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• r~n~•~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ -------- Cap. 1: Motores - Classificação 1 Princlpios de Funcionamento
do cilindro. pode-se aumentar ao diâmetro e dim inuir ao cu rso. ou vice-versa . Diminuindo-se 1.4. MOTOR DE IGNIÇÃO COMANDA DA
o curso. reduz- se a velocidade linear do pistão. se o motor rodar à mesma velocidade de
rotação. ou conseguem-se maio res velocidades de rotação para a mesma velocidade linear do o motor de combustão interna mais vulgar é o motor a gasolina, que se denomina mot or de
pis tão. Assim. a relação curso-diâmetro é muito importan te para as características de um ignição comandada ou de ignição por faísca. pois a sua combustão inicia-se por uma descarga
motor. Por exemplo. um motor com cilindros de gru nde diâmetro apresenta maior espaço para ~léctrica de elevada tensão (faísca) dentro da câmara de combustão.
colocação da~ válvu las à cabeça. faci litando o ench ime nto e descarga dos gases.
A> Fig. 1.6-;i) a d) representam este motor (de igni ção comandada) em estágios d iferentes do
Pe las razões acima apon tadas. há basta nte interesse em reduzir o c urso aos motores, chegando seu ciclo. Existem duas válvulas (pelo me no s) na parte superior do c ilind ro. a ~- que
a va lores iguais ou mesmo inferiores ao diâmetro. Nestes casos os motores denominam-se podem ser abertas ou fechada s por um mecanismo que se detalhará mais à frente (Cap .5.1.4 ).
quad rados (curso ig ual ao d iâmetro) ou supe r-quad rados ( C<D). O inconveniente dos motores
excessivamente super-quadrados. é que as perdas de compressão são proporcionais ao A válvula A é a válvula de admissão e quando aberta mantém o cilindro em comunicação com
per íme tro dos pistões e as câmaras de combus tão de elevado d iâmetro não queimam bem e têm
0 si~te m a
de alime ntação. cujo papel é fornece r uma pré-mistura de ar e combustível.
e levadas perdas térmicas.
A válvula E. é a yályula de escape. que tem a missão de permitir que os gases saiam do
Q ua ndo o pistão desce desde PMS a té PM I e le "varre" um volume correspondente a um cilindro. Ambas as válvulas se abrem para o interior do cilindro, sendo a sua vedação
c ilindro c uja base é a sua secção e a a ltura é o curso do pistão, chamado vo lume varrido ou auxiliada pelas altas pressõe s aí rei nantes. Seguidamente apresenta-se o funcionamento deste
c ili ndrada. A soma dos vol um es varr idos de todos os ci lindros d á-se o nome de cilindrada do tipo de motor.
motor . Se um motor tiver um número n de c il ind ros de d iâmetro D e c urso C a sua cilindrada
=
será: V n· C lY·rt I 4 Admissão
A Fig . 1.6-a mostra-nos o pi s tão a efectuar um curso descendente , estando a válvu la de
Q uando o pistão se encontra no PMS, exis te um espaço morto por c ima da cabeça do pistão. É admissão aberta. O pistão. no seu movimento descendente. provoca uma depre ssão no interior
nesse volume que se ini cia a co mbustão e por isso se de nomina câmar a d e c ombustão. Para se do ci lindro, o que indu z a m istura vinda do sistema de alimentação para dent ro do cilindro.
determinar o seu volume, basta enchê-la de ó leo (ou de um outro líq uido a través do orifício da Assim se dá o enchimento do cilindro, com o pistão movimentando-se de PMS a PMI.
vela o u do injector), com a aju da de um a prove ta o u serin ga g raduad a, q uando o p istão se
e ncontra no PMS.
