitem o uso de fontes energéticas
renováveis;
• Aumento da produção industrial nos países não industrializados à base de
tecnologias ecologicamente viáveis;
• Criação de Unidades de Conservação. No Brasil, existem diversas áreas protegidas;
• Controle da urbanização e integração entre campo e cidades menores.

Educação Ambiental

A Educação Ambiental corresponde à conscientização ambiental para questões que


envolvem a valorização do meio ambiente e o comprometimento de atitudes voltadas à
sua preservação.

A importância da educação ambiental reside na formação de cidadãos conscientes. Ela visa


o aumento de práticas sustentáveis, bem como a redução de danos ambientais.

Fonte:www.todamateria.com.br/sustentabilidade/#:~:text=Tripé%20Da%20Sustentabili
dade

2.4 O tripé da sustentabilidade: uma visão ecológica, econômica e


social
O conceito dos três pilares da sustentabilidade, ou o triple bottom line, foi criado por John
Elkington, na década de 1990, em seu livro Sustentabilidade – Canibais com garfo e
faca.

De acordo com o Laboratório de Sustentabilidade (LASSU), da Universidade de São


Paulo (USP), os três pilares da sustentabilidade, ou seu tripé, constituem-se nos aspectos
ambientais, econômicos e sociais que devem se inter-relacionar de forma abrangente
com o objetivo de atender ao conceito de sustentabilidade.

Ética e sustentabilidade
11

Além desses aspectos, a comunidade internacional discute a inclusão de novos pilares,


como o cultural e o tecnológico, de forma a complementar o suporte ao conceito.

Enquanto isso não ocorre, vamos conhecer detalhes sobre os quais três pilares:

1. Ambiental ou Ecológico

1. Ambiental ou Ecológico
Deve se ocupar das condições de produção e consumo, de forma a assegurar que o meio
ambiente tenha condições de se autorregenerar, ou seja, respeitando os limites
biológicos de recuperação do ecossistema.

Sabe-se que toda atividade produtiva resulta em um impacto ambiental negativo.

Em resposta, esse pilar trata das condições de se minimizar tais resultados e, quando de
sua impossibilidade, implementar maneiras de compensação ambiental.

2. Econômico
Na dimensão econômica, é analisada a questão da eficiência, ou mais propriamente dita,
da ecoeficiência.

Consiste na busca por formas de redução do consumo de recursos naturais, em


especial, das fontes fósseis de energia (como carvão e petróleo) e daqueles mal
distribuídos, como a água, sem comprometer o ritmo de crescimento econômico.

3. Social
Sob esse prisma, a sustentabilidade deve contemplar as condições para que todas as
pessoas tenham os recursos necessários para uma vida saudável e de boa qualidade.

Nessa definição, encontra-se implícita a redução ou erradicação da pobreza.

É fundamental garantir a disponibilidade dos recursos naturais para as próximas gerações.

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Qual é a real importância da sustentabilidade?

Qual é a real importância da sustentabilidade?


O sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB) Elimar Pinheiro do Nascimento
argumenta em seu artigo Trajetória da sustentabilidade: do ambiental ao social, do
social ao econômico, que a humanidade vislumbrava, inicialmente, dois grandes
medos relacionados à extinção da espécie humana:

o Externo: representado pela possibilidade de um choque por um grande


meteorito
o Interno: o advento de uma epidemia nova e irrefreável.

Com o desenvolvimento das armas nucleares, surgiu uma terceira grande ameaça: a
autodestruição em uma eventual guerra atômica.

Entretanto, essa última possibilidade teve sua importância reduzida nas últimas décadas.

Desse modo, a ideia de um desastre ambiental de proporções planetárias, provocado


pelo modo de produção e consumo vigente, está cada vez mais em pauta – ainda que isso
não ocorra de modo repentino, como se poderia supor em teorias radicais.

Ainda assim, resta a percepção dos efeitos perniciosos da atividade humana sobre o meio
ambiente, como a redução das zonas pesqueiras, o desaparecimento de espécies animais
e vegetais e a redução das florestas, dentre outros.

Isso justifica que a sustentabilidade assuma um papel de destaque no desenvolvimento do


mundo moderno.

Afinal, uma vez mantido o ritmo atual de consumo dos recursos naturais, não se tem a
garantia da sua disponibilidade para as próximas gerações.

Os padrões de produção e de consumo precisam ser reavaliados.

Ética e sustentabilidade
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Entenda como funciona o processo de sustentabilidade

Seja no âmbito individual, no entendimento de cada cidadão, ou no âmbito organizacional,


na compreensão dos gestores de empresas, o processo de sustentabilidade deve se dar a
partir desses quatro pilares:

Reconhecimento da necessidade de mudança


Primeiro, tal qual defende Magda Maya em seu livro, é preciso compreender a
necessidade de mudança de postura e passar a adotar hábitos mais sustentáveis.

Adaptação à nova realidade


Não é possível se tornar uma pessoa ou uma organização sustentável de uma hora para
outra.

Aos poucos, você vai se adaptando aos novos valores e se conscientizando de que é preciso
fazer a sua parte.

Desenvolvimento de hábitos mais sustentáveis

Desenvolvimento de hábitos mais sustentáveis

Não importa o tamanho da sua atitude.

Economizar água, diminuindo o tempo no banho, ou instalar temporizadores nas torneiras


da empresa, reduzindo o desperdício, são ações de dimensões diferentes, mas que
possuem o mesmo impacto positivo da conscientização.

Manutenção e ampliação das medidas positivas


Para que uma ação se torne um hábito, é preciso repetição.

Por isso, você deve fazer da sustentabilidade um estilo de vida e trazer esse conceito para
as mais diferentes esferas.

Agenda 21 e sustentabilidade

Vinte anos após a já mencionada Conferência de Estocolmo ocorreu a Rio-92, evento para
tratar sobre o meio ambiente e o crescimento econômico, no qual foi consolidado o conceito
de desenvolvimento sustentável.

Ética e sustentabilidade
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Além disso, o acontecimento também marcou a criação da Agenda 21, um documento que
definia diretrizes para a busca de soluções para os problemas socioambientais.

Todos os países signatários se comprometiam a estabelecer ações prioritárias em nível


global, nacional e local para tentar encontrar uma nova ordem econômica e civilizatória.

No Brasil, por exemplo, as metas mais urgentes eram incentivar a inclusão social e investir
na sustentabilidade urbana e rural.

Vinte e três anos depois da Eco-92, em 2015, a ONU voltou a reunir as lideranças mundiais
para a implementação da Agenda 2030, um novo acordo em que foram definidos
17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) a serem cumpridos até o final da
terceira década do século.

Como vemos, o termo sustentabilidade se incorporou ao vocabulário mundial de uma vez


por todas e nunca mais saiu.

Sustentabilidade e responsabilidade social

Vale trazer à tona, mais uma vez, o conceito de sustentabilidade 4.0 para entender como
se estabelece a relação com a responsabilidade social.

O compromisso com a realização de atos mais sustentáveis é individual.

Cada um deve se propor a desenvolver hábitos mais conscientes, pois cabe a toda a
sociedade o dever de contribuir para um mundo melhor.

Portanto, é uma responsabilidade social colaborar para o desenvolvimento sustentável.

Esse é um primeiro ponto, sob o ponto de vista das pessoas físicas.

No âmbito corporativo, sustentabilidade e responsabilidade social devem surgir como


integrantes da cultura organizacional das empresas.

Em alguns casos, são verdadeiros diferenciais competitivos, ainda que todas as empresas
devessem ter esses dois conceitos como bandeiras.

Uma organização sustentável e responsável socialmente é aquela que não polui, dispõe
dos recursos naturais de forma sustentável, realiza ações para mudar para melhor uma
realidade local, combate o preconceito de todos os tipos, e assim por diante.

Como Funciona O Instituto Internacional Para Sustentabilidade?

O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) é um think tank independente que


desenvolve pesquisas, capacita profissionais e cria ferramentas como subsídios para ajudar
na implementação de políticas públicas na área de desenvolvimento sustentável.

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Fundada em 2009, a organização tem como principais bandeiras:

o Uso sustentável da terra


o Conservação da biodiversidade
o Provisão de serviços ecossistêmicos
o Manejo correto do solo
o Diminuição dos impactos e adaptação às mudanças climáticas
o Desenvolvimento socioeconômico dos atores que fazem parte desse universo.

O projeto, considerado referência internacional em sustentabilidade, integra o Centro de


Comércio e Meio Ambiente do Fundo de Pesquisa de Desafios Globais, que é liderado pelo
Centro Mundial de Monitoramento da Conservação (WCMC), da ONU Meio Ambiente.

Diferentes tipos de sustentabilidade

Diferentes tipos de sustentabilidade

Dentro do cenário até aqui exposto, podemos citar a especialização da sustentabilidade,


sendo seus principais tipos os seguintes:

Sustentabilidade Ambiental ou Ecológica


Compreende a preservação e manutenção do meio ambiente, cujo principal objetivo é
garantir que as necessidades das gerações futuras não sejam prejudicadas pelo uso
indiscriminado dos recursos naturais na atualidade.

Sustentabilidade Empresarial
Com o crescente grau de conscientização dos consumidores em relação às questões
ambientais, as empresas têm incluído em seu planejamento estratégico a sustentabilidade
dentro da responsabilidade social.

Nesse caso, as ações são pautadas pela preservação do meio ambiente e na busca pela
melhoria na qualidade de vida das pessoas.

Sustentabilidade Social
É baseada na redução das desigualdades entre os povos, com a manutenção de uma vida
digna e com garantia do atendimento às necessidades básicas do ser humano, como saúde,
educação, cultura e renda.

Ética e sustentabilidade
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Sustentabilidade Econômica
Fundamenta-se na gestão responsável dos recursos naturais, de modo a desenvolver
métodos produtivos mais eficientes, com o consumo cada vez menor deles, mas sem
comprometer o crescimento econômico.

A utilização de transportes alternativos contribui para a sustentabilidade do planeta.

Sustentabilidade Alimentar
A sustentabilidade alimentar é garantida quando os alimentos são produzidos em
uma cadeia responsável, que respeite parâmetros conscientes tanto sociais quanto
ambientais.

Para fazer esse tipo de análise, é preciso verificar o quanto de água e energia foi gasto no
processo, se a mão de obra é local, se há um cuidado com os resíduos liberados, entre
outros pontos.

Também tem a ver com a segurança alimentar, que é o acesso geral da população a
alimentos seguros.

Além disso, tem a ver com as práticas dos consumidores, como por exemplo:

o Evitar o desperdício
o Consumir alimentos in natura
o Privilegiar produtores locais
o Comer alimentos de safra/época
o Diminuir o consumo de carne
o Encaminhar embalagens e resíduos para reciclagem.

A agricultura sustentável

A sustentabilidade alimentar está muito associada a uma agricultura mais sustentável.

Afinal, grande parte dos produtos que chegam às mesas tem origem no campo e nas
plantações.

A agricultura sustentável se baseia em três pilares:

o Preservação do meio ambiente: a partir de um manejo correto do solo,


respeitando suas características e as condições climáticas
o Unidades agrícolas lucrativas: valorizar a produção local e geração de renda
interna, evitando a importação
o Comunidade agrícolas prósperas: produzir culturas diversificadas para atender a
demanda interna com qualidade.

Ética e sustentabilidade
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Exemplos de sustentabilidade, nos âmbitos individual, comunitário e global

Exemplos de sustentabilidade, nos âmbitos individual, comunitário e global

Considerando que o conceito de sustentabilidade pode ser aplicado desde ações individuais
até políticas e programas governamentais, apresentamos alguns exemplos abaixo para
você conhecer e se inspirar.

Ações individuais
As pessoas, por meio de sua conscientização, podem mudar hábitos de consumo,
contribuindo para a sustentabilidade do planeta.

Afinal, somos mais de 7 bilhões de pessoas ao redor do mundo.

Veja exemplos do que é possível fazer:

o Economia de água
o Consumo de produtos biodegradáveis
o Reciclagem de materiais
o Separação do lixo para coleta seletiva
o Utilizar transportes coletivos ou adotar a prática da carona solidária.

Ações comunitárias
Nesse grupo de ações, as atividades desenvolvidas têm como objetivo alcançar um maior
número de pessoas, podendo ser realizadas por instituições da sociedade civil, como
igrejas e associações de bairro, ou por empresas conscientes de sua responsabilidade
social.

Confira exemplos:

o Criação de hortas comunitárias


o Implantação de projetos de geração de renda para a população carente
o Abertura do microcrédito
o Utilização de energia solar
o Adequação à legislação ambiental.

Ética e sustentabilidade
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Ações globais
As ações sustentáveis têm um grande alcance.

Como vimos ao longo deste texto, o meio ambiente é integrado e os reflexos da ação
humana se fazem sentir em todas as partes do planeta.

Sendo assim, as mudanças implementadas em alguns países têm o potencial de beneficiar


várias comunidades, em diferentes territórios.

Veja exemplos de ações globais:

o Adoção de políticas para a preservação da biodiversidade


o Investimentos para ampliação e melhoria na rede de saneamento básico
o Criação de unidades de conservação
o Incentivo à utilização de fontes de energia renováveis
o Implantação de programas educacionais voltadas à educação ambiental.

O que é educação ambiental?

Há diversos conceitos de educação ambiental.

De modo geral, podemos dizer que ela se ocupa da formação de indivíduos conscientes dos
problemas relacionados à sustentabilidade, com a preservação dos recursos naturais em
todos os seus aspectos, sejam ambientais, econômicos ou sociais.

Ser ecologicamente correto envolve atitudes, processos produtivos e modo de vida.

Diz respeito a condutas que se orientem por práticas sustentáveis de forma a minimizar
os impactos causados pela atividade humana e promovendo a compensação ambiental.

O consumo solidário, o comércio justo e as práticas inovadoras de geração de trabalho e


renda são todas relacionadas ao conceito de ser economicamente viável.

É se preocupar com o fortalecimento do grupo e com a inclusão dos menos favorecidos,


baseados na cooperação, solidariedade e autogestão, sem esquecer da adequada
remuneração das fontes dos recursos financeiros.

Por último, a dimensão social também deve ser contemplada pela educação ambiental.

Ser socialmente justo envolve a busca pela distribuição igualitária das oportunidades e dos
recursos disponíveis, respeitando os valores culturais das comunidades envolvidas.

Como podemos observar, a educação ambiental deve se pautar pelo atendimento a todas
às dimensões presentes no conceito de sustentabilidade.

A sustentabilidade é responsabilidade de todos.

Ética e sustentabilidade
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Sustentabilidade e ESG: entenda a relação

O acrônimo ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, refere-se a uma grande
tendência e uma necessária resposta das empresas frente aos desafios da sociedade
contemporânea.

É uma sigla que diz respeito à integração da geração de valor econômico aliado à
preocupação com as questões ambientais, sociais e de governança corporativa, por parte
das empresas.

Na prática, é uma forma de mostrar responsabilidade e comprometimento com o mercado


que atuam, seus consumidores, fornecedores, colaboradores e seus investidores.

A sigla ESG, que em português quer dizer “ambiental, social e governança”, é outro tópico
que está muito em alta.

Em razão desta popularidade, algumas pessoas acabam confundindo ESG com


sustentabilidade e, de fato, há uma relação entre ambos.

Em primeiro lugar, porque existem investimentos em ESG que são espécies de fundo de
sustentabilidade.

Ou seja, pessoas investem em títulos de empresas que tenham o desenvolvimento


sustentável como uma bandeira.

Em segundo lugar, a relação se estabelece a partir do momento em que os ESG e seus


critérios objetivos ajudam a garantir a sustentabilidade das operações das empresas.

Por exemplo, uma empresa que desenvolve políticas inclusivas, para que o seu quadro de
funcionários seja mais diverso (governança), possui o selo de carbono zero (ambiental) e
se preocupa com a saúde mental dos seus colaboradores (social), pode se considerar
sustentável.

Quais os desafios da sustentabilidade?

Os principais desafios da sustentabilidade não são de agora, mas de anos, décadas e


séculos atrás, que só se agravaram com o passar do tempo.

Chegamos a um patamar em que não há mais volta.

Ou mudamos a maneira de nos relacionar com o meio ambiente ou as futuras gerações


vão ter sua qualidade de vida afetada.

A principal dificuldade está em encontrar o equilíbrio entre desenvolver práticas mais


sustentáveis sem comprometer o crescimento econômico.

Nesse sentido, talvez, a melhor saída seja investir em outro termo que tem tudo a ver com
sustentabilidade: a ecoeficiência.

Ética e sustentabilidade
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As empresas precisam entender que ao utilizarem com consciência os recursos naturais


estão não só ajudando o meio ambiente como também cortando custos de produção devido
à menor utilização de matéria-prima.

Quando se corta custos sem impactar na qualidade, obtém-se um aumento no rendimento


e, por consequência, um lucro maior.

Ou seja, todo mundo sai ganhando.

Conclusão

A sustentabilidade vem conquistando cada vez mais importância no mundo


contemporâneo.

Sabemos que, mantido o ritmo atual de produção e consumo, não haverá como garantir
os recursos naturais suficientes para uma vida digna das gerações futuras.

Com base nos pilares do desenvolvimento sustentável, é possível desenvolver ações nos
âmbitos pessoal, comunitário e global, sendo elas capazes de minimizar os impactos
negativos provocados pelo homem.