Se dividirmos o volume tota l por c ima da cabeça do pis tão quando este está em PMI por o
valor q uando ele está em PMS, obtemos a taxa de compressão do motor. Se ndo ass im esta é
dada por:
m 1m
Vpt,,, vv.nido + v<CC
E= - -
Vpu; V«
Durante a compressão produz-se no c il ind ro, não some nte um a u me nto de pressão motivado Com ambas as válvulas fec hadas, o pistão sobe do PMI ao PMS, compri mindo os gases que
pe la di min uição do vo lume, mas também um a e levação de te mperatu ra, que e levará ainda foram ad m itidos dura nte a adm issão. Esta compressão vai e levar a te mperatura e a turbulência
mais a pressão. Assim a pressão dos gases no fina l da compressão é superior à calculada da mistura, vaporizando a lg uma gaso li na ai nda no estado líquido e homogeneizando a
somente pe lo q uoc ien te geomé tr ico dos vo lumes, po is dever-se-á co nsiderar uma compres são mi stura. A combus tão será, nestas condições, mais co mp leta, libertando mais calor e uma
politrópica de expoente próximo de 1.4. menor q uan tidade de produtos não queimados, altame n te poluentes. No entanto, a temperatura
no final da compressão deverá ficar bas ta nte aba ixo da temper atu ra de auto-ignição da
mi stura .
Motores de Combustão Interna Cap. 1: Motores - Classificação e Princípios de Funcionamento
~
A válv ula de escape E abre-se no final do tempo motor (em PMI) e os gases queimados
escoam-se por ela a gran de velocidade. O pistão, no seu mov imento ascendente, vai limpar o
inrerior do c ilindro dos gases queimados, sendo a válvula de escape fechada com a c hegada do
pistão ao topo do cil indro (em PMS). Depois de evo luírem no sistema de escape , onde as suas
m ai Admissão b) Compressão cl Explosão-Expansão dl Escape
ondas sonoras são amortecidas, os gases queimados são descarregados na atmosfera. Fig.1.7 - Os 4 tempos do motor de ignição por compressão
O ciclo é o conjunto destas quatro fases: admissão, compressão, expansão e escape . Neste tipo Admissão
de motores, as quatro fases realizam- se em 4 tempos, ou seja, em 4 cursos de pistão, ou 2 O pistão parte do PMS, descendo até PMJ. A válvula de admissão encontra-se aberta d urante
·rotações. Note-se que num motor a 4 tempos apenas há um tempo motor, o que ocasiona que este período, admitindo !lLl!.J.!.I.Q. dentro dó c ilindro, enchendo-o.
um motor monocilíndrico necessite de um grande volante de inérc ia, capaz de arrastar a
cambota durante 3 tempos ( 1.5 rotações) sem baixar demasiadamente a sua veloc idade. Compressão
Com ambas as válvulas fec hadas, o pistão sobe até PMS, comprimindo o ar puro encerrado no cilindro.
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Motores de Combustão Interna Cap. 1: Motores - Classificação e Princípios de Funcionamento
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A válv ula de escape E abre-se no final do tempo motor (em PMI) e os gases queimados
escoam-se por ela a gran de velocidade. O pistão, no seu mov imento ascendente, vai limpar o
inrerior do c ilindro dos gases queimados, sendo a válvula de escape fechada com a c hegada do
pistão ao topo do cil indro (em PMS). Depois de evo luírem no sistema de escape , onde as suas
m ai Admissão b) Compressão cl Explosão-Expansão dl Escape
ondas sonoras são amortecidas, os gases queimados são descarregados na atmosfera. Fig.1.7 - Os 4 tempos do motor de ignição por compressão
O ciclo é o conjunto destas quatro fases: admissão, compressão, expansão e escape . Neste tipo Admissão
de motores, as quatro fases realizam- se em 4 tempos, ou seja, em 4 cursos de pistão, ou 2 O pistão parte do PMS, descendo até PMJ. A válvula de admissão encontra-se aberta d urante
·rotações. Note-se que num motor a 4 tempos apenas há um tempo motor, o que ocasiona que este período, admitindo !lLl!.J.!.I.Q. dentro dó c ilindro, enchendo-o.
um motor monocilíndrico necessite de um grande volante de inérc ia, capaz de arrastar a
cambota durante 3 tempos ( 1.5 rotações) sem baixar demasiadamente a sua veloc idade. Compressão
Com ambas as válvulas fec hadas, o pistão sobe até PMS, comprimindo o ar puro encerrado no cilindro.