Nesse contexto, o desenvolvimento de programas educacionais voltados à educação


ambiental é de extrema importância

Além de conscientizar as pessoas a respeito dos graves problemas acerca do tema


sustentabilidade, é possível prover soluções a essas questões, que necessariamente devem
integrar os aspectos ambiental, econômico e social.

Fonte: fia.com.br/blog/sustentabilidade/

2.5 Assertividade - uma filosofia de vida, mais do que um


comportamento
Filosofia de vida é mais do que um comportamento, pois engloba valores, atitudes,
pensamentos e sentimentos frente à vida.

O comportamento é a forma de expressar essa filosofia de vida.

Assertividade é uma filosofia de relacionamento humano com soluções ganha x ganha.


Muitos confundem o conceito de assertividade e dizem que não querem ser assertivos para
não magoar as pessoas; no entanto, a assertividade é o “ingrediente” dos relacionamentos
saudáveis.

A preocupação deste texto é esclarecer o conceito de assertividade, corrigindo eventuais


distorções e preconceitos.

Ética e sustentabilidade
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É Bom Ser Assertivo?


Para saber, só experimentando a firmeza acompanhada da verdade. No cotidiano,
frequentemente somos testados em nossa assertividade e, às vezes, não temos
consciência disso.

Por exemplo, você é do tipo que tem dificuldade de dizer não? Fica quieto ou concorda com
o outro numa situação polêmica, para não arrumar confusão? Tem a sensação de que está
“engolindo sapo” com frequência? Ou você é do tipo que “bate e depois pede desculpas”,
arrependido do que fez? Tem mais facilidade para criticar do que elogiar ao outro e a si
mesmo? Ao ganhar um presente, pensa que querem seduzi-lo? Não tem paciência para
ouvir? Não desiste até que concordem com você, ou seja, vence pela insistência?
Se respondeu sim a uma ou mais dessas questões, você está precisando fazer alguns
acertos em seu comportamento.
Imagine alguém depreciando seu trabalho ou sua opinião perante os outros, sem que você
consiga reagir. Que sensação você tem?
Impotência, insignificância ou frustração? Evidentemente que, depois de tudo isso, uma
forte energia, “a nossa conhecida raiva”, toma conta do seu corpo e da sua mente.
Certamente, isso é o resultado da negação dos seus direitos.

A impressão é que invadiram seu território sem sua permissão. A partir daí, prometa a si
mesmo que, na próxima vez, não ficará quieto: vai reagir e defender o seu eu.

Da mesma forma, quando você age com agressividade, buscando atender somente os
próprios interesses e negando os do outro, a sensação também é incômoda. A princípio,
imagina seu território defendido e sua honra vingada, mas, depois, uma ponta de mal-
estar vem incomodar sua consciência, recriminando-o e deixando-o com uma desagradável
sensação de culpa.

Essas sensações desagradáveis vão desencadeando ansiedade e você, sem saída,


racionaliza o evento e justifica seu comportamento ou, então, pede desculpas ao agredido,
na tentativa de acalmar sua consciência. É um desencontro.

Como são as Relações Sociais com a Assertividade?

Ao assumir a postura assertiva, você desenvolve relações maduras e produtivas nos


ambientes profissional e familiar e, em situações do cotidiano: reuniões sociais, com
amigos, na escola dos filhos, nas relações comerciais de compra e venda, na fila do banco
e do supermercado, entre outras.

Desenvolver Relações Maduras e Produtivas...

 Relações maduras significam relações de interdependência, e não de


dependência e independência.

A relação de dependência implica imaturidade ou incompetência de uma das partes para


assumir a responsabilidade por seus atos, necessitando do apoio de outra pessoa para
atingir um resultado.

Ética e sustentabilidade
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Confira os exemplos:

 Uma criança depende dos pais para sobreviver, pois ainda não tem maturidade e
competência para viver sozinha.
 Uma pessoa doente e impossibilitada de caminhar está dependente de alguém que
a auxilie.
 Um profissional que aprende com outro, para poder desempenhar melhor sua
função.
 Uma mulher que não tem uma profissão e, portanto, precisa do marido para
sobreviver financeiramente.

A relação de independência é uma fase de transição para a maturidade e implica uma


posição autossuficiente para atingir um determinado objetivo. É o caso dos jovens
adolescentes que querem ser independentes e, por isso, resistem, uns mais e outros
menos, a seguir as orientações de seus educadores.

No ambiente organizacional, é comum verificar pessoas e áreas de trabalho que assumem


posturas independentes, quando, na verdade, deveriam posicionar-se de forma
interdependente. Esse erro de percepção acarreta conflitos nos relacionamentos
interpessoais, com a ausência da cooperação e a falta de visão do todo, na maioria das
vezes emperrando os processos produtivos e bloqueando os canais de comunicação
interna.

Uma relação de interdependência é saudável, porque as duas partes têm consciência


dos seus papéis e sabem no que, quando e como afetam positiva ou negativamente a outra
parte. Uma pessoa com postura interdependente admite, com maturidade, quando
depende de alguém, assim como assume sua independência, sem nunca perder de vista o
todo e as pessoas com quem convive.

Enfim, ser interdependente é assumir com humildade a dependência ou independência e


aceitar a mesma coisa no outro, ou seja, um dependendo do outro e influenciando seus
objetivos de forma recíproca.

Uma comunicação assertiva lhe permitirá ser uma pessoa interdependente.

Temos vários exemplos de relacionamentos que necessitam ser interdependentes para ter
sucesso: marido e mulher, chefe e equipe, cliente e fornecedor, áreas de uma empresa
que participam do mesmo processo de trabalho etc.

 As relações produtivas levam em consideração os sentimentos e as opiniões


das pessoas sem perder o foco no problema, buscando soluções e não
culpados.

Pessoas que agem de forma madura, como dissemos anteriormente, canalizam com mais
naturalidade as emoções e sentimentos para resultados positivos e produtivos. Esse
equilíbrio equivale a um bom senso no uso da racionalidade para administrar as emoções.

Ética e sustentabilidade
23

Pessoas imaturas do ponto de vista emocional normalmente se sentem mais confortáveis


em relações dependentes e são suscetíveis e vulneráveis ao domínio e controle das
emoções. Por isso, frustram-se e se ofendem com mais facilidade. Diante de situações de
conflito, reagem para se defender, não assumem responsabilidade e colocam a culpa do
problema nas outras pessoas. Também podem manifestar reações passivas, pedindo
desculpas até por ações que não são de sua responsabilidade.

O Que é Assertividade?

O termo assertividade origina-se de asserção. Fazer asserções quer dizer afirmar, do latim
afirmare, tornar firme, consolidar, confirmar e declarar com firmeza.

Quando falamos da comunicação humana, assertividade significa muito mais do que isso:
é uma filosofia de vida.

Assertividade como Filosofia de Vida

Em termos filosóficos, entendemos assertividade como uma manifestação da


possibilidade dialética da comunicação “eu ganho e você ganha”, ou seja, uma
comunicação criativa, transparente, por meio da qual as pessoas expressam suas
necessidades, seus pensamentos e sentimentos de forma honesta e direta, sem violar os
mesmos direitos dos outros.

Quando conseguimos expressar nossos pensamentos, sentimentos e vontades sem agredir


o outro, sentimo-nos leves e satisfeitos. Esse bem-estar é o resultado da comunicação
assertiva, constituída por pensamentos, sentimentos e ações que afirmam o nosso eu.

Isso significa que nós podemos ocupar o espaço a que temos direito sem invadir o espaço
do outro. Podemos atingir nossos objetivos e metas profissionais e pessoais com
persistência, porém adotando uma postura ética. A postura assertiva é uma virtude, pois
se mantém no justo meio termo entre dois extremos inadequados, um por excesso
(agressão), outro por falta (submissão).

O significado de assertividade tem sido distorcido, promovendo resistências nas pessoas.


Muitos entendem que ser assertivo é ter apenas uma comunicação sincera e objetiva,
sentindo-se com o direito de dizer muitos “nãos” e poucos “sins” aos outros, “doa a quem
doer e custe o que custar”.

A assertividade clarifica as relações, propiciando uma comunicação ética entre as


pessoas. A linguagem assertiva, verbal e não verbal, utiliza signos que exprimem a
verdade, autorrespeito e respeito pelos outros, buscando uma solução para os conflitos
que satisfaça aos interesses das partes envolvidas.

No ambiente profissional, o perfil assertivo é cada vez mais valorizado, principalmente num
mercado de mudanças contínuas, que exige decisões objetivas e focadas nos resultados
esperados e que considera relevante a construção de parcerias. A técnica assertiva
“aposta” na mudança do comportamento passivo ou agressivo para um comportamento
maduro e honesto, adaptado a todos os tipos de personalidade.

Ética e sustentabilidade
24

A comunicação assertiva resolve muitos problemas imediatos, minimizando a probabilidade


de problemas futuros, mas não serve para toda situação e nem para obter tudo o que se
quer. A comunicação assertiva, por si só, não garante a qualidade do relacionamento
interpessoal. Mas, se o estilo de se comunicar diretamente for resultante de uma filosofia
de vida assertiva, seu relacionamento interpessoal será construtivo, pois a assertividade
não só facilita a expressão clara e objetiva de seus desejos, ideias e sentimentos, como
também, engloba os desejos do outro.

Assertividade é mais do que um comportamento, é filosofia de vida ganha versus ganha,


um estado de espírito que o isenta de alguns sentimentos indesejáveis.

(*) Texto retirado do livro Seja Assertivo, de Vera Martins. Campus Elsevier, 2005.

Ética e sustentabilidade
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3. ALINHAMENTO DOS INTERESSES CORPORATIVOS E


INDIVIDUAIS
Por serem de natureza diferente, os interesses corporativos diferem em tipo e grandeza
dos objetivos dos trabalhadores. Na impossibilidade de eliminar o conflito latente, as
práticas de gestão de pessoas perseguem o objetivo de minimizá-los e, se possível,
realinhá-los numa mesma direção onde todos tenham a ganhar. E isso se torna ainda mais
crucial quando problematizados e complexificados pelas influências socioeconômicas e
culturais da contemporaneidade.

3.1 O desafio de conciliar os interesses corporativos e individuais


No modelo da Administração Científica, preconizado por Taylor, a eliminação dos conflitos
entre capital e trabalho se daria pelo maior lucro auferido através da racionalização dos
métodos de trabalho e a possibilidade de uma remuneração mais elevada para os
trabalhadores, inclusive prevendo um sistema de ganho variável para os operários que
produzissem acima do padrão estabelecido. Mas a desumanização do trabalho que se
seguiu e o desinteresse das empresas em fazer esse repasse inviabilizou essa proposta
bem-intencionada. Na sequência, outros autores preconizavam que se o operário
recebesse atenção e um bom tratamento passaria a adotar os interesses corporativos como
seus, até ser demitido, é claro.

Assim, enquanto as pessoas buscam oportunidade de crescimento, qualidade de vida,


melhores salários / benefícios e liderança democrática, as empresas se empenham em
sobreviver, crescer, reduzir custos, aumentar a produtividade, atingir novos mercados,
fortalecer sua marca, entre outros.

Caso se abandone a utopia de eliminar os conflitos entre os interesses pessoais e


corporativos, pode-se reduzir as diferenças e investir no fortalecimento da identidade
comum, através do comprometimento mútuo. E nesse "contrato psicológico" entre as
partes, a atuação da liderança faz uma grande diferença, seja adotando um estilo mais
democrático e respeitoso no relacionamento, seja mostrando a direção a ser seguida por
todos.

Em parceria, ao criar / estabelecer políticas que enalteçam a meritocracia, o


reconhecimento e possibilidades de crescimento na carreira como pilares, a atuação de um
RH Estratégico passa a fazer a diferença.

Ética e sustentabilidade
26

3.2 Diferenças intergeracionais: atitudes e valores


Ao utilizar maciçamente computadores, smartphones, Internet e aplicativos cada vez mais
sofisticados, a Sociedade do Conhecimento criou a estranha figura de uma pessoa que,
embora seja um especialista na sua área, esteja se percebendo um "analfabeto digital",
até mesmo por opção de vida. E como cada geração tem modelos mentais, percepções,
sistemas de valores e de crenças, conhecimentos, interesses e desejos é certo que
acontecerão diferenças de comportamentos, atitudes e valores entre elas.

Como atualmente três gerações - Baby Boomers X e Y - estão convivendo dentro de uma
mesma empresa, as diferenças podem se tornar fontes de conflitos insuperáveis. Vejamos
no Quadro abaixo quais são as principais...

Quadro 3 - Diferenças entre gerações

GERAÇÃO Baby Boomers Geração X Geração Y

NASCIMENTO Entre 1948 e 1963 De 1964 a 1977 De 1978 a 1994

EVENTOS O termo “Baby Boomer” Acompanharam o fim da Nasceram na época da


MARCANTES pode ser livremente Guerra Fria, a derrubada tecnologia da internet e
traduzido como do Muro de Berlim, o fim da busca obsessiva de
“explosão de bebês”, do apartheid e da União segurança. Um evento
fenômeno social ocorrido Soviética. marcante foram os
nos Estados Unidos no atentados terroristas do
final da Segunda Guerra. dia 11 de setembro de
2001.

PRINCIPAIS • Respeitam a hierarquia • Questionam a • Mais informados do que


CARACTERÍSTICAS • Competitivos e autoridade as gerações
E VALORES • Querem passar mais anteriores
automotivados
• Trabalho como razão tempo com os filhos e, • Não gostam de
assim, procuram polemizar ou pedir
de viver
trabalhar menos autorização, preferindo
• Focados e otimistas agir
• São independentes,
• Não dão muita autoconfiantes, céticos • Mantém fortes laços
importância ao e individualistas. com suas
equilíbrio entre vida comunidades, em
• Apreciam a
pessoal e profissional geral virtuais
informalidade e a
• Trabalham em equipe e autoridade • São pragmáticos,
valorizam o consenso proveniente do mérito irreverentes, decididos
• Buscam o crescimento • Cultivam ideais de paz e esperançosos
pessoal e liberdade • Desejam trabalhos
• Têm conhecimento • São competentes e “com sentido” e
e experiência, mas proficientes na ambientes propícios
temem a tecnologia tecnologia à colaboração
• Possuem forte • Valorizam bastante o
• Permitem que outros
necessidade de participem, mas equilíbrio entre a vida
controle gostam de controlar. pessoal e a profissional
• Focados e imediatistas

Fonte: Inspirado nas considerações de Erickson (2011) e Perrymore (2010)

Ética e sustentabilidade
27

4. LIDERANÇA PARA OS NOVOS TEMPOS


Até aqui, caro leitor, refletimos sobre os verdadeiros "tsunamis" que estão sacudindo os
tempos atuais, especialmente no que se refere à gestão de pessoas, não é mesmo? Então,
chegou a hora de trazer à tona o personagem central que vem provocando e conduzindo
todas essas evoluções, mudando apenas de nome e endereço: o líder.

Suas competências, as principais abordagens que tornam sua atuação mais eficaz, o uso
da motivação como força motriz da atuação da equipe e o espaço que essa figura ímpar
assume na Sociedade do Conhecimento são alguns dos tópicos que passaremos a analisar
neste capítulo.

4.1 Conceitos e papéis da liderança


O exercício da liderança envolve um grupo de pessoas que estão pactuadas em torno de
algum objetivo, seja ele vencer um jogo de futebol, seja o de desenvolver um novo
produto. Portanto, assumirá a liderança desses grupos aquele membro que melhor
influenciar a todos na direção da meta estabelecida.

Mas liderança vai muito além. Para Macêdo et al (2011), liderança é a arte de educar,
orientar e estimular as pessoas a persistirem na busca de melhores resultados num
ambiente de desafios, riscos e incertezas. Aliás, essa última parte da definição explica por
que o líder acaba sendo a chave-mestra dos incessantes e inconstantes processos de
mudanças tão presentes nessa Sociedade do Conhecimento, não é mesmo? Deste modo,
pode-se concluir que investir na sua formação e desenvolvimento acaba sendo uma
estratégia de alto retorno para as organizações, embora a maioria dos investimentos e
atenções costumem ser direcionados em torno do papel de gestor.

Idealmente, todos os postos-chaves de uma organização deveriam ser ocupados por


líderes que também soubessem exercer funções de gerenciamento quando necessário,
implementar visão de curto prazo, priorizar sistemas e processos, exercer controle, manter
aquilo que já foi conquistado, conforme aponta Bennis (1996). Entretanto, dada a rapidez
e a intensidade de mudanças simultâneas que ocorrem no ambiente organizacional, as
competências que dão suporte a essas funções devem ser cada vez menos enfatizadas se
comparadas às de liderança. E as competências requeridas são bem diversificadas:
desenvolver pessoas, ser um bom ouvinte, conseguir adesão à visão de futuro, inspirar
confiança, correr riscos, entre outras.

Para Covey (2005), gerenciar é uma visão dos métodos, a forma ideal de alcançar algo. Já
a liderança trabalha com as pessoas que farão com que esses objetivos sejam alcançados.

O autor também chama a atenção para a necessidade de que esse líder desenvolva
múltiplas habilidades comportamentais e técnicas, vinculadas a valores e atitudes que lhe
darão o devido suporte para encarar um ambiente onde se alternam a ordem e o caos,
típico da Sociedade do Conhecimento em que vivemos.

Ética e sustentabilidade
28

Assim, não se deve confundir liderança com gerência ou chefia, pois enquanto o primeiro
é reconhecido como tal graças às suas qualidades pessoais envolvendo a todos da equipe,
o segundo exerce uma autoridade que lhe é trazida pelo cargo/função que ocupa. O uso
adequado da autoridade representa, por sinal, uma importante competência que os líderes
precisam desenvolver.