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Motores de Combustão Interna Cap. 1: Motores - Classificação o Princípios de Funcionamento
~~~~~~~~~~~~~~~~~
· Os colectores de admissão dos motores de 111 ;ixima do c iclo ocorra depois do PMS. de maneira a aumentar a componente de pressão útil
1n1ecção são longos. havendo alguns de (a pressão exercida sobre o pistão no seu movimento ascendente é contraproducente pois
geometria variável. (Fig.1 .8) O projecto da tr:.irn-o). Interessa ta mbém que a combustão esteja completa o mais rapidamente possível.
geometria das condutas está irmamente ligado
il abertura e fecho das válvulas (diagrama de .+ºTempo - Escape
distribui<;àOJ podendo origrnar eficiências A abertura da válvula de escape d<í-se mu it o antes do pistão chegar ao PMI. Este avanço à
volumétricas superiores a 100% (um motor de abertura do escape (AAE) tem a função de permitir que gra nde parte dos gases queimados se
ci lindrada V. poderá admitir um volume de ar escapem do cilindro o mais cedo possível. fazendo com que o pistão não encontre muita
superior a V. por ciclo). Por exemplo. as resistência durante o curso ascendente de escape e assim não incorra em muitas perdas por
eficiências vol umétricas dos motores de bombagem . A válvula fecha já depois do PMS (atraso ao fecho do escape - RFE), para
Fórmula 1 a ct uais ultrapassam largamente os permitir o lavar comp leto da câ mara de combu stão. Como já foi dito, na a ltura do fecho da
130%. Este é o funci onamen to do motor a 4 vá lvula de escape é importante haver um pi co negativo de pressões junto a ela. o que facilita
tempos de ignição comandada (Fig. 1.9): Fig.1.8 - Variação continua do comprimento da admissão ;1 e ntrada à mistura.
~
abertura da admissão (AAA) serve para que a inércia dos gases de escape a inda a sa ir a grande §o.9
veloc id ade pela respectiva válvula, provoquem a aspiração do ar de admissão, lavando o ~
cilindro dos gases de escape. Na ocasião do fecho da válvula de escape é favo ráve l haver "'
"ü0.8
,5
nesse local uma onda de pressão negativa, de modo a retirar o máx imo possível de gases ·;:;
t;:
Ul0.7•
queimados, para que estes não se escapem para o colector de admissão. Porém. quando o escape J11iw1 uL.1 atba1 '
\tiil N.M"
motor fun c iona a baixa carga (baixa pre ssão de admissão) os gases de escape entram no Velocidade do motor (rpm)
co lector de adm issão, em virtude da sua pressão ser superior, criando efeitos pulsantes
importantes e indesejáveis no ar de admissão. Fig. 1.9 - Diagrama de distribuição Fig.1.1 O - Variação da eficiência volumétrica com a velocidade
2º Tempo - Compressão Os motores que apresentam as condu tas de admissão e de escape devidamente estudadas para
Ambas as válvulas estão fechada s, sendo a mi stura gasosa comprimida pelo movimento aproveitar os efeitos dinâmicos da colunas gasosas, vu lgarmen te têm diagramas de binário em
ascensional do pistão. forma de bossas de camelo (Fig. 1.10) . Esta forma reflecte a var iação da eficiência
volumétrica, e o segu ndo pi co apresentam-se geralmente ao dobro da velocidade de rotação
3° Tempo - Expansão do primeiro.
Idealmente a combustão dever-se- ia dese.n rolar a volume constante. no PMS, sendo seguida
pela expansão dos gases a elevada pressão. Na prática isto não acontece, pois a ignição e a
combustão não são instantâneas. Assim, é necessário fornecer a faísca à ve la antes do PMS. O
avanço à ignição (AI) serve para que a combustão da mistura se dê de modo a que a pressão
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Motores de Combustão Interna Cap. 1: Motores - Classificação o Princípios de Funcionamento
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· Os colectores de admissão dos motores de 111 ;ixima do c iclo ocorra depois do PMS. de maneira a aumentar a componente de pressão útil
1n1ecção são longos. havendo alguns de (a pressão exercida sobre o pistão no seu movimento ascendente é contraproducente pois
geometria variável. (Fig.1 .8) O projecto da tr:.irn-o). Interessa ta mbém que a combustão esteja completa o mais rapidamente possível.