Poder do líder: Segundo Ferreira (2012), não existe controvérsia sobre o fato de que o
líder deve exercer algum tipo de poder sobre os liderados que formam sua equipe de
trabalho, até porque é esse poder que dá suporte à capacidade de influenciar pessoas a se
comportarem como o esperado. Para o autor, os seis tipos de poder de influência
comportamental nas relações interpessoais são:

• Poder de coação (punição): também chamado de poder coercitivo, é aquele que faz
com que uma pessoa se comporte de determinada maneira para evitar ser punida pela
outra.
• Poder de recompensa (gratificação): o comportamento esperado acontece em função
da expectativa de uma gratificação que virá daquele que determinou a ação.
• Poder de referência (admiração): deriva do respeito e da admiração pela pessoa que
está solicitando agir de tal forma.
• Poder de conhecimento (especialista): fruto do conhecimento que detém o líder sobre
o assunto em questão e que é reconhecido pelo outro.
• Poder legítimo (instituído): a obediência deriva da legitimidade do líder em ocupar
determinada posição, mesmo que não seja aceito pelo grupo.
• Poder de informação (impessoal): diferente dos anteriores, o poder de informação é
impessoal, ou seja, não está na pessoa que o exerce, mas sim no conteúdo da
informação que é transmitida, independente da fonte ou pessoa que emitiu.

Paradoxos da liderança: Macêdo et al (2011) destacam que o cenário onde se


desenvolve o processo de liderança caracteriza-se pela necessidade de enfrentamento de
turbulências, incertezas e contradições. Na percepção dos autores, diversos desses
desafios estão diretamente relacionados a paradoxos com os quais o líder precisa conviver:

• Ao tempo em que é necessário acompanhar o avanço tecnológico é preciso também ser


mais humanista;
• Embora seja necessário diversificar o foco de atenção, buscando capacitar-se em
diferentes saberes, o líder precisa aprofundar cada vez mais o conhecimento de sua área
específica;
• O aumento da competitividade do negócio precisa ser compatibilizado com ações
direcionadas para a integração e a cooperação;
• A busca de qualidade tem que ser empreendida sem prejuízo da rapidez na condução do
processo produtivo;
• O pensamento global tem que ser compatibilizado com a ação local;
• A crescente virtualização das relações sociais e profissionais precisa ocorrer juntamente
com a harmonização do uso da tecnologia.

Ética e sustentabilidade
29

Não são fáceis, portanto, os desafios a serem vencidos. A esses paradoxos, Johann (2013)
acrescenta a necessidade de o líder dar respostas adequadas à complexidade existente no
macroambiente das organizações, fruto das mudanças conhecidas pela sigla PESTI
(políticas, econômicas, sociais, tecnológicas e internas, já comentadas em capítulo
anterior) e que vêm tornando cada vez mais complexo o exercício da liderança. Por
exemplo, será que um líder mais sênior consegue atuar com desenvoltura numa equipe
onde prevaleçam jovens da Geração Y que sonham ocupar rapidamente seu cargo, de
preferência a um toque no teclado do seu smarthphone?

Na investigação que deu origem ao livro Código da Liderança, Ulrich, Smallwood e


Sweetman (2009) concluíram que 60% a 70% das competências necessárias para
construir lideranças eficazes são as mesmas:

• Líderes devem ser estrategistas (planejar o futuro e o caminho que será seguido);
• Executores (colocar ideias em prática);
• Gestores que sabem cativar, motivar e otimizar os talentos;
• Desenvolvedores de capital humano (investir e construir as próximas gerações)
• Servir de exemplo (saber se colocar e se expor de forma adequada).

Os outros elementos essenciais representam de 30% a 40% para a formação de um líder


e estão relacionados à capacidade de ser um diferencial no serviço prestado a investidores
e/ou clientes externos.

Segundo Soto (2002), uma liderança de sucesso é relacionada a comportamentos,


habilidades e ações adequadas, e não a características inatas. Assim, o líder deve utilizar
três tipos de habilidades: as técnicas (conhecimentos e capacidades em um processo ou
técnica); as humanas (saber trabalhar em equipe para obter os resultados desejados) e as
conceituais, que é pensar em modelos, marcos diferenciadores e as relações com o
ambiente que o cerca.

4.2 Modelos de liderança: diferentes abordagens dos requisitos de


um líder
A chamada abordagem dos traços, hoje bastante contestada, prevê que tende a exercer
maior influência sobre indivíduos e grupos quem nasce com determinados traços físicos
(estatura, porte, força física), traços intelectuais (entusiasmo, inteligência,
adaptabilidade), traços sociais (cooperação, relacionamentos), além de traços voltados à
realização de tarefas (realização, persistência, iniciativa). Entretanto, como
historicamente muitos grandes líderes não apresentavam os tais traços e as mais de cem
pesquisas realizadas nessa área não conseguiram validar essa hipótese, a abordagem dos
traços foi abandonada, ressaltando-se que alguns, entretanto, seriam desejáveis como,
por exemplo, iniciativa, empenho, integridade, autoconfiança, entre outros (Vergara,
2010).

A abordagem comportamental desenvolveu-se com base em diversos estudos sobre


liderança promovidos a partir da década de 1950 com o advento das teorias humanistas
da Administração (Ferreira et al, 2009). Um dos precursores dessa abordagem foi Rensis
Likert, o qual dedicou-se por mais de quarenta anos à realização de experiências e à análise

Ética e sustentabilidade
30

de informações obtidas em experimentos de outros estudiosos, buscando relacionar o


sucesso alcançado por determinadas organizações com o sistema de liderança por elas
adotado. Para Likert, existe um melhor estilo de gerência, o qual contribui para a
otimização do potencial humano nas organizações, favorecendo o aumento da
produtividade. Esse estilo seria o participativo, o qual teria base nas seguintes
pressupostos (Likert, 1971):

• O gerente deve dar atenção e escutar os problemas dos liderados; estimular o trabalho
em grupo e o intercâmbio de ideias e dar ênfase no alcance dos objetivos (e não aos
meios empregados).
• Deve haver um eficiente fluxo de comunicação com os liderados, de modo que estes
saibam o que está acontecendo e recebam informações sobre as tarefas a executar. Os
líderes, por sua vez, devem mostrar-se receptivos a informações.
• As decisões devem ser tomadas de forma participativa, permitindo-se que os envolvidos
manifestem suas opiniões.
• O bem-estar do indivíduo precisa ser buscado, através do oferecimento de melhores
condições de trabalho.
• A adequação tecnológica é importante, devendo os métodos de produção mais
avançados ser adotados sem demora.
• A motivação dos trabalhadores deve ser favorecida por uma política corporativa que
encoraje e ofereça condições de trabalho adequadas para que atinjam seus objetivos.

Estilos de liderança: Kurt Lewin (1973) foi outro pioneiro dos estudos sobre estilos de
liderança, propondo a existência de três formas de liderar uma equipe:

• Estilo Autocrático: adotado por líderes centralizadores, que tomam decisões sozinhos,
definindo responsabilidades e mantendo rígido o controle sobre todos os processos;
• Estilo Democrático / Participativo: o líder dá espaço para que os integrantes da equipe
participem da tomada de decisões, ouvindo opiniões e sugestões, bem como delegando
tarefas e dando feedback como referência;
• Estilo Laissez-faire (ou liberal)
• O líder deixa os integrantes decidirem sozinhos sobre metas e métodos. Traduzido do
francês, é o estilo "deixar acontecer".

Ética e sustentabilidade
31

5. CULTURA ORGANIZACIONAL: IMPLEMENTE NA SUA


EMPRESA
Sabia que a cultura organizacional é um fator de extrema importância para o crescimento
de uma empresa? Por mais que as questões financeiras e operacionais sejam de muito
relevantes, a cultura de um ambiente também é essencial para o fortalecimento da
organização.

Isso porque é importante que os funcionários tenham clareza sobre os direcionamentos da


empresa e tudo o que ela prega. Dessa forma, todos conseguem agir de acordo com o
esperado e remar em uma mesma direção.

O que é cultura organizacional?


A cultura organizacional envolve tudo o que uma empresa é e prega em seu discurso.
Trata-se do seu conjunto de valores, missão, crenças, hábitos, visão e até de regras
formais e informais.

Tudo o que acontece no dia a dia da organização é pautado pela cultura. Basta pensar no
lugar que você trabalha. Como as pessoas se vestem? Vocês trabalham com metas? Existe
o hábito de fazer reuniões semanais de times? Tudo isso é resultado da cultura
organizacional de um ambiente.

O comportamento dos colaboradores e o que acontece no dia a dia, portanto, também diz
respeito à cultura. Não basta ter um manual de visão e valores super estruturado se nada
é colocado em prática.

Por que a cultura organizacional é importante?


Para você ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela Universidade Duke com mais de 5
mil executivos americanos e europeus apontou que 90% deles acreditam que a cultura
organizacional é importante para os resultados de uma empresa.

Idalberto Chiavenato afirma que a cultura organizacional é capaz de aumentar a satisfação


e a motivação no trabalho, ou seja, tem impacto direto no desempenho dos colaboradores.
A cultura organizacional é um guia de comportamento e mentalidade dentro de uma
empresa, ou seja, é ela que direciona o dia a dia.

É importante porque está relacionada ao bem mais valioso das empresas: as pessoas. É
muito frustrante para um funcionário trabalhar em um lugar que prega inovação e
modernidade, mas no dia a dia os processos são burocráticos, lentos e pouco inovadores.
E não é relevante apenas no que diz respeito ao comportamento dos colaboradores, pois
a cultura organizacional também afeta o relacionamento com fornecedores e clientes.

Pare e pense em como a sua empresa acredita que devam ser construídos os
relacionamentos com terceiros? Isso tudo irá influenciar nas estratégias de condução dos
negócios.

Ética e sustentabilidade
32

De forma geral, portanto, a cultura organizacional é um dos fatores responsáveis pela


manutenção de um dia a dia saudável. Isso porque faz com que todos trabalhem em prol
de um objetivo comum, com mentalidade e comportamento similares.

Como começar a criar uma cultura organizacional?


Criar a cultura organizacional de uma empresa não é uma tarefa simples. Tudo começa
com a missão, visão e valores. Este é o ponto de partida para que todos tenham clareza
de quais são os principais pontos que vão guiar a organização e o perfil dos funcionários a
serem contratados.

Antes de mais nada, saiba que a cultura da sua empresa precisa ser forte e coerente, mas,
ao mesmo tempo, é mutável. Não tem problema se algumas coisas mudarem ao longo do
tempo e precisarem ser adaptadas.

Vale pontuar também que a mentalidade dos fundadores é muito importante no que diz
respeito à criação de uma cultura. Pare e pense em empresas icônicas como a Apple, por
exemplo, e você se lembrará de que a sua cultura é resultado dos valores de Steve Jobs.
O fundador é um dos grandes responsáveis por disseminar a cultura entre os funcionários
no dia a dia. Da mesma forma, posteriormente as demais lideranças também assumem
este papel.

Como um exercício inicial, comece respondendo algumas perguntas sobre as


características da empresa, como:
• Tem processos muito bem estruturados que devem ser seguidos ou é mais flexível?
• O objetivo da empresa é ganhar dinheiro ou existe por uma causa?
• Vocês trabalham com metas agressivas ou não?
• A estrutura é hierárquica ou mais horizontal?
• As pessoas agem e se vestem de maneira mais formal ou informal?
• O trabalho em equipe é mais valorizado do que o individual?
• Pregam o cuidado para agir ou valorizam a tomada de riscos?
• Vocês dão mais valor ao controle ou a delegar tarefas?
• Quais são as bandeiras que a empresa levanta?

Ao responder perguntas como essa, você verá que, aos poucos, será criado um perfil de
comportamento e mentalidade não só da empresa, mas de todos que a compõem.

Como disseminar a cultura organizacional internamente?


A partir do momento em que a cultura da empresa já estiver estabelecida, chega o desafio
de disseminá-la, ou seja, comunicá-la. Isso quer dizer que não adianta ter um manual
lindo com missão, visão e valores, mas ninguém implementar nada no dia a dia.
Confira, em seguida, algumas dicas para disseminar a sua cultura organizacional entre os
colaboradores!

1. Treine a liderança
As lideranças da empresa precisam transmitir a cultura organizacional, pois servirão de
referência para os demais profissionais. No dia a dia, são as lideranças que atuarão como
um espelho dos valores, comportamentos e mentalidade.

Ética e sustentabilidade
33

Para que disseminem a cultura de maneira correta, é importante fazer treinamentos


(principalmente com quem é novo na organização). É muito difícil exigir que os demais
funcionários atuem de acordo com a cultura se os próprios líderes não agirem de maneira
coerente.

2. Aprimore a comunicação interna


A comunicação interna tem um papel importante no que diz respeito à disseminação da
cultura organizacional. É importante que todos estejam alinhados em relação ao que é
esperado.

Ações específicas de comunicação podem ajudar a educar e informar os colaboradores de


uma maneira simples e didática.

Que tal soltar e-mails semanais que destacam a ação de um funcionário que agiu conforme
a cultura? É uma maneira de reconhecimento e, ao mesmo tempo, de incentivar mais
atitudes alinhadas à cultura.

3. Estabeleça rituais
Vale a pena pensar se é o caso de implementar alguns rituais na sua empresa que visem
fortalecer a cultura. Caso um dos valores seja inovação, por exemplo, que tal pensar em
reuniões semanais de brainstorming entre as equipes de criação?

Quais são os tipos de cultura organizacional?


Vamos, em seguida, conferir 4 modelos de cultura organizacional desenvolvidos
por Charles Handy, escritor e filósofo especializado em comportamento corporativo.

1. Cultura do poder
A cultura do poder é aquela que concentra a liderança da empresa em apenas algumas
pessoas. Se for o caso de uma organização pequena, o mais comum é que o poder de
influência fique nas mãos do próprio fundador.

Nestas empresas, a cultura prega o respeito à hierarquia organizacional e centralização de


decisões nos líderes. Visto que o poder está centralizado, não é incomum a geração de
conflitos neste tipo de ambiente.

2. Cultura de papéis
A cultura de papéis foca nas funções que cada indivíduo desempenha dentro da
empresa. Dessa forma, o poder é dado àqueles que têm uma posição mais alta na
organização. Além disso, a cultura é muito pautada em cargos, regras e funções bem
definidas, o que resulta em falta de flexibilidade.

O lado negativo deste tipo de cultura é que os profissionais ficam mais acomodados porque
se limitam às suas funções e não são incentivados a pensar em soluções e ideias fora da
caixa.

Ética e sustentabilidade
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3. Cultura de tarefas
A cultura de tarefas tem como foco os projetos da organização, ou seja, quem conseguir
resolver um problema poderá assumi-lo. O poder pode estar nas mãos de uma equipe ou
de uma única pessoa.

O ponto positivo deste tipo de cultura é que os profissionais têm mais flexibilidade e
liberdade para agir com criatividade e buscar soluções. É, portanto, um ambiente bem
menos engessado e capaz de motivar os funcionários durante o dia a dia de trabalho.

4. Cultura de pessoas
Por fim, a cultura de pessoas é aquela em que o colaborador vem em primeiro lugar
independentemente do seu cargo. O trabalho de cada um é muito valorizado, assim como
a integração das equipes.

Em ambientes como este, os funcionários são reconhecidos e, portanto, têm abertura para
propor novas ideias. Há menos hierarquia e o trabalho é mais autogerenciado.

Quais são os benefícios de uma cultura organizacional bem estabelecida?


Agora que você já entendeu o que é, sua importância e alguns dos principais tipos de
cultura organizacional, vale conferir os seus benefícios. Afinal, por que é vantajoso para
uma empresa investir em uma cultura?

Melhora do clima organizacional


A partir do momento que a empresa tem uma cultura organizacional estabelecida,
consequentemente há uma melhora no clima. Por que isso acontece?

Ter clareza sobre missão, visão e valores é o ponto de partida, ou seja, uma forma de
colocar todos os colaboradores remando em uma mesma direção. No entanto, não é só
isso. É importante que todos tenham consciência de quais são os comportamentos e
hábitos aceitáveis para que haja uma sinergia no ambiente.

Aumento da sensação de pertencimento


A cultura organizacional é importante para a criação de um senso de coletivo, ou seja, as
pessoas sabem pelo que trabalham todos os dias. Dessa forma, a produtividade e
engajamento aumentam também.

Isso porque ir todos os dias trabalhar em um local em que não há uma cultura gera uma
sensação de: por que faço o que faço? As pessoas, mais do que nunca, querem pertencer
a um lugar e abraçar uma causa.

Atração de talentos certeira


Outro ponto positivo está relacionado à atração de talentos. Isso porque, ao ter clareza
sobre os comportamentos e a mentalidade daquele ambiente, os recrutadores vão atrás
de pessoas que tenham fit com a cultura.

A seleção de profissionais, portanto, se torna muito mais certeira e as chances de contratar


uma pessoa que irá se adaptar são maiores. Como consequência, os índices de retenção
de talentos também aumentam, pois, as pessoas certas estão no lugar certo.

Ética e sustentabilidade
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Quais empresas são exemplos de cultura organizacional?


Por fim, para que tudo o que vimos até agora fique mais claro, vamos falar sobre algumas
empresas que fizeram a lição de casa. Elas têm uma cultura organizacional forte e
estabelecida mundialmente. Confira!