geometria das condutas está irmamente ligado
il abertura e fecho das válvulas (diagrama de .+ºTempo - Escape
distribui<;àOJ podendo origrnar eficiências A abertura da válvula de escape d<í-se mu it o antes do pistão chegar ao PMI. Este avanço à
volumétricas superiores a 100% (um motor de abertura do escape (AAE) tem a função de permitir que gra nde parte dos gases queimados se
ci lindrada V. poderá admitir um volume de ar escapem do cilindro o mais cedo possível. fazendo com que o pistão não encontre muita
superior a V. por ciclo). Por exemplo. as resistência durante o curso ascendente de escape e assim não incorra em muitas perdas por
eficiências vol umétricas dos motores de bombagem . A válvula fecha já depois do PMS (atraso ao fecho do escape - RFE), para
Fórmula 1 a ct uais ultrapassam largamente os permitir o lavar comp leto da câ mara de combu stão. Como já foi dito, na a ltura do fecho da
130%. Este é o funci onamen to do motor a 4 vá lvula de escape é importante haver um pi co negativo de pressões junto a ela. o que facilita
tempos de ignição comandada (Fig. 1.9): Fig.1.8 - Variação continua do comprimento da admissão ;1 e ntrada à mistura.
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abertura da admissão (AAA) serve para que a inércia dos gases de escape a inda a sa ir a grande §o.9
veloc id ade pela respectiva válvula, provoquem a aspiração do ar de admissão, lavando o ~
cilindro dos gases de escape. Na ocasião do fecho da válvula de escape é favo ráve l haver "'
"ü0.8
,5
nesse local uma onda de pressão negativa, de modo a retirar o máx imo possível de gases ·;:;
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queimados, para que estes não se escapem para o colector de admissão. Porém. quando o escape J11iw1 uL.1 atba1 '
\tiil N.M"
motor fun c iona a baixa carga (baixa pre ssão de admissão) os gases de escape entram no Velocidade do motor (rpm)
co lector de adm issão, em virtude da sua pressão ser superior, criando efeitos pulsantes
importantes e indesejáveis no ar de admissão. Fig. 1.9 - Diagrama de distribuição Fig.1.1 O - Variação da eficiência volumétrica com a velocidade
2º Tempo - Compressão Os motores que apresentam as condu tas de admissão e de escape devidamente estudadas para
Ambas as válvulas estão fechada s, sendo a mi stura gasosa comprimida pelo movimento aproveitar os efeitos dinâmicos da colunas gasosas, vu lgarmen te têm diagramas de binário em
ascensional do pistão. forma de bossas de camelo (Fig. 1.10) . Esta forma reflecte a var iação da eficiência
volumétrica, e o segu ndo pi co apresentam-se geralmente ao dobro da velocidade de rotação
3° Tempo - Expansão do primeiro.
Idealmente a combustão dever-se- ia dese.n rolar a volume constante. no PMS, sendo seguida
pela expansão dos gases a elevada pressão. Na prática isto não acontece, pois a ignição e a
combustão não são instantâneas. Assim, é necessário fornecer a faísca à ve la antes do PMS. O
avanço à ignição (AI) serve para que a combustão da mistura se dê de modo a que a pressão
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Motores de Combustão lnttrna Cap. 1: Motores - Cl1uific1çlo 1 Principias de Funcion1men10
1.7. MOTOR A 2 TEMPOS continuação do seu cur~o o pist!io vai comprimir a mis tura ar-gasol ina que permaneceu no
cil indro. Simultaneamente o p istão vai descobrir a janela de admissão (ao cárter), e a
Como já foi exp licado. um motor funcionand o seg und o o ciclo a 4 tempos somente possui um pré-mistura vai ser admi tid a ao cárter. O segu ndo tempo termina com a c hegada do pistão
tempo motor em c ad a quatro. o que tra z grandes incon ven iente s, como sejam uma certa a PMS.
irregularidade de fu nc iona me nto. que se a ten ua ag rupando vários cil indros à mesma cambota
e us:in do um volante de inércia. Outro inco nven iente é :ipresentar baixa potência específica Se o motor funciona sse idealmente, os gases queimados e fresco s não se misturariam, a
(potência por unidade de massa o u de volu me). Para e ncurta r a parte do ciclo não motora totalidade dos gases queimados deixaria o
eliminam-se os cursos de admissão e de escape, reali zand o estas operações s imultaneamente cilindro e nenhuma parte da carga fre sca
quando o pi stão se encontra pe rto do PMI. Temos assim um ciclo com quatro fases (admissão , ,airia do cil indro pelo escape.
compressão. expansão e escape) realizadas so me nte em 2 tempos (cursos do pistão)
(Fig.1.11 ). Na prática nenh u ma destas condições se
verifica (ver Cap.4.5.2 ), impli ca ndo um mais
Outra vantagem destes motores é a poss ibilidade da s upress ão do s is tema de di stri bu ição por elevado consu mo e a em issão de gases
válvulas util izadas no motor a 4 tempos. Em sua s ub st ituição, a mistura fresca e os gases po lue ntes (hidrocarbonetos não que imados)
queimados entram e saem no cilindro atr avés de aberturas feita s nas paredes do cilindro, pe lo escape.
c hamadas~. que são fec hadas e abertas pelo pistão no se u movim e nto de va ivém.
A pré-compressão anteriormente referida
Primeiro tempo consegue-se utilizando o cárte r do motor como
De pois da mistu ra ter s ido comprimida , a vela fornece uma faísca que p rovoca a sua compressor volu métrico. Quando o pistão
combus tão, com o consequente aume nto de te mperatura e pressão. O pis tão é impuls ionado de sobe . o cá rter a um e nta de volume, indu z indo
PMS para baixo, forne ce ndo a energia da ma ssa gasosa à cambota. Antes do fim do c urso, o os gases a ne le e ntrare m. Co m a desc ida do
pis tão esses gases são compri midos e Fig.1 .12 - Motor a 2 tempos em corte
p istão descobre a janela de escape, por onde os gases queimados se escoam, mercê estarem a
uma pre ssão s uperior à atmosfera. Na de sc ida do pi s tão dá-se a compressão da mistura que se seg uidamente transferidos para o c ilindro
encontra sob o pistão (cárter). Em seguida o pi stão descobre a janela de transferência, (Fi g.1. 12).
permitindo que os gases fre scos pré-comprimidos no cárter entrem no c ilindro, deslocando os
res tantes gases queimados para o e xterior. Esta fase denomina-se lava11.em. Fin almente o
pistão c hega a PMI. 1.8. MOTOR ROTATIVO WANKEL
Embora tenh a havido várias iniciativas de utilização de motores que funci onam sem usar o
sistema biela-manive la, o ún ico motor com algum s ucesso foi o motor rotativo Wankel , que
foi aplicado em automóveis e motos. Actual mente somente
um construtor de au tomóveis o usa ( Mazda) em carros
des po rti vos (RX -8), mas vários já o produziram no
passado, tais como a NSU e a Citroen (Mercedes- Ben z e
Trnnsfc- GM fizeram protótipos), e alguns construtores de motos
rblcia tais como a Norton, a DKW Herc ules e a Suzuki, entre
outros . Têm-se usad o motores Wanke l em aviões e
"hovercrafts", pelo seu baixo peso .
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Motores de Combustão lnttrna Cap. 1: Motores - Cl1uific1çlo 1 Principias de Funcion1men10
1.7. MOTOR A 2 TEMPOS continuação do seu cur~o o pist!io vai comprimir a mis tura ar-gasol ina que permaneceu no
cil indro. Simultaneamente o p istão vai descobrir a janela de admissão (ao cárter), e a
Como já foi exp licado. um motor funcionand o seg und o o ciclo a 4 tempos somente possui um pré-mistura vai ser admi tid a ao cárter. O segu ndo tempo termina com a c hegada do pistão
tempo motor em c ad a quatro. o que tra z grandes incon ven iente s, como sejam uma certa a PMS.
irregularidade de fu nc iona me nto. que se a ten ua ag rupando vários cil indros à mesma cambota
e us:in do um volante de inércia. Outro inco nven iente é :ipresentar baixa potência específica Se o motor funciona sse idealmente, os gases queimados e fresco s não se misturariam, a
(potência por unidade de massa o u de volu me). Para e ncurta r a parte do ciclo não motora totalidade dos gases queimados deixaria o
eliminam-se os cursos de admissão e de escape, reali zand o estas operações s imultaneamente cilindro e nenhuma parte da carga fre sca
quando o pi stão se encontra pe rto do PMI. Temos assim um ciclo com quatro fases (admissão , ,airia do cil indro pelo escape.