Google
O Google é uma das empresas mais desejadas para se trabalhar. Ganhou fama por colocar
o colaborador no centro das ações. São diversos os benefícios, entre eles: espaços
interativos, viagens, refeições gratuitas e bicicletas para ir ao escritório.

Por que a estratégia é tão bem-sucedida? O objetivo é que o colaborador se sinta motivado
e feliz em um ambiente de trabalho descontraído.

O foco é no bem-estar do colaborador e na criação de um local colaborativo e criativo. Com


tantos benefícios, não é à toa que o processo seletivo do Google é conhecido por ser muito
competitivo.

Netflix
Também muito focada em seus funcionários, a Netflix virou um case de cultura
organizacional forte e bem estabelecida. A empresa é conhecida por pregar liberdade e
responsabilidade. O ambiente, portanto, é descontraído e informal.

Todos os colaboradores são considerados adultos responsáveis capazes de tomar decisões


e assumir suas consequências. Por isso o estilo de gestão está pautado na delegação de
tarefas e em pessoas inovadoras. É um ambiente no qual os líderes evitam ter controle
sobre as suas equipes.

Nubank
Um dos cases mais recentes de cultura organizacional é o Nubank, que já nasceu com o
propósito de ser diferente. Implementa a sua essência no dia a dia dos funcionários e dos
clientes.

É pautado por uma cultura inclusiva, descontraída e criativa. Visto que o ambiente é
pautado pela liberdade de expressão, os colaboradores podem trabalhar vestidos da forma
que desejarem e têm permissão para levar seus cachorros para o escritório.

https://www.vittude.com/empresas/cultura-organizacional-implemente-na-sua-empresa
por Bruna Cosenza em 12 out 2021.

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6. ARTIGOS

6.1 Chefiar, liderar ou os dois?


Luiz Carlos Becker Jr.*

Em nossas atividades optamos, ou somos convidados, em assumir uma função de chefia,


embora não sejamos preparados para isso. Desde o início do século XX a administração
tem sido palco de grandes realizações no campo do saber e a evolução dos trabalhos vem
ocorrendo em ritmo vertiginoso. Entretanto o que se vê na realidade é uma diversidade de
novas propostas sobre a forma em se gerenciar e cabe a cada um perceber em que grau
estas contribuições diferem e se essas propostas podem e devem ser adotadas.

Henri Fayol (1841-1925), conhecido como o pai da administração clássica, enfatizou a


necessidade de as organizações terem uma estrutura formal com divisão do trabalho,
unidade de comando, unidade de direção, disciplina, hierarquia, centralização de atividades
cruciais e autoridade. Aliado a esses princípios, Fayol enunciou as cinco funções
fundamentais da gerência. São elas:

Planejar – significa estabelecer os objetivos da organização, especificando a forma como


serão atingidos. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à
operacionalização das outras.
Organizar – é a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos,
financeiros ou administrativos, alocando-os da melhor forma, segundo o planejamento
traçado.

Dirigir – significa fazer com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe
que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, assim como o grau de
participação e colaboração de cada um para a consecução dos objetivos definidos.

Coordenar – a implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação


das atitudes e esforços de toda a organização, tendo em vista os objetivos traçados.
Controlar – controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam
assegurar que as ações adotadas sejam as mais compatíveis com o que a organização
almeja.
A administração clássica, que teve origem na alta administração, enfatiza a estrutura
formal da organização e a adoção de princípios e funções administrativas necessárias à
realização do trabalho. O sucesso do empreendimento, segundo Fayol, está relacionado ao
desempenho satisfatório dessas funções, em todos os setores da empresa.

O gerenciamento eficiente introduz certa ordem e consistência em questões básicas como


a qualidade e foco em resultados. Sem um bom gerenciamento, organizações complexas
tendem a tornar-se caóticas pondo em risco sua própria existência. O verdadeiro desafio
reside em combinar uma liderança forte com um forte gerenciamento, usando um para
contrabalançar o outro.

Sabemos que nem todos podem ser bons nas duas vertentes. Algumas pessoas podem
tornar-se excelentes gerentes, chefes, coordenadores e supervisores, mas não líderes
vigorosos. Outros apresentam grande potencial para a liderança, mas por vários motivos,
encontram dificuldades em ser bons gerentes.

Ética e sustentabilidade
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Liderar é lidar com a mudança. Um dos motivos por que vem se tornando tão importante
nos últimos anos é que o mercado vem se tornando mais competitivo em todos os
seguimentos. As pessoas estão mais esclarecidas, mais exigentes, mais ansiosas e com
novos hábitos e esse novo cenário requer, por parte das organizações, mais liderança por
parte daqueles que estão no comando.

Liderar é diferente de gerenciar. A liderança não é algo místico e misterioso. Não tem a
ver com “carisma” ou algum traço exótico de personalidade, não é reduto de alguns poucos
escolhidos e nem é necessariamente melhor ou pior que o gerenciamento.

Liderança e gerenciamento são dois sistemas de ação distintos. Cada um tem sua própria
função e atividades características. Ambos são necessários para o êxito em qualquer
projeto ou missão. A liderança complementa o gerenciamento, não o substitui.

O líder deve criar um ambiente onde seus liderados se sintam motivados, incentivar e
apoiar, saber delegar, educador, ser visionário e compartilhar a visão e ser exemplo, afinal,
as pessoas estão mais atentas às ações do que às palavras.
Todavia, o cargo não faz o líder. Existe a necessidade de uma relação positiva com seus
seguidores, tais como: dar espaço para que exista diálogo e para que as pessoas possam
falar, sugerir e discordar. O líder não deve dar respostas e sim apresentar as equações e
deixar que sua equipe possa pensar nas soluções. Caso isso não ocorra, as pessoas
poderão vê-lo não como um líder e sim como um mero gestor cumprindo apenas as
atribuições do seu cargo.
Por fim, o gerenciamento assegura a realização das ações traçadas pelo planejamento,
controlando e monitorando, formal e informalmente, através de relatórios, reuniões e
outras ferramentas de gestão, os resultados e contrapondo-os aos planos, identificando
desvios e elaborando ações no sentido de solucionar problemas. Porém, para a liderança,
concretizar uma visão requer equipes motivadas, comprometidas e inspiradas, mantendo
as pessoas na direção correta, apesar dos obstáculos à mudança, e recorrendo a valores
e emoções. Para isso precisamos de gestor-líder.
O modelo de empresa mais adequado é aquele em que o dono do negócio proporciona um
ambiente de trabalho em que as pessoas possam pensar, dar ideias, e que possam falar.
É a chamada gestão participativa.

Agora pergunto....você é o quê ? Chefe, líder ou os dois? Caso seja somente chefe fique
tranquilo, as pessoas irão te obedecer, mas não fique triste se elas não quiserem continuar
ao seu lado. Empresas onde somente existam chefes dificilmente os empregados irão
querer continuar trabalhando nela. O final dessa história é que você irá treinar, ensinar o
trabalho e na primeira oportunidade perderá um por um dos seus colaboradores. Conheço
empresas que na hora do almoço os empregados não almoçam, fazem entrevistas ou
distribuem currículos e depois te deixam. Pense nisso!

* Luiz Carlos Becker Junior é Consultor, Palestrante, Autor e Professor de diversos cursos
de pós-graduação e MBA da Fundação Getulio Vargas e da UNIPÊ/PB. Autor dos livros
Desenvolvimento de Equipes e Planejamento e Gestão Estratégica em organizações de
saúde, ambos pela editora FGV.

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7. EXERCÍCIOS
Questão 1 – (ENEM 2011) O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais
adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse
resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a
Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).

O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma


ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são:

a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.

b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.

c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.

d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.

e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.

Questão 2 – (UPE 2014) O que é ética? O que é moral? No encaminhamento dessas


questões, precisamos voltar ao sentido originário da ética e da moralidade. Todas as
morais, por mais diversas, nascem de um transfundo comum, que é a ética. Ética somente
existe no singular, pois pertence à natureza humana, presente em cada pessoa, enquanto
a moral está sempre no plural, porque são as distintas formas de expressão cultural da
ética. (BOFF, Leonardo, Ethos Mundial, 2003, p. 27-28. Adaptado.)

Acerca desse assunto, analise os itens seguintes:

I – A ética se constitui como ciência da moral. A ética é teoria, parte do fato da existência
da história da moral.

II – A esfera da ética é o campo de investigação da moral, área da filosofia que fundamenta


as questões dos valores.

III – A moral é a área da filosofia que procura investigar todos os problemas apresentados
pelo agir humano, relacionados com os valores éticos.

IV – Um dos grandes problemas da ética diz respeito à polêmica entre o relativismo moral
e ética objetiva. Ou seja, os que defendem que os valores éticos são objetivos e universais
e os que enfatizam que toda moral é relativa à determinada cultura.

V – A filosofia moral, mesmo sendo uma só em princípio, constituída de preceitos


concretos, que orientam o comportamento humano e lhe dão forma, há de mudar conforme
vai mudando o material histórico.