compressão. expansão e escape) realizadas so me nte em 2 tempos (cursos do pistão)
(Fig.1.11 ). Na prática nenh u ma destas condições se
verifica (ver Cap.4.5.2 ), impli ca ndo um mais
Outra vantagem destes motores é a poss ibilidade da s upress ão do s is tema de di stri bu ição por elevado consu mo e a em issão de gases
válvulas util izadas no motor a 4 tempos. Em sua s ub st ituição, a mistura fresca e os gases po lue ntes (hidrocarbonetos não que imados)
queimados entram e saem no cilindro atr avés de aberturas feita s nas paredes do cilindro, pe lo escape.
c hamadas~. que são fec hadas e abertas pelo pistão no se u movim e nto de va ivém.
A pré-compressão anteriormente referida
Primeiro tempo consegue-se utilizando o cárte r do motor como
De pois da mistu ra ter s ido comprimida , a vela fornece uma faísca que p rovoca a sua compressor volu métrico. Quando o pistão
combus tão, com o consequente aume nto de te mperatura e pressão. O pis tão é impuls ionado de sobe . o cá rter a um e nta de volume, indu z indo
PMS para baixo, forne ce ndo a energia da ma ssa gasosa à cambota. Antes do fim do c urso, o os gases a ne le e ntrare m. Co m a desc ida do
pis tão esses gases são compri midos e Fig.1 .12 - Motor a 2 tempos em corte
p istão descobre a janela de escape, por onde os gases queimados se escoam, mercê estarem a
uma pre ssão s uperior à atmosfera. Na de sc ida do pi s tão dá-se a compressão da mistura que se seg uidamente transferidos para o c ilindro
encontra sob o pistão (cárter). Em seguida o pi stão descobre a janela de transferência, (Fi g.1. 12).
permitindo que os gases fre scos pré-comprimidos no cárter entrem no c ilindro, deslocando os
res tantes gases queimados para o e xterior. Esta fase denomina-se lava11.em. Fin almente o
pistão c hega a PMI. 1.8. MOTOR ROTATIVO WANKEL
Embora tenh a havido várias iniciativas de utilização de motores que funci onam sem usar o
sistema biela-manive la, o ún ico motor com algum s ucesso foi o motor rotativo Wankel , que
foi aplicado em automóveis e motos. Actual mente somente
um construtor de au tomóveis o usa ( Mazda) em carros
des po rti vos (RX -8), mas vários já o produziram no
passado, tais como a NSU e a Citroen (Mercedes- Ben z e
Trnnsfc- GM fizeram protótipos), e alguns construtores de motos
rblcia tais como a Norton, a DKW Herc ules e a Suzuki, entre
outros . Têm-se usad o motores Wanke l em aviões e
"hovercrafts", pelo seu baixo peso .
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Motores de Combustlo Interna Cap. 1: M~ - Cla11ltic1çlo o Princlpios de Funciona~
O ro1or tem uma ca,·idade circular internamcnlc denlada que roda sobre uma roda dentada _ 0mo1or tem zonas in1rinsecamente quente> Centre as vela' e a jan ela de escape) e outra'
tRDJ fixa it carcassa. enquanto que o veio de saída (V). apresenta uma excent ricidade de intrinsecamente frias {i:ona após a adm issão). pelo que apre>enta grandes gradiente s
modo a que o movimento do rotor seja a ele transmitido . A geometria é tal que o rotor está 1érmicos que têm de ser minimizados:
sempre engrenado na roda dentada e os seus 3 vértices estão sempre sobre a carcassa. _a lubrificação é fe it a por óleo perdido. o que eleva o seu consumo e podení criar problema'
de poluiç1lo do' gu,es de escape:
O funcionamento de>tc motor pode ;,er v is10 na Fig.1.1-1. Vamos seguir somente uma das 3 _a reparação dc>tc tipo de motores é difícil (e cara) pela complicada geometria da carcas,a:
faces do rotor. Na posição da Fig.1.1-1-a o vo lum e (a cinza) enlre o rotor e a carcassa _ embora a potência seja elevada (quando comparado com motor alternati vo de igual
aumenta . estando a janela de admissão aberta. pelo que estamos em presença da ~ ci lindrada) o seu binário é relativamente modesto:
admissão. Seguidamen te a janela é fechada pelo rotor e o volume começa a diminuir na~
de compressão (Fig. 1.14-b). Esta fase dura até que o espaço li vre seja o mínimo (equivalente Tradicionalmente as janelas eram colocadas na periferia da carcassa. mas aparentemente esta
ao PMS num motor alternativo) e nessa altura dá-se a faísca das velas {geralmente não localização cria mais problemas de .. cu r1 0-ci rc ui to da mistura fre sca. embora a abertura e
simultâneas) seguido pela fase de expansão (Fig.1.14-c. -c 1). No final da expansão abre-se a fecho das jane las seja mais rá pido. Tem havido exemplares deste tipo de motor que
jane la de escape, por onde os gases queimados são descarregados durante a fase de escape func:ionaram com turbo-compressor e mesmo com o ciclo de Diesel. Actualmente a Mazda
(Fig. 1.14-d). comercia liza uma versão a gasolina de admissão atmosférica. O número de rotores por motor
tem variado entre um e quatro, sendo o mais normal motores de dois rotores, que se
equ ilibram mutuamente, minimizando as poucas vibrações deste tipo de motor. Na Fig.1.15
podem-se identificar: (a) a câmara de combustão do rotor: (b) o rotor e a carcassa: (c) os
excêntricos do veio motor birotor.
Um dos problemas deste tipo de motor é o cálculo da cilindrada, pois está li gado com o valor
da sua veloc idad e de rotação. É possível me di r com exactidão o caudal volúmico (L/s)
deslocado e a cilindrada será ig ual a este valor dividido pela velocidade de rotação. Aqu i é
ai Admissão b) Compressão c) Explosão c1) Expansão d) Escape
que existem indefinições, pois o rotor e o veio motor não rodam à me sma velocidade . Assim,
o motor Renesis do Mazda RX-8 nos USA tem 1.3 L e roda a 8500 rpm , enquanto que em
Fig.1.14 - Ciclo de funcionamento do motor Wankel
alguns países da Europa (Portugal incluído) tem 2.6 L e 4250 rpm (o que o torna um motor
muito lento ... ). Dado que a relaç ão entre as ve locidades dos rotores e do veio motor é de 1
para 3, é estranho que a cilindrada não passe para 3.9 L e a velocidade para 2830 rpm ... . A sua
Enquanto um dos lóbulos do motor faz estas 4 fases. os res tantes fazem-nas também (com
potência máxima é de 143 kW, o que certamente é de mais para um motor atmosférico de
desfasamento), pelo que temos 3 fases motoras para cada rotação do rotor. Reparemos
1.3 L. Para confundir ainda mais a situação, no Japão este motor é tido como um 2 L
também que para cada rotaçã o do rotor o eixo de saída rea liza 3 rotações (o rotor sobe e desce
(mu ltip licando 1.3 L por 1.5), o que parece ser um bom compromisso para explicar o nível de
3 vezes), pelo que haverá uma fase motora para cada rotação do veio, o que torna es te motor
potênc ia e de binário máximo (2.16 Nm).
semel hante ao motor a 2 te mpos. Na verdade o motor é muito suave e isen to de vibrações. pois
fun c iona como um 2 tem pos e não a prese nta movimentos a lternativos. A sua subida de rotação
é muito rápida, pe la razão an1erior e porque as peças em movimento têm pouca inércia. Outras
vantagens são a elevada potência (dobro dos motores convencionais com a mesma ci lindrada),
elevada velocidade máxima de funcionamento e baixo volume e peso.