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Estão CORRETOS:

a) I, II e V

b) II, III e V

c) I, IV e V

d) II, III e IV

e) I, III e V

Questão 3 – (UNICAMP 2016) Por que a ética voltou a ser um dos temas mais trabalhados
do pensamento filosófico contemporâneo? Nos anos 1960, a política ocupava esse lugar e
muitos cometeram o exagero de afirmar que tudo era político. (José Arthur Gianotti,
“Moralidade Pública e Moralidade Privada”, em Adauto Novaes, Ética. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992, p. 239.)

A partir desse fragmento sobre a ética e o pensamento filosófico, é correto afirmar que:

a) o tema foi relevante na obra de Aristóteles e apenas recentemente voltou a ocupar um


espaço central na produção filosófica

b) os impasses morais e éticos das sociedades contemporâneas reposicionaram o tema da


ética como um dos campos mais relevantes para a filosofia

c) o pensamento filosófico abandonou sua postura política após o desencanto com os


sistemas ideológicos que eram vigentes nos anos 1960

d) na atualidade, a ética é uma pauta conservadora, pois nas sociedades atuais, não há
demandas éticas rígidas

Questão 4 – (UNISC 2012) – Apresentados os enunciados abaixo, qual deles melhor


caracteriza o tema da ética filosófica?

a) a ética filosófica estuda a maneira como as pessoas agem dentro de uma determinada
sociedade

b) a ética filosófica consiste em um conjunto de normas relativas à vida sexual das pessoas

c) a ética filosófica é o estudo das normas que regem o exercício de uma determinada
profissão

d) a ética filosófica é um discurso racional e argumentativo cujo objetivo é fundamentar


critérios para avaliar as ações humanas, seja para louvá-las ou para censurá-las

e) a ética filosófica consiste na explicação das normas de comportamento que se


encontram na bíblia

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Questão 5 – (UPE 2015) – Sobre a ética e a política, considere o texto a seguir: “A verdade
é filha legítima da justiça, porque a justiça dá a cada um o que é seu. E isto é o que faz e
o que diz a verdade, ao contrário da mentira. A mentira, ou vos tira o que tendes, ou vos
dá o que não tendes; ou vos rouba, ou vos condena.” (Pe. Antônio Vieira, Sermão da
Quinta dominga de Quaresma)

Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que:

a) a vida moral e a vida do poder prescindem de virtudes para sua condução

b) a ética na esfera pública deve ilegitimar a verdade para a garantia na esfera privada de
uma vida virtuosa

c) a moralidade pública e a moralidade privada são categorias basilares para o


encaminhamento da justiça no âmbito do poder

d) a justiça dá a cada um o que é seu. Então, a verdade, sendo filha da justiça, dela tira o
que tem e lhe dá o que não tem

e) a dimensão autêntica da vida moral se resume a um ato de justiça e de verdade,


deixando à margem a continuidade do agir moral

Questão 6 – (Leopoldino Rocha) O sujeito ético-moral é somente aquele que preencher os


seguintes requisitos:

a) ser consciente de si, mas não precisa reconhecer a existência dos outros como sujeitos
éticos iguais a si.

b) saber o que faz, conhecer as causas e os fins de sua ação, o significado de suas intenções
e de suas atitudes e a essência dos valores morais.

c) não precisa controlar interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões,
deixando-as fluir livremente

d) dizer o que as coisas são, como são e por que são. Enunciar, pois, juízos de fato

e) ser responsável, mas não precisa reconhecer-se como autor da sua própria ação nem
avaliar os efeitos e as consequências dela sobre si e sobre os outros

Ética e sustentabilidade
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Questão 7 – (Enem 2010) A ética precisa ser compreendida como um empreendimento


coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação social
se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um
pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de
educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se
construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática
política.

O Século XXI teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de
diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob esse
enfoque e a partir do texto, a ética pode ser:

A. Compreendida como instrumento de garantia da cidadania, porque através dela os


cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.
B. Mecanismo de criação de direitos humanos, porque é da natureza do homem ser
ético e virtuoso.
C. Meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do
entendimento do que é efetivamente a ética, a política internacional se realiza.
D. Parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses e ação
privada dos cidadãos.
E. Aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar
sua vinculação à outras sociedades.

Questão 8 – Como podemos diferenciar “moral” e “ética”?

A) Não podemos diferenciar, são palavras sinônimas.


B) Moral é um conjunto de valores, e Ética é a reflexão sobre esses valores.
C) Moral é a prática da Ética no nosso dia a dia.
D) Moral é sinônimo de “ética aplicada”.

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Questão 9 – (Unesp 2018) Os homens, diz antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia
que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da nossa
miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem
acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o
levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência,
ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita
o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos.

De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal

a) representa uma oposição de natureza metafísica, que não está sujeita a relativismos
existenciais.

b) relaciona-se com uma esfera sagrada cujo conhecimento é autorizado somente a


sacerdotes religiosos.

c) resulta da queda humana de um estado original de bem-aventurança e harmonia geral


do Universo.

d) depende do conhecimento do mundo como realidade em si mesma, independente dos


julgamentos humanos.

e) depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por cada indivíduo diante de


sua vida.

Questão 10 – (Enem PPL 2010) A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os
cidadãos. Essa é a base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem “em casa”,
experimentam-se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento.

Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de


indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a:

A. Valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.

B. Preceitos normativos impostos pela coação das leis jurídicas.

C. Normas determinadas pelo governo, diferentes das leis estrangeiras.

D. Transferência dos valores praticados em casa para a esfera social.

E. Proibição da interferência de estrangeiros em nossa pátria

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Questão 11 - “As normas morais variam a depender da cultura e do período histórico.


Também podem ser questionadas e destituídas”. Isso significa que:

a) Nós não podemos pensar sobre as normas morais que são impostas;

b) Nós temos que concordar com as normas morais porque são as normas da nossa
cultura;

c) A moral é um conjunto de valores pelos quais as pessoas guiam seus


comportamentos e, por isso, está sujeita a mudanças a depender do país e do
momento histórico em que as pessoas estão inseridas.

d) Não agimos de forma “moral” se obedecermos às regras que a sociedade


estabelece.

Questão 12 - Indique as alternativas corretas (C) e incorretas (I):

a) A palavra moralidade vem do latim “mos” ou “moris” e significa “costumes”.

b) As palavras “ética” e “moralidade” são sinônimas e correspondem à mesma ideia.

c) As normas morais não variam a depender da cultura e do período histórico.

d) A palavra “ética” vem do grego éthikos e significa modos de ser.

Ética e sustentabilidade
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Gabarito das Questões sobre Ética e Moral

Exercício resolvido da questão 1:

Alternativa correta: letra d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve
se submeter

Exercício resolvido da questão 2:

Alternativa correta: letra c) I, IV e V

Exercício resolvido da questão 3:

Alternativa correta: letra b) os impasses morais e éticos das sociedades contemporâneas


reposicionaram o tema da ética como um dos campos mais relevantes para a filosofia

Exercício resolvido da questão 4:

Alternativa correta: letra d) a ética filosófica é um discurso racional e argumentativo cujo


objetivo é fundamentar critérios para avaliar as ações humanas, seja para louvá-las ou
para censurá-las

Exercício resolvido da questão 5:

Alternativa correta: letra c) a moralidade pública e a moralidade privada são categorias


basilares para o encaminhamento da justiça no âmbito do poder

Exercício resolvido da questão 6:

Alternativa correta: letra b) saber o que faz, conhecer as causas e os fins de sua ação, o
significado de suas intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais.

Exercício resolvido da questão 7:

Alternativa correta: letra a) Compreendida como instrumento de garantia da cidadania,


porque através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores coletivos.

Exercício resolvido da questão 8:

Alternativa correta: letra b) A palavra “ética” vem do grego éthikos e significa modos de
ser. A ética pode ser entendida como a reflexão sobre o comportamento moral. Se existir
um país onde usar guarda-chuva seja considerado imoral, compete à ética pensar a origem
dessa norma e os pontos negativos de não se usar guarda-chuva, por exemplo.

Ética e sustentabilidade
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Exercício resolvido da questão 9:

Alternativa correta: letra e) depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por


cada indivíduo diante de sua vida.

Exercício resolvido da questão 10:

Alternativa correta: letra a) valores e costumes partilhados pela maioria da sociedade.

Exercício resolvido da questão 11:

Alternativa correta: letra c) A moral é um conjunto de valores pelos quais as pessoas guiam
seus comportamentos e, por isso, está sujeita a mudanças a depender do país e do
momento histórico em que as pessoas estão inseridas.

Exercício resolvido da questão 12:

alternativa A: correta;
alternativa B: incorreta;
alternativa C: incorreta;
alternativa D: correta.

Ética e sustentabilidade

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