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Motores de Combustlo Interna Cap. 1: M~ - Cla11ltic1çlo o Princlpios de Funciona~
O ro1or tem uma ca,·idade circular internamcnlc denlada que roda sobre uma roda dentada _ 0mo1or tem zonas in1rinsecamente quente> Centre as vela' e a jan ela de escape) e outra'
tRDJ fixa it carcassa. enquanto que o veio de saída (V). apresenta uma excent ricidade de intrinsecamente frias {i:ona após a adm issão). pelo que apre>enta grandes gradiente s
modo a que o movimento do rotor seja a ele transmitido . A geometria é tal que o rotor está 1érmicos que têm de ser minimizados:
sempre engrenado na roda dentada e os seus 3 vértices estão sempre sobre a carcassa. _a lubrificação é fe it a por óleo perdido. o que eleva o seu consumo e podení criar problema'
de poluiç1lo do' gu,es de escape:
O funcionamento de>tc motor pode ;,er v is10 na Fig.1.1-1. Vamos seguir somente uma das 3 _a reparação dc>tc tipo de motores é difícil (e cara) pela complicada geometria da carcas,a:
faces do rotor. Na posição da Fig.1.1-1-a o vo lum e (a cinza) enlre o rotor e a carcassa _ embora a potência seja elevada (quando comparado com motor alternati vo de igual
aumenta . estando a janela de admissão aberta. pelo que estamos em presença da ~ ci lindrada) o seu binário é relativamente modesto:
admissão. Seguidamen te a janela é fechada pelo rotor e o volume começa a diminuir na~
de compressão (Fig. 1.14-b). Esta fase dura até que o espaço li vre seja o mínimo (equivalente Tradicionalmente as janelas eram colocadas na periferia da carcassa. mas aparentemente esta
ao PMS num motor alternativo) e nessa altura dá-se a faísca das velas {geralmente não localização cria mais problemas de .. cu r1 0-ci rc ui to da mistura fre sca. embora a abertura e
simultâneas) seguido pela fase de expansão (Fig.1.14-c. -c 1). No final da expansão abre-se a fecho das jane las seja mais rá pido. Tem havido exemplares deste tipo de motor que
jane la de escape, por onde os gases queimados são descarregados durante a fase de escape func:ionaram com turbo-compressor e mesmo com o ciclo de Diesel. Actualmente a Mazda
(Fig. 1.14-d). comercia liza uma versão a gasolina de admissão atmosférica. O número de rotores por motor
tem variado entre um e quatro, sendo o mais normal motores de dois rotores, que se
equ ilibram mutuamente, minimizando as poucas vibrações deste tipo de motor. Na Fig.1.15
podem-se identificar: (a) a câmara de combustão do rotor: (b) o rotor e a carcassa: (c) os
excêntricos do veio motor birotor.
Um dos problemas deste tipo de motor é o cálculo da cilindrada, pois está li gado com o valor
da sua veloc idad e de rotação. É possível me di r com exactidão o caudal volúmico (L/s)
deslocado e a cilindrada será ig ual a este valor dividido pela velocidade de rotação. Aqu i é
ai Admissão b) Compressão c) Explosão c1) Expansão d) Escape
que existem indefinições, pois o rotor e o veio motor não rodam à me sma velocidade . Assim,
o motor Renesis do Mazda RX-8 nos USA tem 1.3 L e roda a 8500 rpm , enquanto que em
Fig.1.14 - Ciclo de funcionamento do motor Wankel
alguns países da Europa (Portugal incluído) tem 2.6 L e 4250 rpm (o que o torna um motor
muito lento ... ). Dado que a relaç ão entre as ve locidades dos rotores e do veio motor é de 1
para 3, é estranho que a cilindrada não passe para 3.9 L e a velocidade para 2830 rpm ... . A sua
Enquanto um dos lóbulos do motor faz estas 4 fases. os res tantes fazem-nas também (com
potência máxima é de 143 kW, o que certamente é de mais para um motor atmosférico de
desfasamento), pelo que temos 3 fases motoras para cada rotação do rotor. Reparemos
1.3 L. Para confundir ainda mais a situação, no Japão este motor é tido como um 2 L
também que para cada rotaçã o do rotor o eixo de saída rea liza 3 rotações (o rotor sobe e desce
(mu ltip licando 1.3 L por 1.5), o que parece ser um bom compromisso para explicar o nível de
3 vezes), pelo que haverá uma fase motora para cada rotação do veio, o que torna es te motor
potênc ia e de binário máximo (2.16 Nm).
semel hante ao motor a 2 te mpos. Na verdade o motor é muito suave e isen to de vibrações. pois
fun c iona como um 2 tem pos e não a prese nta movimentos a lternativos. A sua subida de rotação
é muito rápida, pe la razão an1erior e porque as peças em movimento têm pouca inércia. Outras
vantagens são a elevada potência (dobro dos motores convencionais com a mesma ci lindrada),
elevada velocidade máxima de funcionamento e baixo volume e peso.
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